7:20Fortuna antiga

O apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, causou espanto em recente entrevista ao declarar que tem 70 emissoras de rádio, 6 de tv, 9 fazendas e um hotel, entre outras coisas. É um milionário – e nunca escondeu isso, pelo contrário. Antes de comprar a TV Iguaçu, rede de Paulo Pimentel, em 2008, ele já estava por cima. Em entrevista ao signatário respondeu que não tinha problema em falar quanto ganhava – R$ 6 milhões por mês, na época. As fazendas eram seis, mas pastando nelas havia 50 mil cabeças de gado. O avião, confessou, servia para um dos grandes prazeres de então: onde estivesse, não sendo no palco gravando programa para o SBT, ao receber telefonema da neta, a primeira filha de Ratinho Junior, decolava para busca-la em Curitiba. “Ela dizia ‘vamos pra fazenda, vô?” Eu sempre ia, e para a que ela mais gostava”.

7:01A urucubaca dos presentes presidenciais

por Elio Gaspari, na FSP

Um relógio não vale um litígio

O Tribunal de Contas decide nesta quarta se Lula deve devolver o relógio Cartier avaliado em R$ 60 mil que ganhou em 2005, durante uma visita à França. Desde que estourou o caso das joias sauditas recebidas por Jair Bolsonaro, relógios alimentam controvérsias políticas. Bendito José Sarney, que atravessou cinco anos de governo com o mesmo relógio. (Barack Obama atravessou oito anos com um modelo barato.) Em 2009, o repórter Orlando Brito fotografou oito modelos diferentes no pulso de Lula.

Há algo de fetiche masculino na paixão por relógios. Em 1967, Che Guevara estava nas matas da Bolívia, sem comida nem remédios para a asma, mas tinha um Rolex no pulso. (O cubano exilado que ajudou a capturá-lo, levou-o.) Vladimir Putin coleciona-os. No Planalto, ninguém superou a Breitling de Fernando Collor.

Jair Bolsonaro deu uma dimensão policial à relojoaria dos hierarcas nacionais. Foi para o governo com um digital comum. No poder, ganhou um Rolex de ouro, cravejado com 184 pequenos diamantes. No escurinho de Brasília, armou sua venda para uma joalheria dos Estados Unidos. Quando se começou a falar dos presentes que havia recebido, usou um advogado amigo para recomprá-lo, por US$ 49 mil. (Os mimos dados a Bolsonaro, incluíam outras joias, bem mais valiosas.)

Relógio é um presente banal, mas os hierarcas de todo o mundo são mimados com peças bombadas. Num primeiro lance, são de ouro. Noutro patamar, vêm cravejados com brilhantes. Assim, passam a ser joias.

Faz tempo, um potentado africano presenteou o presidente francês, Charles de Gaulle, com uma baixela folheada a ouro. Ao vê-la, durante uma cerimônia, o general exclamou: “Ao museu!” Essa deveria ser a reação de todos os hierarcas, ao verificarem que o presente excede o teto que as leis estabelecem para seus funcionários. (Ela não se aplicaria ao Rolex dourado recebido pelo então chefe da Casa Civil, José Dirceu, pois ele era falso.)

Presentinho é uma coisa, joia é outra. O Cartier de Lula é um modelo de ouro, chique, porém simples. A casa francesa criou-o inspirada em croquis do Pai da Aviação, que vivia em Paris e era seu cliente. Foi ela quem o mandou a Lula. Aplica-se, no caso, o comentário do juiz americano usou ao tratar da pornografia: “Não sei defini-la, mas, quando a vejo, reconheço-a”. Basta olhar para o presente e para a biografia de quem o dá. O Cartier de Lula difere do Rolex de Bolsonaro no valor e na origem.

Antes que a legislação nacional criasse limites, presidentes brasileiros levavam para casa os presentes que recebiam. O xá do Irã deu ao marechal Castello Branco um magnífico tapete que valia mais que o apartamento do presidente em Ipanema, cuja sala adornava. O general Ernesto Geisel ganhou de uma empreiteira um móvel colonial de sacristia que acreditava valer bastante.

Em 2002, ao ver que a viúva do presidente João Figueiredo havia leiloado os presentes recebidos pelo marido, a filha de Geisel, Amália Lucy, decidiu entregar ao governo os mimos que haviam sido dados ao seu pai. Formada em história, impôs como condição que ela decidiria o destino de cada peça.

Assim foi feito, e o Instituto do Patrimônio Histórico examinou-as. Na vistoria, verificou-se que o móvel colonial, dado pela empreiteira, havia sido feito no início do século 20, com madeira de demolições.

18:39Do sofrimento ao encantamento

Quem não acreditava na seleção brasileira de futebol feminino agora está encantado. Os 4 a 2 na Espanha, campeã mundial, entra para a história e leva o time da excepcional goleira Lorena à final contra os Estados Unidos, algoz nas duas decisões olímpicas do passado. Medalha de prata garantida? Depois de hoje o ouro interessa e está mais próximo. Será uma boa despedida para a rainha Marta.

15:51Eleição na próxima semana

O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, anunciou que a eleição para a nova mesa diretora vai acontecer na próxima segunda-feira. Os eleitos assumem em 1 de fevereiro do ano que vem. Alexandre Curi deve ser candidato único à presidência.

15:47O Sindimoc e o Mobiliza de Requião

Do Goela de Ouro

Se o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) controla o partido Mobiliza, Roberto Requião poderá ser questionado nos embates da disputa para prefeito de Curitiba. Arquivo com histórias recentes do sindicato que acabaram com intervenção do Ministério Público (Gaeco) e polícia já fazem parte de dossiê de adversários.

14:35As árvores da Arthur Bernardes

A informação sobre o possível corte de duas centenas árvores no belíssimo canteiro central da avenida Arthur Bernardes tocou o horror nas redes sociais. Parece que houve ruído na comunicação. Na prefeitura o que se diz é que serão retiradas apenas algumas delas, para obras de melhorias – e replantadas quatro vezes mais. A conferir.

13:48A candidata, ou não, do PMB

Ao saber que a jornalista Cristina Graeml depende do TSE para oficializar sua candidatura pelo PMB para a disputa da prefeitura de Curitiba, pois o diretório nacional vetou, mas o de Curitiba homologou ontem, o Gaiato da Boca Maldita fez um alerta: “Ela ficou no meio – e se for obrigada a sair da disputa, vai ficar muito, mas muito nervosa”.

11:14O bar do PL

PL bar não é o que vocês estão pensando. Era do Pedro Lauro. Quando resolveu disputar a prefeitura, tascou lá o slogan: “Acorda Curitiba”. E completou: “Pedro Lauro, uma ótima opção”. O cartaz foi pregado numa das paredes do bar – e lá ficou para sempre.