15:35Mais que bater

Esqueçam o “Mania de Bater” sugerido aqui para o debate de hoje à noite na RPC. Neste último dia de campanha o clima da disputa para prefeitura de Curitiba esquentou, ferveu e derreteu com disparos apócrifos violentíssimos pelo WhatsApp e utilização de nome de pessoa que já se foi e com certeza jamais apoiaria quem fez isso. Expressionante!

10:56Instituições financeiras promovem jantar em homenagem a Toffoli

por Frederico Vasconcelos, na FSP

Criticado por anistiar corruptos confessos, ministro é cortejado pelo lobby privado

A Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) promoveu nessa quarta-feira (23) um jantar em homenagem a Dias Toffoli, numa casa do Lago Sul, em Brasília, por conta do lançamento do livro sobre os 15 anos de jurisdição do ministro do Supremo Tribunal Federal.

Presidida por Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara Federal, a entidade conta com 15 associadas, entre as quais a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), e atua na defesa dos interesses da indústria financeira.

A CNF se apresenta como interlocutora de “representantes que acreditam na importância do debate ético e transparente entre os agentes do mercado”.

O Código de Ética da Magistratura, por sua vez, recomenda aos magistrados “evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social”.

O código também estabelece que “é dever do magistrado recusar benefícios ou vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer sua independência funcional”.

O lançamento do livro “Constituição, Democracia e Diálogo – 15 Anos de Jurisdição Constitucional do Ministro Dias Toffoli”, ocorre quando o ministro é criticado por suas decisões monocráticas anistiando corruptos confessos condenados na operação Lava Jato.

No último dia 14, Toffoli recebeu o “Colar do Mérito Judiciário” do Tribunal de Justiça de São Paulo. A outorga havia sido aprovada em 2018.

“O ministro Toffoli foi responsável por internacionalizar o CNJ e o próprio STF, de forma similar ao que havia feito no TSE”, ressaltou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo e do CNJ.

No primeiro ano na presidência do STF, Toffoli fez ao menos 73 voos em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira). Nos primeiros nove meses no TSE, visitou onze países.

Continue lendo

10:19O cheiro de pobre

O nojo do cheiro de pobre entrou ontem na campanha de Cristina Graeml. A frase foi dita por Rafael Greca na campanha de 2016. Naquele dia, ao telefonar para uma amiga, confessou em forma de pergunta: “Fiz merda, né?” A resposta foi positiva. Depois ele abraçou e até beijou morador de rua, para amenizar o erro – e ganhou a eleição.

9:30Sem controle remoto

O Gaiato da Boca Maldita imaginou um debate de candidatos transmitido numa televisão sem controle remoto. Pergunta: “Quantos levantariam da poltrona ou da cama para trocar de canal ou desligar o aparelho?”

7:55JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Nesta hora decisiva para os destinos da capital do Paraná, urge saber onde se enfiaram os candidatos que perderam a eleição no primeiro turno – e quando eles sairão do buraco como se nada tivesse acontecido. Em tempo: quem perder domingo vai precisar do endereço.

7:31E depois da telenovela…

O último debate entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graelm (PMB) acontece hoje à noite na RPC depois da telenovela “Mania de Você”. Até agora não se falou em “bala de prata”, mesmo porque a munição foi gasta durante a campanha para o segundo turno. A dois dias da eleição é muito difícil que o que vai ser mostrado na telinha, mesmo com bate-bocas, mude o rumo que parece estar consolidado. Mas… em política boiada voa, mesmo que em forma de churrasco. A audiência será constituída pelos mais fortes, que já viram de tudo nas campanhas. Muitos, contudo, preferem esperar a próxima apresentação do Botafogo, o time carioca que fez os torcedores de todos os times acreditarem que o futebol ainda tem encantamento. Ah, sim, temos a democracia e votar é, de fato, importante, principalmente porque nosso quintal, nossa calçada e nossa rua estão no perímetro urbano da capital. As propostas foram apresentadas, mas do jeito que está o país há tempos, virado pelo avesso, tem muita achando que o confronto de hoje deveria ser apresentado com inspiração no nome da tal novela que o antecede – e se chamar “Mania de bater”.

6:48A treta identitária

por Renato Terra, na FSP

Discordâncias dissonantes e consonantes

Em primeiro lugar, discordo do uso do termo “identitário”. Esvazia de significados a luta de negros, mulheres e de toda a comunidade LGBTQIA+. Pelo lado mais urgente, é uma luta para que as pessoas deixem de morrer por causa do racismo, do machismo e da homofobia. No fundo, é uma luta para criar uma sociedade com condições para que todos tenham as mesmas oportunidades.

Mas essa não pode ser a única pauta da esquerda. Ou, pelo menos, a pauta que praticamente domina as discussões. É preciso voltar a pensar num projeto de país em que as pessoas consigam sonhar com mais emprego, renda, estudos e saúde. E que as questões ambientais sejam atraentes economicamente.

Mas como baixar o tom enquanto as pessoas continuam morrendo por serem negras, mulheres e por causa de sua orientação sexual?

Mas será que não tem um jeito diferente de abordar o assunto sem destratar ou cancelar quem comete equívocos?

Mas como mudar uma cultura violenta sem provocar atritos?

Mas não podemos diminuir a reação das pessoas do outro lado. Muita gente se sentiu ofendida pela imposição de uma mudança de comportamento. Parte da força da extrema direita é a capacidade de reunir pessoas que sentiram que sua liberdade foi enfraquecida pela força dos movimentos antirracistas, feministas e contra a homofobia. No documentário “Apocalipse nos Trópicos“, da Petra Costa, o deputado Sóstenes Cavalcante mostra o aumento colossal da bancada evangélica e credita o crescimento à esquerda identitária.

Mas não dá pra aceitar a distorção que os oportunistas fazem quando reduzem nossa luta a casos inusitados que viralizam nas redes sociais. Temos que punir as fake news, aumentar a regulação das redes sociais.

Mas será que não tem uma maneira de reconhecer os avanços e mudar a postura: ser menos enfático e mais propositivo?

Mas como ser menos enfático com quem construiu uma lógica social que nos assassina?

Mas como podemos avançar?

Não podemos recuar dos avanços conquistados nem passar a impressão de que o problema está resolvido. Liberdade só vale quando todo mundo pode desfrutar dela.

Mas o que fazer? Algo precisa ser feito. Não podemos mais ter medo de tocar nesse assunto. É uma discussão complexa, mas precisa avançar.

Não sei. Mas não vai ser este colunista branco, hétero e rico que vai nos dizer.