7:26JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Para as assessorias dos candidatos que participaram do debate de ontem na televisão, seus respectivos chefes saíram vitoriosos e prontos para assumir o mandato.

7:21O primeiro debate

O debate da Band TV entre oito candidatos à prefeitura de Curitiba ontem à noite foi classificado assim por dois sábios do Centro Cívico que o assistiram na íntegra: morno e modorrento.

7:13Barrada!

O TSE barrou a candidatura da jornalista Cristina Graelm à prefeitura de Curitiba ao negar recurso do PMB do Paraná contra a dissolução dos diretórios municipal e estadual. 

 

6:56Rebeca esbanja saúde mental

por Renato Terra, na FSP

E tem gente que fica nervosa para apresentar um trabalho de grupo no colégio

“O que passa pela sua cabeça no momento que você tá aquecendo? No momento que você tá se preparando para a prova?”, perguntou a jornalista Karina Alves, do Globo Esporte.

Esperava-se que Rebeca Andrade desse uma resposta sobre sua heroica trajetória até ali. Uma vida inteira regida por uma obstinação incalculável, marcada por lesões. Uma história de redenção de uma atleta de origem pobre que encontrou no esporte a redenção social, política, comportamental, racial e feminina. Ou então a apreensão de competir contra Simone Biles.

Nada disso.

“Eu tava viajando na maionese”, respondeu Rebeca. “Estava pensando nas receitas que eu vou fazer quando eu voltar pro Brasil.”

A maior atleta da história do esporte olímpico brasileiro possui uma habilidade incomum: ela se preocupa apenas com aquilo que é real. E isso é fundamental para seu êxito.

Rebeca tem um recado pra você que já travou numa apresentação de trabalho de grupo no colégio. Que treme nas cadeiras do avião a cada turbulência. Que imagina todas as possibilidades de fracasso numa entrevista de emprego. Que fica com a boca seca na hora de se declarar para aquele crush.

Rebeca é uma influencer analógica que inspira a “geração ansiosa” a se desgrudar da vida irreal na tela do celular.

Mas saúde mental também é fruto de trabalho. Além de saudar a estrutura do COB, do Flamengo e do projeto social Iniciação Esportiva, da Prefeitura de Guarulhos (SP), que a acolheu aos quatro anos, Rebeca sublinha sempre o trabalho da psicóloga Aline Wolff.

“Eu tento cuidar ao máximo da minha cabeça, do meu corpo. Pra ter aquele equilíbrio pra que eu consiga fazer as apresentações bem tranquila, sem pressão. Sem obrigação de voltar pra casa, pro Brasil, com medalhas. Eu faço porque é o meu trabalho, porque eu amo”, disse Rebeca na entrevista ao Jornal Nacional.

É claro que o nível de concentração de Rebeca é alcançado apenas pelos gênios. Faça você mesmo, caro leitor, o seguinte exercício: pegue a frase da Rebeca “eu faço porque é o meu trabalho, porque eu amo”. Agora imagine-se exercendo o seu trabalho ao vivo diante dos olhares atentos de bilhões de pessoas. E com o agravante de receber uma nota no final. Seja você um analista de marketing, um escritor, um passeador de cachorros. Duvido que não sinta a pressão.

Rebeca, receba toda minha sincera admiração.

18:15A chapa que vai ganhar

Foi protocolada hoje a chapa única com os nomes dos deputados estaduais que serão eleitos segunda-feira para a mesa diretora da Assembleia Legislativa e tomarão posse em fevereiro do ano que vem. Confira:

Presidente – Alexandre Curi (PSD)

1ª vice – Flávia Francischini (UB)

2ª vice – Delegado jacovos (PL)

3ª vice  – Fadel (PSD)

1ª secretaria – Gugu (PSD

2ª secretaria – Maria Victoria (PP)

3ª secretaria –  Requiao Filho (PT)

4ª secretaria –  Amaro (Rep)

5ª secretaria – Goura (PDT)

16:41Francesco de Roma

por Carlos Castelo

Há cerca de dez anos li na internet, por acaso, um discurso de Chico Buarque feito diante do prefeito de Roma. Foi durante a entrega do prêmio Roma-Brasília, Cidade da Paz, outorgado a ele em 18 de junho de 1997.

“Tinha oito anos em fevereiro de 1953, quando desembarquei em Roma com minha mãe e tantos irmãos. Meu pai já estava aqui há alguns meses, como professor de Estudos Brasileiros. Recordo-me de que era já noite funda quando entramos no palazzo da Via San Mariano, que papai nos tinha descrito nas suas cartas… 

O texto oferecia um vislumbre cativante da estreita ligação do compositor brasileiro com a Itália.

…e eu corria em bicicleta pelo Viale Gorizia, brincava com novos amigos, aprendia belas palavras, como calcio di rigore, rovesciatta, Sampdoria, Sentimenti IV, e palavrões que ensinava às minhas irmãs.

Poucos dias depois, reuni-me com meu filho Leonardo, roteirista, e juntos elaboramos um script baseado naquela memorável prédica romana. Nosso filme teria o discurso narrado por Chico em off, entremeado por imagens da Cidade Eterna nos anos 1950. Incluiria também depoimentos de amigos, parceiros, jornalistas e críticos musicais.

…Papai tinha também uma professora de italiano, e eu me lembro bem do dia em que a apresentou à família, mais ou menos com o mesmo orgulho com que tinha nos introduzido naquele palazzo frio, empoeirado e meio arruinado. A signorina, porém, era muito jovem, viçosa, luminosa, a pele muito clara, os cabelos muito negros, os olhos enormes, e ao olhá-la compreendi logo a palavra desiderio…

Apresentamos o argumento a uma produtora de cinema paulistana e, posteriormente, nos reunimos com um representante do artista.

…Em janeiro de 1969, quando voltei a Roma, reencontrei os monumentos, os palazzi, as fontanne, os viali, tudo ali, tudo igual às minhas recordações, somente um pouco menor. Nesta cidade vivi ainda um ano e meio, e aqueles não podiam ser os tempos mais felizes da minha vida. Mas com o consenso de Roma, nela vivi um tempo que, em outra parte, talvez teria sido invivível…

Infelizmente, nosso documentário “Francesco de Roma” não prosperou. Por razões pessoais de Chico à época, acabou adormecido num escaninho de hard-disk.

…em Fiumicino, o policial olha e torna a olhar cada folha do meu passaporte, sacode a cabeça, procura o meu nome no computador, chama alguém pelo telefone… Giro agora pelo aeroporto que não recordava tão grande. Depois de 30 anos o ampliaram, sem dúvida, mas é possível também que com o tempo os objetos da memória comecem a comprimir-se, como se estivessem dentro de um ônibus superlotado.  Quando consigo pegar minha maleta, que rodava também solitária no aeroporto, me vejo diante de uma jovem com um sorriso que me é familiar. É uma signorina tão viçosa, tão luminosa, com a pele tão clara, os cabelos tão negros, os olhos tão grandes, que poderia ser uma professoressa de italiano. Mas, ao contrário, é a agente de turismo que me pergunta “May I help you?”. “No grazie”, le dico, “il mio nome è Francesco”. 

Hoje, lendo seu novo livro Bambino a Roma (que tem o discurso de 1997 como essência), não pude deixar de pensar: “ma perché cazzo, Chicco, non hai voluto fare questo film con noi?”

 (Publicado no Rascunho)

15:11Beto Richa pede à Casa Civil gastos do governo com crise na Venezuela

Da coluna Radar, na Veja

Ex-governador do Paraná pergunta custos da Operação Acolhida e da supervisão das embaixadas do Peru e da Argentina em Caracas 

O deputado federal Beto Richa (PSDB-PR) pediu nesta quinta-feira informações à Casa Civil da Presidência da República sobre os custos que o governo brasileiro teve até agora com os reflexos da crise na Venezuela.

No pedido, encaminhado ao ministro Rui Costa, o ex-governador do Paraná pergunta quanto já foi gasto pelo governo federal na Operação Acolhida, lançada em 2018, para dar abrigo aos venezuelanos que entraram no território brasileiro em busca de refúgio.

Também questiona qual a fonte dos recursos que estão sendo empregados por cada um dos ministérios envolvidos na ação humanitária e se parte desse dinheiro foi remanejado de outros programas do governo que teriam o objetivo de atender brasileiros.

Além disso, Richa quer saber quanto o governo federal tem gastado para dar apoio às embaixadas do Peru e da Argentina, cujos representações em Caracas estão agora sob a supervisão do Brasil.

Lula precisa tomar uma posição clara. Quanto esta crise do país vizinho está custando para nós, brasileiros? Onde estão as atas da eleição presidencial? Seguindo a tradição de nossa diplomacia, obviamente que não iremos nos intrometer em assuntos internos de outro país. Mas precisamos ter uma posição firme”, diz o deputado.

11:29As árvores da Arthur

A discussão sobre as árvores da avenida Arthur Bernardes, que poderiam ser cortadas em obra da prefeitura de Curitiba para beneficiar a linha Inter 2 de ônibus ,deverão ser esclarecidas na audiência pública que acontece na Câmara Municipal no dia 13 de agosto. O movimento dos moradores das redondezas afirma que 230 árvores serão cortadas. Na prefeitura um secretário disse que não é nada disso, que serão poucos os cortes e o replantio quadruplicado. A conferir.