15:09Velas acesas

Depois da pesquisa de hoje que aponta Sergio Moro como fortíssimo candidato ao governo do Paraná em 2026, no Centro Cívico velas foram acesas para que, até lá, em Brasília a guilhotina da inelegibilidade ainda se transforme em realidade para o senador, ex-ministro e ex-juiz federal. Isso porque também confiam naquela promessa que Lula fez na prisão e contou pra todo mundo. Isso é política!

15:00Márcio Souza, adeus

Da FSP

Morre Márcio Souza, autor de ‘Mad Maria’ e expoente da literatura da Amazônia

Escritor que despontou com ‘Galvez, Imperador do Acre’ sofreu parada respiratória nesta segunda, aos 78 anos

escritor amazonense Márcio Souza morreu na madrugada desta segunda-feira em Manaus, aos 78 anos, após uma parada respiratória que se seguiu a uma crise de diabetes. As informações são da família do autor.

Souza escreveu “Mad Maria” em 1980, ápice de uma obra dedicada a voltar os holofotes ao Norte do Brasil e à exploração da Amazônia. O livro, que conta a ambiciosa construção da ferrovia Madeira-Mamoré no coração da floresta no começo do século 20, virou uma série badalada da Rede Globo em 2005.

Desde seu primeiro romance, “Galvez, Imperador do Acre”, de quatro anos antes, ele já produzia literatura voltada a pinçar episódios históricos da região e discutir seus aspectos sociais e políticos, nem sempre agradando as autoridades locais. Souza chegou a explorar a luta contra a censura em “Operação Silêncio”.

Os dois romances têm edições recentes pela Record, além de sua obra de não ficção “História da Amazônia”, que cobre do período pré-colombiano até os dias de hoje. O autor também está editado na Valer, que publica obras como “A Caligrafia de Deus” e “A Expressão Amazonense”.

Continue lendo

11:52Ratinho Junior e os votos para os escolhidos

Se o governador Ratinho Junior for bom mesmo na transferência de votos, os candidatos que apoia nas eleições municipais já podem mandar fazer o terno para a posse. Segundo o levantamento da Paraná Pesquisas, além de receber 66% das intenções de voto para uma possível disputa ao Senado, o governo dele tem aprovação de 76,8% dos paranaenses.

11:34Eleição 2026: Moro lidera, seguido de Greca e Alexandre Curi

A Paraná Pesquisas mostra que o senador Sérgio Moro tem a preferência dos paranaenses para as eleições ao governo em 2026. Nos três cenários avaliados, o ex-juiz teria entre 41% e 44% dos votos, dependendo dos demais concorrentes. Rafael Greca varia de 17% a 19% e Alexandre Curi se posiciona na faixa de 10%.

Confira:https://paranapesquisas.com.br/pesquisas/parana-pesquisas-divulga-pesquisa-realizada-no-estado-do-parana-situacao-eleitoral-para-o-executivo-estadual-e-legislativo-federal-e-aprovacao-da-administracao-estadual-agosto-2024/

10:41Delfim Netto foi ministro da Fazenda mais poderoso da história republicana

por Elio Gaspari, na FSP

Economista ocupou a pasta durante o ‘Milagre Brasileiro’, na ditadura militar

Antonio Delfim Netto, que morreu nesta segunda-feira (12), em São Paulo, foi o ministro da Fazenda mais poderoso da história republicana. Neto de um imigrante italiano que fugiu do eito das fazendas de café e trabalhou no calçamento das ruas de São Paulo no século 19, chegou ao poder em 1967, aos 39 anos. Pouco conhecido, com o sotaque do Cambuci, solteiro, gordo e vesgo, vestia-se de preto com camisas brancas. “Fantasia de viúvo”, explicava.

Delfim chegava cedo ao ministério e saía tarde, quase sempre para uma mesa do fundo do restaurante Le Bistrô, em Copacabana, sentando-se com os amigos que colocara em postos-chave da administração. De um lado o presidente do Instituto Brasileiro do Café (principal produto da exportação nacional). Adiante, o presidente da Caixa Econômica ou o responsável pelo conselho que controlava milhares de preços de produtos. Ao contrário de Paulo Guedes, que acumulou ministérios, Delfim apenas espalhava seus quadros no tabuleiro do poder.

Durante os seis anos em que esteve na Fazenda, a economia nacional cresceu na média 11% ao ano. Era o que se chamou de “Milagre Brasileiro”. Cavalgando-o, poderia ter chegado à presidência da República. A conta era simples: em 1974 ele sairia do ministério, seria eleito (indiretamente) governador de São Paulo e quatro anos depois substituiria o general Ernesto Geisel no Planalto.

Delfim costumava dizer que a história do Brasil tem enigmas e que um deles foi o desentendimento de D. Pedro I com José Bonifácio, em 1823. Outro foi o surgimento de uma barreira afastando-o dos generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva entre o final de 1973 e o primeiro semestre de 1974. Geisel chegara a admitir que ele continuasse no ministério. Logo mudou de ideia, até que resolveu cortar-lhe as asas, barrando também sua pretensão de governar São Paulo.

Delfim achava que poderia ser escolhido pelo partido do governo, contra a vontade do Planalto. Iludiu-se vendo tolerância na ditadura a que servia. Geisel estava disposto a tudo para cortar seu caminho, até que Delfim ouviu a sentença: “O regime é implacável”. Meses depois resignou-se aceitando um exílio dourado como embaixador do Brasil na França.

Continue lendo

10:23NELSON PADRELLA

DA VIAGEM DE JEAN-ARTHUR

O primeiro dia foi tranquilo. O azul do mar
unia-se no infinito com o azul do céu.
Depois, a noite nos cobriu com seu lençol de estrelas.
Estávamos alegres. E felizes por termos saído para o mar.
Íamos na direção da terra de todas as riquezas.
Setônio apontou para uma estrela que caía.
Um vento gelado passou por nós,
então o velho Tote disse aquela bobagem.
Disse que o vento que passou por nós era o aviso da morte.
O veho Tote sabia conversar com outros mundos.

9:29Dois contra

Não haverá unanimidade na eleição de hoje na Alep. A previsão é que pelo menos dois dos 54 deputados não assinarão embaixo a vitória anunciada: Renato Freitas (PT) e Luiz Fernando Guerra (União). O primeiro porque exerce oposição radical; o segundo por ter sido preterido na composição da chapa. Isso é política!

9:10A eleição

Ao ser eleito hoje presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Alexandre Curi (PSD) vai fazer questão de ressaltar que a Mesa Diretora tem, pela primeira vez, uma mulher como primeira vice, além de dois parlamentares da oposição na composição do time que é majoritariamente da base do governo. A posse acontece só em fevereiro do ano que vem. Até lá, Flavia Francischini (União), Requião Filho (PT) e Goura (PDT), respectivamente, vão se inteirar mais das mudanças no Legislativo que já estão em fase de implementação. Curi, como atual primeiro-secretário, é o responsável por elas, ou seja, vai querer assumir com a Casa em ordem – dentro do possível.

8:12Delfim Neto, adeus

Da FSP

Morre o economista Delfim Netto aos 96 anos

Ex-ministro da Fazenda foi de ministro da ditadura a interlocutor de Lula

O economista, ex-ministro e ex-deputado Antonio Delfim Netto morreu nesta segunda-feira (12), em São Paulo. Ele estava internado havia uma semana no hospital Hospital Israelita Albert Einstein, segundo sua assessoria de imprensa.

O ministro que assinou em 1968 o AI-5, o ato que inaugurou os Anos de Chumbo no país, foi também o deputado federal que, 20 anos depois, chancelou a Constituição de 1988, considerada uma das mais democráticas do planeta.

Foi o homem forte dos generais durante o regime militar (1964-1985) e, quase duas décadas depois, um dos principais interlocutores de Lula nos dois primeiros mandatos do ex-metalúrgico.

O economista e professor da USP soube se reinventar ao longo da carreira. Dizia em vida ter sido três: o primeiro, um socialista fabiano, que defendia reformas e ações pacíficas para se chegar ao socialismo. O segundo, o homem do governo militar. E o terceiro, o que contribuiu no fim da vida com as políticas sociais do primeiro governo Lula (2003-2010).

Sua projeção nacional começou em 1967, quando se tornou, aos 38 anos, o mais jovem ministro do país. Assumiu a pasta da Fazenda de Costa e Silva para só deixá-la em 1974, no fim do governo Médici. No período, ganhou a fama de “czar da economia brasileira”. Nos 21 anos de ditadura, comandaria por 13 deles a economia do país.

Alçado do cargo de secretário da Fazenda de Laudo Natel, em São Paulo, era descrito como um negociador habilidoso que demolia argumentos contrários com humor e amaciava seus críticos.

Em sua primeira temporada como “mandachuva do governo”, o país viveu de 1969 a 1973 o período conhecido como “milagre econômico”. As taxas de crescimento registradas naquela época eram superiores a 9% ao ano.

Logo ao assumir o cargo, Delfim anunciou o tabelamento e a redução da taxa de juros e a ampliação do crédito para combater a inflação e acelerar o crescimento. Também aumentou o gasto público e incentivou o investimento privado nas indústrias.

De 1968 a 1973, sob o slogan de “exportar é o que importa”, o PIB do país cresceu 11,1%, a inflação caiu 19,2%, e o poder aquisitivo da classe média se expandiu. Foi a época de obras grandiosas, como a Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e Itaipu.

Mas nem tudo foram flores para o ministro. A dívida externa aumentou quatro vezes, o valor real do salário mínimo caiu, e a população mais pobre viu despencar sua participação na renda nacional. Delfim passou a ser acusado de “adulador de banqueiros” e responsável direto pelo arrocho salarial e pela recessão.

Ligeiramente estrábico e gordo, era vítima fácil dos cartunistas. O que não o incomodava. Desde 1967, colecionava charges que o representavam e mantinha algumas na parede do escritório.

Emérito fazedor de frases e famoso por ser irônico e mordaz em seus comentários, dizia que “dívida não se paga, se administra”. E negava ser sua a frase: “Primeiro é preciso fazer crescer o bolo, para depois reparti-lo”, que sempre lhe atribuíram.

Em 1978, poucos anos após o fim do milagre, o economista admitiu que o modelo adotado em sua gestão não levara em conta a participação da sociedade, agravando a distribuição de renda. “Nós nos distanciamos demais do povo”, afirmou certa vez.

Para alcançar o que desejara, Delfim tivera ampla liberdade para mexer na economia. “Usei as condições dadas pelo AI-5 para baixar um decreto-lei com praticamente toda a reforma tributária que eu queria fazer e mais uma porção de medidas importantes”, disse em 1998.

O ministro participara da elaboração do ato que fechou o Congresso e suspendeu o habeas corpus para presos políticos. Na assinatura do AI-5, chegou a dizer que não o considerava suficiente.

Em junho de 2013, em depoimento à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, reafirmou o que já havia dito em 1998: não se arrependia do voto. “Nas condições de informação que tinha naquela hora, eu repetiria meu voto. Ninguém poderia imaginar a barbaridade da tortura”, afirmou em 1998.

Continue lendo