9:40Nos trilhos

A privatização da Ferroeste, projeto do Governo do Paraná que tramita em regime de urgência na Assembleia, pode receber qualquer tipo de pressão contra, mas será  logo aprovada. Palavra de quem manda.

8:38Gravando…

Se Lula vai gravar depoimento apoiando a candidatura de Luciano Ducci, a pergunta que surge é se Jair Bolsonaro vai fazer o mesmo para Eduardo Pimentel.

 

8:20Lula aqui

O presidente Lula desembarca quinta-feira (22) no aeroporto Afonso Pena. Vai reinaugurar a Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), localizada em Araucária. Segundo o blog Politicamente, deverá gravar depoimento de apoio à candidatura de Luciano Ducci (PSB), da chamada frente de esquerda na disputa pela prefeitura da capital. Também faz uma visita à Renault, depois volta à Brasília. Um passeio pela Boca Maldita não entrou no roteiro.

7:33Sem papel

O papel está com os dias contados na Assembleia Legislativa. O processo de desburocratização, já iniciado, terá o reforço da Inteligência Artificial para ser concluído ainda no primeiro ano do mandato da nova Mesa Diretora. O portal do Legislativo também muda, mas antes do final deste ano.

6:59Xingue, mas com elegância

por Becky S. Korich, na FSP

Soltar um palavrão pode ser incrivelmente libertador, desde que seja usado com moderação

Nossa língua é rica, tem quase 400 mil palavras de acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. É palavra pra cara#*, digo, pra dar e vender. Mas usamos no máximo umas 150 palavras no nosso dia a dia, entre as quais, estimo, 50 são de baixo calão.

Soltar um palavrão pode ser incrivelmente libertador, todos nós sabemos, desde que seja usado com moderação: quanto menor a frequência que recorrermos a ele, mais prazerosa será sensação quando usarmos. Quem incorpora palavras chulas no vocabulário cotidiano e os usa indistintamente perde a oportunidade de aproveitar o efeito catártico de um bom palavrão.

Não existe analgésico verbal mais poderoso do que um palavrão para nos fazer suportar a dor quando batemos o dedinho na quina da cama, nem estímulo maior para nos ajudar a enfrentar a água gelada de uma cachoeira.

“As vantagens de xingar são muitas”, explica Timothy Jay, autor de seis livros sobre a psicologia dos palavrões. Segundo ele, o poder deles vem da quebra das normas sociais, o que explica por que, quando somos crianças, falar palavras “proibidas” como xixi e cocô parece ser tão satisfatório e transgressor.

Mas podemos xingar sem deixar rastros. O poeta Mário de Andrade usava elegantemente a expressão “reverendíssima besta” para insultar os seus desafetos. Winston Churchill conseguia afrontar seus adversários de maneira sutil e sofisticada: “você tem todo o direito de estar errado”.

Luís Milanesi, autor de Dicionário Brasileiro de Insultos (2002, Ateliê Editorial) sob o pseudônimo Altair J. Aranha, compilou 3 mil “insultos finos” em seu dicionário. É um número mais do que suficiente de expressões para abolir palavras consideradas obscenas e nos permitir vilipendiar com classe.

Dia de futebol, por exemplo. No primeiro minuto do jogo, instantaneamente, todos os 400 mil vocábulos se transformam em um palavrão do tamanho do estádio. É xingamento para todos os lados: goleiro que franga, artilheiro que erra na boca do gol, bandeirinha que interrompe uma jogada linda, o VAR que não deixa comemorar o gol. Por que não tentar diferente?

Em vez de chamar o jogador de anta-de-kichute, usem futre (do francês “foutre”, desprezível) ou nóxio (noscivo). E quando se dirigirem ao árbitro na pessoa da sua mãe, que usem espurco (sórdido, torpe) e deixem em paz as mães dos árbitros de uma vez por todas.

Em épocas de eleições o nível fica abaixo no mar. Abrem-se as porteiras dos xingamentos e acusações entre os candidatos no vale tudo da disputa. Para manter a compostura, além de apresentar propostas honestas de governo, eles deveriam, sobretudo antes dos debates, se preparar usando o dicionário de insultos para não transformar em uma briga de boteco, como aconteceu com o vergonhoso debate de quinta-feira (8).

Se quiserem desqualificar o oponente, que o façam, não faltam personalidades para se inspirar, como o escritor francês do século IX Gustave Flaubert, que acabou com um rival com um só tiro: “Sua mediocridade é tão brilhante que ofusca até mesmo a escuridão”.

Em vez de xingar o oponente de ladrão, que usem flibusteiro (trapaceiro). Para acusar um mal caráter, usem mefistofélico (diabólico). Para o golpista de mer#* que rouba o dinheiro do povo, usem intrujão (impostor) ou soez (vil, ordinário).

É certo que não faltam histriões (farsantes) no cenário político, mas dentro das 3 mil palavras, tenho certeza de que dá para encontrar adjetivos adequados para esses canalhas, ou melhor, valdevinos (vagabundos).

Alguns candidatos agem como bonifrates (bonecos articulados, movidos para representar), muitos deles são tão irritantes como grasnadores (pessoas com voz desagradável que grasnam como o corvo) e se apresentam como peralvilhos (metidos a elegantes sem o ser, janotas, almofadinhas) para tentar mostrar elegância. Alguns chegam a ser traga-mouros (brutais, violentos), achando que com isso vão vencer na força (pior é que às vezes funciona). Mas não seria do caralh#*, digo, maravilhoso, poder mandar um lheguelhé (Zé ninguém) desses se auto copular, sem sujar a boca?

Brigas no trânsito: um onagro (burro) bate com tudo na sua traseira e vai para cima dizendo que a culpa foi sua. Em vez de responder a ele “minha culpa é o seu c#*”… diga apenas, “não seja mentecapto (louco), seu quebra-louças (desastrado), assuma a sua culpa e deixe de ser obnubilado (pessoa com o pensamento obscuro e lento)”.

Pode apostar: na mesma hora o abécula (palerma, desajeitado) lhe passará o seu telefone, o da seguradora, fará o BO e ainda lhe pedirá desculpas.

Com todos esses recursos não podemos cair na caga#…, ou melhor, na besteira de entrar em baixarias. Eu sei que é fod#*, digo, difícil, mas uma hora a gente aprende a arte de xingar com elegância.

18:40Ratinho Junior bate Lula e perde para Bolsonaro no Paraná

O governador Ratinho Junior ganhou mais espaço na revista Veja. No levantamento da Paraná Pesquisas ele bate Lula numa disputa para a presidência da República em 2026. Mas isso no estado em que governa. Teria 46,2% dos votos contra 22,3% do petista. A coluna Maquiavel, da revista, gastou palavras para tal informação. Só que, colocado o ex-presidente Jair Bolsonaro num cenário, apesar de ele estar inelegível, a figura muda. O capitão teria 42% dos votos e Ratinho e Lula empatariam tecnicamente em segundo lugar com 21, 5% e 18,8% respectivamente. Foram ouvidos 1.508 eleitores de de 64 municípios nos dias 1 a 4 de agosto.

16:27Um ausente na unanimidade

O deputado estadual Renato Freitas (PT) não apareceu para votar na eleição da próxima Mesa Diretora da Alep no começo da tarde de hoje. Ele se materializou no plenário depois que os outros 53 parlamentares elegeram a chapa única encabeçada por Alexandre Curi como presidente. Muitos estranharam, porque Freitas poderia se posicionar abertamente com o único voto contra, mas… Isso é política!