A política e as campanhas ressuscitaram uma expressão usada há muito tempo para uma pessoa que é doida varrida ou doida de pedra. Cada coisa…
A política e as campanhas ressuscitaram uma expressão usada há muito tempo para uma pessoa que é doida varrida ou doida de pedra. Cada coisa…
O Gaiato da Boca Maldita imaginou um debate de candidatos transmitido numa televisão sem controle remoto. Pergunta: “Quantos levantariam da poltrona ou da cama para trocar de canal ou desligar o aparelho?”
Do Filósofo do Centro Cínico
Nesta hora decisiva para os destinos da capital do Paraná, urge saber onde se enfiaram os candidatos que perderam a eleição no primeiro turno – e quando eles sairão do buraco como se nada tivesse acontecido. Em tempo: quem perder domingo vai precisar do endereço.
Ao nascer todo ser humano já traz dentro de si todas as características fundamentais pra querer mandar em todo mundo e não admitir qualquer controvérsia. (Millôr)
Brasileiros – Fotos de Rogério Machado
O último debate entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graelm (PMB) acontece hoje à noite na RPC depois da telenovela “Mania de Você”. Até agora não se falou em “bala de prata”, mesmo porque a munição foi gasta durante a campanha para o segundo turno. A dois dias da eleição é muito difícil que o que vai ser mostrado na telinha, mesmo com bate-bocas, mude o rumo que parece estar consolidado. Mas… em política boiada voa, mesmo que em forma de churrasco. A audiência será constituída pelos mais fortes, que já viram de tudo nas campanhas. Muitos, contudo, preferem esperar a próxima apresentação do Botafogo, o time carioca que fez os torcedores de todos os times acreditarem que o futebol ainda tem encantamento. Ah, sim, temos a democracia e votar é, de fato, importante, principalmente porque nosso quintal, nossa calçada e nossa rua estão no perímetro urbano da capital. As propostas foram apresentadas, mas do jeito que está o país há tempos, virado pelo avesso, tem muita achando que o confronto de hoje deveria ser apresentado com inspiração no nome da tal novela que o antecede – e se chamar “Mania de bater”.
Já são conhecidos os vitoriosos do segundo turno das eleições municipais: os marqueteiros, as pesquisas e as fake news.
De uma para a outra, passam-se os minutos, os segundos e as caravanas.
Foto de Roberto José da Silva
por Renato Terra, na FSP
Discordâncias dissonantes e consonantes
Em primeiro lugar, discordo do uso do termo “identitário”. Esvazia de significados a luta de negros, mulheres e de toda a comunidade LGBTQIA+. Pelo lado mais urgente, é uma luta para que as pessoas deixem de morrer por causa do racismo, do machismo e da homofobia. No fundo, é uma luta para criar uma sociedade com condições para que todos tenham as mesmas oportunidades.
Mas essa não pode ser a única pauta da esquerda. Ou, pelo menos, a pauta que praticamente domina as discussões. É preciso voltar a pensar num projeto de país em que as pessoas consigam sonhar com mais emprego, renda, estudos e saúde. E que as questões ambientais sejam atraentes economicamente.
Mas como baixar o tom enquanto as pessoas continuam morrendo por serem negras, mulheres e por causa de sua orientação sexual?
Mas será que não tem um jeito diferente de abordar o assunto sem destratar ou cancelar quem comete equívocos?
Mas como mudar uma cultura violenta sem provocar atritos?
Mas não podemos diminuir a reação das pessoas do outro lado. Muita gente se sentiu ofendida pela imposição de uma mudança de comportamento. Parte da força da extrema direita é a capacidade de reunir pessoas que sentiram que sua liberdade foi enfraquecida pela força dos movimentos antirracistas, feministas e contra a homofobia. No documentário “Apocalipse nos Trópicos“, da Petra Costa, o deputado Sóstenes Cavalcante mostra o aumento colossal da bancada evangélica e credita o crescimento à esquerda identitária.
Mas não dá pra aceitar a distorção que os oportunistas fazem quando reduzem nossa luta a casos inusitados que viralizam nas redes sociais. Temos que punir as fake news, aumentar a regulação das redes sociais.
Mas será que não tem uma maneira de reconhecer os avanços e mudar a postura: ser menos enfático e mais propositivo?
Mas como ser menos enfático com quem construiu uma lógica social que nos assassina?
Mas como podemos avançar?
Não podemos recuar dos avanços conquistados nem passar a impressão de que o problema está resolvido. Liberdade só vale quando todo mundo pode desfrutar dela.
Mas o que fazer? Algo precisa ser feito. Não podemos mais ter medo de tocar nesse assunto. É uma discussão complexa, mas precisa avançar.
Não sei. Mas não vai ser este colunista branco, hétero e rico que vai nos dizer.
Beto Mallmann
por Vanderlei Rebelo, no Paraná Político*
A candidatura de Cristina Graeml (PMB), representante da direita mais conservadora de Curitiba, foi a grande surpresa do primeiro turno da eleição. Ela atropelou candidatos tradicionais (que tinham tempo no horário eleitoral e muito mais recursos financeiros para a campanha) e chegou ao segundo turno contra o candidato oficial, Eduardo Pimentel (PSD).
Mas agora, na reta final da eleição, ela perde força e, de acordo com todas as pesquisas eleitorais registradas no TSE, está atrás de Pimentel além da margem de erro estatística. Políticos, jornalistas e curiosos em geral ouvidos pelo blog apontam as razões do esmorecimento da candidatura da direita mais extrema no momento mais delicado da campanha.
Em primeiro lugar, Graeml não teve como responder às sistemáticas alegações feitas contra o seu vice, Jairo Ferreira Filho, acusado de participação em esquemas financeiros que prejudicaram ao menos três pessoas – incluindo uma senhora idosa – e de omitir bens de sua propriedade no registro da candidatura.
Isso enfraqueceu os argumentos de que sua candidatura lutava contra o “sistema político viciado” pelo jogo de partidos tradicionais, o que incluía a associação que ela buscou fazer entre o candidato do PSD e o ex-governador Beto Richa (PSDB), que foi quem indicou Pimentel para a vice de Rafael Greca (PSD) nas eleições municipais de 2016.
Sua ausência em várias entrevistas em emissoras de rádio e televisão e sites de notícias, sob alegações de perseguição pela “mídia tradicional”, se não a prejudicou, também não a ajudou a expor suas propostas e se defender dos ataques de Pimentel. Foi um espaço importante de inserção que Graeml simplesmente desdenhou, sem medir as consequências.
Outro favor relevante foi a autossabotagem que a candidata cometeu ao anunciar propostas polêmicas, como a revisão do atendimento de moradores de municípios da Região Metropolitana nos postos de saúde de Curitiba – uma iniciativa discriminadora que muitos qualificaram como odiosa.
Outra proposta polêmica – e a que mais prejudicou sua candidatura – foi a da cobrança da tarifa de ônibus por km rodado. Por mais que ela tentasse se explicar depois, alegando que não se tratava de elevar o preço da passagem, e sim de baixá-la, prevaleceu a impressão de que isso prejudicaria os moradores da periferia e dos bairros mais longínquos da cidade.
Isso foi exaustivamente explorado pela propaganda de Eduardo Pimentel, em prejuízo de sua oponente, pois os moradores das periferias são a grande maioria dos usuários do transporte público.
Também não a ajudou em nada o anúncio de que uma médica de Porto Seguro (BA), chamada pejorativamente de Dra. Cloroquina – por não priorizar as vacinas no combate à pandemia de covid –, seria a sua secretária de Saúde. Continue lendo
de Jamil Snege
O velho índio foi encontrado vagando pela floresta, aparentemente perdido. Perguntaram-lhe. Respondeu cheio de brios: “Perdi foi minha casa; não consigo encontrá-la”. Quanta lição, Senhor. O homem pode perder sua casa, sua rua, os rostos que ama – sem jamais se perder de si mesmo.
Da FSP
Morre Maguila, 66, maior boxeador peso-pesado do Brasil
Sergipano ficou conhecido por golpes dados e recebidos e por carisma único
Morreu nesta quinta-feira (24) aos 66 anos Adilson “Maguila” Rodrigues, maior boxeador peso-pesado do Brasil e um dos principais na história da América do Sul.
Ele vinha sofrendo de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013, e procurava minimizar os sintomas com um tratamento a base de canabidiol.
Maguila não chegou à disputa de um dos principais cinturões mundiais —embora tenha conquistado o irrelevante título da Federação Mundial de Boxe—, mas, quando se fala de carisma, teve poucos rivais entre atletas brasileiros.
Nem bem o locutor de ringue fazia o anúncio oficial de suas vitórias, ele começava a mandar abraços para todos: o açougueiro que caprichava na carne para ele ficar forte, o moço da concessionária onde comprou o carro etc. Até que o repórter era forçado a interrompê-lo.
Há controvérsias se Maguila era um sujeito genuinamente simplório ou se, sob a sua aparência rústica, habitava um gênio do marketing.
Um dos primeiros técnicos de Maguila, que viria a trabalhar com o peso-pesado no final de sua carreira, Sidney Ubeda Gomes conta que o boxeador “lia” revistas de cabeça para baixo, de propósito, só para chamar a atenção.
Gomes aponta que Maguila se divertia quando curiosos o abordavam, constrangidos, para dizer que a revista estava de ponta-cabeça.
Outro episódio, relatado por amigos e reconhecido pelo próprio boxeador, dá conta de que ele escapou de servir ao Exército, por pouco, ao fingir-se de louco.
“Ele falou que queria pegar o fuzil para dar tiro em todo o mundo”, recordou, aos risos, o ex-boxeador Mike Miranda.
Do Filósofo do Centro Cínico
E ninguém saber a opinião do Onaireves Moura sobre o fim definitivo do Pinheirão. Não é uma ingratidão?
Fotos de Ricardo Silva
por Mário Montanha Teixeira Filho
Como, então, dominar a força de todos os amores do mundo, de todos os mares do mundo, de todos os poderes do mundo, das horas vagas e inclementes, horas que se espalham e se perdem no calor escaldante, horas que compõem a lógica implacável da agonia e da morte? Ora, dirão as estrelas sob as quais pairam os desvarios do sexo, ora, dirão as estrelas tristes e bruxuleantes, nada há a ser feito nos próximos séculos.
Nada acontecerá a não ser a confirmação da vossa insignificância, seres, argutos, astutos, perfeitos, rarefeitos, sem jeito de gente. Os homens e as mulheres, as crianças, os bêbados, as putas, as bichas, os travecos, os desprovidos de amor, ninguém, ninguém sobreviverá.
Ninguém sobreviverá, ó deuses da melancolia imensa.
Essa de o PMB se declarar neutro na eleição de Curitiba, ou seja, oficialmente não apoia a candidata que tem carteirinha da agremiação política, deixou o Gaiato da Boca Maldita furibundo. “Não falta mais nada. Diante disso é melhor esse povo pedir vaga para trabalhar no circo do Marcos Frota, que está em Curitiba. O espetáculo lá não tem palhaços sem graça”.
Do blog Contraponto
O Partido da Mulher Brasileira (PMB) não está apoiando a jornalista Cristina Graeml que disputa o segundo turno para a Prefeitura de Curitiba. A agremiação se declarou neutro entre ela e o candidato Eduardo Pimentel (PSD). A informação foi publicada nesta quinta-feira (24) pelo jornalista Bernardo Mello, em O Globo.
O presidente regional da sigla, Fabiano dos Santos, entusiasta da campanha de Cristina, foi destituído do cargo e, em seu lugar, foi nomeado o corretor de imóveis Irineu Fritz, que adotou a linha de neutralidade. Segundo a direção nacional do partido, Santos foi acusado de “condutas inapropriadas, (o) que gerou seu desligamento”.
Como se sabe, desde o início da campanha a presidente nacional do PMB, Suêd Haidar, era contra o lançamento da candidatura de Cristina. Sob o argumento de que a jornalista “não estava alinhada com as bases ideológicas” do partido.