No quintal da Dona Zefa – Foto de Ricardo Silva
6:49Capitais terão novo teste do antibolsonarismo no segundo turno
por Bruno Boghasian, na FSP
Urnas vão ajudar a medir intensidade e durabilidade de sentimento de rejeição ao rótulo de Bolsonaro
O segundo turno em algumas capitais vai ajudar a medir a intensidade e a durabilidade do antibolsonarismo. A existência desse sentimento no nível local pode ser considerada um sinal de que a rejeição não se limita à figura de Jair Bolsonaro, que impactou a eleição de 2022, e afeta candidatos que abraçam o rótulo político do ex-presidente.
O desempenho forte de candidatos bolsonaristas nestas eleições municipais reforçou a leitura de que o ex-presidente ainda é capaz de dar impulso a personagens de sua órbita ideológica. A passagem para o segundo turno, por outro lado, evidencia que esse benefício muitas vezes vem acompanhado de uma espécie de restrição antimajoritária.
Alguns candidatos conseguirão superar essas barreiras, a depender das características das disputas e das condições locais. Mas o antibolsonarismo já apareceu, em alguma medida, no segundo turno de cidades como Curitiba, Fortaleza, Belo Horizonte e Cuiabá, onde a presença de nomes muito afinados com o ex-presidente estimula a união de grupos de eleitores em torno de adversários de linhas políticas variadas.
O sentimento do eleitor toma três formas diferentes. Em Curitiba, a presença de Cristina Graeml, alinhada a posições radicais que vão da antivacinação ao golpismo, empurra uma fatia dos eleitores para o campo de Eduardo Pimentel, candidato de direita que foi renegado por Bolsonaro. Numa segunda vertente, a reação ajuda um nome de centro, como é o caso de Belo Horizonte.
Em Fortaleza e Cuiabá, candidatos bolsonaristas chegaram ao segundo turno bem posicionados para enfrentar nomes do PT. Fingiram suavizar a própria filiação à plataforma do ex-presidente, mas não conseguiram anular uma dose de rejeição que ampliou o apoio aos adversários de esquerda —algo especialmente notável na capital de um reduto conservador como Mato Grosso.
Ao longo de anos, o antipetismo se consolidou como fator que influencia o comportamento de eleitores a partir de circunstâncias específicas, como o perfil dos candidatos e os valores presentes na disputa. A rejeição a bolsonaristas atravessa um processo semelhante, que passará por mais um teste neste segundo turno.
20:20MIRAN
19:47Quaest: Pimentel 55% e Graeml 45% dos votos válidos
Do G1PR
Quaest em Curitiba, votos válidos: Pimentel tem 55% e Graeml, 45%
Número é calculado com base em votos válidos, forma como o TSE divulga resultado oficial das eleições. Para o cálculo, foram consideradas as intenções de voto da pesquisa, o padrão e o perfil de comparecimento eleitoral em Curitiba. Margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
A pesquisa Quaest, encomendada pela RPC e divulgada neste sábado (26), com os votos válidos da disputa para a Prefeitura de Curitiba, mostra o candidato Eduardo Pimentel (PSD) com 55% e Cristina Graeml (PMB) com 45%.
A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Este é o cenário estimulado, ou seja, os nomes e partidos dos candidatos são apresentados para os entrevistados.
Conforme a legislação eleitoral, votos válidos são aqueles dados diretamente a um determinado candidato ou a um partido. Os votos nulos e os em branco não são considerados válidos.
A pesquisa Quaest, contratada pela RPC, realizou 1.002 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 25 e 26 de outubro. A margem de erro máxima para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-00452/2024.
Como é definido o valor dos votos votos válidos da pesquisa Quaest
Para calcular os votos válidos, que é a forma como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga o resultado das eleições, a Quaest levou em consideração as intenções de voto da pesquisa, o padrão e o perfil de comparecimento eleitoral na cidade de Curitiba.
Além disso, nos votos válidos, considera também o nível de probabilidade de os eleitores saírem de casa para votar, ou seja, o nível de engajamento dos eleitores de cada candidato – é o modelo likely voter, que considera eleitores com maior propensão a votar.
19:28AtlasIntel: Eduardo Pimentel tem 57,5% e Cristina Graeml 42,5% dos votos válidos
Da CNN Brasil
Eleição em Curitiba: Pimentel tem 57,5% e Graeml, 42,5% em votos válidos, diz AtlasIntel
Foram ouvidos 1.221 eleitores entre os dias 20 e 25 de outubro; margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos
A última pesquisa AtlasIntel antes do segundo turno mostra Eduardo Pimentel (PSD) na liderança contra Cristina Graeml (PL) na disputa pela Prefeitura de Curitiba.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Foram ouvidos 1.221 eleitores da cidade de Curitiba pela AtlasIntel, por recrutamento digital aleatório, entre os dias 20 e 25 de outubro. O nível de confiança é de 95%.
A pesquisa, contratada pelo próprio instituto, foi registrada na Justiça Eleitoral como PR-08211/2024.
17:36SPONHOLZ
17:35A escolha
Não pergunte a um torcedor atleticano se ele acha mais importante a vitória do time dele sobre o Cruzeiro logo mais na Baixada ou a de quem vai escolher na urna na eleição de amanhã.
12:12Leminski
o mar o azul o sábado
liguei pro céu
mas dava sempre ocupado
8:05Brasileiro
O brasileiro é um feriado. (Nelson Rodrigues)
7:27A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Fotos de Maringas Maciel
7:16Como o eleitor racional deve agir?
por Hélio Schwartsman, na FSP
Num mundo hiper-racional, o mais vantajoso seria não sair de casa, mas não vivemos num mundo hiper-racional
Como o eleitor racional deve agir neste domingo (27)? Se o Brasil adotasse o voto facultativo, a resposta seria simples: não votar. Mas, como por aqui o comparecimento é em tese obrigatório, é necessário fazer uma conta antes de chegar a uma conclusão.
Se os seus custos com transporte mais o preço que você atribui a seu tempo excederem R$ 3,51 (valor da multa por turno perdido), fique em casa ou vá passear e depois regularize sua situação com a Justiça Eleitoral. Dá para fazer tudo pela internet, em tempo inferior ao que você levaria para votar.
Como imagino que existam leitores revoltados com este “conselho”, eu me explico. Não estou sugerindo que a política não seja importante nem que todos os candidatos se equivalham. Ela é importantíssima e perfil ideológico e características individuais dos eleitos fazem diferença. O que não faz é o seu voto.
A menos que você more numa cidade muito pequena onde a disputa seja acirradíssima, é desprezível a probabilidade de o seu voto individual alterar o resultado. Quem quiser maximizar sua utilidade, uma definição comum de racionalidade, deve empregar seus recursos em outras atividades.
A questão é que, para o bem e para o mal, não vivemos num mundo hiper-racional. Se vivêssemos, não haveria tanto desperdício, o que permitiria resolver o problema da fome. Também não cairíamos em armadilhas do tipo “tragédia dos comuns”, o que facilitaria o enfrentamento da mudança climática. O próprio populismo não teria espaço para prosperar, já que as pessoas fariam contas antes de acreditar em promessas vazias.
Por outro lado, num mundo 100% racional, ninguém daria gorjeta num restaurante a que não pretende voltar e esposas abandonariam seus maridos doentes para ficar com um parceiro saudável. Sob o primado da utilidade máxima, sempre vale a pena roubar a carteira do melhor amigo, se tivermos garantia de não ser apanhados.
Mas divago. Meu ponto é mais simples. Como é zero a chance de ninguém aparecer para votar, não há necessidade de instituições autoritárias como o voto obrigatório.
7:00DR. ZURETA
Fazer nada é um excelente passatempo.
6:58A VIDA COMO ELA É
Foto e arte de Ralf G. Stade
6:45Pesquisa IRG: Pimentel lidera com 52% contra 39% de Cristina Graeml
Da RICtv:
Pimentel lidera disputa contra Graeml em Curitiba, diz última pesquisa IRG/RICtv
Margem de erro do levantamento é de 3,27% pontos percentuais para mais ou para menos
Na comparação com a pesquisa anterior, publicada em 19 de outubro, Pimentel cresceu 3% e Graeml caiu 1%.
A pesquisa conta com margem de erro de 3,27% pontos percentuais para mais ou para menos.
Com a margem de erro, Pimentel oscila entre 55,27% e 48,73%. Já Graeml pontua entre 42,27% e 35,73%.
Eleitores que não souberam ou não responderam marcaram 3%, enquanto as intenções de votos nulos, brancos ou que não votam em nenhum desses candidatos pontuaram com 6%.
Com a exclusão dos votos nulos e brancos, bem como as menções dos eleitores que não souberam ou não responderam, Pimentel pontua com 57,14% das intenções de votos válidos e Graeml com 42,86%. Continue lendo
6:37A VIDA COMO ELA É
Fotos de Rogério Machado
6:33Eleição
Democracia tem hora. Vocês já imaginaram se o avião só levantasse voo depois dos passageiros elegerem o piloto? (Millôr)
6:21Debate confirma “Mania de Bater”
O debate de ontem à noite entre os candidatos à prefeitura de Curitiba confirmaram o que aqui foi escrito, ou seja, depois da telenovela “Mania de Você”, entraram os protagonistas de “Mania de Bater”. Eduardo Pimentel e Cristina Graeml repetiram o que fizeram nos dois debates anteriores, na Band e na Ric, só que em volume máximo e sangue nos olhos, como se diz em brasileiro. Foram duas horas onde sobrou pouca luz para as propostas que eles, aliás, tinham apresentado na propaganda de rádio e televisão. Hoje serão publicadas as últimas pesquisas sobre a disputa. Os números também falam, mas a verdadeira e definitiva será conhecida depois das 17h00 de amanhã.
6:09A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Foto de Roberto José da Silva
17:50Chove Chuva
de Dalton Trevisan
A fumaça da chuva sobe pela chaminé das casas e se espalha sobre a cidade. Um fio de silêncio cai de cada gota. As gatas dengosas se viram de costas para dormir. Chove chuvinha, um lado da palmeira nunca se molha.
A casa das formigas não tem porta, e quando chove, não se afogam? Piam milhares de pardais entre as folhas do chorão. Não existe melhor conchego que um barzinho. Nada como a meia grossa de lã. Apaixonadas ou não, mocinhas espirram na fila do ônibus.
Neste instante há no mínimo três mil pessoas infelizes com o sapato furado. Basta que não chova eu me chamo Felipe, o Belo. Como pisar na lama, garotas da várzea, sem sujar as sapatilhas? Orelhas de piás são puxadas por brincarem na chuva. Os mascates que vendem maçã na rua, em desespero comem as maçãs?
Não estivesse chovendo eu teria sete filhos.
Guardas de trânsito abrem os braços na esquina e apitam: por que choves, Senhor? Chove que chuva, apaga o meu recado de amor no muro.
Mães pensam nos filhos tão longe, uns dedos trêmulos na vidraça: dona mãe, me deixa entrar. Em cada lata vazia repicam os sinos da chuva
As mãos no bolso não esquentam. Alguns viúvos choram na fila, esse ônibus nunca vem. Ora, gotas de chuva, pensam os vizinhos. Todos querem esse guarda- -chuva esquecido num dia de sol, quando havia sol.
Os rabanetes no canteiro pulam as cabecinhas de fora.
Os armários das velhas casas estalam. Antigos baús são abertos, dia ruim para as traças. Há medo de vampiro na cidade.
Asinhas encharcadas, filhotes de pardais caem das árvores e se afogam nas poças.
As vovozinhas choram de frio na beira do fogão de lenha. Cães arranham a porta, licença para entrar. A sopa de caldo de feijão, epa! te queimou a língua.
Mesmo com chuva, há pares de namorados à sombra das árvores. Nem a chuva tira uma solteirona da janela.
Chapinhando as poças investe uma trinca de gordalhufas – pra cá pra lá, bundalhões hotentotes tremelicantes!
Senhor, tão bom se não chovesse. Ah, não chovesse, eu usaria barbicha. Não tivesse chovido eu casava com a Lia e não a Raquel.
Pra onde fogem os sorveteiros quando chove? Se chove, mais difícil enfrentar o vento sul sem perder o chapéu. Homens chegam em casa esfregam o pé no capacho e sentam para comer, dizendo: chuva desgracida.
Uma rosa no teu jardim abre as mil pálpebras do único olho.
O vento despenteia a cabeleira da chuva sobre os telhados.
Mesmo quando para a chuva, as árvores continuam chovendo.
A chuva lava o rosto dos teus mortos queridos.
16:57Teje livre!
E por causa da eleição ninguém pode ser preso; é como se todos fôssemos a família Bolsonaro! (José Simão)