Foto e arte de Ralf G. Stade
15:38Saí do Armário com Orgulho Crespo
Curitiba agitada em novembro. Acontece o aniversário do Saí do Armário e a Marcha do Orgulho Crespo. Quer saber o que é? Confira:
https://mail.google.com/mail/u/0/?hl=pt-BR&shva=1&pli=1#inbox/FMfcgzQXJsvSmrzgqLKZKLPMcsDrSbCV
15:14JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
O ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou todas as sentenças que Sergio Moro, como juiz federal, deu condenando o ex-ministro José Dirceu na Lava Jato. Como este procedimento vem se repetindo constantemente, logo a decretação da prisão da operação e seus algozes será decretada.
15:01Faz o R
por Leandro Mazzini, no jornal O Sul
Dois governadores saíram mais fortes das eleições municipais. No Paraná, Ratinho Junior, que desponta uma promessa nacional do PSD, ajudou a eleger 164 prefeitos no Estado, além da capital e Londrina, as duas maiores cidades. Em Pernambuco, a tucana Raquel Lira deu sobrevida ao PSDB tão minguado no restante do País, com 32 prefeituras para o partido – e ajudou a eleger alcaides em mais municípios.
11:35PARA NÃO ESQUECER
Foto de Eliária Andrade
11:11Meu desagravo para a Curitiba que amo
por José Maria Correia
“A memória é o paraíso do homem”
Com o perdão do cronista e mestre Rubem Braga que abominava os textos dos memorialistas, como escrever sobre Curitiba sem a evocação da memória? Afinal são mais de sete décadas de andanças e perdições, percorrendo caminhos e descaminhos.
As esquinas antigas que me viram jogando as pequenas bolas de vidro e correndo inutilmente atrás dos balões nas festas juninas, são as mesmas que escondem solidárias até hoje os ecos de minhas ingênuas paixões adolescentes.
Essa, a minha velha Curitiba, confidente única, a parceira do silêncio que comigo dividiu os roteiros juvenis e secretos de sentimentos ardentes e poesias declamadas por inocência e ausência de crítica e malícia.
Com que saudades, Curitiba, vejo ainda nas fotografias do imaginário os lambaris translúcidos povoando todos os rios da minha infância, águas cristalinas terminando em pequenas quedas e cascatas.
E os domingos de futebol, campos verdes e multidões em tardes douradas de encantamento onde o silêncio da pequena cidade permitia ouvir o canto e a comemoração das torcidas .
Como esquecer as doces manhãs de guarda-pós brancos, brilhando alvos como marfim nos pátios de saibro das escolas,19 de dezembro, Julia Wanderley e Belmiro Cesar, onde aprendemos o lema, ‘firme, forte, franco e fiel.”
Quanta devoção pelas primeiras professoras, musas inatingíveis e primeiros amores a criar sonhos febris e fantasias irrealizadas.
E que tempos os do Colégio Estadual, dos esportes olímpicos, do teatro de vanguarda, da música e da literatura, tudo tão diferente de hoje, da linguagem virtual minimalista e da solidão do ensino à distância.
Foi no Estadual, na antiga biblioteca, com a cumplicidade dos mestres e eruditos, que expandi a mente, devorei a trilogia “Os Subterrâneos da Liberdade” e toda a coleção de Jorge Amado, autor proscrito e no índex da ditadura militar que nos sufocava e restringia , mas não nos submetia.
E os roteiros underground: o voyeurismo de espiar as lindas modelos posando nuas no subsolo da Biblioteca Pública, os olhos grudados nos vitrôs semiabertos embaixo da rampa e as mãos nervosas nos bolsos das calças .
Levar as namoradas de surpresa na terrível morgue da Universidade, e tirar proveito da imobilidade causada pelo terror da visão da morte mumificada em formol para minutos de roubado erotismo.
Invadir à noite os porões e os labirintos onde aconteciam os rituais de iniciação das lojas maçônicas, tentar decifrar as inscrições e os símbolos proibidos e os desenhos de esqueletos.
E finalmente a prova suprema de coragem, pular o muro do Cemitério Municipal à meia noite e atravessar sozinho de ponta a ponta, passo lento e sem pressa, entre assustadoras cruzes de bronze e sombrios anjos de pálido mármore iluminados por esquecidas velas e círios até ajoelhar ao pé da tétrica Cruz das Almas e trazer como prova a cera derretida das velas do dia de finados.
Essas proezas conferiam status, só não me perguntem quem criava tais desafios que depois foram sucedidos por outros como atravessar de carro ou de moto a Galeria Tijucas fugindo da poderosa Harley Davidson do implacável guarda Guerra do Detran .
Depois, deixado o Estadual e já na Faculdade de Direito na Federal vieram outros enfrentamentos bem mais sérios , riscos maiores e nem sempre considerados.
Em 1968, o ano da rebeldia em todo o mundo , aqui fizemos a tomada da Reitoria na luta pelo ensino público e gratuito, os muitos confrontos com a repressão, as passeatas que tomavam toda a Rua Quinze e as barricadas que erguíamos com os paralelepípedos que arrancávamos com apenas com as mãos.
Comícios relâmpagos proibidos , panfletagens, jornais clandestinos e mensagens de protestos pela cidade pedindo o retorno do estado de direito e das liberdades públicas.
Tudo que significava contestação era censurado e proibido. Livros, filmes, teatro, músicas, jornais, reuniões.
Quem era preso apenas por se posicionar contra o arbítrio ficava recolhido, uma longa temporada nos presídios. Quem escapava , resistia e na rua permanecia por conta e risco até escolher entre o exílio e a clandestinidade.
Essa foi a geração do festival de Woodstock, dos cabelos longos , do amor não tão livre como diziam e da consciência dos manifestos de coragem , da utopia por uma sociedade mais justa dos mimeógrafos, da tinta spray e das canções contra os tanques e os blindados, as bombas e as torturas nos calabouços.
Contra os fuzis, os cassetetes e os mosquetões, apenas os estilingues e as pedras como fazem hoje as crianças e os adolescentes na Palestina.
Quando eu poderia imaginar que hoje, com um simples celular, se divulgam livremente milhões de mensagens de protestos e denúncias , enquanto em nosso tempo o arbítrio criminalizava com violência e brutalidade umas dezenas de panfletos em nossas mãos por pedir liberdade de expressão. Continue lendo
10:22Imprensa
O que prejudica nossa liberdade de expressão é a mania de certos cidadãos se defenderem quando são atacados. (Millôr)
10:07PARA JAMAIS ESQUECER ELZA SOARES, NO TEMPO DA INTOLERÂNCIA E MULHER DO FIM DO MUNDO
9:46JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
A extrema direita baba e torce pelo fim do PT como se estivesse no coliseu de Roma com o polegar apontando para baixo. Na hipótese de isso acontecer, ia se alimentar brigando com quem? Seria a mesma coisa do fim de um dos rivais da dupla Atletiba. Perderia toda graça e a crise existencial tomaria conta.
9:36CEO de Foz
Em Foz do Iguaçu o prefeito eleito, general Silva e Luna (PL), pretende administrar o município como se fosse uma grande empresa. Ele será o CEO, o diretor geral. Luna comandou a Itaipu e depois foi presidente da Petrobras. Resta saber se a cidade tem o caixa como estas empresas.
9:25SPONHOLZ
9:00Espaço para o centro
O Gaiato da Boca Maldita concorda que as eleições municipais afastaram a guerra entre os extremos da direita e esquerda – e cacifou o centro. Como é sempre do contra, ele acha que agora ficou mais fácil bater palma para maluco dançar no palco. “Porque os artistas têm mais espaço para fazer presepadas”.
8:39A Bola de Ouro e a Copa de 82
Juntando lé com cré, mas nem tanto, a não premiação de Vinícius Junior como o melhor jogador do mundo na atualidade é mais ou menos como a não conquista da Copa do Mundo pela seleção brasileira de 1982, para sempre lembrada como uma das melhores de todos os tempos.
7:33A VIDA COMO ELA É
Na Região Metropolitana de Curitiba – Foto de Alexandre Perich
7:25NELSON PADRELLA
NÃO ME PARECE BEM ASSIM
A ex-atriz global Cássia Kiss entende que as relações homoafetivas estariam destruindo a família e faz disso seu campo de batalha.
Eu vejo diferente. Muitos casais guêis têm adotado bebês produzidos justamente por casais héteros. A inocente criança filha de héteros encontra um lar onde é amada, e não a frieza de um orfanato. Então, eu acho que Cássia não pode radicalizar.
7:21DR. DIVAGO
No dia que descobrirem a cura da hipocondria, milhões de hipocondríacos vão adoecer.
7:11Bom dia no bondinho
Relato de um amigo do blog que acorda muito cedo – e sem o mínimo humor:
Hoje o telejornal “Bom dia Paraná”, da RPC, está sendo apresentado na Rua XV, ao lado do famoso bondinho. Carrancudo como o tempo, curitibano passa reto. Só os inquilinos das marquises acordaram mais cedo – mas como não se vestem apropriadamente, não apareceram na TV.
7:03Rebaixamento
Gleisi Hoffmann não gostou da analogia feita pelo ministro Alexandre Padilha que, com o resultado das eleições, colocou o PT na “zona de rebaixamento”. Essa briga não é boa para a atual presidente do partido. Ela vai deixar o cargo em breve e corre o risco de não ser escalada para um ministério, como se especula.
6:51A VIDA COMO ELA É
No quintal da Dona Zefa – Foto de Ricardo Silva
6:40Ganha Rodri, perde a Bola de Ouro
por Sandro Macedo, na FSP
Nesse ‘Miss Simpatia’ do futebol, não basta ser o melhor: exige-se carisma
O que é preciso para vencer a Bola de Ouro? O querido leitor e a querida leitora podem responder que basta se destacar individualmente em um time que também tenha força coletiva, de preferência em uma temporada regada a conquistas.
Mas nada é óbvio no maravilhoso universo paralelo das premiações, lamenta informar este humilde escriba —é só ver os Oscars de “Crash – No Limite” ou “Green Book”, em anos em que notadamente Cris Ronaldo foi melhor.
Em uma busca minuciosa no colega Google, apurei que, para vencer a Bola de Ouro, também é avaliada “a classe do jogador, baseada em fair play e talento”. Excelente, eles conseguem medir talento. Por último, há o tópico “carreira do atleta”. Ué, mas o prêmio não é para a temporada? Sim, e não. Daí entende-se por que Messi e CR7 levaram trocentos prêmios.
Portanto, não basta ser o melhor do ofício, não para o Bola de Ouro. Para vencer exige-se também um certo carisma, basicamente é um Miss Simpatia disfarçado de futebol.
O último vencedor brasileiro da Bola de Ouro foi Kaká, no longínquo 2007, um verdadeiro craque-simpatia, e gato. Não me lembro de Kaká ter dito um palavrão na carreira, talvez tenha dito em italiano no Brasil e em português na Itália, para não aborrecer ninguém.
Tudo isso para dizer que, se a Bola de Ouro não reconhece a temporada de Vinicius Junior, azar da Bola de Ouro. Todo mundo que assistiu a meia dúzia de jogos no período não tem a menor dúvida de que Vini foi o grande nome do ano futebolístico.
Mas Vini também ganharia o prêmio de jogador mais polêmico do ano. E não é só a luta antirracismo, que talvez incomode uma turma de votantes, há também o comportamento de Vini em campo, que, aparentemente, irrita rivais e técnicos. Já teve mais de um treinador ou ex-jogador (incluindo do Real) que veio a público para dizer que Vini deveria ser menos provocador.
Talvez esse seja o segredo: menos gols, menos assistências e mais sorrisos. Vini precisa driblar o rival e depois pedir desculpa. É o tipo de fair play que pode render prêmios.
Criada pela revista France Football, a premiação já foi associada à Fifa, agora está mais ligada à Uefa.
Nos anos Fifa, dizia-se que o resultado da Copa era fundamental para a premiação a cada quatro anos. Dane-se o resto da temporada. Ao premiar o espanhol Rodri e preterir Vini, a Uefa avisa que vai pelo mesmo caminho, trocando a Copa pela Euro.
Não que o resto do ano de Rodri tenha sido ruim. Além do título da Eurocopa, ele foi o líder em campo do avassalador Manchester City, campeão da Premier League e do Mundial de Clubes, mas foi eliminado da Champions antes da final. E por quem? Pelo Real, de Vini.
Vinicius não só levantou o caneco como já tem no currículo gols em duas finais de Champions (olha a carreira aí).
A desculpinha de que Vinicius foi mal na Copa América para tirar dele o prêmio é só isso mesmo, desculpinha.
Até outro dia, Messi pensava em abandonar a seleção pela coleção de fracassos com a camisa da Argentina. Nem por isso deixou de ganhar a premiação. Cris Ronaldo idem. Só tem uma Euro no currículo —cuja final ele praticamente não jogou, pois se contundiu no começo do duelo.
E se o resultado da seleção for o principal, o norueguês Haaland pode esquecer também. Vai ter que se contentar com essas chuteirinhas de ouro, ou com anos ímpares (sem Copas).
Na verdade, deveríamos dar menos pelota para a tal Bola de Ouro, cuja cerimônia, mesmo com Natalie Portman, consegue deixar a do Oscar excitante. Mas a vitória de “Crash” continua inexplicável.