8:24Convite

Viralizou no Tik Tok a mensagem do deputado estadual Tito Barichello e de sua mulher, a também delegada Tathiana Guzella, convidando traficantes a virem para o Paraná com seus carrões. O vídeo foi feito no calçadão da Rua XV ao lado de veículos importados que, apreendidos em ações da polícia, se transformaram em viaturas da PM. O recado explícito é que, se aceitarem o desafio, serão presos e a frota de primeira linha aumenta..

7:57Homero Marchese e o processo kafkiano de Alexandre Moraes

Na série de reportagens de Fabio Serapião e Glenn Greenwald na Folha de S.Paulo sobre as estripulias causadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, quando era também presidente do TSE, o ex-deputado estadual paranaense Homero Marchese também foi vítima de um processo kafkiano que corre sob sigilo há dois anos. A “Vaza Toga” revela que as redes dele na internet foram bloqueadas por um bom tempo por conta de um cartaz que publicou e que foi toscamente adulterado por um anônimo que escreveu “Máfia Brasileira” a respeito de seis ministros do STF. Eles aparecem na imagem original, indicando que fariam palestras no Harvard Club de Nova York sob o tema “Democracia no Brasil”. O gabinete de Moraes não respondeu aos questionamentos dos repórteres. Segue o texto: Continue lendo

7:16O adeus ao dono do Brasil

por Célio Heitor Guimarães

O apresentador Sílvio Santos, falecido no sábado, aos 93 anos, não era um dos meus tipos favoritos. Nem fui telespectador contumaz dos seus programas na TV. Mas não se pode negar que ele foi um dos maiores comunicadores – se não o maior – do Brasil. Na televisão, então, pintava e bordava, capitaneando a segunda maior rede de TV do país. Também não se pode esquecer que, partindo da venda de plásticos porta-títulos de eleitor, chegou a ser um dos maiores empresários do país, comandando cerca de dez empresas, da comunicação ao mercado de capitais, passando pela construção, por cosméticos e hotelaria.

Em entrevista ao Estadão, anos atrás, Sílvio lembrou-se de seu primeiro negócio: tinha 14 anos e quatro mil-réis no bolso, quando decidiu comprar duas carteirinhas de plástico, as quais vendeu por dez, momentos depois. “Era um bom negócio”, disse ele – e um negócio que jamais parou. Desde então, jamais parou de vender alguma coisa. Foi camelô – que a polícia perseguia e prendia –, vendedor de canetas, dono de bar, locutor de rádio, artista de circo, animador de TV e empresário.

Antes, recuperara o Baú da Felicidade, um carnê que dava direito a prêmios no final do ano, que pertencia ao humorista Manoel de Nóbrega e que se encontrava falido. Dali e através da televisão, Sílvio foi ao encontro do sucesso. Por mais de sessenta anos, dominou a programação televisiva dominical.

Não obstante, a repercussão da morte de Senor Abravanel, sobretudo nas emissoras de TV, revelou-se absurdamente exagerada. Trataram-no como rei do Brasil ou como, na opinião de Carlos Castelo, “uma divindade do panteão nacional”. A Rede Globo, então, transformou a sua programação de sábado em uma edição especial do “Jornal Nacional” dedicada a Sílvio. Nem o falecimento de Roberto Marinho, fundador e dono da emissora platinada, teve tanto espaço – como registrou o nosso Zé Beto. A verdade, porém, é que, antes de ser uma homenagem, o que o noticiário televisivo almejava era a audiência.

Sílvio Santos tinha defeitos? Muitos. O jornalista Luís Erlanger, ex-Globo, afirma que os brasileiros esquecem um possível “lado obscuro” das pessoas quando elas morrem e as colocam em um pedestal de admiração. “No Brasil, morrer vem com anistia automática. E bajulação” – sublinha.

Erlanger aponta o apoio do apresentador ao Golpe Militar de 64, cita a Tele Sena como jogo de aposta disfarçado de título de capitalização e diz que Sílvio era “santo só no sobrenome”: “Apoiou todos os presidentes e se dizia ‘office boy de luxo do governo’. De qualquer governo”.

Com o desaparecimento de SS não se sabe o que acontecerá com o Sistema Brasileiro de Televisão. A televisora era ele. Os herdeiros – a mulher Íris e seis filhas – não são do ramo, nem têm, ao que parece, a faísca adiantada de Sílvio. E, como são evangélicas praticantes, nada impede que transfiram o canal de TV para a Igreja que frequentam. Em nome do Senhor Jesus, é claro. Ou, como também já previu aqui o Zé Beto, que a emissora seja adquirida pelo Ratão. Dinheiro e vontade ele tem de sobra. Já é, aliás, dono da antiga TV Iguaçu, repetidora da programação do SBT em Curitiba.

P.S. – Por não ser judeu, eu não sabia exatamente como é o ritual do funeral judaico. Com o falecimento de Sílvio Santos, fiquei sabendo. E não só achei-o correto e adequado, como que deveria ser utilizado pelos demais credos religiosos. Na verdade, não há bem uma cerimônia funerária e tudo é marcado pela simplicidade. Não há exibição do morto em caixão aberto, não são mandadas flores ou coroas. O corpo é enterrado como veio ao mundo: sem roupa. Apenas é coberto com um lençol, simbolizando que todos são iguais perante Deus. Em Israel, o enterro é feito sem caixão, cujo uso é recomendado no Brasil por questões sanitárias. O sepultamento é feito em um jazigo simples, com lápide simples, constando o nome e símbolos religiosos. Tradicionalmente, é usada uma mortalha simples, branca, com um caixão sem enfeites ou verniz de madeira comum. No mais, há apenas a recitação de uma oração pelos parentes mais próximos.

 

6:51O horror, o horror

por Carlos Castelo

§ O antropólogo Claude Lévi-Strauss, em O Pensamento Selvagem, observou que os filmes de western, embora pareçam apenas entretenimento, refletem e recriam estruturas sociais e culturais profundas. Os filmes de cowboys, com narrativas de confronto entre “o bem” e “o mal”, e representações de fronteiras e conflitos, podem revelar padrões universais de pensamento.

§ Ao ler a obra do estruturalista francês, tive um pensamento igualmente agreste: os filmes de terror não seguiriam a mesma lógica? Será que o que vale para Anthony Steffen também não se aplicaria a Zé do Caixão?

§ Na adolescência fui um adicto em filmes da britânica Hammer Film Productions. Christopher Lee e Peter Cushing, respectivamente como Drácula e Van Helsing, faziam a alegria de minhas madrugadas diante da TV. The Curse of Frankenstein, Horror of Dracula e The Mummy formaram uma trilogia inigualável de horror gótico.

§ Houve um tempo em que mergulhei nos filmes-cabeça. Na época da faculdade, não passava um fim de semana sem assistir algo da programação do Cine Bijou, na praça Roosevelt. Vi naquelas salinhas Corações e mentes, Rei Lear, A dança dos vampiros, 1900, Profissão: repórter e outros clássicos. Mantive o gosto pelo cinema de arte por bastante tempo. Certa vez, resolvi assumir que, em relação à Sétima Arte, preferia mais o entretenimento à exegese estética. Quase fui linchado pelos coleguinhas uspianos. A partir dali, radicalizei: comecei a ver todos os filmes de terror. O gosto pelo experimentalismo e outras mumunhas deixei para a literatura, a música e as artes plásticas.

§ Admito que bem mais de 90% dos filmes de horror são lixo não reciclado. Especialmente aqueles com zumbis, monstros purulentos, ETs selváticos e outros seres com verossimilhança zero. Abomino esse tipo de longa de terror. Claro que são produtos feitos apenas para faturar e não trazem nenhuma ideia original ou burilamento. O duro mesmo é produzir longas de suspense baseados em fatos do cotidiano. Isso só os mestres conseguem.

§ Ao me referir a produções que metem medo a partir de situações cotidianas, é imprescindível listar O Iluminado, O inquilino, Louca obsessão e Cisne negro.

§ Acompanho o folk horror com interesse. Explorar o medo derivado das tradições e crenças rurais e pagãs é estimulante como diversão. Não à toa, talvez meu filme predileto seja O homem de palha. Há também outros assistíveis como A bruxa e Midsommar.

§ Como os filmes de western, muitos devem achar os de terror coisa de adolescente espinhento. Talvez eles realmente não reflitam ou recriem estruturas sociais e culturais profundas, como apregoava Lévi-Strauss sobre as atuações de John Wayne nas pradarias do Velho Oeste. Por outro lado, depois de assistir a um bom O Exorcista, você olha em volta e acha o Brasil uma Pasárgada.

(Publicado no Rascunho)

16:52Cuspe e pasto

Em Brasília, Executivo, Legislativo e Judiciário assinaram o “Pacto Ecológico”. O Gaiato da Boca Maldita ficou espumando de raiva – e atropelou. “O Brasil está que é uma fogueira só e os engravatados reunidos nos salões refrigerados a ar condicionado inventam mais essa. Se pudessem, pediriam aos 210 milhões de brasileiros que juntassem cuspe para apagar os incêndios, enquanto eles ouvem os pedidos para transformar a amazônia no maior pasto do mundo”.

15:05Olha o Zequinha de novo aí!

Assim veio:

Colecionadores e fãs do Zequinha vão “viajar na emoção” de visitar o Brasil

 Novo álbum de um dos personagens-símbolo do traço paranaense traz 300 figurinhas selecionadas de referências culturais e lugares emblemáticos do país

Os 45 anos de um dos personagens mais cativantes e simbólicos da cultura paranaense, o Zequinha, popularizado graças a uma campanha publicitária de 1979 e singularizada pelo traço do artista e ilustrador Nilson Müller, não poderiam passar em branco. Pois bem, 2024 de fato será um divisor de águas dessa história com a Coleção Zequinha pelo Brasil! Serão 300 figurinhas de pontos criteriosamente selecionados e desenhados com uma qualidade impecável para levar antigos e novos colecionadores a “viajar na emoção” de completar um álbum de figurinhas inédito, feito com todo o cuidado e conhecimento do artista que desde os 12 anos de idade faz dessa arte uma profissão e tem no Zequinha um legado de valores positivos que ele certamente levará para onde quiser ir. Continue lendo

15:03Slogans na mira

Na guerra entre candidatos, até os slogans das campanhas entram na mira. “O mais preparado”, de Eduardo Pimentel, por ser líder nas pesquisas, entrou no radar dos concorrentes diretos – e a coisa já chegou até a disputa presidencial entre Nixon x Humphrey em 1968 nos Estados Unidos. Isso é política!

14:47Enquanto isso, em Foz…

Do correspondente na tríplice fronteira:

A liderança da Democracia Cristã (DC) em Foz do Iguaçu entrou com um pedido na Justiça Eleitoral para a impugnação da candidatura de Paulo Mac Donald. O partido se baseia no histórico de processos judiciais contra o ex-prefeito.

11:13leminski

Vim pelo caminho difícil,

a linha que nunca termina,
a linha bate na pedra,
a palavra quebra uma esquina,
mínima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.

10:20Pancadaria é tiro na água

Um sábio do Centro Cívico não entende porque mais uma vez o estilo pancadaria na administração atual da prefeitura, cujo titular apoia seu vice, mais uma vez começa a tomar corpo na campanha. Em eleições passadas isso provou ser tiro na água, ainda mais agora que o índice de aprovação do prefeito é muito positivo e consistente. Ser muito bonzinho também é perigoso. Qual é a fórmula? Os marqueteiros ganham muito pra isso.