7:26O simpático Kafka detestava gente

por Mario Sergio Conti, na FSP

Biografia colossal do escritor tcheco busca os enigmas de sua vida e acha o vazio

Não é preciso ler Kafka para saber o que é “kafkiano“. De tão repisada, a abertura de “A Metamorfose” é arquiconhecida: “Quando certa manhã Gregor Sansa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”.

O despertar intranquilo, para se ver no olho do redemoinho de um pesadelo do qual é impossível acordar, porque agora é real, surge também na primeira frase de “O Processo”: “Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã foi detido sem ter feito mal algum”.

Os poucos escritos que Kafka publicou em vida passaram em branco, mas a posteridade fez dele o escritor essencial do sombrio tempo que vivemos. É kafkiano o mundo burocrático que, com demandas sem sentido, deprime o indivíduo e então o abate como a gado num matadouro.

Há quem busque na vida de Kafka a chave que abriria o entendimento de sua obra. É o caso da colossal trilogia biográfica de Reiner Stach, o pesquisador alemão que dedicou dez anos aos atos e fatos do autor de “O Castelo”.

A Todavia publicou o segundo e, agora, o terceiro tomo de Stach, “Os Anos Decisivos” e “Os Anos de Discernimento”. Ele pediu à editora que deixasse para o ano que vem o lançamento do primeiro volume.

Foi um pedido kafkiano. O leitor cai de paraquedas no meio da vida do artista e o segue até a morte, mas o desfecho só virá no livro inicial, que trata da sua infância. Os três livros somam duas mil páginas –várias vezes mais que as obras completas de Kafka.

Stach parte do que o mago de Praga escreveu para vê-lo em família e no trabalho, com namoradas e amigos, na literatura e na Primeira Guerra Mundial. Embora exaustiva, a trilogia não exaure os enigmas da esfinge, mesmo os banais.

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17:13RUBEM ALVES

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.

16:06Coceira

Ao saber que 48 dos presos pelos estragos que fizeram no Planalto Central em 8 de janeiro são candidatos na próxima eleição, o Gaiato da Boca Maldita descobriu o motivo: “Só pode ser coceira causada pela tornozeleira eletrônica”.

16:02O inimigo tá certo!

Um veterano em campanhas eleitorais ensina que o candidato precisa saber o que o adversário mais forte está falando da campanha dele. Por mais demolidor que seja o comentário, no fundo, no fundo, o inimigo tem razão.

15:58JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cívico

A privatização da Ferroeste deu um bafafá que ainda rende. O que aconteceria se o governo resolvesse viabilizar um trem-bala entre Curitiba e Jandaia do Sul?

12:46Tendência

Do Analista dos Planaltos

A comparação dos números das duas pesquisas Radar, Março e Agosto,  aponta que três candidatos tiveram um crescimento expressivo na intenção de votos entre os curitibanos: Eduardo Pimentel (PSD), Maria Victoria (PP) e Luizão Goulart  (Solidariedade) subiram 60 % em relação ao levantamento de Março. Apesar de os cenários pesquisados não serem exatamente os mesmos, os números podem indicar uma tendência de crescimento e definir estratégias para as próximas semanas quando começam os programas eleitorais.

10:44São Roque

por Carlos Castelo

Passei grande parte da adolescência e inícios da juventude em São Roque. Meus pais adquiriram um sítio na antiga estrada de Santo Antônio, que beirava o Mato da Câmara. O Santa Teresa era uma propriedade com cerca de quatro alqueires, nascente, lago com tilápias, bosque, dois cavalos, uma mula, porcos, galinhas, laranjal, eucaliptal, mil pés de videiras e uma adega de vinho. Com o passar dos anos, o local foi sendo guaribado e ganhou viveiro de pássaros, coelheira, sauna e quadra de tênis.

Íamos de São Paulo para lá toda sexta à noite. Para enfrentar a neblina do alto da serra, instalamos faróis Cibié amarelos no Ford Galaxie 500. Após a travessia, era torcer para a lama não estar muito pantanosa nos seis quilômetros de terra até a porteira. O ladeirão da chácara do japonês deixava até jipe Land Rover na mão.

Meu pai desenvolvera uma técnica de passar pelo atoleiro que sempre deixava minha mãe com enxaqueca. Ao chegar no sopé da rampa, engatava uma segundona e metia a bota no acelerador: parecia arrancada de prova de Fórmula 1. Houve vezes em que chegamos ao topo com a frente do Galaxie virada para baixo. O carro, antes branquinho, ficava completamente enlameado. Papai, homem pragmático, terminou trocando-o por outro marrom.

O estresse noturno era compensado logo ao nascer do dia. Passeio de cavalo e piscina pela manhã, almoço pantagruélico, tarde dedicada ao futebol no campinho e noite com lareira e histórias de fantasmas. O que mais poderia querer um menino? Talvez descobrir sobre beijo na boca e outras coisas da vida. Encontrei isso também em São Roque. Treinei com algumas garotas da redondeza até conhecer o primeiro crush: Leonor.

Numa festa de São João, como a das letras de Noel Rosa, nos olhamos por um longo tempo. Depois já fomos nos abraçando, nos beijocando, sem maiores delongas. Durante os primeiros encontros com Leonor, a situação se repetia. Eu não sabia onde ela estudava, como era seu dia, o que pensava de mim, nada. Nossa conversa era sem diálogos. Uma tarde, quando voltava de nosso chamego, o caseiro do Santa Teresa me abordou e disse:

– Então, parece que o patrãozinho gostou da mudinha!

Como Leonor, fiquei sem palavras. O amor, porém, não carece de comunicação verbal. Prossegui com ela por um bom tempo. Na verdade, foi Leonor quem me deixou. Num sábado, ao acordar, o filho do caseiro me contou tudo. Ela conhecera, no largo da Matriz, um outro mudo e passaram a conversar por libras. Dali para o compromisso foi um passo.

Moral: antes de se apaixonar, certifique-se de que vocês falam a mesma língua.

(Publicado no Estadão)

10:29No Invasão do Teatro, 18 horas de música

Assim veio:

Superfesta do Rock, 18 horas de música, bandas, acústicos, DJs; vai botar fogo neste sábado no Invasão do Teatro

O Invasão do Teatro, espaço roqueiro que fica no antigo Café do Teatro, na Amintas de Barros, 154, será palco, neste sábado, 24, de um evento gigantesco com 18 horas de música, 4 bandas, acústicos, DJs, feira coletiva, degustação de chopp e concurso de arte. Todo esse agito insano vai rolar neste sábado (24), Convites que dão direito a um drinque e ao show estão sendo vendidos por .módicos R$ 15,00.

César Weis, um dos sócios do Invasão do Teatro garante que a grande festa deste sábado que vai marcar época na vida cultural de Curitiba. O agito começa às 10 horas da manhã com o acústico grunge Banda @Glaucominha; das 13h às 16:30 virá o acústico com Silvio Scatolon; entre 16:30 e 19 horas, o acústico com Will Mayer; das 19 às 22 horas a Banda Apollogia & Alt Tab – Autoral & Alternativo. E os DJs, Playbuss, Mykell B2B; Ale Galvão; Vitch; DJsoder; Suhai; Legend Eddie; Alle Wayne e Lowvech. Continue lendo

10:09CIRCULA NA INTERNET

Alugo meu carro para plotagem de adesivo de candidato de qualquer partido.
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Buzinando R$2.000,00.

R$ 2.000,00 Discutir política (sem perder a amizade)
Perdendo a amizade R$3.500,00

Saindo no soco: a negociar.

10:05NELSON PADRELLA

Silvio Santos morreu. Morreu e eu não estou nem um pouco interessado em saber quem deu para quem, ou alugou por temporada, ou emprestou por meia horinha. Tomem tento, caracas. Ficarem se preocupando com dadas, promessas não cumpridas de dadas, ou cumpridas curtas ou compridas. Quer dar, dê; depois não me venha com chorumelas.

10:02Cristina continua

O TSE restituiu o diretório municipal do PMB de Curitiba. A liminar foi concedida ontem à noite. Assim, a jornalista Cristina Graeml continua na disputa para a prefeitura de Curitiba até que o colegiado da Corte julgue o caso.

9:50Começou!

Começou a baixaria! Até há pouco circulou na internet uma mensagem no X atribuída a Luciano Ducci utilizando a famosa entrevista coletiva de Deltan Dallagnol onde ele dizia que Lula era o responsável direto por toda a roubalheira escancarada pela Lava Jato.