16:16JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Pesquisa eleitoral causa dependência. Se um candidato alcançar 100% das intenções de votos dois meses antes de as urnas começarem a funcionar, vai ter gente esperando a próxima para ver se o percentual chega a 130%.

15:33O perigo do limbo

Advogado que trabalha em campanhas eleitorais em Curitiba desde 1995 disse que nunca viu tamanha discrepância de resultados de pesquisas como as publicadas ontem e hoje em Curitiba. Acha, contudo, que, se continuar assim, o resultado das urnas vai fazer quem está fora da curva, de modo negativo, sumir no limbo.

15:16Antes e estranho

Do Goela de Ouro:
Muita gente no Centro Cívico estranhou que a comunicação do candidato Eduardo Pimentel (PSD) publicou o resultado da pesquisa IRG pouco antes da divulgação dos números pela TV Bandeirantes que contratou o levantamento. Desconfia-se que foi por entusiasmo – e não há nada ilegal nisso.
Na pesquisa do IRG, Eduardo aparece na dianteira com 28 %, seguido por Luciano Ducci (PSB) 16%, Ney Leprevost (UNIÃO) 14,6%, Roberto Requião (MOBILIZA) 10%, Cristina Graeml (PMB) 6%, Luizão Goulart (SOLIDARIEDADE) 3%, Maria Victoria (PP) 2,7%, Andrea Caldas (PSOL) 0,7%, Samuel de Mattos (PSTU) 0,2% e Felipe Bombardelli (PCO) 0,1%.
Para o levantamento, o IRG fez 1000 entrevistas em Curitiba, entre os dias 22 e 26 de agosto. A margem de erro é de 3,1% para mais ou para menos e o nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE com a seguinte identificação: PR-006950/2024.

10:50O crime dos bichinhos de pelúcia

Do enviado especial

Estão roubando até pirulitos de crianças. Foi o que revelou uma investigação da polícia do Rio de Janeiro denominada Mãos Leves. O golpe tem sido praticado impunemente em shoppings de luxo, supermercados , postos de gasolina e onde haja vítimas ingênuas para serem enganadas.

Se trata de uma gigantesca rede de máquinas de pescar bichinhos de pelúcia que as crianças adoram. Por trás da aparência ingênua há uma articulada organização criminosa que frauda os mecanismos que movem as garras destinadas a içar os brinquedos.

As perícias realizadas pelo Instituto Carlos Eboli do Rio de Janeiro comprovaram que as gruas são programadas para içar os prêmios só depois de muitas tentativas. Portanto, nada se relaciona à habilidade no manejo do aparelho viciado – ou sorte. O mesmo método dos famigerados caça níqueis , as chamadas maquininhas cuja popularidade criou até um novo tipo de criminoso – o “ maquineiro”

A polícia carioca, que não é nenhum modelo de vestal, investiga a participação de milícias e grupos de bicheiros nessa organização nacional que movimenta incontáveis milhões e explora a boa fé e a ingenuidade das crianças e dos pais . E dos que acreditam que um luxuoso shopping jamais poderia instalar uma máquina fraudulenta.

O que causa espécie é a omissão das autoridades na concessão das licenças e alvarás para esse tipo de fraude e a suspeita cegueira na fiscalização.

10:48Bode na sala da TV

Do ombudsman

Ontem, antes da divulgação da pesquisa, a RPC apresentou reportagem com os “expertos” das pesquisas. A senhora do Data Folha disse que para que a pesquisa tenha margem de erro de 3% são necessárias no mínimo 1.200 entrevistas. A pergunta que não quer calar: como a pesquisa da RPC apresenta margem de erro de 3% se só foram feitas 900 entrevistas?

10:05Sem S.O.S.

Do Goela de Ouro

Ratinho Junior vai se encontrar hoje com Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu mas não vai pedir ajuda para a candidatura de Eduardo Pimentel por conta do resultado da pesquisa Quaest/RPC divulgada ontem. Ele e os outros que estão na linha de frente da campanha acham que não precisa – pelo menos por enquanto.

9:37A revolta contra o sistema elege centrões e influencers que pioram o sistema

por Vinicius Torres Freire, na FSP

Redes sociais e fúria contra Estado ineficaz criam país ingovernável e sujeito ao crime

Em algumas pesquisas eleitorais qualitativas, a intenção de votar em Pablo Marçal (PRTB) para prefeito de São Paulo aparece como revolta contra governos, “políticos” e pobreza; também como espírito de porco juvenil, um niilismo periférico.

“Quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha. Avacalha e se esculhamba”, dizia a personagem central de o “Bandido da Luz Vermelha”, filme de 1968 de Rogério Sganzerla (1946-94). Há também identificação com o candidato, uma admiração pela figura que parece ter vindo do nada, do interior, sem capital, formação ou amigos importantes, que se fez na vida como tantos influencers.

Não é novidade. Quem dá uma olhada em redes sociais reconhece essa atitude faz mais de década, com a popularização dos celulares com internet, em torno de 2010, ou com a ascensão e engorda da dita “classe C”. Cientistas sociais e estudos variados dos colapsos políticos desde 2013 também já explicaram em parte como uma nova direita e um espírito “antissistema” se valeram das redes. A questão é como sair disso que se tornou um lamaçal.

Esse ambiente social, político e tecnológico facilitou também candidaturas de criminosos descarados. Partidos agenciam candidaturas, é óbvio. A multiplicação de partidos no país, a maioria negocista, difundiu a prática de alugar legendas, empreendimento que pode ser muito rendoso, dada a dinheirama pública cada vez maior destinada ao financiamento partidário. Engajar o influencer certo é ganhar na loteria. Vide o sucesso dos proprietários do PSL, veículo de Jair Bolsonaro em 2018.

As redes continuarão a produzir ídolos, líderes e influenciadores de qualquer coisa. Trata-se de profissão ou empresa para centenas de milhares de pessoas em um mundo de emprego cada vez mais precário, se algum. A multidão influencer é um múltiplo enorme das dúzias de figuras midiáticas tradicionais de TV e rádio que embicavam para a política. Mas são escolhidas muito mais diretamente pela massa, com alguma mediação dos algoritmos.

Os partidos se tornaram, quase todos, parte de uma massa indistinta de variantes de centrão, defensores do status quo ou de um sistema que vão modificando, para seu uso. O conflito a respeito das emendas parlamentares trata disso. É uma ironia que a grande e difusa revolta contra o “sistema” que explodiu em 2013 tenha resultado no fechamento do sistema político em si mesmo, apesar das aberturas para candidaturas estelares rendosas, de “outsiders” que não o são.

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8:36Ã?

Do Analista dos Planaltos

O eleitor que acompanha as pesquisas eleitorais dormiu com os números da Quaest da RPC e acordou com os da IRG da Band sobre a disputa da prefeitura de Curitiba. Só ficou tranquilo porque a discrepância apareceu longe do dia da eleição, mas acha que tem maluquice aí, para não dizer outra coisa.