9:33Uber já!

O Gaiato da Boca Maldita acha mimimi, como escreve um assíduo leitor do blog, a discussão sobre preço da passagem de ônibus em Curitiba. O que ele quer saber mesmo é quem vai oferecer transporte da Uber de graça.

8:192022 no pano verde

No segundo turno da eleição presidencial de 2022, Jair Bolsonaro (PL) recebeu 720.322 votos, o equivalente a 64,78% do total da cidade. Lula (PT) ficou com 35,22% dos eleitores e recebeu 391.675 votos. Estes números estão no pano verde das mesas principais das campanhas de Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB). Os dois disputam os votos do ex-presidente. Os do atual, com certeza, não vão para Cristina, e há um movimento forte para o chamado voto útil, ou seja, cacifar Pimentel para impedir que ela seja prefeita. Isso é campanha!

7:48Dia de más notícias

As notícias não foram boas para a jornalista Cristina Graeml ontem (15). A revista Veja divulgou mais um caso policial envolvendo o vice Jairo Ferreira Filho. No site Plural, o ex-diretor de jornalismo da RPC, Wilson Serra, desmentiu que ela tenha participado da equipe que produziu a reportagem sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa, que ganhou o Prêmio Esso. “Ela era coadjuvante. Não participou da equipe de investigação”, disse Serra. Segundo ele, Cristina, que era repórter, algumas vezes apenas lia o texto que era escrito pelos quatro jornalistas responsáveis pela reportagem.

https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/curitiba-novas-denuncias-de-estelionato-contra-o-vice-de-cristina-graeml/

https://www.plural.jor.br/noticias/poder/ex-diretor-da-rpc-desmente-que-cristina-graeml-fosse-parte-da-equipe-dos-diarios-secretos/

7:38Começou!

A mais estapafúrdia fake news espalhada ontem foi um card onde, usando o nome da Gazeta do Povo e a pesquisa de um instituto que foi proibido pela Justiça Eleitoral de divulgar o resultado, apontava a candidata do PMB com o dobro de porcentagem sobre o candidato do PSD. Em destaque, a palavra “desesperado”. Teve gente que acreditou. Expressionante!

7:28Ney Leprevost aponta um dos motivos da derrota: Sergio Moro

O deputado estadual Ney Leprevost (União), que ficou em quarto lugar no primeiro turno da disputa pela prefeitura de Curitiba, confirma que antes da eleição ele e o senador Sergio Moro, marido de Rosângela Moro, vice na chapa, colidiram de frente. Acha que  começou a perder a eleição quando aceitou o casal na campanha. Em reportagem de Catarina Scortecci, na FSP, ele abriu o jogo. Confira:

-Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso.

-Acho que eu comecei a perder a campanha quando cometi o erro de aceitar o pedido do União Brasil nacional de colocar a mulher do Moro de minha vice. Eu gosto da Rosângela, ela é boa gente, uma querida. Mas o Moro atrapalhou. Ele começou a achar que o candidato era ele. E ele agregou muita rejeição à campanha. Porque ele é visto em Curitiba como o carrasco do Lula e o traidor do Bolsonaro.

-Ele queria ficar saindo na propaganda de televisão. Mas eu só tinha 1 minuto e 12 segundos de televisão. Não podia ficar colocando ele o tempo todo. E ele ficou bravo e largou a campanha no final.

-A partir do momento que ela (Rosângela Moro) virou minha vice, o Moro passou a achar que eu era um fantoche dele, para ficar fazendo a pré-campanha dele de governador. E eu era um candidato para competir de verdade. Aí começou a ter um estresse. Ele começou a plantar por aí que ele estava sendo boicotado na campanha.

-Eu não quero caminhar politicamente com Moro. E acho que ele também não quer caminhar comigo. Eu não estarei com ele para o governo em 2026. Se ele for o candidato do União Brasil, eu terei que sair do partido.

-Não sou inimigo do Moro, não quero mal dele, mas também não quero papo com ele.

6:40Formamos guerreiros políticos, não democratas

por Wilson Gomes, na FSP

Como então querer que os jovens usem razão e boa vontade para mediar divergências?

Há mais de 30 anos, a cada semestre recebo uma nova turma de alunos de 20 e poucos anos. Sou professor de comunicação política e, como a realidade tem sido nosso melhor laboratório, discutimos frequentemente a turbulenta e alucinada política nacional.

Em uma dessas conversas, sobre a radicalização do debate político no país, uma estudante reagiu com ceticismo ao meu julgamento, indagando com sinceridade: “Mas política não é sempre guerra e polarização?”. Como outros alunos imediatamente concordassem, comecei a explicar que não é bem assim.

As sociedades democráticas são, sim, espaços de divergência, mas não de conflito aberto. A política envolve negociação e compromisso, e certo grau de consenso é essencial para projetos políticos comuns. O nível de intolerância, polarização e dogmatismo que atingimos recentemente não é inevitável, mas resultado de escolhas que fazemos como sociedade.

Como olhos e sorrisos, entre céticos e surpresos, acompanharam a minha explicação, o surpreendido fui eu. Como é que jovens, que estão apenas começando a entender a política de forma madura, mas já mais engajados do que gerações anteriores, normalizaram atitudes que praticamente inviabilizam o país e tornam nossa democracia mais vulnerável?

A resposta é simples, basta fazer as contas. Em 2013, quando o Brasil entrou em surto político, esses alunos tinham entre oito e nove anos. Quando a extrema direita começou a crescer no mundo, eles tinham 11 ou 12. Quando Bolsonaro assumiu, completavam 15 anos. Como poderiam ter outra noção de normalidade política se, desde que se entendem por gente, só viram conflitos abertos entre grupos que se comportam como facções, sectarismo, dogmatismo, ódio autorizado e a luta pela superioridade moral?

São pelo menos 11 anos em que a mensagem política dominante é: “Estamos em guerra, escolha um lado e lute pela sua sobrevivência”. Formamos uma geração inteira de guerreiros e depois queremos que eles negociem democraticamente diferenças, usem razão e boa vontade para mediar divergências, entendam que chegar a compromissos com adversários e engolir alguns sapos em nome da tolerância são valores da democracia?

Meninos e meninas mal acordam para a política e extremistas de direita, progressistas identitários e radicais de esquerda lhes enfiam um fuzil na mão: “Vocês agora são guerreiros da justiça, identifiquem seus inimigos, atirem primeiro, argumentem depois”. E, claro, todo o conhecimento de que precisam será entregue por transfusão digital, já mastigadinho por líderes e influenciadores tribais; é só engolir. Não é muito: dez dogmas condensam toda a crença necessária para formar um bom soldadinho político ou, com tintas mais nobres, um ativista empenhado em fazer do mundo um lugar melhor.

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16:47Treino

Ainda sobre o debate de ontem na Band, um observador atento notou que no embate direto com Cristina Graeml, o candidato Eduardo Pimentel falou sempre no mesmo ritmo e mesmo tom da adversária, que é veemente por natureza. O curioso garante que o treinamento dele foi muito bom, tanto que, além disso, não demonstrou nervosismo em nenhum momento. “Ele é daqueles que sabem tremer só por dentro”.

15:15Sala de aula: última fronteira da resistência

Assim veio:

Quando o Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana – SINPES empossou sua nova diretoria divulgou os compromissos então assumidos. Entre eles, trabalhar “pela retomada do prazer da docência vocacionada”.

Este objetivo, uma das prioridades da nova diretoria, é muito significativo. E falar sobre ele neste 15 de outubro é fundamental.

Dados de uma pesquisa feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2023 revelam que só 5% dos jovens brasileiros dizem querer ser professores quando estão no ensino médio. E de acordo com os dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2021, cerca de 19% dos estudantes de licenciatura no Brasil não têm interesse em trabalhar como professores.

Especialistas em educação atribuem essa falta de interesse à baixa remuneração e às más condições de trabalho enfrentadas pelos docentes.

Melhores salários, estabilidade no emprego, garantia de direitos, preservação da saúde física e mental e liberdade de cátedra constituem garantias que contribuem para a escolha e integração do profissional da educação na carreira.

A par das precárias condições de exercício profissional e de remuneração, o cerceio da liberdade de cátedra, direito constitucionalmente garantido a todos os docentes, constituem as razões fundamentais para que aos poucos desapareça o prazer da docência vocacionada e diminuam os profissionais dispostos a lecionar.

A cada pleito eleitoral os professores viram alvo de extremistas que buscam votos pregando ódio contra a classe docente. Entre 2014 e 2020, 237 projetos foram apresentados pelo país afora com o objetivo de censurar professores e restringir a liberdade de cátedra segundo levantamento feito pela frente Escola sem Mordaça. De acordo com a pesquisa, dos projetos, 214 foram apresentados em municípios, estados e no Distrito Federal. Os outros 23, no Congresso Nacional. Continue lendo

15:06Agregados de fora

por Leandro Mazzini, em O Sul

Dois “agregados” do clã Bolsonaro perderam nas eleições municipais. Renato, irmão do ex-presidente da República, foi derrotado para prefeito na pequena Registro (SP). Léo Índio, o sobrinho que circulava pelo Palácio, não se elegeu vereador em Cascavel (PR).