7:39Festim

Um fã de brigas a tapas entre candidatos acha que pedir impugnação de pesquisas faz parte do jogo eleitoral, mas reclama que até agora a livre expressão não produziu pedido de impugnação de candidatura em Curitiba. Ele tem certeza que  daria um ibope e tanto – mesmo se o tiro fosse de festim.

6:48“Saber” beber

por Ruy Castro, na FSP

Por que algumas pessoas tomam 10 uísques ou 30 chopes numa sentada e não se embriagam?

A qualquer artigo sobre alcoolismo (e a Folha está publicando uma magnífica série com as reflexões pessoais de Alice S.), leitores comentam que é possível a uma pessoa beber sem se embriagar, se “souber beber”. Concordo. Conheci pessoas que tomavam 10 uísques ou 30 chopes numa sentada e nunca se embriagavam —donde “sabiam” beber, não? E como eram capazes disso? Porque seus organismos eram feitos para absorver bebida em qualquer quantidade, com poucos sinais de alteração e, acredite ou não, zero ressaca. Duvida? Posso garantir que é possível —porque eu era uma dessas pessoas.

Beber muito ou pouco não depende de o sujeito querer ou não. Não passa pela “força de vontade”. Quem decide é o organismo. Se você se limita a um uísque, duas taças de vinho ou três chopes (quantidades iguais em valor alcoólico), é porque sabe que provavelmente passará mal se exceder esse limite. É o que seu organismo tolera sem efeitos adversos. Você sabe que uma ou duas doses a mais resultarão em enjoo, vômito ou dor de cabeça —a clássica ressaca—, e, como já passou por isso, refreia a vontade de continuar bebendo. Donde não é que você “sabe beber” —apenas não consegue beber mais do que bebe.

Se todos tivessem embutido esse limite orgânico para beber, não haveria alcoolismo. Este só existe porque há pessoas, cerca de 15% da humanidade, para quem o álcool é pouco mais agressivo do que a água. E como, aparentemente, ele não as afeta, elas bebem quantidades impensáveis para uma pessoa “normal”. São capazes de ingerir duas garrafas de vodca por dia durante anos e continuarem trabalhando sem que isso comprometa sua produtividade.

Mas não para sempre. O fato de o álcool não lhes causar problemas imediatos não significa que não esteja agindo em silêncio no organismo, preparando-o para o dia em que você já não beberá por prazer, mas para não se sentir mal. Esse sentir-se mal é o tremor das mãos pela manhã, o chão que foge dos pés —a síndrome de abstinência, que só pode ser aplacada com uma dose, ou duas, ou três ou mais.

O nome disso é dependência. A partir desse estágio ninguém “sabe beber”.

19:56JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Começou a temporada do tira matéria do ar, suspende a pesquisa. Até a eleição a coisa vai tomar uma proporção tão grande que deveria ter trilha sonora, com música do bumba-meu-boi.

19:53LEROS

de Carlos Castelo

§ Comprei uma TV nova, mais moderna. A anterior era uma Sony, muito boa, aliás. Mas, com o tempo, passou a apresentar problemas irreversíveis na imagem. Foi então que adquiri essa toda cheia das tecnologias. Durante o fim de semana dediquei algum tempo explorando seus recursos. Perto da minha Sony, ela é tipo um Aston Martin Valkyrie. Tem até apps, vejam só. Na verdade, foi o que mais me fascinou. Sai instalando vários. E, quando percebi, eram todos de música clássica, jazz ou notícias. Devo ser um dos poucos sujeitos que assiste TV para ouvir rádio.

15:01Ou uma ou outro

Do enviado especial

A depender do resultado do segundo turno, Curitiba poderá ter uma primeira dama corretora de imóveis ou um primeiro-namorado terapeuta especializado em constelação familiar e intervenções sistêmicas com cavalos que potencializam a energia feminina.

11:28Quilometragem

Essa discussão sobre preço da passagem variável de acordo com os quilômetros rodados, descambou total. Chegou a Londrina e um venenoso de lá disse que só lembrou do assunto por causa da Diana, o mais famoso bordel da cidade na época de ouro do café. Ali, explicou, acontecia o contrário: as meninas com mais ‘quilometragem’ eram as de menor valor cobrado pela cafetina.

10:19Moleculares

62% dos brasileiros com 16 anos ou mais são a favor da proibição de celulares, vulgo moleculares, dentro das escolas. A dificuldade é como desgrudar o aparelho da cara dos estudantes.

9:29Ruído na sonoplastia

Cristina Grael contestou a fala do governador Ratinho Junior sobre seu primeiro emprego, como sonoplasta da rádio do pai. Ele disse que ela foi pejorativa ao expor o currículo dele. Cristina rebateu garantindo não ser nada disso – e que segue em paz, já que ele pediu misericórdia a Deus. Ao ouvir a tréplica da candidata, o Gaiato da Boca Maldita tremeu na base: “Imagina quando ela ficar nervosa!”