12:58Leminski depois do Altas Horas

Assim veio:

Neste sábado (31), após o programa Altas Horas, a RPC transmite para todo o Paraná o Festival Paulo Leminski 80 anos, uma grandes celebração do legado do multiartista Paulo Leminski.

O poeta, escritor, compositor, músico, jornalista, crítico literário e publicitário Paulo Leminski ultrapassou os limites geográficos da cidade com sua arte, conquistando seu espaço no âmbito nacional e internacional, influenciando diferentes gerações de artistas, que levam o seu legado para as mais variadas vertentes culturais.

No Festival, artistas como Paulinho Boca de Cantor, Arnaldo Antunes, a filha de Leminski, Estrela Leminski, com o show Leminskanções e a participação de Zeca Baleiro, A Banda Mais Bonita da Cidade, a banda Blindagem, Vitor Ramil, entre outros, fizeram parte do line-up.

12:53LEROS

de Carlos Castelo

O X se foi, restaram 25 letras. Para mim, entretanto, o Twitter começou seu declínio quando Elon assumiu. Foi como colocar uma raposa para cuidar do galinheiro. Parecia-me que, a cada postagem, em vez de usar a rede mais combativa para influenciar e mobilizar, eu estava apoiando e acoitando essa figura sinistra e multibilionária. Fui desanimando e deixei de escrever com a regularidade de outrora. Desde que ingressei na plataforma, produzi milhares de frases. Depois, colhia-as, criava antologias de aforismos e as publicava em livros. A vontade de produzir dessa maneira arrefeceu com a onipresença da versão tecno de Mussolini entre nós. O Grande Irmão se tornara real, e eu não me sentia nada bem. Por essas e outras razões, não me entristece tanto que Elon se torne Eloff. E te cuida, JP, pois logo sairá do ar quem é da Ku Klux Klan

9:35Como ajudar quem tem depressão e pânico

por Mariliz Pereira Jorge, na FSP

Doenças mentais não se curam com trabalho, chá de camomila, sono ou reza

Estávamos na porta de casa, prontos para sair e curtir uma noite de Rock in Rio. Entradas VIP, com uma porção de mordomias que fazem diferença num festival que recebe milhares de pessoas a cada dia. A programação era ótima e ainda passaríamos a noite com amigos queridos. Antes de cruzar o batente, olhei para o meu marido e disse “não consigo”. Comecei a tremer só de imaginar aquele mar de gente, música alta e fui engolida pelo medo de ter uma crise de pânico naquele tipo de condição.

O que eu recebi em troca foi um abraço. Ouvi dele que estava tudo bem, que poderíamos ver os shows em casa, tinha cerveja na geladeira, ele pediria pizza. Foi uma rotina nos meus dois primeiros anos de diagnóstico de síndrome do pânico, quando eu ainda não entendia quais eram os sinais de uma crise e tinha medo de que ela voltasse a acontecer como já havia, dentro de um restaurante, num baile de Carnaval, no provador de uma loja.

Certa vez tive que me deitar no chão do banheiro do aeroporto, encostar o rosto no piso frio e esperar que o remédio fizesse efeito e o sentimento de quase morte me abandonasse. Diante disso, muitas vezes, escolhia ficar em casa.

E tinha a depressão que me causava um vazio de sentimentos, nenhuma disposição de interagir, nenhum estímulo era suficiente para me comover. Mas o que eu me lembro de todo esse tempo é que tive apoio, empatia, carinho, amor, mesmo quando fui incapaz de retribuir.

Ajudar quem tem doenças psicológicas não é fácil, longe de ser. Mas um bom começo é aceitar e acreditar. Depressão não é frescura, não é preguiça, não é falta de fé, não é falta de louça para lavar, não é doença de rico. Sempre que escrevo sobre o assunto, recebo dezenas de mensagens de pessoas que não tem apoio das pessoas mais próximas, que minimizam o problema e adoram dar soluções mágicas. Depressão não se cura com trabalho, chá de camomila, sono ou reza.

O que eles me ofereceram foi presença. Estiveram sempre com uma mão estendida para quando eu tentasse me agarrar a alguma esperança de ficar bem. Não significa que eu não tenha me sentido sozinha ou revoltada. Hoje, entendo que esses sentimentos eram todos sobre a doença, que eu mesma demorei a aceitar. Eu tinha sido abandonada pela alegria, sentia raiva da dor que me afligia e eu não conseguia entender. Mas as pessoas que estavam no meu entorno formaram uma rede que me protege de mim mesma quando não consigo ser quem sempre fui.

Meu marido e meus pais jamais tentaram atropelar o tempo da minha recuperação. Nunca me forçaram a fazer nada ou trataram a depressão como a maioria ainda faz, como uma doença menor que pode ser resolvida com uma noite de sono, um banho de mar, exercício físico, um pouco de sol, boas companhias. Tudo isso pode ajudar, mas essa crença pelo paliativo apenas reforça o preconceito.

Embora cada pessoa precise de tratamento individualizado e reaja de forma distinta aos estímulos que recebe, se você convive com alguém que tem depressão ou/e pânico ou que demonstre sintomas de doenças psicológicas, ofereça apoio. Converse sobre os tratamentos, pergunte sobre os resultados, sobre os médicos. Mostre-se interessado e confiante no processo. Comente sobre as coisas que lê sobre o assunto, sem que seja o único assunto.

Você não terá a solução, talvez nem as melhores palavras. Nem sempre sabemos o que dizer diante do sofrimento alheio. Diga que está disponível, ofereça colo, consolo, companhia. Não deixe de estimular pequenas coisas no dia a dia ou convidar para programas mais elaborados, mas sem pressão. Dê espaço para que o outro respire, se recupere, mas sem se ausentar tanto para que ele possa se sentir abandonado e sem importância.

Apoie o Setembro Amarelo, uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2013. O mês foi escolhido porque desde 2003 o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

9:12Jaelson Lucas, adeus

Da Agência Estadual de Notícias

A Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) lamenta o falecimento do repórter fotográfico Jaelson Lucas, que morreu nesta sexta-feira (30), em Londrina, após passar por uma cirurgia no coração. Com importante carreira no fotojornalismo paranaense, Jajá, como era conhecido, se destacou na imprensa londrinense, principalmente no jornal Folha de Londrina, com grandes coberturas.

“A despedida de um profissional com o nível e o profissionalismo de Jaelson Lucas deixa a comunicação do Paraná profundamente entristecida. Ele era muito querido por todos da Secretaria da Comunicação. Tinha um humor muito peculiar. Trabalhou sempre com dedicação e zelo pela imagem. Nossos sentimentos aos amigos e familiares”, disse Eriksson Denk, diretor de Imprensa da Secretaria de Comunicação.

Jaelson nasceu em 1954, em Lins (SP), onde iniciou a carreira como fotógrafo, em 1971, com apenas 16 anos de idade. Ao se mudar com a família para o Paraná, passou em uma entrevista no Jornal Panorama, de Londrina. Foram cinco décadas de fotojornalismo, trabalhando em diversos jornais, revistas e agências de publicidade.

Após se mudar para Curitiba, trabalhou também na Prefeitura de Curitiba e no Governo do Estado. Jajá pendurou as câmeras em 2020, quando se aposentou após atuar por quase quatro anos na Agência Estadual de Notícias (AEN), cobrindo reportagens especiais e a agenda de governadores. Além da fotografia, era também “jipeiro” e cruzou o Brasil por diversas vezes a bordo de um 4X4. Jaelson deixa quatro filhos e quatro netos.

“Fotografei o tudo e o nada, o feio e o bonito, a miséria e a riqueza, a vida e a morte, a semente e a planta, a terra e o espaço. Mostrei em imagens grande parte da vida. Primeiramente, claro, em branco e preto. Nos meados dos anos 2000 colori a íris dos olhos dos leitores e, alguns anos, depois digitalizei. Na verdade só quero agradecer a vida. Agradecer a profissão que escolhi. Escolheria e viveria tudo novamente, fácil, fácil”, escreveu Jajá em 2020, quando aposentou as chuteiras.

8:16Longe de Curitiba

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai a Londrina hoje. É o último dia de seu périplo por sete cidades do Paraná, onde marcou presença em carreatas e comícios para apoiar candidatos aliados. Curitiba não estava no roteiro – e vai continuar assim. Isso é política! Isso é campanha!

7:09NELSON PADRELLA

Nos dias que eu precisava de sinceridade, vestia minha roupa mais brega e ia até a Rua Quinze tomar o tradicional cafezinho. Era ali que encontrava os amigos. E onde exercia minha invisibilidade.
Dia seguinte, botava um terno e gravata, sapato brilhoso, sorriso na cara. Vinha todo mundo pra tomar cafezim, quanto tempo o amigo não aparecia, pensamos que estava nas oropa.
Não tomo mais cafezinho na Boca. Garrei desgosto por café.

6:49Domingão de ilusão

por Carlos Castelo

Zilá acordou mais tarde. A casa no subúrbio estava silenciosa, mas não por muito tempo. Com um movimento quase automático, ela alcançou o controle remoto e ligou a televisão, sintonizando no canal de sempre.
A voz estridente e familiar do risonho apresentador encheu o ambiente. “Bom fim de semana, Brasil!” gritou o animador, seu imenso sorriso ocupando toda a tela. Zilá sorriu de volta, como se cumprimentasse um velho amigo.
Era o ponto alto da semana. Por horas, ela ficaria grudada na TV, presenciando aquele riso farto conduzir uma série de quadros previsíveis, mas reconfortantes. Enquanto preparava o café, Zilá ouvia as piadas do apresentador, gargalhando mesmo já sabendo o final delas.
O programa avançava com sua conhecida fórmula. Calouros desafinados cantavam, sendo ora zombados, ora elogiados. Famílias em dificuldades recebiam prêmios em meio a lágrimas e abraços efusivos. Subcelebridades promoviam seus novos trabalhos em entrevistas ocas.
Zilá assistia a tudo, absorta. Quando o apresentador anunciou: agora, vamos ao nosso quadro ‘Gincana da Vergonha Alheia!’, Zilá se ajeitou na cadeira, excitada. Era seu momento favorito, onde participantes faziam coisas ridículas em troca de dinheiro.
Entre uma atração e outra, comerciais vendiam produtos que Zilá não podia comprar, mas que a faziam sonhar com uma vida diferente. Ela fazia anotações mentais: um dia teria aquele carro, aquele celular, aquelas roupas de marca.
As horas passaram voando. Quando o programa acabou, já era noite. Zilá se sentiu vazia. Mas se consolou sabendo que, no próximo domingo, o animador estaria lá de novo, com seu sorrisão e as promessas de diversão e emotividade.
Na manhã seguinte, Zilá acordou com o despertador tocando bem cedinho. Era hora de voltar ao trabalho. Enquanto se arrumava apressada, pensava em como o tempo demorava a passar até o outro final de semana, quando poderia escapar para o mundo colorido e ruidoso do programa de auditório
Enquanto Zilá se perdia em seus pensamentos, o ônibus passava por ruas esburacadas, prédios pichados e decadentes. Sua mente estava ocupada demais repassando os momentos hilários da atração, as fofocas sobre famosos, os prêmios que poderia ganhar se pagasse o carnê em dia. As preocupações com o aumento do aluguel, a falta de medicamentos no postinho e a violência no bairro pareciam distantes. Para Zilá, os dilemas podiam esperar um pouco mais – afinal, o que poderia ela fazer a respeito? Só se lamentar.
(Entendeu agora o que é indústria cultural?)

(Publicado no O Dia)

6:41X, de Musk, sai do ar no Brasil em diversos dispositivos após ordem de Moraes

Da FSP

Plataforma foi suspensa no Brasil por não indicar representante legal no país

A rede social X, o antigo Twitter, saiu do ar no Brasil em diversos dispositivos, a partir das 0h deste sábado (31), após a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que suspendeu as atividades da plataforma após a empresa não indicar um representante legal no país.

No Downdetector, que registra queixas com canais digitais, relatam o passo a passo do X fora do ar. Um deles disse que a rede social parou de funcionar primeiro no computador e depois no celular.

Moraes determinou nesta sexta-feira (30) a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento da rede.

A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional (no segundo caso, também seu responsável administrativo).

Na quarta-feira (28), Moraes intimou o dono do X, o empresário Elon Musk, a indicar em 24 horas um novo representante legal no Brasil, e afirmou que suspenderia a rede caso isso não acontecesse.

O ministro determinava na decisão de quarta que Musk indicasse “em 24 horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil, em território nacional, devidamente comprovados junto à Jucesp [Junta Comercial do Estado de São Paulo]”.

Caso não apresentasse um representante legal, disse o ministro, a rede social seria suspensa “até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias quitadas”.

A intimação foi feita em postagem na página oficial do Supremo do próprio X, na qual o perfil do empresário e do Global Government Affairs da rede social foram marcados.

No dia seguinte, a rede social afirmou que não cumpriria ordens. O posicionamento da empresa foi divulgado sete minutos depois do encerramento do prazo estabelecido por Moraes (20h07).