16:27Filho e pai com Maria

Do Analista dos Planaltos

A campanha política em Curitiba está relevando coisas curiosas. Líder do prefeito Rafael Greca por seis anos, o vereador Píer Petruzziello (Progressista) agora concorre contra o candidato do prefeito, o vice Eduardo Pimentel, apoiando a deputada Maria Victoria (Progressista). Se não bastasse isso, seu pai, Walter Pretruzziello, concorre como vice na chapa da candidata. O advogado, aliás, declarou ter o maior patrimônio entre todos os que disputam a prefeito e a vice.

15:26Sem bloqueadores, campo aberto para golpes

Do Goela de Ouro

Você com certeza já deve ter recebido dezenas de telefonemas e whatts falando que é do banco e relatando compras que não fez, ou se dizendo do INSS e oferecendo empréstimos fajutos e assim por diante. São telefonemas que partem especialmente das prisões em tentativas de golpes por parte daqueles que estão cumprindo pena, com o tempo todo à disposição da “criatividade”. E de onde partem estas ligações? Uma das respostas é esta: dos 118 estabelecimentos prisionais do Paraná. Nenhum deles possui bloqueadores de celular, segundo dados oficiais.

15:04Dr. Zureta

A taxação das blusinhas internacionais já renderem mais de 700 milhões de reais aos cofres públicos. Que tal taxar também as bolsinhas Louis Vuitton e as gravatinhas Hèrmes?

15:01Candidata pede voto em mandarim!

Do enviado especial

Causo de campanha. No domingo, Maria Victoria (PP) fez campanha na feirinha do Largo da Ordem e nos comércios do Centro histórico. No trajeto, a candidata entrou e saiu de estabelecimentos da região e, ao entrar na Dima´s Bar, encontrou com o “Jony”, chinês radicado na capital e proprietário do local. Na descontraída conversa, um apoiador de Maria Victoria comentou que a candidata fala mandarim. Descrente, o proprietário do bar soltou uma expressão na língua chinesa. Maria Victoria não só respondeu como continuou a conversa com outras expressões que apenas os dois interlocutores entediam. Surpreso, Jony soltou uma gargalhada que ecoou no pequeno salão – e disse num português arrastado: “E não é que ela fala mandarim mesmo?!”

10:37Preferência pelo silêncio da foto

Amigo do blog só gosta de ver candidatos a vereador onde só aparece a foto. Ele diz que  lê as propostas pelo semblante de quem não pode falar. Conclui que são muito melhores do que as promessas daqueles que têm tempo de falar, mesmo que em meio segundo. Cada um, cada um.

10:23Sozinho

Um homem pode ser ele mesmo somente enquanto ele está sozinho, e se ele não gosta de solidão, ele não vai amar a liberdade, pois é somente quando ele está sozinho que ele é realmente livre. (Schopenhauer)

 

8:18LEROS

de Carlos Castelo

§ Ontem terminei de ler um livro, comecei outro calhamaço e já estou no último capítulo. Faxinei o apartamento, lavei a louça, a roupa, limpei a gaiola da porquinha-da-índia, e preparei o almoço. À tarde, concluí uma caminhada de oito quilômetros pelo bairro. Mais tarde, maratonei duas séries de suspense com várias temporadas. Antes de dormir, jantei e lavei a cozinha. Pois é, sem X, sem procrastinação.

8:15Promessa e revelação

Na pequena biografia que a assessoria da deputada Maria Victoria (PP) distribuiu no final de semana, no pé do texto sobre a promessa de criar um auxílio financeiro para mulheres vítimas de violência doméstica, há a informação de que  ela, casada com advogado Diego Campos, tem três curitibinhas: Maria Antonia, Maria Valentina e Maria Stefânia. O prefeito Rafael Greca adorou!

7:34JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

O atrito entre propostas dos candidatos a prefeito de Curitiba sobre tarifa do transporte público, no domingo e nos outros dias também, é acompanhado com muita atenção pelos mais interessados. Quando o escolhido pelo voto assumir, os donos dos ônibus vão perguntar: “E aí, como vamos fazer?”

7:16Faltou o tapa!

Ontem, no debate entre candidatos a prefeito em São Paulo, José Luiz Datena (PSDB) saiu do púlpito e foi encarar de perto Pablo Marçal (PRTB), que o desafiou a isso. Parecia que iam sair no braço. Depois do encerramento do programa, as equipes dos dois candidatos chegaram ao empurra-empurra e aos xingamentos nos bastidores antes da intervenção da turma do deixa-disso. Em Curitiba é improvável que isso um dia aconteça. Como disse um craque em campanhas eleitorais, a diferença de orçamento entre as duas capitais não dá margem para este tipo de cena patética.

6:47Seu passado sumiu

por Ruy Castro, na FSP

O Brasil despreza áudios, vídeos, filmes, fotos, desenhos, esculturas, monumentos, casas, ruas, cidades, tudo

Um amigo, envolvido em determinada pesquisa e superestimando meus poderes extrassensoriais, me pergunta onde encontrar o áudio da entrevista do Chacrinha ao Pasquim nos anos 1970. Respondi que não tinha a menor ideia, mas que seria mais fácil achar o áudio da conversa telefônica entre Graham Bell e d. Pedro 2º, na Exposição do Centenário da Independência dos EUA, em Filadélfia, em 1876. Tivesse sido gravado, esse telefonema estaria no acervo do Instituto Smithsonian ou da Biblioteca do Congresso. Os americanos são esquisitos —não jogam nada fora.

As entrevistas do Pasquim, muitas entre as melhores da imprensa brasileira, eram gravadas em cassete e na maior informalidade: ao redor de uísques, com interrupções para ir ao banheiro e todo mundo falando ao mesmo tempo. Concluídas, as fitas eram transcritas na Redação por algum dos participantes e publicadas sem edição —a exceção foi a de Leila Diniz, em 1969, no nº 22, com a genial substituição dos palavrões de Leila por asteriscos. Depois disso, que fim levavam as fitas? Talvez fossem aproveitadas para outras entrevistas. Ou esquecidas num canto e deixadas para trás numa das muitas mudanças do Pasquim ou, quem sabe, jogadas fora, quem vai saber?

Se tivessem caído em mãos do multimuseólogo Luiz Ernesto Kawall, elas estariam preservadas, catalogadas e à mão até hoje. Kawall mantinha em São Paulo um Museu da Voz, a Vozoteca LEK, com 4.000 registros de vozes em todas as mídias —Rui Barbosa, Santos-Dumont, Rondon, Monteiro Lobato, Carmen Miranda, Getulio, Juscelino, Freud, Lênin, Hitler, Mussolini, Churchill, Gandhi, Kennedy. O incansável Kawall morreu no dia 13 último, aos 97 anos, mas, felizmente, seu acervo está a salvo —ele já o doara à USP.

No Brasil, Kawall era exceção. Quando se trata de preservar o patrimônio nacional, não hesitamos —desprezamos áudios, vídeos, filmes, fotos, desenhos, esculturas, monumentos, casas, ruas, cidades, tudo.

Olhe em volta e procure o seu passado. Xi, é mesmo, que fim levou?