11:01Da Lapa para o gol do Santos de Pelé e tela de cinema

Da assessoria de imprensa

Lalá, na Lapa, como estrela do Festival de Cinema – Foto da assessoria

Documentário sobre campeão lapeano, parceiro de Pelé, estreou no Festival de Cinema

A defesa de um pênalti aos 43 minutos do segundo tempo deslanchou a carreira de um rapazinho de 15 anos chamado Carlos Pierin, em 1951 jogando sua primeira partida pelo União, da Liga de Futebol Amador da Lapa, no interior do Paraná. O que ninguém sabia é que estava nascendo ali uma lenda do futebol brasileiro, o goleiro Lalá, expoente da fase áurea do Santos Futebol Clube, ao lado da estrela do time, ninguém menos que Pelé. Sim, Pelé mesmo, o verdadeiro, nosso maior jogador em todos os tempos.

Agora, aos 90 anos parecendo 70, Lalá ganhou um filme sobre suas façanhas, que foi lançado ondem no 15º Festival de Cinema da Lapa. “Ninguém é Campeão Sozinho” tem direção de Élder Fraga, o premiado diretor de “SP Crônicas de uma Cidade Real.

Ao vivo e em cores, Lalá estava presente no Festival e foi homenageado também pela Prefeitura da Lapa, depois da exibição do filme, durante a cerimônia de encerramento, que entregou o Troféu Tropeiro aos vencedores de várias categorias. Os presentes puderam conhecer detalhes sobre a vida do jogador – ele foi o goleiro da famosa turnê que o Santos realizou em 1959 pela Europa, um ano depois da primeira Copa do Mundo em que o Brasil foi campeão, na Suécia. Foi então que o time, que já era referência na América Latina, se tornou conhecido e respeitadíssimo em todo o mundo.

Só que o rigoroso pai de Lalá, filho de imigrantes italianos, preocupado com o futuro do filho não permitiu que ele fosse contratado nem pelo Coritiba nem pelo Athlético Paranaense, os dois clubes curitibanos em que o craque treinou muito brevemente quando ainda tinha 18 anos. Continue lendo

10:22O Novo e o diploma de otário

O Partido Novo inova ao abrir vagas para estudantes universitários. O partido, que tem Deltan Dallagnol como uma de suas estrelas, quer que os jovens que cursam economia, direito e áreas relacionadas à gestão pública, ajudem os prefeitos recém-eleitos na transição. O trabalho é voluntário, ou seja, sem remuneração. A melhor reação dos jovens pode ser resumida na pergunta se o Novo vai oferecer “diploma de otário” para quem aceitar o chamado.

 

10:14Vizinhos

Hoje acontece a eleição para a presidência do Tribunal de Justiça do Paraná. No prédio vizinho, sede do Legislativo, a pauta dos assuntos a serem analisados em plenário nesta segunda-feira contempla várias mensagens do judiciário.

8:50Etarismo flexível

por Martha Medeiros, em O Globo

‘Triste, sou idosa. Alegre, mais gaiata. Sorrir sai mais em conta do que harmonização facial’

Sentada, tenho 63. Levantada, uns 10 anos menos. Caminhando, 20 menos.
Na época em que assistia a shows inteiros em pé, na pista do estádio, como aconteceu nas turnês de Paul McCartney, Rolling Stones e Roger Waters, eu tinha de 17 a 56, dava no mesmo. Hoje, ficar três horas em pé no meio da multidão é uma coisa que não aguardo com ansiedade. A última vez foi ano passado, vendo Titãs, ao ar livre, sob uma chuva torrencial: iniciei o show com 18 e encerrei com 110.
Diante de um cálice de vinho, sou maior de idade. Diante de dois, estou apta a dar conferências. Com um cachorro-quente nas mãos, me lambuzo com a mostarda e cai meu primeiro dente de leite.
Assim que coloco os pés em um aeroporto, tenho 35. Ao embarcar no avião, 32.
Ao desembarcar em outro país, depois de um longo voo noturno, retorno aos meus 63, e com eles permaneço até que eu passe pela fila da imigração, pela esteira da bagagem e pelo trajeto até o hotel. Depois de me instalar, rua. Volto aos 30 e poucos.
Ao me sentar em uma cadeira de dentista, tenho 8 anos.
Diante de um primeiro beijo, 15.
Com febre e dor no corpo, 96.
Reunida com as melhores amigas do colégio, todas nascidas em 1961, temos, no máximo, 19 — quem escutar nossas risadas por trás das paredes confirmará. Às vezes, engatamos conversas adultas, aí encostamos nos 37.
Se o encontro se der apenas entre mim e uma delas, voltamos aos 63. Amigas íntimas, em dupla, trazem sua vivência plena para o centro da mesa.
Quando rezo, 10 anos. Quando transo, idade é o que, mesmo?
Dentro do cinema, na plateia do teatro, devorando um livro, tenho 26, 88, 32, 5, 49, 71, 104, 11.
Quando treino, minha idade depende do peso de cada haltere e de cada caneleira, e de quantas vezes precisarei repetir os exercícios. Vou dos 25 à morte.
De manhã, sou sempre mais jovem do que à noite.
Quando sofro, envelheço. Aí escrevo algo — e compenso. Se vier a publicar, congelo o tempo. Como mágica, leitores de todas as idades passam a ter comigo a mesma história para contar.
Se entra por WhatsApp uma mensagem muito aguardada, fico excitada como se fosse meu aniversário — que, aliás, celebro com entusiasmo adolescente, não importa o número de velas sobre o bolo.
Triste, sou idosa. Alegre, mais gaiata. Sorrir sai mais em conta do que harmonização facial: suprime, no ato, uns oito anos da minha certidão de nascimento.
Neste instante, estou sentada (63), escrevendo (49), com planos de viajar (35), a fim de me apaixonar (17) e acreditando no futuro (12), mesmo ciente de que o mundo entortou e os problemas não irão sumir (63).
São 10h30 da manhã e sou mais moça do que ontem.

 

8:37JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Lula disse que só vai concorrer à reeleição se não tiver outro nome forte para enfrentar a ultra-direita. Bolsonaro gostou porque acha que, assim, vai voltar a ficar elegível rapidinho.

8:09Sem bloqueador

Ao saber que o Ministério Público do Rio Grande do Sul promoveu na semana passada o  workshop “Cadeia de Custódia e Apreensão de Equipamentos Eletrônicos”,  para capacitar policiais penais daquele estado a fim de “fazer frente ao crescente número de apreensões de dispositivos móveis e mídias eletrônicas”, o Gaiato da Boca Maldita não se conformou – e perguntou: “Bloqueador de celular não entrou na pauta por qual motivo?”

7:50Greca retorna e vai enfrentar protestos na Arthur Bernardes

O prefeito Rafael Greca retorna da viagem à Europa no feriadão do próximo final de semana. Quando reassumir vai escutar um barulho que conhece: os protestos contra a obra do Inter 2 na avenida Arthur Bernardes. Na verdade, por enquanto a retomada do projeto ainda está concentrada nas obras complementares. Não chegou à avenida onde serão necessários cortes de árvores do canteiro central – motivo do início das manifestações que na semana passada teve jovens se deitando na frente de caminhões e os gritos ampliados com megafones. Greca vai peitar isso, como já fez em ocasiões anteriores. O motivo é simples e conhecido nos principais gabinetes da prefeitura: não há como parar a obra. Mais: esta de agora ainda tem mais um ano para ser concluída, ou seja, será o primeiro teste de Eduardo Pimentel, o prefeito eleito no mês passado. A conferir.

7:03A Globo, em trilogia de reportagem

Em “O Sol”, Alberto Villas anuncia que chegou às livrarias “A Globo – Hegemonia”, primeiro volume de uma trilogia escrita pelo repórter Ernesto Rodrigues depois de cinco anos de trabalho que começou com ele tendo a garantia de acesso a todas as fontes de informação. É reportagem pura, sem censura ou autocensura. Com carta branca, o jornalista entrevistou mais de cem pessoas e até meados do ano que vem lança “Concorrência” e “Metamorfose”. Neste primeiro livro, de 700 páginas, de cara ele conta como foi demitido da emissora em maio de 1999 quando deu um plantão anunciando a morte de João do Pulo, que estava vivo. Villas, que também trabalhou na Globo, acerta ao informar que este ato de coragem dá ainda mais credibilidade ao trabalho.

 

18:55Eleições

As eleições para a presidência do Tribunal de Justiça e da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná, acontecem amanhã (11) e dia 22 de novembro, respectivamente. Fiquem de olho! Pode ser tudo. A conferir.

12:41VIVA O POVO BRASILEIRO

de João Ubaldo Ribeiro. no livro “Viva o Povo Brasileiro”

… Sem conseguir resolver para onde olhar durante todo esse tempo, Dafé se admirou de haver tanta ciência naquela gente comum, se admirou também de nunca ter visto nos livros que pessoas como essas pudessem possuir conhecimentos e habilidades tão bonitos, achou até mesmo a mãe uma desconhecida, misteriosa e distante, em seu saber antes nunca testemunhado. Quantos estudos não haveria ali, como ficavam todos bonitos fazendo ali suas tarefas, agora também ela ia ser pescadora! Até pouquinho, estivera meio convencida, porque ia ser professora e portanto sabia muito mais coisas do que todos eles juntos, mas se via que não era assim. Tinha gente que pescava o peixe, gente que plantava a verdura, gente que fiava o pano, gente que trabalhava a madeira, gente de toda espécie, e tudo isso requeria grande conhecimento e muitas coisas por dentro e por trás desse conhecimento — talvez fosse isto a vida, como ensinava vô Leléu, quanta coisa existia na vida! Que beleza era a vida, cada objeto um mundão com tantas outras coisas ligadas a ele e até um pedaço de pano teve alguém para prestar atenção só nele um dia, até tecê-lo e acabá-lo e cortá-lo, alguém que tinha conhecimentos tão grandes como esses pescadores e navegadores, mas já se viu coisa mais bonita neste mundo do nosso Deus? Dafé sentiu até um pouco de vontade de dançar, deu uns tapinhas acelerados na borda do barco, deu uns gritinhos, sapateou de emoção, correu de um lado para o outro, vendo aqui o peixe que vinha, ali o anzol sendo iscado, acolá o plaf-plaf das chumbadas engolidas pela água — mas oba, oba, oba, esta vida não é uma beleza cheia de novidades? Agora ela também queria trabalhar de navegadora e pescadora. Mas também queria ser professora. E o que é que ela queria mesmo? Queria ser tudo, isso sim! Porque cada ofício tem o seu conhecimento da vida, quantos lados tem a vida, vô Leléu?…

8:28Empregos

Ao saber que 65% dos servidores públicos brasileiros têm estabilidade no emprego, o Gaiato da Boca Maldita deu de ombros e cravou: “Não tenho inveja porque minha instabilidade sempre foi de 100%”.