8:03O pacote e o dedo

Ao saber que o ministro Fernando Haddad espera apenas o posicionamento da Defesa para fechar o pacote de cortes de gastos do governo, o Gaiato da Boca Maldita nem pensou para detonar: “O máximo que os militares vão fazer para contribuir é colocar o dedo indicador para garantir que o laço do pacote seja bem dado”.

7:55O amor radical de Satish Kumar

por Giovana Madalosso

Ativista aposta no amor radical como força de transformação

Será que amor combina com radicalismo? Foi com essa pergunta que entrei no cinema para ver o excelente documentário “Amor Radical”, sobre a vida de Satish Kumar. Um ativista indiano conhecido por ter dado uma longa pernada: em 1962, decidido a protestar contra a bomba atômica, ele foi a pé da Índia até quatro capitais do mundo nuclear —Moscou, Paris, Londres e Washington.

Satish partiu para essa viagem sem um centavo no bolso. Foi proposital: não ter dinheiro o obrigaria a pedir ajuda e se conectar com as pessoas. Algo curioso para nós, criados em uma sociedade individualista, mas não para esse indiano que, além de ter sido educado em outra cultura, resolveu se tornar monge aos nove anos.

Satish deixou o monastério no começo da vida adulta, acreditando que precisava levar seu conhecimento além daquelas paredes. É então que ele começa a sua peregrinação pelo mundo, não só pelo mundo da bomba atômica, mas este outro, que todos percorremos.

Há uma parte em que o ativista fala sobre nossa caminhada diária. “Há duas maneiras de viver, como um peregrino ou como um turista. Ser peregrino é aceitar o mundo como ele é, sem julgamentos, sem expectativas. Podemos viver no planeta como peregrinos, tirando da terra só o que realmente necessitamos. Sem desperdício, sem poluição, sem extravagância. Já a mente do turista é uma mente cheia de ganância e expectativas. E quando as expectativas não são alcançadas, o turista fica decepcionado. Mas peregrinos não têm expectativas e, portando, não têm decepções.”

Uma verdade simples e também difícil de ser introjetada, já que fomos criados para querer mais, sempre mais, como se isso garantisse a felicidade. Ilusão que, além de nos frustrar constantemente, vem destruindo o planeta.

Ao fim de suas perambulações, Satish acaba por fundar uma escola na Inglaterra, onde conduz seus alunos na contramão da máquina autofágica do capitalismo. Vemos pessoas do mundo inteiro reunidas em torno do ativista, tentando entender de que forma é possível subverter a lógica do sistema, seja apostando em formas menos hierárquicas de trabalho ou resgatando a centralidade da natureza.

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7:19JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

A palavra rebaixamento foi extinta do vocabulário dos e torcedores atleticanos depois da vitória de sábado de 1 a 0 no jogo sobre o Galo Mineiro. Pelo que se viu na Baixada, com recorde de público, agora cada uma das três partidas que ali serão disputadas pelo Campeonato Brasileiro será considerada final de campeonato. Cada uma vencida entrará para a história como conquista de campeonato. O resto não importa, pois é dor de cotovelo dos inimigos.

7:01NELSON PADRELLA

CARROÇA DO SÉCULO XXI É DESCOBERTA INTACTA

O mundo científico está pasmo com a descoberta feita recentemente, em alguma parte do Brasil, de uma carroça agrária que servia para o transporte de verduras e tubérculos. Não se sabe que tipo de motor movimentava o aparelho. Acredita-se que tenha sido enviado pelos extraterrestres cooptados através de celulares colocados nas madeixas.

6:55As bombas e o silêncio como estratégia eleitoral

Qual a opinião de Ratinho Junior sobre o atentado da semana passada na Praça dos Três Poderes em Brasília? Silêncio. Ele nem precisou fazer esforço para isso porque é um “modus operandi” que treinou muito até aqui nos seus mandatos de governador. É uma estratégia que, queiram os adversários ou não, deu resultado. Os índices de aprovação da sua administração comprovam isso. Ratinho não entra em bola dividida. Dessa vez, entretanto, não está só. Como ele o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o próprio presidente Lula, também ficaram na deles. O motivo é simples: a eleição presidencial de 2026 – e, no caso, apesar do ruído, ninguém sabe se o que aconteceu em Brasília foi um ato de terrorismo de facção ou um gesto isolado tresloucado do catarinense que se suicidou, apesar de ele ser da ala radical da direita e filiado ao PL. Outros candidatos à sucessão, como Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e Romeu Zema, de Minas Gerais, aproveitaram a deixa para atacar contra o governo federal, de olho na “herança” de Jair Bolsonaro, que está inelegível, mas sonha com um milagre de reverter a situação no STF. Isso é política!

6:29“Não perdi a minha vida por delicadeza“

por José Maria Correia

Há cerca de quarenta anos atrás, em 1986 e durante a cerimônia de transmissão do cargo de governador de José Richa para seu vice João Elisio no Palácio Iguaçú, resolvemos organizar um protesto enérgico contra a presença do mais longevo e antigo ditador do mundo .

O infame general paraguaio Alfredo Stroessner.

Eu era o vereador de Curitiba mais votado e líder do governo, tinha alguma presença, e ainda não me tornara invisível no cenário político da província.

Recebi prévias ponderações de alguns setores da esquerda , de progressistas e de conservadores , me desaconselhando da iniciativa e justificando que a vinda do sanguinário ditador, mesmo indesejável, era necessária em razão dos interesses e contratos internacionais, Brasil , Argentina e Paraguai que envolviam , exportações , a Itaipu Binacional e o Porto de Paranaguá.

Exigências diplomáticas e ações que seriam suficientes para evitar os constrangimentos ao veterano déspota que eu causaria, portanto.

Expliquei aos companheiros que seria a única oportunidade que teríamos de protestar e denunciar os assassinatos de milhares de militantes que defendiam a democracia e o retorno ao estado de direito e tinham sido sequestrados torturados e assassinados nas operações clandestinas da Operação Condor e em outras de interesse da CIA e da repressão no Cone Sul.

Um dever de solidariedade aos torturados, mortos e desaparecidos e seus familiares.

Com Stroesnner viriam também os oficiais do aparato de repressão que não saiam do Paraguai há mais de vinte anos por medo de serem processados , condenados e presos em outros países , cujos cidadãos haviam sido assassinados na famigerada “ Casa da Morte” o centro de tortura comandado pelo temido “ Pastor Coronel” um aplicado discípulo do técnico em interrogatórios Dan Mitrione , instrutor que andou pelo Brasil todo e também por Curitiba, até ser justiçado no Uruguai em 1970 .

A única e imperdível oportunidade de um protesto olhando nos olhos dos criminosos.

“Não deveríamos perder a ocasião e nem a vida por delicadeza“, como escreveu o jovem poeta Arthur Rimbaud” .

Assim. em uma bela manhã de sol lá estávamos em uma centena de jovens rebeldes com faixas e cartazes de “ Abaixo a ditadura. “

“ Fora Stroessner bandido” e outros mais , bem na porta de entrada do Palácio Iguaçu.

Foi uma surpresa para o incompetente serviço de inteligência do ditador, e maior ainda para ele que teve que entrar escoltado veloz e indignamente, irritado e assustado com a possibilidade de um atentado.

Bem, o fato é que a cerimônia prosseguiu com o salão térreo lotado e os discursos de praxe dos convictos democratas, os governadores José Richa e João Elisio, até o momento em que eu, seguindo o que havia sido planejado. me aproximei bem na frente do ditador e levantei alto o cartaz de – Abaixo a Ditadura, com gritos de minha parte e dos companheiros espalhados

Entre eles universitários , intelectuais e alguns líderes políticos de oposição e exilados do Paraguai que vieram de Foz do Iguaçu para o protesto pacífico e sem violência.

Foi o constrangimento não esperado.

Os generais de Stroessner e o próprio , todos de impecáveis uniformes brancos e muitas medalhas e condecorações irrelevantes ostentavam, também quepes e chapéus altos que mais lembravam os de cozinheiros e chefs de cozinhas de restaurantes.

Passaram a me olhar com ódio e sinais corporais de ameaças que eu já conhecia em minha vida profissional de delegado de polícia .

Houve perplexidade no imenso salão do palácio e um silêncio com gestos vindos do palanque recheado de deputados e secretários, uns faziam discretos sinais de positivo com os polegares das mãos e outros acenavam como se fossem maestros pedindo moderação nos tons aos músicos da orquestra .

A segurança do palácio logo me cercou para apreender o cartaz, mas alguns outros surgiram nos fundos e já não havia mais clima para a permanência da comitiva ditatorial.

O cenário da primeira manifestação pública no Brasil contra Stroessner era propício para fotografias e registros históricos.

Foi o que fez o grande fotógrafo Orlando Kissner, correspondente da Reuters e de agências estrangeiras, registrando todo o episódio.

Os generais ao término do evento saíram apressados para seus Chevrolets Opalas pretos cercados pelos manifestantes e debaixo de vaias.

Os carros que receberam tapas nas capotas saíram em disparada queimando pneus.

No dia seguinte, os principais jornais do Brasil e do mundo colocaram essas fotos com manchetes nas primeiras páginas .

Eu recebi muitas mensagens de congratulações pela coragem e desassombro de organizações que defendiam os direitos humanos em todos os continentes.

Mas também fui muito atacado por parte da imprensa local, com alguns editoriais e artigos de jornalistas à soldo , ou reacionários de extrema direita , que me acusavam de esquerdista irresponsável, anarquista e tantas outras desqualificações que somente me fizeram ter certeza de que eu e os companheiros estávamos certos.

Foi o único protesto público na presença do ditador até que fosse deposto e a repercussão também contribuiu de alguma forma para que três anos depois em 1989 , fosse deposto e terminasse seus dias exilado e impune morando no Brasil onde faleceu senil em 2006

Passados esses anos todos da manifestação que fizemos contra um ditador presidente no exercício de seu cargo, leio agora muitas reações semelhantes criticando a quebra da liturgia e contra uma frase que a socióloga Janja da Silva , esposa do presidente Lula, disse em uma manifestação descontraída contra o golpista digital Elon Musk , o homem mais rico do mundo, convidado para um cargo de predador no futuro governo de Trump , o Herodes dos imigrantes latinos.

Mas o que fez afinal Janja de tão grave ? Continue lendo

18:43oberlan rossetim

Era uma estrela só
Chegava em casa tarde
Depois do expediente, da dívida
As fibras da noite se costuravam
Para recebê-lo
Olhava para cima
Como se lá morasse uma rima
Que fizesse da luz
Uma presença a mais
No itinerário

18:31O que vem por aí na sucessão estadual

Eleito presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Alexandre Curi aumentou o volume de sua pré-candidatura ao governo do Paraná e disse, de forma polida, que está pronto para enfrentar o desafio se for escolhido pelo seu partido, o PSD. Ele citou Darci Piana, atual vice-governador, e o prefeito Rafael Greca como nomes também preparados para o desafio. Piana já avisou que está fora dessa. Greca tem o próximo ano para pensar e analisar, quando deverá estar à frente de uma secretaria do governo estadual. Na verdade, quando Curi fala em partido, pode-se trocar a sigla por um nome: Ratinho Junior. É o governador quem vai escolher seu sucessor  – e isso deverá ser anunciado em 2026. Até lá, é bom nunca esquecer, o neto de Anibal Khouri, além de continuar sua corriqueira visita a todos os municípios do Paraná, coisa que faz há anos e o transformaram no mais votado deputado estadual, vai ser o czar do Legislativo e ficar ainda mais afinado com os projetos do governador. Este deverá acelerar seus planos para  ganhar projeção nacional, já que pretende ser candidato a presidente, projeto que não esconde. Portanto.. Isso é política! A verificar.

18:0320 e 80

80% dos brasileiros defendem demissão de servidores públicos por mau desempenho. 20% são servidores públicos e sabem que isso nunca vai acontecer.