11:11Requião nervoso

Roberto Requião está uma fera. Em vídeo disse que foi excluído do debate promovido pelo Plural, UFPR e OAB que acontece no dia 12.. Comparou com o que fazem com Pablo Marçal em São Paulo “porque não querem debater”. Disse, no entanto, que vai ao local como espectador, só que vai comentar os assuntos pela internet e por telefone. Resumo: vai balançar o coreto.

10:35E se fosse branco?

O escritor Carlos Verçosa foi às redes sociais e colocou um holofote sobre os acontecimentos que resultaram na demissão do ministro Silvio Almeida. Para dar o último tiro da metralhadora ele pergunta: “Se o Ministro dos Direitos Humanos fosse branco ele teria sido execrado e defenestrado do mesmo jeito?”. O texto é o que segue na íntegra: Continue lendo

10:27Primeiro mundo

Ao ouvir  um candidato falar que o problema de morador de rua é mundial e tem em Paris, Tóquio e Los Angeles, o Gaiato da Boca Maldita exultou: “Ainda bem que temos agora só problema de país desenvolvido. Somos do primeiro mundo”

8:24NELSON PADRELLA

Aqui na Terra Plana chegam notícias dando que los reyes católicos estão afim de abrir as burras para um navegador tomar póce, pitza, pacem de uns lotes de terra que se chamará Ame-a: É Rica. Isso marcará o fim da época medieval e começo da Era Mas Não Foi.

8:12LEROS

de Carlos Castelo

§ O pessoal do condomínio onde moro está fazendo um abaixo-assinado. Querem uma lombada, com faixa, na frente dos prédios. Já existe uma faixa de pedestres a 50 metros de nossa entrada, mas, segundo eles, ninguém obedece. Sempre ouvi dizer que, quanto mais lombadas há numa cidade, menor o índice de educação de seus habitantes. Por tal premissa, devemos ser o povo mais bárbaro das Américas. Ontem mesmo, durante minha caminhada matinal, uma senhora abriu a porta de seu automóvel, sem olhar para a calçada, e me atingiu em cheio. Precisamos reconstruir o país, não há dúvida (além do meu nariz). Porém, deixando as grandes questões para um pouco mais tarde. Sem o básico equacionado, continuaremos sendo esse gigante pela própria desnatureza.

7:28O barba

Uma biografia do falecido jornalista, escritor e marqueteiro Fabio Campana começa a tomar forma. No grupo que planeja a edição estão as jornalistas Isabela França e Martha Feldens. O texto será do pernambucano Mario Helio Gomes. A conferir.

7:23Na canela

Pode ser tudo. Perto de entrar na reta final da campanha para prefeito de Curitiba, Ney Leprevost (União) partiu para o ataque no estilo canelada venenosa contra Eduardo Pimentel (PSD), que lidera as pesquisas. Ontem, em entrevista na rádio Banda B, disse que se o candidato apoiado por Greca e Ratinho Junior fosse bom gestor estaria cuidando do patrimônio da família. Se haverá resposta, não se sabe, mas um sábio bem humorado do Centro Cívico disse que Leprevost esqueceu de colocar no mesmo ataque um dos grandes aliados de Pimentel nesta disputa, o presidente do Republicanos Marcelo Almeida, ex-deputado federal que hoje cuida de uma famosa padaria na cidade.

6:52João do Rio construiu uma obra de exceção no Brasil

por Alvaro Costa e Silva, na FSP

Escritor profissional, investigava tanto ‘a gente de cima’ como ‘a canalha’

Por nunca ter trabalhado no serviço público, ao contrário da esmagadora maioria dos literatos de seu tempo (e não só, dos que surgiram depois também), João do Rio teve de ganhar a vida com o jornalismo. Ao longo de uma carreira que durou 22 anos, publicou milhares de textos em jornais e revistas, quase diariamente: reportagens, contos, crônicas, romances em folhetim, conferências, colunismo social, crítica de teatro e de artes plásticas, usando um chorrilho de pseudônimos e heterônimos para retratar e satirizar o país que se modernizava no início do século 20.

João do Rio é o homenageado da Flip e de um ciclo de palestras que começa nesta quarta (11) no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, em São Paulo. Recém-lançado pela editora Chão, com organização de Juliana Bulgarelli, “O Fim do Maxixe” reúne 31 crônicas que saíram entre 1903 e 1918 e permaneciam inéditas em livro, confirmando o pioneirismo do autor no gênero. Indo além de José de Alencar e Machado de Assis, que comentavam as atualidades olhando de seus gabinetes, meteu-se nas ruas para conversar com as pessoas. E que pessoas! Que ruas!

Homem de personalidade complexa, cheio de máscaras e disfarces, parecia encontrar-se sempre numa encruzilhada. Gordo, vestia-se como um dândi: chapéu coco, fraques extravagantes, coletes coloridos, camisas de seda de 200 mil réis (uma fortuna na época), calças de caxemira, diamante espetado na gravata plastrom, botas de pelica, charuto à boca, banhado em água de colônia.

Enroupado e perfumado, penetrava nos becos e ladeiras do Castelo e da Saúde, na praia do Peixe, nos terreiros de candomblé, nos cortiços, nos hotéis suspeitos, nas favelas nascentes, nos presídios, nos covis de ópio. Estava em busca de seus personagens: mendigos, drogados, tatuadores, estivadores, macumbeiros, foliões, pintores de rua, caçadores de ratos, papa-defuntos, videntes.

Com a mesma desenvoltura, frequentava os salões de milionários, os “five o’clock teas” e as altas rodas da política, observando-os de maneira crítica e irônica. João do Rio dizia que lhe interessava investigar apenas “a gente de cima e a canalha”. Neste aspecto, foi um escritor único no Brasil.

18:16RUBEM BRAGA

Sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos que muito souberam amar.