Fotos de Ralf G. Stade e Roberto José da Silva
Fotos de Ralf G. Stade e Roberto José da Silva
por Renato Terra, na FSP
Fatos isolados acima de tudo, coincidências acima de todos
“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff.” “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre.” “O erro da ditadura foi torturar e não matar.” “No período da ditadura, deviam ter fuzilado uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique.” “Vamos dar fuzil para o produtor rural porque cartão de visita para invasor é o rifle 762.” “O povo dirá que voto tem que ser auditável, que a contagem tem que ser pública, e que o voto tem que ser impresso.” “Dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais.”
Essas frases ditas por Jair Bolsonaro são fatos isolados e nada têm a ver com os demais fatos isolados citados a seguir.
Basta “um soldado e um cabo” para fechar o STF, disse Eduardo Bolsonaro. A afirmação do filho de Jair Bolsonaro é um fato isolado e nada tem a ver com os fatos isolados proferidos pelo pai.
Alan Diego dos Santos Rodrigues foi preso por participar da tentativa de explodir uma bomba colocada num caminhão-tanque de querosene no aeroporto de Brasília. Trata-se de um fato isolado.
O fato isolado protagonizado por Carla Zambelli de apontar uma arma para um homem numa rua movimentada de São Paulo nada tem a ver com o fato isolado protagonizado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, que jogou uma granada e atirou contra agentes da Polícia Federal.
A invasão e a depredação da praça dos Três Poderes em 8 de janeiro são fatos isolados. A conivência das forças de segurança com os invasores é um fato isolado. Diversos fatos isolados também se espalharam pelas rodovias brasileiras depois das eleições presidenciais. Estradas isoladas foram fechadas, caminhões isolados foram incendiados.
Francisco Wanderley Luiz lançou explosivos em direção ao STF e acabou morrendo. Seu veículo, onde havia fogos de artifício e tijolos, explodiu na Câmara dos Deputados. O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou o ocorrido como um fato isolado.
O plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes é, obviamente, um fato isolado. As suspeitas que envolvem nomes próximos a Jair Bolsonaro na trama assassina são fatos isolados. O assassinato de Marielle Franco é um fato isolado.
Ontem, no estádio Mario Celso Petraglia – Foto de Roberto Souza/athletico.com.br
Do ombudsman
A jornalista Dora Kramer, colunista da Folha de S.Paulo, escreveu artigo para analisar a “cabeça de extremista de Jair Bolsonaro”. Perfeito, mas lá pelas tantas ela registra que em 1986 ele era cabo do Exército e foi preso por 15 dias por atos de indisciplina relacionados à reinvindicação por aumento de salário. No ano seguinte apareceu como autor de um plano para explodir bombas em quarteis pelo mesmo motivo. Foi julgado, condenado e depois absolvido pelo Superior Tribunal Militar, quando passou para a reserva como capitão. De cabo a capitão em pouco mais de um ano é algo impossível de acontecer. Mas ele fez mais na democracia brasileira. Entrou para a política e, anos depois, de deputado federal anônimo, chegou a presidente da República. Se ficasse como “cabo”, poderia chegar a subtenente e ido para a reserva no anonimato, deixando o Brasil um pouco menos espantado.
Do Filósofo do Centro Cínico
Nenhum coronel do Paraná foi citado no esquema do golpe. Somos, definitivamente, a terra da soja.
Da Agência Estadual de Notícias
Guairão recebe Trio Parada dura e a dupla Lourenço & Lourival no domingo
Os fãs de modão vão se emocionar com um show inédito na capital paranaense e que vai reunir no palco do Guairão a dupla Lourenço & Lourival e o Trio Parada Dura. Donos de vozes inconfundíveis e de músicas tocadas em rádios de todo o país por décadas, eles prometem relembrar as raízes sertanejas. O show “Mitos do Sertanejo” acontece no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, neste domingo (24), às 20h.
O golpe só não deu certo porque o Bolsonaro é um amarelão.
Do Filósofo do Centro Cínico
O Recruta Zero reclama nas redes sociais que o nome dele ainda não apareceu nas conversas dos militares na preparação para o golpe e aniquilamento de altas autoridades do país.
Para ouvir e não esquecer:
O novo podcast do Plural relata em seis episódios a história do povo negro em Curitiba. Suas lutas, suas dores, suas glórias. Tem muita coisa que você nem imagina sobre a cidade e que vai conhecer agora. Invisíveis, o novo podcast do jornal Plural.tO viajante francês Saint Hilaire passou por Curitiba dois séculos atrás. Fez as contas e viu que a cidade tinha 1.857 pessoas escravizadas. Pouco tempo depois, em 1827, o pintor Jean-Baptiste Debret pintou a primeira imagem conhecida da cidade: havia uma única pessoa na tela, e era um negro.
Apesar de todos os documentos históricos relatando a presença dos negros na cidade desde o começo, muita gente tentou negar os fatos. O marketing da capital europeia criou praças e monumentos para todas as outras etnias, mas os negros foram esquecidos. Agora, é hora de retomar a história dessas pessoas invisíveis.
Foto de Antonio Guerreiro
Do Goela de Ouro
Quem frequenta a prefeitura sabe que o prefeito Eduardo Pimentel não vai conseguir atender a todos os pedidos com nomes para formar sua equipe de governo. Os compromissos na campanha foram muitos, mas… Nessa situação, o maior interesse é saber se Luiz Fernando Jamur continua ou não na Secretaria de Governo, assim como Vanessa Volpi, Procuradora Geral do Município.
O Gaiato da Boca Maldita diz que tem um amigo tão desligadão que, ao saber sobre a nova rota da seda, perguntou logo se era uma alternativa viária entre o centro de Curitiba e o Parolim.
Era tão agressivo comercialmente que, no leito de morte, vendeu o último suspiro.
No quintal da Dona Zefa – Foto de Ricardo Silva
por Pepita Ortega, Marcelo Godoy e Fausto Macedo no Estadão
Além do núcleo extremista do Exército preso na Operação Contragolpe, investigação identifica grupo de 10 generais, 16 coronéis e um almirante, entre outros, que foram informados sobre o plano; Estadão pediu manifestação das Forças Armadas e dos presos, mas não obteve resposta
A Operação Contragolpe aberta pela Polícia Federal nesta terça, 19, não só levou à prisão de militares que planejaram a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas também revelou uma extensa rede do alto escalão das Forças Armadas, com oficiais graduados que trocavam informações sobre o golpe e/ou eram cotados para “pacificar” o País após a ruptura formada. Os investigadores encontraram mensagens, reuniões, documentos e áudios com citações, em diferentes graus, a pelo menos 35 militares – entre eles dez generais e 16 coronéis do Exército, além de um almirante – durante a mais recente fase sobre a trama antidemocrática supostamente gestada no governo Jair Bolsonaro. Continue lendo
A primeira obra inaugurada pelo prefeito Rafael Greca depois do retorno da viagem à Europa foi a do bairro Capão da Imbuia, parte do Projeto Inter 2 que vai abranger 38 bairros, tem mais três módulos a concluir e vai custar US$ 107 milhões, financiados pelo BID. Segundo a prefeitura as intervenções buscam “modernizar a mobilidade urbana e aumentar a eficiência do sistema de transporte, promovendo também o desenvolvimento dos bairros”. O mandato de Greca termina em dezembro. Ficou para o futuro prefeito, Eduardo Pimentel, a incumbência de lidar com ambientalistas e moradores do entorno da avenida Arthur Bernardes por conta da remoção e corte de árvores do canteiro central previstas para esta parte do projeto. Os protestos começaram há algum tempo e tendem a aumentar, apesar das explicações oficiais. A conferir.
A Defensoria Pública do Distrito Federal publicou o “Dicionário Antirracista – termos para eliminar do seu vocabulário”. Segue a apresentação do trabalho e os termos e suas origens em link.
Esta cartilha resulta da colaboração entre a Defensoria Pública do
Distrito Federal (DPDF) e a Universidade de Brasília (UnB), visando
enfrentar o racismo que estrutura a sociedade. O propósito é
promover uma consciência crítica em relação aos termos racistas
utilizados no cotidiano, orientando sobre como evitá-los e substitui-los
por expressões isentas de preconceitos.
O racismo, enraizado em nossos comportamentos e naturalizado,
demanda uma reeducação desse imaginário. A cartilha busca
contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, justa e
igualitária, destacando a importância do combate ao racismo e suas
manifestações sistêmicas.
Dicionario-Antirracista-termos-para-eliminar-do-seu-vocabulario-v7-2
Quando os militares falam que não vão se meter em política, já estão se metendo. (Millôr)