6:49Joaquim Américo é o nosso estádio

por Mário Montanha Teixeira Filho

No primeiro semestre deste ano, o conselho deliberativo (assim, em minúsculo) do CAP aprovou a mudança de nome do estádio do clube. Uma votação incrivelmente unânime deu ao templo histórico o nome de Mario Celso Petraglia. O todo-poderoso, enfim, impôs o seu egocentrismo, numa ação de completo desrespeito ao verdadeiro destinatário da homenagem: Joaquim Américo Guimarães. Sobrou para os conselheiros atuais a vergonha de participar, como coadjuvantes, de um roteiro mesquinho, personalista e ridículo, cumprindo sem nenhum questionamento a ordem que lhes foi ditada pelo chefe supremo. 

Em campo, o time que veste as camisas horríveis concebidas por marqueteiros de araque acumulou – e segue acumulando – vexames. Um time sem rumo, sem direção, sem objetivos e sem nenhuma perspectiva. Curiosamente, o agora estádio Mario Celso Petraglia tem sido palco de sucessivas derrotas, algo que não acontecia nem mesmo nos tempos de vacas muito magras, quando nossos jogadores pisavam o gramado com uniformes desbotados e sem saber quando receberiam seus salários. Ainda que desprovidos de títulos e glórias oficiais, éramos quase invencíveis em casa. Sobrevivíamos de paixão, éramos livres para amar.

Agora, fazendo jus ao novo nome, nosso estádio não assusta mais ninguém. Há coerência nisso, uma vez que a persona que virou dona de tudo, a que insiste em destruir o passado, colocando-se acima de uma história centenária e bela, a que se diz especialista em dinheiro, transações milionárias e balanços contábeis, essa persona é absolutamente ignorante quando o que de fato interessa, o futebol, está em discussão. Petraglia não manja nada do assunto, e isso foi dito por ele mesmo algum tempo atrás.

O CAP, hoje mais do que nunca, é uma grande mentira, a ilusão de modernidade e gigantismo que só provoca tristeza e machuca o coração dos seus torcedores. Há quem diga que tudo isso é fruto de uma maldição trazida pelos abusos autoritários que se sucederam. Como não creio no sobrenatural, fico com a objetividade dos fatos. O Athletico, uma descaracterização bizarra do que fomos um dia, não é o nosso Atlético, feito de simplicidade e força coletiva. O Athletico não existe para nós.

Temos, portanto, o direito de reivindicar o que é nosso e nos foi retirado por uma sucessão de atos ilegítimos e tiranos. O primeiro passo é fazer com que os usurpadores nos devolvam o estádio Joaquim Américo, a Baixada que pertence a milhões de pessoas. E desfazer o conselho deliberativo que enlameou os símbolos atleticanos com sua omissão. Joaquim Américo é o nosso estádio! O outro – Mario Celso Petraglia – não passa de (mais) uma invenção dos ilusionistas que montaram o time sem alma que nos constrange e maltrata.

18:08Vontade de tomar groselha

Romário faz três na goleada de 5 a 0 do Barcelona sobre o Real Madri. Vi a lua entre nuvens/fumaça. Alguém escreve que tentou o suicídio pela segunda vez. Lembro dos sonhos vívidos onde sou diretor, mas o script só deus sabe – e como! Me espetaram a gengiva às oito da manhã. Fui a um velório. Segurei as mãos frias de um corpo que abrigou alma vulcânica. Falei para alguém com lágrimas nos olhos que aquele ali, sim, cumpriu a missão – e que missão! O dia era de aniversário. Do irmão que se foi antes do tempo. Será? Para quem quis se matar, escrevi que passei vinte anos tentando isso, mas sem pensar. Talvez a longa experiência tenha me dado a certeza de que viver é emocionante. Por exemplo: quem pode negar que a agulha na gengiva não injetou algo muito além da anestesia? Foi ao cérebro e isso me fez ficar na paz diante de corpos inertes – um na presença, outro na eternidade do pensamento. Para alguém há meio ano navegando nas catacumbas, foi e é, até agora, demais. No Defensores Del Chaco vi Romário destruir o Paraguai numa final do sul-americano de juniores. Depois escrevi e alguém deve ter lido na revista que ia para todas as bancas do Brasil. Faz tempo? Não. Agora. Quem viajou para o inferno foi o ditador Alfredo Stroessner. Ele estava há alguns metros de distância do bico do meu tênis surrado, mas cercado por um exército de seguranças. Sobrevivi. Para contar? Talvez, mas com certeza para tomar mais água com gás e ficar com vontade de groselha.

16:04JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

A disputa pela prefeitura de Foz do Iguaçu está tão emocionante, pra não dizer violenta, que se continuar esquentando alguém vai desafiar o adversário para despencar pelas cataratas dentro de um barril fechado. Quem pipocar desiste da disputa.

15:48A resposta do general

Mensagem enviada pelo general Joaquim Silva e Luna em resposta ao texto do Metrópoles aqui reproduzido:

Em relação à matéria sobre os pagamentos de bonificações na Itaipu Binacional, intitulada “General Bolsonarista é denunciado em Itaipu”, publicada na coluna do respeitado jornalista Guilherme Amado, no Portal Metrópoles, é importante destacar que a decisão pelo pagamento aos empregados brasileiros ocorreu após a constatação de que a Diretoria-Geral paraguaia já havia realizado tal bonificação a seus empregados. Os colaboradores do lado brasileiro sentiram-se prejudicados e reivindicaram seus direitos conforme o acordo coletivo vigente. A diretoria colegiada, em votação, deliberou pelo pagamento dessas bonificações a todo o corpo funcional, incluindo os diretores.
Esclareço ainda que os recursos que recebi foram utilizados de acordo com a minha consciência e convicção pessoal. Não fiquei com um centavo sequer. Como sempre fiz, ajudei aqueles que mais precisam, sem qualquer intenção de reconhecimento ou benefício pessoal, em consonância com os princípios que sempre guiaram minha vida.

15:08General bolsonarista é denunciado em Itaipu por prêmios de R$ 1,3 mi

Do Metrópoles

Ex-diretor de Itaipu autorizou bonificação a si mesmo e a cinco colegas, que somam R$ 1,3 milhão; denúncia diz que medida foi ilegal

O general Joaquim Silva e Luna, nomeado por Jair Bolsonaro, em 2019, para ser diretor-geral de Itaipu e depois presidente da Petrobras, é alvo de uma denúncia na Ouvidoria de Itaipu para que devolva mais de R$ 200 mil aos cofres públicos. Além dele, que hoje é candidato a prefeito de Foz de Iguaçu, outros cinco ex-diretores também foram acusados de terem se beneficiado de um acordo coletivo de empregados e terem recebido quase três salários sem que tivessem direito ao benefício.

https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/general-bolsonarista-e-denunciado-em-itaipu-por-premios-de-r-13-mi

11:18Saúde alerta para os cuidados e prevenção da demência na pessoa idosa

Da Agência Estadual de Notícias

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos e ocupa a sétima posição entre as causas de morte nesta faixa etária. O Alzheimer é a forma mais comum, responsável por 60% a 70% dos casos. Estima-se que no Paraná cerca de 110 mil pessoas convivam com a demência. Neste mês de setembro, instituído como o Mês Mundial do Alzheimer, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta sobre os cuidados adequados para evitar a doença e ressalta a importância de empatia e compreensão para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e das famílias que os acompanham.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Saude-alerta-para-os-cuidados-e-prevencao-da-demencia-na-pessoa-idosa

10:55Meio século do Sistema Ônibus Expresso

por Raul Urban

Pois bem: mesmo aposentado e longe da rotina do transporte – área escolhida como preferida no meu jornalismo voltado ao planejamento urbano, quero apenas lembrar que no próximo dia 20, nosso Sistema de Ônibus Expresso, completa 50 gloriosos anos, inaugurado que foi pelo sempre lembrado Jaime Lerner em 20 de setembro de 1974.

O livro voltado ao tema – “A História do Sistema do Transporte Coletivo de Curitiba – 1887 / 2000”, com pesquisa e texto de minha autoria, foi lançado pela PMC/Volvo/Travessa dos Editores, em 2004 – e que pretendo atualizar, 20 anos após o lançamento, algo ainda em estudo.

Convém guardar na lembrança o que a Memória Histórica traz consigo. Se o Expresso faz 50 anos agora, em novembro de 2022 tivemos os 50 anos da Rodoferroviária, algo que também documentei, mas ainda não foi publicado.

10:11A demora

Um sábio do Centro Cívico disse que essa eleição está demorando tanto que o Natal vai chegar antes. Foi contestado na hora por um parça: “Nada disso. A coisa se arrasta de tal maneira que a posse vai acontecer antes da votação”.

9:48Mel e tristeza

de Ticiana Vasconcelos Silva

Sentada no chão
Escrevo à mão
Uma poesia
Que é tão minha
Como as raízes
Que são criação
De uma imaginação
Alterada pela estrada
A cada minuto
Escrevo e penso
Que o silêncio
Veio da primeira estação
Onde perdi a linha
Onde fui sozinha
Ver o meu primeiro amor
E naquele instante
Soube ser poeta
Soube ser a meta
Que numa queda
Se estilhaçou
Juntei minh’alma
Ao grão e ao pó
E dei um nó
Na garganta
Tanta é a canção
E então
Fui
Para não
Conhecer o que se conhece
Para não ser o que cresce
Diminuí toda a intenção
De criar
E assim fui navegar
Atravessei o medo
E descobri que hoje cedo
Era uma invenção
Assim senti e desapareci
Na imensidão
Ora! Tudo é fácil
Basta um passo
Em direção
Basta um sábado
Sem intuição
Basta um traço
No coração
Que mede a beleza
Que sonha e põe acesa
A lágrima do céu
Mel e tristeza
Essa é a certeza
Que nunca terão

8:17“Dia D” todo dia

A três semanas do primeiro turno da eleição para prefeito de Curitiba, o trabalho nas campanhas dos candidatos está tão pesado que um ‘carregador de piano’, que atua nos bastidores, lembrou do filme “O mais longo dos dias”, sobre o “Dia D” do desembarque na Normandia das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial. Isso só para comparar o que faz e o que viu na telona pra dizer, bem humorado, que aquele longa metragem de guerra parece um conto de fadas.