15:50A peruca do Xandão

A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao presidente do STF, Luis Roberto Barroso, o afastamento do ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre a tentativa do golpe furado, já que supostamente seria vítima. Barroso poderia responder que fará isso quando Xandão começar a usar peruca lilás.

15:35A segunda morte

Do Jornal Razão, no Instagram

Confirmada a morte da jovem Keysy Mayara, de apenas 28 anos, namorada do deputado estadual Gilberto Ribeiro (PL), do Paraná. Ela faleceu supostamente após sofrer um infarto fulminante, em Santa Catarina. Informações preliminares apontam que o óbito ocorreu em Camboriú, onde o parlamentar possui apartamentos, dias após o casal publicar um vídeo afirmando que, ao contrário de ‘boatos’, estariam ‘mais juntos do que nunca’. Todavia, outros familiares apontam que a morte foi registrada na cidade de Palmares, também em SC.

É a segunda namorada do deputado que morre no período de um ano. Em fevereiro de 2023, sua ex-assessora parlamentar cometeu suicídio com a arma do deputado após fazer uma ‘live’ expondo detalhes do romance.

https://www.instagram.com/reel/C3XeUwHOn5p/?igsh=MWg4MTIyY3hsa3JieA%3D%3D

12:13E nas praias…

por Cláudio Henrique de Castro

Quais os direitos e deveres que envolvem as praias?

Os principais são o direito ao Sol, o mar balneável, uma estrutura servida com acesso à água potável e o tratamento de esgoto.

A especulação imobiliária que se assenhorou das cidades brasileiras determinou, por meio de seus representantes nas câmaras de vereadores, a liberdade para construir prédios à beira mar que impedem o direito ao Sol e à brisa, mas que geram lucros milionários aos seus senhores.

Daí surge também o negócio do alargamento das areias das praias com aterramentos regiamente custeados por recursos públicos, que destroem a fauna e a flora marinhas e reduzem a força das ondas. Um rendoso negócio de reposição da areia que vai embora e tem que ser reposta, de quando em quando –  normalmente em anos pré-eleitorais.

Várias cidades praianas estão nesse mercado; com piscina de borda infinita, apartamentos para investimentos.

E o Sol? – Está sendo coberto pelas sombras imobiliárias.

Há deveres que são descumpridos; a porcentagem do tratamento de esgoto da orla brasileira está longe dos índices das praias do primeiro mundo, a postura dos banhistas também, a cada aglomeração de final de ano e das temporadas surgem milhares de toneladas de lixo largadas pelos usuários.

E o direito prevenir afogamentos?

Outro aspecto que também diz respeito à desatenção do balnear-se em águas improprias e a estrutura de salvamentos.

As coisas se resumem à administração do zoneamento urbano das praias, que é feita ao bel prazer dos donatários dos municípios. Que investem também em shows, mas esquecem do básico. Em resumo, dão o circo e esquecem do pão.

E os mangues, berçários da vida marinha?

Igualmente sofrem com o avanço de empreendimentos predatórias. Entram nesta conta os resorts, hotéis exclusivos e as suas praias privativas.

Há a desterritorialização da orla brasileira pela compra das pousadas, dos hotéis e o sistema digital de locações, adquiridos por grupos de investimentos estrangeiros.

O Sol, os ventos marítimos, a brisa e outras coisas habituais das praias começam a escassear.  É a força desse novo mercado que invade gradual e irreversivelmente o país.

Vários autores defendem que as praias são os locais mais democráticos do Brasil:  todos de chinelos ou descalços e de roupas de banho, onde as classes sociais se confundem.

Será?

 

11:38Expulsa no Paraguai

Por 23, de 45 possíveis, o Senado do Paraguai expulsou ontem Kattya Gonzales do parlamento. Uma jogada de menos de um dia. Ela tinha denunciado o ex-presidente Horacio Cartes de ser o príncipe do narcotráfico naquele país e o atual, Santiago Peña, de consolidar o crime organizado para instalar uma ditadura no país. Aqui no Brasil, por enquanto, nenhuma voz deu um pio para defender a ex-senadora – ou concordar com o ato.

11:25JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cívico

Tiraram o sofá da sala. Depois da fuga em Mossoró, o governo suspendeu banhos de sol, visitas sociais e de advogados nos presídios federais do país. Seria hora também de mudar o nome porque de segurança máxima os dois bandidos do Comando Vermelho provaram que há controvérsias. Tem mais: será que ninguém assistiu “Fuga de Alcatraz”?

 

11:06Marcio Pacheco no PP dos Barros

O deputado estadual Marcio Pacheco confirmou ontem à noite, durante entrevista no programa EPC da CATVE, que vai se filiar nos próximos dias ao PP para se candidatar a prefeito de Cascavel. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, “a ida para o PP é indiscutível, já que o tesoureiro nacional do partido, atual secretário estadual de indústria e comércio, Ricardo Barros, foi fundamental para emissão da carta de anuência emitida, amigavelmente, pelo Republicanos”. Emitida há menos de um mês, tal carta permite que Pacheco migre de partido sem qualquer prejuízo ao seu atual mandato como deputado estadual do Paraná.

8:54Os “frouxos”

Paulo Figueiredo, neto de João Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan citado por Alexandre de Moraes para deflagrar a operação “Hora da Verdade”, chamou de “frouxos” vários generais comandantes de tropas que não compactuavam com a tentativa de golpe. Nenhum respondeu, mandou prender ou arrebentar, mesmo porque as bravatas vinham dos Estados Unidos, onde mora o economista. Um dos generais tinha sob o comando a maior concentração de tropas do país. Profissional, depois da lambança dos atrapalhados foi alçado ao segundo posto na hierarquia do Exército, como chefe do Estado Maior.

8:30Qual foi o papel da mídia na tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro?

por Mauricio Stycer, na FSP

Só um ex-comentarista da Jovem Pan é citado na investigação, embora outros veículos tenham escondido o 8 de janeiro

Quem acompanhou com alguma atenção o mercado de mídia durante o governo Bolsonaro (2019-2022) não tem dificuldade de identificar os canais que aderiram de forma quase incondicional a um presidente que desprezava abertamente a democracia e manifestava ojeriza ao trabalho de jornalistas.

No campo dos canais de notícias da TV paga, Record News e Jovem Pan passaram a tarde inteira do 8/1 chamando os golpistas de “manifestantes”, sem apontar elos com ninguém. A CNN Brasil também os chamou de “manifestantes” e, a partir de um certo momento, de “criminosos”.

Em junho de 2023, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública contra a Jovem Pan, pedindo a cassação de concessões de rádio do grupo, sob o argumento de que a empresa veiculou de forma sistemática toneladas de “conteúdos desinformativos” a respeito do funcionamento de instituições públicas do país, “contextualmente atrelados a conteúdos incitatórios à violência e à ruptura do regime democrático brasileiro”.

Àquela altura, a JP já se havia livrado da maior parte dos seus comentaristas mais abertamente bolsonaristas, entre os quais Paulo Figueiredo, neto de João Figueiredo, último presidente da ditadura militar (1964-1985). O economista, que mora nos Estados Unidos, é citado 40 vezes no texto que embasa a ação do MPF.

Seus comentários estão entre aqueles que representam “verdadeiras ‘campanhas de desinformação’, que, engendrando cenários de ‘desordem informacional’ ou de ‘caos informativo’, trazem consigo graves riscos à sociedade, em diferentes planos”.

Na semana passada, o nome do comentarista voltou à tona na operação da Polícia Federal que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-assessores e aliados, incluindo militares de alta patente, por tentativa de golpe de Estado.

Apenas uma emissora de televisão é citada no texto de 135 páginas que justifica a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que autorizou a operação Tempus Veritatis (hora da verdade). Não é preciso ser adivinho para saber que o canal mencionado é a Jovem Pan.

O ministro, porém, não faz nenhuma acusação à empresa, limitando-se a mencionar que Paulo Figueiredo, “atuou nesse contexto de propagação de desinformação golpista e antidemocrática”.

Diálogos obtidos pela PF indicam Figueiredo como um suposto elo na cadeia do plano para concretizar o golpe. Ele teria atuado, segundo Moraes, na “tática de investir contra militares não alinhados às iniciativas de golpe, também por meio de disseminação de notícias falsas, tudo com o objetivo de incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que se posicionam contra o intento criminoso”.

Como já foi apontado por inúmeros analistas políticos, não é simples a tarefa de comprovar uma tentativa de golpe de Estado não concretizada. Da mesma forma, é muito delicado afirmar que houve alguma contribuição explícita dos meios de comunicação de massa para a execução do plano.

Ainda assim, é importante deixar registrados os nomes dos veículos que não cumpriram o seu papel em momentos tão graves da história do país.

8:06Quando o Judiciário é engrandecido

por Célio Heitor Guimarães

Na coluna passada, com grande tristeza, fui obrigado a dar ao leitor um exemplo de um mau juiz, que denigre a imagem do Judiciário, causa um enorme prejuízo ao erário e acaba com a confiança da população nas instituições públicas, particularmente naquelas que abrigam os togados.

Hoje, sinto-me na obrigação de oferecer um contraponto, relembrando a figura de um jurista de escol, um jurista que engrandeceu o Judiciário brasileiro. Desses que estão se tornando cada vez mais raros. Refiro-me ao ministro Milton Luiz Pereira, que lamentavelmente já nos deixou.

Paulista de nascimento, Milton tornou-se desde logo paranaense. Aqui estudou, aqui formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, aqui foi locutor de rádio, aqui foi advogado, aqui foi professor – rigoroso com os alunos e consigo mesmo, e aqui foi juiz federal, até chegar ao Superior Tribunal de Justiça.

Como ministro do STJ, Milton Luiz julgava, em certa ocasião, a questão de um ex-gerente bancário, Waldemar Cardoso de Sá, do Rio de Janeiro, que, em maio de 1977, durante um assalto à sua agência bancária, foi vítima de uma bala perdida e ficou paraplégico.

O precatório cobrado por Waldemar das autoridades fluminenses foi pré-anotado em maio de 1996 – dezenove anos depois que a má pontaria da polícia carioca interrompeu a atividade do então promissor bancário e o atirou em uma cadeira de rodas.

Até 2001, porém, o governo do Rio – como, de resto, acontece com todos os governos estaduais, inclusive o do Paraná – não havia definido a data da quitação.

Waldemar, com amparo na lei, solicitou a intervenção no Estado do Rio de Janeiro por descumprimento de ordem judicial. O pedido foi deferido pelo Tribunal de Justiça fluminense, mas, como sói acontecer, o Estado recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Alegou falta de recursos e a existência de algumas dúvidas sobre a exatidão do quantum devido. Tudo igual a o que tantas vezes já ocorreu aqui mesmo na Terra dos Pinheirais.

Só que, no STJ, o Estado relapso, devedor e mau-pagador bateu de frente com o paranaense Milton Luiz Pereira.

“Neste País” – sentenciou o ministro –, “credor da Fazenda Pública que não tiver vida longa, levará o seu crédito para o além. É um sofredor numa verdadeira fila de pedintes, a despeito de favorecido pelas leis constitucionais, orçamentária e por decisão judicial. Teve a sua espinha dorsal destruída por um tiro disparado por engano por um policial do Estado e hoje, com quase 70 anos, vive por razões que nem mesmo o próprio sabe, diante da carga estupenda de sofrimentos”.    

É isso aí: credores do Estado, neste país, formam um batalhão de pedintes, humilhados e maltratados, como se fossem párias gananciosos, embora tenham a seu favor a lei e reiteradas decisões judiciais. Agora, experimente ficar devendo para o Estado…

Milton Luiz Pereira votou favorável à intervenção federal no Rio de Janeiro, como única maneira para garantir o pagamento do precatório em favor do ex-bancário Waldemar. E, como fecho, evocou o pensador André Malraux:

“A esperança dos homens é a sua razão de viver e morrer. Desde a tragédia ocorrida há quase 25 anos, um brasileiro não esmoreceu a sua confiança no Judiciário, força do seu viver para não morrer. Não pode ser desapontado”.

Como seria bom se existissem vários outros Milton Luiz Pereira no Judiciário brasileiro! Infelizmente, isso está longe de acontecer.

 

16:33Sobre genocidas

O Gaiato da Boca Maldita não cansa de ficar assustado. Agora soube que estão chamando Lula de genocida porque ainda não tem vacina suficiente contra a dengue, produzida por um único laboratório japonês cuja produção foi toda comprada pelo governo brasileiro. Então, tascou-lhe o cacete: “É a turma da cloroquina, da adoração ao pneu, chamamento dos alienígenas, murros nos portões dos quarteis, terra plana, etc. se manifestando para que esqueçam o que aconteceu com a devastação da Covid sob o comando do… do..,.”