16:40Cinemateca vai recuperar acervo do icônico Canal 100

Da FSP, por Hanuska Bertoia

Cinejornal capturou momentos épicos do futebol brasileiro por quase três décadas

Cinemateca Brasileira anunciou nesta semana a retomada do projeto de recuperação, catalogação e digitalização do acervo do Canal 100, cinejornal que está na memória dos brasileiros principalmente por ter registrado por quase três décadas o futebol do país, de campeonatos regionais à seleção brasileira dos tempos de Pelé e outros craques.

Ao som de ‘que bonito é…’, de “Na Cadência do Samba”, de Luiz Bandeira, gerações assistiram nos cinemas, entre 1957 e 1986, os programas do Canal 100. Mais lembrados por retratar o futebol, os cinejornais foram além, fazendo um registro precioso da história cultural, social e política do país em parte do século 20, da ditadura à redemocratização, de concursos de misses a artistas populares.

Estão sob a guarda da Cinemateca 30 horas de cinejornais, ou 21.793 segmentos de notícias, em 8.044 latas, e 15.252 documentos, como roteiros. A instituição comprou o material em 2011, quando começou a começou a recuperá-lo. O trabalho, no entanto, foi interrompido em 2013 com metade dos cinejornais restaurados, como as imagens e os vídeos deste texto.

“O acervo ficou muito tempo guardado em razão das várias crises da Cinemateca“, diz a diretora geral Maria Dora Mourão. Agora, o projeto foi retomado, ao custo de R$ 22,7 milhões, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, da Shell e do Itaú. Cerca de 40% desse valor já foi captado pela lei Rouanet, o suficiente para a retomada do projeto, e a Cinemateca busca parceiros para completar os recursos. Continue lendo

8:26LEROS

de Carlos Castelo

§ Desde sua fundação, o Botafogo não conquistava a Libertadores da América. Foram 114 anos de espera. Por isso, merecem receber a taça como heróis. Com um atleta a menos durante toda a partida, dominaram o Galo, vencendo por 3 a 1. Além das medalhas, abocanharam um prêmio de 23 milhões de dólares. Todos os elementos de uma vitória épica. A conquista compensou mais de um século suportando a humilhação dos rivais. O Glorioso recuperou, todo o período inglório, com juros e correção monetária nesse 30 de novembro. Agora, a dívida está zerada. Que venham mais 114 anos de seca. Pra cima deles, Porco!

8:17Faltou um!

Na nota aqui publicada sobre o jantar ocorrido na quarta-feira passada (27) entre os atuais presidentes do TJ, da Câmara Municipal, da Copel, os futuros presidentes da Assembleia Legislativa e OAB/PR e o prefeito eleito de Curitiba, faltou um personagem: o Procurador-Geral do Ministério Público. O encontro aconteceu no escritório de um advogado localizado no Alto da Glória.

 

8:02Governo federal desapropria área para quilombolas de Adrianópolis

Decreto do governo federal publicado na sexta-feira (29) desapropria área de 5,3 mil hectares em Adrianópolis em benefício dos quilombolas de João Surá, reconhecidos pelo Incra em maio de 2016. Não haverá indenização a quem ali estiver instalado de forma irregular, a não ser “pelas benfeitorias de boa-fé autorizadas por lei”. A conferir.

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2024/Decreto/D12275.htm

7:53Hoje tem mais em campo

Hoje o Atlético Paranaense enfrenta o Fluminense às 18h30 na Baixada. Para as duas torcidas, o jogo será tão ou mais emocionante que o de ontem, na final da Taça Libertadores. Porque os dois times que já foram campeões brasileiros brigam para não cair para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

7:09Rubens Paiva ainda está aqui

por Elio Gaspari, na FSP

Como ensinou Guimarães Rosa, as pessoas não morrem, ficam encantadas

O filme “Ainda Estou Aqui“, de Walter Salles, baterá a casa dos 2 milhões de espectadores. Ele conta o sofrimento da família do ex-deputado Rubens Paiva, preso em janeiro de 1971, em sua casa, no Leblon, e levado para o DOI da rua Barão de Mesquita.

Segundo a versão divulgada pelos comandantes militares da época, Paiva foi sequestrado por parceiros enquanto era transferido.

Tudo mentira.

Desde 1986 sabe-se que o tenente-médico Amílcar Lobo foi levado ao DOI na madrugada de 21 de janeiro e, numa cela, examinou Rubens Paiva. Nas suas palavras:

“Ele era uma equimose só. Estava roxo da ponta dos cabelos à ponta dos pés. Ele havia sido torturado, mas, quando fui examiná-lo, verifiquei que seu abdômen estava endurecido, abdômen de tábua, como se fala em linguagem médica. Suspeitei que houvesse uma ruptura do fígado ou do baço, pois elas provocam uma brutal hemorragia interna.

[…]

Fiquei na cela com ele durante uns 15 minutos. Durante todo o tempo ele esteve deitado. Estava consciente. Não gemia. Disse só duas palavras:
Rubens Paiva. Eu nunca havia ouvido esse nome, não sabia quem era.

[…]

— No dia seguinte, ou melhor, no mesmo, dia, quando cheguei ao quartel, um oficial me falou:

— Olha, aquele cara morreu.

Eu ainda perguntei:

— Vocês chegaram a levá-lo para o hospital?

— Não, morreu aqui mesmo”.

As últimas horas de Rubens Paiva estão parcialmente reconstituídas e, com elas, as patranhas dos comandantes militares.

O major José Antônio Nogueira Belham, que comandava o DOI no dia 21 de janeiro, diz que estava de férias. Tudo bem, mas naquele dia ele assinou o recibo dos objetos que o preso tinha ao chegar ao quartel: duas canetas, um relógio Movado a 260 cruzeiros.

Durante sua passagem pelo DOI desapareceram outras nove pessoas.

Como ensinou Guimarães Rosa, as pessoas não morrem, ficam encantadas. Rubens Paiva ainda está aqui.

Turma do golpe tentou jogar o 8 de janeiro no colo de Lula

Relatório da PF provou à exaustão que Jair Bolsonaro e um punhado de oficiais armaram um golpe de Estado em 2022

As mil páginas dos dois relatórios da Polícia Federal provaram à exaustão que Jair Bolsonaro e um punhado de oficiais palacianos armaram um golpe de Estado em 2022 para cancelar o resultado da eleição vencida por Lula.

Caberá à Justiça estabelecer as responsabilidades pela trama de dezembro de 2022 e dos possíveis atentados contra Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

Outra questão será estabelecer a responsabilidade desses golpistas no 8 de janeiro de 2023.
Os relatórios da Polícia Federal não cuidam dos acontecimentos desse dia. Mostram apenas como a turma do golpe tentou jogar o 8 de janeiro no colo de Lula e do então ministro da Justiça, Flávio Dino. É pouco.

Àquela altura, Lula já estava no governo. Todas as armações de 2022 ficaram no condicional. Bolsonaro não instaurou o estado de defesa, a campana de Alexandre de Moraes foi abortada e os “kids pretos” ficaram no quartel.

No dia 4 de janeiro, trocando mensagens com um coronel que lhe perguntava se “ainda tem algo para acontecer”, o tenente-coronel Mauro Cid respondeu duas vezes, mas apagou os textos. O coronel voltou a perguntar: “Coisa boa ou horrível?”. Então Cid respondeu: “Depende para quem. Para o Brasil é boa”.

No 8 de janeiro foram invadidos e depredados o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal e o Congresso. Coisas aconteceram e não foram adiante porque Lula, num lance instintivo, salvou o regime recusando-se a assinar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem.

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20:07Botafogo ilumina o futebol brasileiro ao conquistar a Taça Libertadores

Quem não torceu para que o Botafogo ganhasse hoje, no Monumental de Nuñes, seu primeiro título da Libertadores da América? Quem não vai torcer para que leve para General Severiano a taça do Campeonato Brasileiro? Sim, os adversários diretos, como os do Atlético Mineiro de hoje e o Palmeiras de terça-feira passada, mas não é de se duvidar que até o mais fanático torcedor destes times, lá no fundo da alma machucada, não concorde que, sem dúvida, o Botafogo merece tudo. O motivo é simples: é um time que, na pasmaceira geral onde se arrasta o futebol brasileiro, acendeu a chama que é só nossa e iluminou as seleções brasileiras campeãs e uma não campeã, mas mágica (1982), e times como o Santos da era Pelé, o Palmeiras de Ademir Ghia, o Internacional de Falcão, o Flamengo de Zico. O Botafogo carregou por anos o peso do sofrimento irreversível – e isso aconteceu depois de ter encantado qualquer ser humano que ame o futebol ao ter como estrelas Nilton Santos, Didi e Garrincha, estes mesmos que ainda estão aplaudindo lá de onde estão seus herdeiros Almada e Luiz Henrique. Os monstros sagrados do passado não sabiam que a decisão de hoje seria épica, mas depois do 3 a 1, concordariam com o gênio Nelson Rodrigues, torcedor do Fluminense, que um dia registrou para sempre uma definição perfeita para a conquista de hoje: “Toda grande vitória é anterior a si mesma. Começa quarenta anos antes do Nada, e vem desabrochar em nossos dias”. Com um jogador expulso aos 40 segundos do jogo, começava ali para o Glorioso o ato que dignifica esse apelido, berrado abusivamente pelo narrador da Globo. Com dez em campo, o balé apresentado em toda temporada teve de dar lugar à determinação, ao equilíbrio emocional e, porque não ?, à comunhão com os deuses do futebol que abençoaram o time nos momentos de perigo, principalmente no fim do jogo. Os dois gols marcados no primeiro foram a prova do poder. O gol tomado no início do segundo complementou o ato da expulsão, e este time que encanta um país desencantado, se defendeu como se soubesse que haveria, sim, o ato final, o gol da vitória na prorrogação, para emocionar botafoguenses e amantes deste esporte que é arte, alegria, tristeza, encantamento, desespero – e onde ela, a soberana bola, é protagonista principal. Nilton Santos, bicampeão mundial, a enciclopédia da bola, uma vez disse que a tratava com amor, carinho, respeito e, às vezes, dormia com ela. Perguntaram o motivo. Ele: “Para nunca ser traído”. Foi o que aconteceu hoje com os jogadores do Botafogo, na sequência de um ano em que a Estrela Solitária brilhou para a torcida brasileira. Merece aplauso e agradecimento.

9:22JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Nos palácios e ministérios todos ficaram preocupados com o que o mercado achou do tal pacote do Haddad. E o povão da senzala, que novamente vai se estrumbicar? Ah!, este não sabe nem o que é mercado. No máximo compra alguma coisa na ‘venda’ da esquina, para tapear o estrombo.