14:57Wilson Fittipaldi, adeus

Da FSP

Morre aos 80 Wilson Fittipaldi, ícone do automobilismo do Brasil

Irmão de Emerson foi pioneiro e dono da única equipe brasileira na F1, a Copersucar-Fittipaldi

nome Fittipaldi é sinônimo de automobilismo para os brasileiros. Cada um dos membros da família que se envolveu com o esporte a motor deu uma contribuição para construir essa marca. A de Wilson Fittipaldi Junior, o Wilsinho, certamente foi materializar o sonho de fundar a primeira e até hoje única equipe do país que já esteve no grid da F1.

Foi um sonho que ele dividiu com o irmão mais novo, Emerson, responsável pelos dois primeiros títulos do Brasil na categoria (1972 e 1974). Juntos, projetaram e construíram os carros da Copersucar-Fittipaldi, que esteve presente em oito temporadas do Mundial.

Foi, também, o resultado da paixão despertada pelo pai deles, o Barão Wilson Fittipaldi (1920-2013), um dos grandes responsáveis pelos primeiros passos do esporte a motor no país, apresentador de programas temáticos na TV, o primeiro narrador da modalidade no rádio brasileiro e o fundador da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Wilsinho morreu nesta sexta-feira (23), aos 80 anos. Ele sofria de mal de Parkinson e estava internado desde o dia 25 de dezembro no Hospital Prevent Sênior, no Itaim Bibi, em São Paulo. Na data, além de celebrar o Natal, ele comemorava seu aniversário octogenário. A informação foi confirmada à Folha por uma pessoa próxima à família.

Em nota, a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) lamentou a morte e destacou a importância de Wilsinho. “A CBA rende homenagens não apenas ao ex-piloto Wilson Fittipaldi Jr., mas a este legítimo patrimônio do Automobilismo Brasileiro. Reuniu talento, visão de futuro e ousadia para levar o nome do Brasil a um patamar jamais imaginado. Num projeto que, certamente, estava à frente do seu tempo, capitaneou o surgimento da primeira equipe brasileira de Fórmula 1.”

“É até difícil expressar sua importância para o nosso automobilismo. No fundo, o Tigrão, como era conhecido nos autódromos, sempre teve a alma inquieta de um piloto que busca sem cessar a própria superação. Mas, para quem compartilhou de sua trajetória, era fácil enxergar o entusiasta e empreendedor que elevou a essência do automobilismo ao patamar da arte”, disse Fernando Julianelli, CEO da Stock Car, categoria que Wilsinho disputou por três temporadas, conquistando o vice-campeonato de 1991.

Segundo familiares que estavam com ele, o piloto engasgou com um pedaço de comida. Após passar um período longo sem oxigênio, teve uma parada cardíaca. Ele foi reanimado antes de ser levado ao hospital.

Wilson era casado com Rita e pai do também piloto Christian Fittipaldi, 52, o terceiro da família que pilotou um carro de F1, em três temporadas, de 1992 a 1994. Pai e filho chegaram a dividir o mesmo carro, nas Mil Milhas Brasileiras, em 1994, considerada por ele a vitória mais especial de sua vida. Continue lendo

10:39Pedágio na avenida

Uma víbora do Centro Cívico disse que, de certa forma, o início das operações de duas concessionárias do novo pedágio do Paraná são um alívio, em termos (as tarifas não foram divulgadas), para os chamados usuários. Ele só não entendeu porque a cerimônia acontece na avenida Iguaçu, na sede do DER perto do Centro de Curitiba.

10:36Vai começar!

Da Agência Estadual de Notícias

CERIMÔNIA DE INÍCIO DAS OPERAÇÕES DAS CONCESSÕES DOS LOTES 1 E 2 NO PARANÁ

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL) promovem nesta segunda-feira (26) um evento para marcar o início das operações das empresas que arremataram os lotes 1 e 2 do novo pacote de concessões rodoviárias. Os contratos com as empresas Via Araucária e EPR Litoral Pioneiro foram assinados em janeiro. As concessionárias vão administrar mais de mil quilômetros de rodovias estaduais e federais de Curitiba, Região Metropolitana, Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro, com previsão de investimento de R$ 30,4 bilhões (R$ 18,7 bilhões em grandes obras e R$ 11,7 bilhões em manutenção) nos trechos ao longo de 30 anos.

9:42Gilmar Mendes e a autópsia da Lava Jato

O ministro Gilmar Mendes, atual decano do STF, é estrela maior do grupo de togados que são odiados e amados. Sempre bateu de frente com os métodos da Lava Jato. Nesta entrevista ao Brazil Journal, o título já diz tudo: “Gilmar Mendes faz autópsia da Lava Jato”. Foi publicada pouco antes de ser marcada a data de julgamento da cassação do senador Sergio Moro, o juiz federal que conduziu o julgamento que escrachou para o povão o vasto e antigo esquema de corrupção entre empreiteiras e poder público do país, virou ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e deu no que deu. Para quem quiser ler:

https://braziljournal.com/exclusivo-gilmar-mendes-faz-a-autopsia-da-lava-jato/

8:10In treta we trust

por Renato Terra, na FSP

A Era da Treta transforma o desentendimento em espetáculo

Ouça-me bem, amor/ Preste atenção/ O mundo é um algoritmo/ Vai triturar qualquer tipo de raciocínio/ Vai reduzir as discussões a pó.

Vivemos uma revolução nas comunicações. Todo o sistema de produção e consumo de conteúdo foi rearranjado. Qualquer um pode pegar um celular agora e se emocionar com o vídeo de Cartola cantando “O Mundo É um Moinho” para seu pai. Ou saber detalhes ínfimos sobre a ascensão da Prússia ao longo dos séculos.

Um manancial infinito de possibilidades foi aberto. Mas não há como negar que a força mobilizadora que sensibiliza os corações e comove multidões é a treta. O movimento começou em caixas de comentários e se espalhou como um rastilho de pólvora pelas redes sociais. Quando os robôs foram acionados, criaram um algoritmo para impulsionar a treta. Era só digitar “Futuros Amantes” no campo de busca para o YouTube recomendar o vídeo de algum jovem ressentido acusando Chico Buarque de mamar nas tetas da Lei Rouanet.

O Twitter se transformou numa máquina de moer contextos e discussões. Tudo que é postado ali parece um pedaço de carne jogado para uma horda de hienas. Qualquer raciocínio vira ataque e, posteriormente, os ataques viram briga. Às vezes as brigas se acirram e se transformam em linchamentos virtuais.

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7:49Crise de risos

por Carlos Castelo

Eu, a Crônica de Humor, tinha um único desejo: ser a joia da coroa da literatura do riso. Superar outros gêneros breves que lançam mão da mofa e da ironia, como o conto, as miniestórias, o haicai. Minhas primeiras palavras já nasceram da expectativa de arrancar gargalhadas, de ser citada em rodas literárias e compartilhada entre milhares de leitores.

Mas, com o passar do tempo, uma sensação desconfortável de inadequação e insegurança começou a me incomodar. Parece que tudo em que eu tocava virava artificialismo. Julguei até que morreria, como alguns chegaram a anunciar.

Decidi, então, partir de premissas mais cotidianas em minhas linhas. Algo como: “Você já notou que quanto mais você precisa dormir, mais interessante fica a internet?” Um caminho promissor, supus. Mas, ao invés de risadas, o que se seguiu foi uma indiferença constrangedora. Nenhum comentário sequer, nem mesmo o dos haters de plantão.

Em outro momento, resolvi usar uma nova estratégia a fim de cativar o público de hoje, cada vez mais infantilizado. Foi como cortar a própria carne. Porém, para sobreviver, tive de lançar mão de narrativas infames como esta: “O que o livro de matemática disse para o livro de história? Estou cheio de problemas”. E outras bobagens assim. A reação foi uma fila enorme de leitores entediados, bocejando de decepção.

Tais tentativas, cada uma falhando de uma maneira própria, me levaram à uma crise de identidade. Eu, que deveria ser “a” Crônica Humorística, estava na encruzilhada do existencialismo, questionando minha própria essência.

Não, eu não honrava mais os textos de um Luis Fernando Verissimo, não passava mais nem perto de qualquer produção de Stanislaw, Sabino, Ivan Lessa. O que dizer de Robert Benchley ou S.J. Perelman? Estava a léguas e léguas de nomes como os deles.

Sabem o que eu devia fazer na vida? – pensei. Virar Obituário. Sem graça como andava, de fato, seria a minha única possibilidade. E virei.

No primeiro dia, me estranhei naquela posição dentro de uma redação de jornal. Porém, logo me passaram o primeiro job: criar uma nota póstuma para um certo Victor da Silva. Sua característica mais marcante era jogar xadrez, o tempo todo, contra o próprio Victor Silva. Batuquei este parágrafo que saiu no dia seguinte:

“Descanse em paz, Victor da Silva, que nunca perdeu uma partida de xadrez contra si mesmo. Acabou vítima de um xeque-mate inesperado da vida e agora joga contra São Pedro”.

Não deu certo. Voltei atrás. E o pior: constatei que era humorista para criar textos melancólicos, e taciturna para produzir material de humor.

Em meio à crise pessoal, uma epifania surgiu. Ao invés de tentar ser algo que não era, eu poderia simplesmente ser… eu. A Crônica de Humor que falha em ser engraçada achando graça da própria incapacidade de provocar riso. Aceitar minha natureza não como um erro, mas como singularidade.

Então, comecei a rir de mim mesma. E me tornei esta Crônica de Humor sobre uma Crônica de Humor tentando ser cômica, e falhando miseravelmente.

Como lição aprendi algo fundamental: não há nada que faça um texto de humor ser mais competente do que a sua incompetência.

(Publicado no Rascunho)

7:37TRE do Paraná marca julgamento de cassação de Sergio Moro

Do blog de Malu Gaspar, em O Globo

Pela terceira vez, Corte designa data para análise de ações sobre abuso de poder econômico e caixa 2

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, marcou para o dia 1º de abril o início do julgamento que pode levar à cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Bengtsson reservou três sessões para a discussão do caso — além de 1º de abril, as sessões de 3 e 8 de abril também foram designadas para a análise das ações, movidas pelo PT de Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro. O agendamento para abril contrariou adversários de Moro, que pretendiam dar um desfecho rápido para o caso.

Conforme antecipou o blog, em reunião reservada ocorrida antes do carnaval, os juízes do TRE do Paraná tomaram duas decisões: ninguém terá acesso prévio ao voto do relator, Luciano Carrasco Falavinha; e cada um dos sete integrantes do tribunal vai fazer questão de destrinchar o voto como forma de prestação de contas à sociedade.

“Nós concluímos aqui que nenhum membro vai ter conhecimento prévio do voto do colega. Vai ser tudo transparente, vamos ter conhecimento no próprio dia. Só vamos saber a conclusão do Falavinha no dia”, disse à equipe da coluna o presidente do TRE paranaense, Sigurd Roberto Bengtsson.

O julgamento de Moro foi marcado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializar nesta quinta-feira a escolha do advogado José Rodrigo Sade para o cargo de juiz titular do TRE do Paraná, o que vai permitir que o tribunal tenha o quórum exigido para analisar o caso.

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18:00Sinfonia da cuca fundida

Com tanta informação disponível, tantas pessoas sábias dando palpitessobre política, guerras, doenças, economia, crise climática, etc. – e tantas fakenews metralhando a cabeça de quem compra um telefone celular em 24 vezes no cartão, não tá na hora de alguém criar uma versão moderna para o Samba do Crioulo Doido, do Stanislaw Ponte Preta? Algo assim como a Sinfonia dos Tresloucados sem Saída. Ah, sim, mas tem que ser logo, antes que todas as cucas fiquem fundidas de vez.