Foto de Roberto José da Silva
17:04Enredo
Nossa vida é um dramalhão, que os outros, naturalmente, assistem como comédia. (Millôr)
17:03Anistia, né?
De novo a palavra anistia está nas paradas. Já teve aquela em que saiu ganhando quem estava com o porrete a a rapadura na mão e com o discurso de passar uma borracha na história de mortes e desaparecimentos. Agora, na tal democracia do Bananão, quem entrou para quebrar, bagunçar o coreto e, se desse certo, melar as eleições para o capitão continuar no poder com os militares da banda dele, a turma que toca o apito da ressurreição no Congresso faz marola para apagar do calendário histórico o 8 de janeiro de 2023. O povão, este que nem sabe direito o significado da palavra, se tivesse conhecimento deste tipo de perdão, ia pedir também – para as dívidas que fazem o mês ser muito mais longo do que os caraminguás que entram no bolso e mal dão para a sobrevivência.
16:47Passaporte a jato
Ao saber pela revista piauí (ver abaixo) que o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol conseguiu furar a fila do passaporte para conseguir o documento em tempo recorde para a filha de seis meses – e com o jeitinho brasileiro de telefonar para um delegado da Polícia Federal que trabalhava na Lava Jato, o Gaiato da Boca Maldita suspirou: “Se eu tentar isso, capaz até de me colocarem na cela onde o Lula esteve oito meses – como forma de privilégio”.
https://piaui.folha.uol.com.br/dallagnol-fila-passaporte-spoofing/amp/
16:41SPONHOLZ
16:35Para conhecer os móveis criados por Jaime Lerner
Assim veio
Móveis assinados por um dos mais importantes arquitetos e urbanistas brasileiros serão apresentados na exposição Jaime Lerner Design, entre os dias 5 e 17 de março, no Shopping Mueller (Piso L4), em Curitiba. Jaime Lerner, falecido em 2021, é conhecido por seu imenso legado em planejamento urbano enquanto prefeito de Curitiba, função que exerceu por três vezes, e como governador do Estado do Paraná. Nos últimos anos de vida, ele também se aventurou em uma área pouco mencionada: a de design de mobiliário.
A exposição é apresentada pela Haus Imobi, em parceria com Jaime Lerner Design e tem curadoria de Consuelo Cornelsen. No acervo estão peças como a icônica Chaise Urca – uma homenagem de Jaime Lerner ao famoso morro carioca, estruturada em aço carbono com assento moldado em fibra de vidro e revestido em madeira, um perfeito equilíbrio entre materiais modernos e naturais.
Outra criação impressionante é o Banco W, um móvel em aço carbono com linhas simétricas que evocam uma sensação de equilíbrio harmonioso, enquanto sua forma lembra um papel habilmente dobrado. Essa brincadeira estética entre peso e leveza é o que torna a peça verdadeiramente fascinante, desafiando a percepção e cativando o olhar com sua presença marcante. Também fazem parte da mostra a Poltrona Lua Turca, a Mesa Tokyo e o Banco Toinoinoin.
Desde 2019, a Jaime Lerner Design é a empresa responsável por esse acervo de desenhos exclusivos do arquiteto. Capitaneada pela empresária Samira Barakat, que trabalhou ao lado de Lerner de 2006 até a sua morte, a marca já nasceu grande, ancorada no nome e nos traços do consagrado urbanista. “Lerner imprimiu, de forma única, a beleza da simplicidade nessas criações. Expor o trabalho dele como designer de mobiliário é a realização de um sonho. Sempre imaginei que o representaria e levaria suas obras para serem reconhecidas mundo afora”, destaca Samira. Continue lendo
16:29A VIDA COMO ELA É
Foto e arte de Ralf G. Stade
16:27Claudio Tognolli, adeus
Da FSP
Morre o jornalista Claudio Tognolli, aos 60
Vencedor dos prêmios Esso e Jabuti, fundou a Abraji e também foi músico
Morreu na manhã deste domingo (3) o jornalista Claudio Júlio Tognolli, aos 60 anos. A informação foi confirmada por sua irmã Dora Tognolli.
A causa da morte não foi informada. Tognolli estava hospitalizado em razão de complicações após um transplante de coração.
Além de jornalista, Tognolli era músico, escritor e membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
Estudou jornalismo na USP (Universidade de São Paulo), fez doutorado em Ciências da Comunicação pela mesma universidade e tinha livre docência em história. Estudou violão clássico, composição e guitarra.
Ele nasceu em São Paulo, no bairro do Tatuapé, zona leste da capital, e foi um dos fundadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). O jornalista também foi um dos idealizadores da Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade, parceria entre o IEA (Instituto de Estudos Avançados) da USP com o Grupo Folha, instalada em 2021.
“Tognolli trabalhou conosco por muitos anos e seguiu sempre colaborador do jornal. Extremamente ativo e realizador, foi professor de milhares de alunos. Também um guitarrista talentoso, com personalidade própria”, diz Luiz Frias, publisher da Folha.
“Como jornalista, acadêmico e professor, foi uma personalidade inquieta, provocadora e inventiva”, afirma Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha e coordenador-adjunto da cátedra.
Tognolli escreveu para jornais e revistas, com passagens por veículos como Veja, Folha, Estadão, Jornal da Tarde e Consultor Jurídico. Começou a dar aulas de jornalismo em 1996, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (Fiam), e em 1998, na ECA-USP.
Ao longo de sua carreira, ganhou os prêmios Esso, Jabuti –por “O Século do Crime”– e o Grande Prêmio Folha de Jornalismo.
Publicou diversos livros, entre eles “Lobão 50 Anos a Mil”, “Bem-Vindo ao Inferno”, “A Falácia da Genética”, “Traidores da Pátria”, “A Sociedade dos Chavões”, “Mídia Máfias” e “Rock’N’Roll”.
Como músico, Tognolli teve participação nos primórdios da banda RPM, de Paulo Ricardo, uma das mais famosas na década de 80. Em entrevista à revista Trip, em 2010, ele contou que fazia parte de uma chapa anarquista que concorreu ao diretório acadêmico do curso de Comunicações e Artes da USP, chamada Os Picaretas, que reuniu famosos como William Bonner, Marcelo Rubens Paiva e o fotógrafo Rui Mendes. Depois de ganhar as eleições, o grupo passou a organizar eventos.
“Eu já tocava guitarra, estudava muito, todos os dias. O Paulo me chamou para tocar com ele e montamos uma banda chamada Pif Paf. Nesse evento tocavam também As Mercenárias, o João Gordo. Começamos a chamar atenção”, disse na entrevista.
Tognolli deixou a banda antes de ela se tornar o RPM e fazer sucesso em todo o país.
12:30A reação dos políticos e a Lava Jato
Pesquisa do jornal O Globo informa que, para os brasileiros, a reação dos políticos foi o principal motivo para o fim da Lava Jato. Se Sergio Moro e Deltan Dallagnol já sabiam disso e resolveram passar para o outro lado, deu no que deu e o barco afundou mais rápido.
12:25Salvador
Como Israel agora é um país cristão, Salvador será a sua nova capital? (Carlos Castelo)
12:23A VIDA COMO ELA É
Na praia da Tabuba (AL) – Foto de Ricardo Silva
8:13Para iluminar
Para quem ainda não conhece, confira OSOL, jornal eletrônico do jornalista e escritor Alberto Villas.
7:55O nome dele é Kelmon
Para os curitibanos que estão reclamando do time de pré-candidatos a prefeito de Curitiba, o Gaiato da Boca Maldita sugere que transfiram o título para São Paulo, onde o Padre Kelmon vai entrar na disputa.
7:35Ducci pra quem quer
Do Analista dos Planaltos
Partidários da candidatura do deputado federal Luciano Ducci (PSB) à prefeitura de Curitiba acham que o que aconteceu ontem na votação da executiva do PT não pode ser considerado derrota para as pretensões do ex-prefeito. A tese de o partido de esquerda adotar uma frente de agremiações para a eleição, com Ducci à frente, teve mais votos, mas não conseguiu o mínimo necessário para ser sacramentada. Agora será feita uma consulta aos militantes partidários do PT em Curitiba. Pragmáticos, os que apostam em Ducci para ter chance de vitória acreditam que esta é a melhor fórmula para a esquerda retornar ao Palácio 29 de Março. Exemplificam afirmando que seria algo parecido com o que aconteceu no cenário nacional, já que o vice-presidente Geraldo Alckmin se filiou ao PSB e compôs a chapa vitoriosa com Lula, líder petista, para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. Há, sim, petistas pragmáticos que consideram a composição esta ser a melhor receita, ou seja, repetir a dobradinha partidária na capital. Estes ainda lembram que Miriam Gonçalves foi vice de Gustavo Fruet na última vez que uma frente de esquerda venceu a eleição na capital. Naquela disputa de 2012, Ducci era o prefeito e sequer foi ao segundo turno.
7:06NELSON PADRELLA
Este
que me olha
além da vida
não é o pai
esperando pelo menino?
Este
que me chama
além de tudo
não é o Nada?
7:03A VIDA COMO ELA É
Foto de Roberto José da Silva
6:55De AdolfHitler@Reich para Lula@gov
por Elio Gaspari, na FSP
Mataram-se judeus antes e depois, mas só no meu governo houve o que se chama de Holocausto
Prezado senhor,
Escrevo-lhe porque vi que, depois de se meter numa briga com os judeus, o senhor se explicou dizendo que nunca falou no Holocausto. Indo-se à literalidade de suas falas, a razão está consigo. Recapitulo.
Em Adis Abeba, o senhor disse o seguinte: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus“.
Dias depois, ao se explicar, o senhor esclareceu: “Não tentem interpretar a entrevista que eu dei. Leiam a entrevista e parem de me julgar a partir da fala do primeiro-ministro de Israel. […] Primeiro que não disse a palavra Holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha. A segunda coisa é a seguinte, morte é morte”.
Senhor presidente, desse jeito, tudo se resumiu a cinco palavras: “Hitler resolveu matar os judeus”. O senhor realmente acha que eu resolvi matar os judeus e disso resultou uma máquina que exterminou 6 milhões de pessoas?
Mataram-se judeus antes e depois de Hitler, mas só durante meu governo houve o que hoje se chama de Holocausto. Não há um sem o outro.
Durante todo o tempo que governei o Reich, persegui os judeus e tudo o que lhes aconteceu teve o meu estímulo e aprovação, mas lhe escrevo para esclarecer que nada do que aconteceu deveu-se apenas ao Hitler.
De novo, recapitulo, atendo-me ao período posterior à chegada dos europeus à terra que o senhor governa.
Na Páscoa de 1506, 2.000 judeus foram massacrados em Lisboa. Em 1647, foi queimado vivo no Terreiro do Paço Isaac de Castro, que havia vivido em Pernambuco e na Bahia. Em 1739, foi a vez de António José da Silva Coutinho, um judeu que nasceu no Rio e escrevia coisas para o teatro.
Aqui onde estou, convivo com vários papas, mas eles pedem que não os mencione. Eu tinha cinco anos de idade quando Edgar Degas, esse grande pintor francês, expulsou uma jovem do seu ateliê ao suspeitar que ela fosse judia.
No início do século 20, quando comecei a denunciar os judeus, não estava sozinho. O imperador da Alemanha, Guilherme 2º, vivia no exílio e dizia que, para aqueles “parasitas […], acredito que o melhor tratamento seria o gás”.
Eu, Adolf Hitler, nunca estive sozinho. Acho que os judeus devem ser expulsos da Palestina e, novamente, não estou sozinho. A guerra de Gaza prova isso.
Quando o senhor diz que resolvi matá-los, exagera. Transformar-me em bode expiatório é fácil, mas inútil. Veja o caso desse Adolf Eichmann. Ele deportou centenas de milhares de judeus para os campos de extermínio. Depois que os judeus o capturaram na Argentina, disse que não era antissemita, mas cumpria ordens minhas.
É verdade que cumpria ordens, mas veja a lista de presença na reunião que estruturou a burocracia da Solução Final, ordenada por mim. Ela se deu em Berlim, em 1942, com 15 participantes, inclusive ele. (Eu tinha mais o que fazer.)
Terminada a guerra, vim para cá e começou o despejo das responsabilidades para cima de mim. Dos 15, 2 já tinham morrido, 1 matou-se, 3 foram executados e outros 2 sumiram. Restaram 7. Todos pegaram penas leves. Um deles, depois de cumprir a pena, conseguiu um emprego público. Voltou a ser julgado e, em 1951, foi condenado a pagar uma multa de uns US$ 100 em dinheiro de hoje.
Boa sorte e Heil Hitler!
Adolf
17:16PARA JAMAIS ESQUECER JOHN LENNON E IMAGINE
16:42Coerência moral
Lula, por coerência moral, deveria indignar-se também com Putin, Maduro e Ortega. (Muniz Sodré)
16:37JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
A Lava Jato completa dez anos neste mês. Começou como uma pororoca e agora está na fase de conta-gotas.