8:05Conversas pra valer

Na programação do andar de cima da candidatura de Eduardo Pimentel (PSD) para prefeito de Curitiba, março é o mês onde começam pra valer as conversas com os partidos que estão na mira para compor o balaio de apoios. Com o governador Ratinho Junior e o atual prefeito Rafael Greca na base de apoio, óbvio que o apelo para a composição é  forte. A conferir.

7:46JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Se em 2040 petistas e bolsonaristas ainda estiverem se estapeando e discutindo quem é melhor para comandar o país, este já terá acabado sem que a maioria tenha percebido.

7:34O Chega de Portugal

por Cláudio Henrique de Castro

Chega é o nome do partido político de extrema direita em Portugal.

A sua substância e sua forma de atuação não diferem da dos partidos fascistas de outras partes do mundo.

A bandeira eleitoral da luta contra a corrupção se sobressai nos seus estatutos.  Contudo, não se explicam as doações sem identificação que recebeu de benfeitores anônimos ou desconhecidos na contabilidade de milhares de euros.

Defendem a liberdade e a igualdade, mas são elitistas quando excluem imigrantes e pessoas de outras nacionalidades.

Seu símbolo é a bandeira de Portugal, justamente para retirar o uso cívico desta imagem, descaracterizando-a e afastando quem pretenda usá-la como representação nacional e cívica. Igual fenômeno ocorreu no Brasil e nos EUA.

Fazem uso da violência, embora neguem. Volta e meia se envolvem em episódios de truculência, como foi a expulsão de repórter na Universidade Católica portuguesa, em janeiro deste ano, quando estavam numa conferência para simpatizantes.

As mentiras e as fake news são outro instrumento poderoso da propaganda partidária. Frequentemente há desmentidos quanto à números, estatísticas e mensagens que subvertem fatos e verdades científicas.

Os falsos paralelismos na discussão política  são utilizados no debate político  quando são confrontados com contradições e afirmações absurdas. Ao invés de as contestarem, apontam outros fatos de adversários políticos de forma genérica e vaga.

Negam a política, afirmando não serem políticos profissionais e estarem fora do “sistema”. Têm no primado da moral e dos bons costumes a sua base ideológica, como salvadores da sociedade corrompida e imoral. No Brasil isso faz-se por meio de setores religiosos eleitos por fiéis. Continue lendo

7:21Na foto, em campanha

Uma velha raposa da política não precisou de lupa para ver ontem, no retrato da cerimônia de anúncio dos novos investimentos da Copel, realizada no Palácio Iguaçu, as presenças destacadas de Paulo Martins e do secretário Beto Preto ao lado do governador Ratinho Junior. Disse que é uma coisa normal em períodos onde as campanhas eleitorais estão no ar.

7:07Dedo fatal

Políticos que há muito vivem a próxima eleição, até dormindo, não devem esquecer um pequeno detalhe: o dedo do eleitor que digita os números na urna eletrônica é fatal para a maioria.

6:50O golpinho de Bolsonaro

por Elio Gaspari, na FSP

A mesa não virou porque a voz das urnas foi respeitada

A exumação da tentativa de golpe de Estado de Jair Bolsonaro corre o risco de se transformar num teatro do absurdo, com a reconstrução de algo que não houve. Uma mistura da trama da peça “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, com o poema “À Espera dos Bárbaros”, de Konstantino Kaváfis. Godot não chega, nem os bárbaros, mas tanto a peça como o poema são obras-primas.

O golpinho de Jair Bolsonaro bebeu na fonte do golpe de Getúlio Vargas, em 1937. Este foi impecável.

Primeiro, Vargas mandou um emissário aos governadores de sua confiança. Depois, pediu ao ministro da Justiça, Francisco Campos, que redigisse uma nova Constituição. Finalmente, armou o esquema militar com o ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, e o condestável do Exército, general Góes Monteiro. Dado o golpe, arrasou as instituições políticas e instalou o Estado Novo, que duraria oito anos.

O golpe de 1937 de Getúlio Vargas guarda uma diferença essencial com o golpinho de 2022 de Jair Bolsonaro. Ambos queriam o golpe para permanecer no poder, mas enquanto num caso a eleição só ocorreria em 1938, no outro ela já havia ocorrido e Bolsonaro perdera. Bota diferença nisso. Querer fazer em dezembro de 2022 o que Vargas fez em 1937 seria transformar uma tartaruga em girafa.

As necessárias investigações em curso devem responsabilizar quem atravessou as linhas das leis durante o processo eleitoral e mesmo depois dele. Esse é o caso dos articuladores e dos vândalos do 8 de janeiro, bem como das obstruções de rodovias e das barreiras da Polícia Rodoviária Federal no dia do segundo turno. São de delitos concretos, comprováveis. Indo-se além, entra-se no teatro do absurdo, expondo um golpe que não houve.

No dia 9 de dezembro de 2022, depois de ter perdido a eleição, Bolsonaro disse que “Vamos vencer, se manifestando de acordo com as nossas leis, vocês são cidadãos de verdade. Está na hora de parar de ser tratado como outra coisa aqui no Brasil. (…) Se Deus quiser tudo dará certo no momento oportuno”.

Pela minuta do golpe, seria decretado o estado de defesa, presos ministros do Supremo e parlamentares, anulando-se o resultado da eleição. Como se conseguiria isso, falta explicar. Seria o golpe de 1937, com Jair Bolsonaro numa reencarnação impossível de Getúlio Vargas e Anderson Torres com o intelecto de Francisco Campos. Isso tudo sem os generais Eurico Dutra e Góes Monteiro.

No ano do 60º aniversário do golpe de 1964, vale lembrar que Bolsonaro bebeu na fonte de João Goulart em outubro de 1963. Foi quando Jango enviou ao Congresso um pedido de instalação do estado de sítio

Alceu Amoroso Lima escreveu à filha no dia 1º de outubro: “Tudo indica ou um golpe do próprio governo, imitando o Getúlio de 37, ou um choque realmente de extremas, com um golpe de uma delas”.

Três dias depois, com o apoio dos três ministros militares, Jango enviou ao Congresso uma mensagem pedindo o estado de sítio. A oposição generalizada, incluindo governadores como o pernambucano Miguel Arraes, esfarelou a manobra e, quatro dias depois, a proposta foi retirada.

Passado o tempo, o professor Darcy Ribeiro, que ocupava a chefia da Casa Civil, contaria: “O que impediu foi que o esquema feito pelos próprios militares não foi cumprido”. Que esquema? Darcy sabia, mas não quis contar.

17:00A menina avoada

de Manoel de Barros

Foi na fazenda de meu pai antigamente
Eu teria dois anos; meu irmão, nove.

Meu irmão pregava no caixote
duas rodas de lata de goiabada.
A gente ia viajar.

As rodas ficavam cambaias debaixo do caixote:
Uma olhava para a outra.
Na hora de caminhar
as rodas se abriam para o lado de fora.
De forma que o carro se arrastava no chão.
Eu ia pousada dentro do caixote
com as perninhas encolhidas.
Imitava estar viajando.

Meu irmão puxava o caixote
por uma corda de embira.
Mas o carro era diz-que puxado por dois bois.

Eu comandava os bois:
– Puxa, Maravilha!
– Avança, Redomão!
Meu irmão falava
que eu tomasse cuidado
porque Redomão era coiceiro.

As cigarras derretiam a tarde com seus cantos.
Meu irmão desejava alcançar logo a cidade –
Porque ele tinha uma namorada lá.
A namorada do meu irmão dava febre no corpo dele.
Isso ele contava.

No caminho, antes, a gente precisava
de atravessar um rio inventado.
Na travessia o carro afundou
e os bois morreram afogados.
Eu não morri porque o rio era inventado.

Sempre a gente só chegava no fim do quintal
E meu irmão nunca via a namorada dele –
Que diz-que dava febre em seu corpo.”

16:11André Vargas e as plantações

Em reportagem na FSP, André Vargas, o primeiro político brasileiro preso pela Lava Jato, fala das pitaias que planta em seu sítio de Ibiporã. Como voltou a se filiar ao PT no ano passado, revela que faz um trabalho de base para o partido. Se vai semear uma candidatura no futuro, não garante, mas…apenas informa que neste ano está fora das disputas.

15:39Requião 83

Roberto Requião completa hoje 83 anos. Amado e odiado, ainda dá pitacos onde sempre atuou. Não precisava. Para quem conhece um pouco de história, a certeza é que ainda não surgiu um líder político como ele.

14:58Sobre prisões

“Lula quer Bolsonaro preso”, leu na Gazetona o Gaiato da Boca Maldita. Como não sossega o facho, baixou a vara de marmelo. “Bolsonaro queria Lula preso. Aconteceu, ele se elegeu e, depois… deu no que deu”.

14:50Silvio Barros confirma disputa da prefeitura de Maringá

Silvio Barros (PP) se reuniu hoje com o governador Ratinho Junior (PSD) e confirmou sua pré-candidatura a prefeito  de Maringá. Em rede social, explicou:

– Era importante conversar com o governador, porque eu já fui prefeito com governo de situação e de oposição, e sei a diferença que faz na hora de captar recursos e trazer conquistas para a cidade. Era preciso saber como seria posição dele em relação à Maringá. Embora eu saiba que governador Ratinho Jr terá outros aliados na disputa, eu pedi também o seu apoio.