por Mário Montanha Teixeira Filho
Não estamos sóbrios
nem ébrios,
nem salvos
nem mortos.
Caminhamos livres
pela madrugada
sem saber se vamos chegar
ou se os raios
da tempestade que se anuncia
virão para nos destruir.
por Mário Montanha Teixeira Filho
Não estamos sóbrios
nem ébrios,
nem salvos
nem mortos.
Caminhamos livres
pela madrugada
sem saber se vamos chegar
ou se os raios
da tempestade que se anuncia
virão para nos destruir.
O Tribunal de Contas informa:
O Tribunal de Contas do Paraná adiou hoje (5), em função da apresentação de um voto divergente, a votação de uma proposta de acordo visando solução consensual do pedido de pagamento de direitos decorrentes da reintegração de Maurício Requião de Mello e Silva ao cargo de conselheiro. A proposta deverá ser reapresentada em sessão virtual na próxima semana. O conselheiro substituto Tiago Alvarez Pedroso pediu adiamento do julgamento solicitando cálculo de valores que poderiam ser descontados a título de imposto de renda e contribuição previdenciária, bem como discriminação da composição de cada rubrica que compõe a remuneração pretendida.
Afastado do cargo em março de 2009, o conselheiro voltou ao cargo em 2022 por decisão do Superior Tribunal de Justiça, que considerou inconstitucional o afastamento, cassou o decreto estadual 1325/11 e reconheceu o vínculo efetivo ao órgão desde a data de sua posse em julho de 2008, determinando a reintegração e possibilitando o recebimento de indenização tanto pela via administrativa quanto judicial.
Todo processo está baseado em pareceres favoráveis da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e do Ministério Público de Contas (MPTC), bem como de todas as áreas técnicas do órgão, que opinam pela vantajosidade econômica de uma solução consensual entre o Tribunal de Contas e o conselheiro. A votação tem base em relatório do conselheiro Agostinho Zucchi.
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.
Foi confirmada pelas fontes oficiais das redes sociais que o presidente da Coréia do Sul consultou a equipe de Bolsonaro antes de decretar a lei marcial naquele país. Deu no que não deu.
Do Filósofo do Centro Cínico
Desempregado e desocupado até passam, mas desalentado, como quer o IBGE, é demais até para brasileiro.
Foto de Carlos Mallmann
Os homens de bem não constroem impérios, apenas fornece a argamassa. (Millôr)
Do enviado especial
Na quinta-feira passada, dia 28, o governador Ratinho Junior baixou decretos exonerando os secretários Ricardo Barros, Sandro Alex, Beto Preto e Leandre Dal Ponte. Na última segunda-feira, dia 2, os quatro já haviam retornado aos mesmos postos. Isso é política!
por Vinicius Torres Freire, na FSP
Na média do país, 27,4% são pobres; entre as crianças, até 14 anos, 44,8% do total
Mais de um quarto dos brasileiros são pobres. Na média. Para ser preciso, 27,4% das pessoas, em 2023. Entre as crianças, quem tem até 14 anos, essa taxa deprimente é de 44,8%. Entre quem tem mais de 60 anos, 11,3%. São dados do IBGE.
Não é o único dos grandes desvios da média que explicitam discriminações crônicas e de causas profundas, “estruturais”. Por exemplo, 21,2% das pessoas entre 15 e 29 anos são “nem-nem” (não está em escola, não trabalha). Mas qual é o rosto típico dos “nem-nem”? Mais de 45% dessas pessoas são mulheres pretas e pardas.
A diferença brutal da pobreza infantil se repete faz tempo nas estatísticas. Os cientistas sociais e quem se ocupe do assunto sabem muito bem disso. Não têm sucesso bastante nem ao menos para colocar o assunto na conversa nacional.
Crianças mais pobres são mais comuns em famílias monoparentais (na maioria, a cargo de mulheres), em zonas rurais, em casas de mães e pais que têm mais filhos, são mais pretas e pardas.
Crianças mais pobres tendem a morrer mais, crescer menos; a se atrasar mais na escola e no desenvolvimento cognitivo em geral. Adiante, tendem a ter salários menores, a engravidar cedo demais. Etc.
Temos benefícios sociais dirigidos para mais velhos, óbvio: Previdência, assistência social (como o BPC). O Bolsa Família serviria também para levar mais dinheiro para crianças e famílias com mais crianças. Não basta, para dizer o menos. Além do mais, o problema não se limita à pobreza dita “monetária” (de renda) e apenas vai ser atenuado com transferências sociais dirigidas para crianças mais pobres. A discussão de alternativas entre o público geral e na política mal existe. Faz pouco que se começou a falar de creche.
O Bolsa Família teve peso na redução significativa da pobreza de 2022 para 2023, primeiro de Lula 3. De 2022 para 2023, o aumento da despesa com o programa foi de mais de 80%, em termos reais (além da inflação), acréscimo de R$ 78 bilhões, para R$ 175 bilhões anuais. A massa salarial, a soma de todos os rendimentos do trabalho, cresceu bem, mas cerca de 5%, por exemplo.
Graças aos benefícios do Bolsa Família, mas não apenas, a participação da renda do trabalho na renda total dos mais pobres passou a ser bem menor. Para famílias com renda domiciliar per capita abaixo de um quarto de salário mínimo, os rendimentos do trabalho eram 34,6% da renda total em 2023 (benefícios sociais, 57,1%). Em 2019, pré-pandemia, sob Jair Bolsonaro, o trabalho era 59,9% da renda desse grupo mais pobre. Em 2013, pico da renda do país, auge dos anos petistas, 59,7%.
Na média nacional, o rendimento do trabalho equivalia a 74,2% do rendimento total em 2023. Entre aqueles que ganhavam entre 1 e 2 salários mínimos, por exemplo, o trabalho contribuía com 76% da renda total, em média.
E daí? Primeiro, os mais pobres são, literalmente, excluídos: não têm trabalho ou vivem de bicos precaríssimos. Segundo, dificilmente será possível conseguir grandes reduções adicionais de pobreza à base de aumento de despesa com benefícios sociais.
Não se trata aqui daquela conversa de arrumar “porta de saída” para beneficiários do Bolsa Família (que de resto vivem em uma porta giratória de entradas e saídas da pobreza). O problema é como fechar essa porta de entrada na pior dureza da vida. Para começar, poderíamos tratar bem das crianças.
Em Curitiba – Foto de Adriana Kukla
por Célio Heitor Guimarães
Uma das manias de (boa parte) dos brasileiros é a macaquice. Macaquice no sentido de macaquear, imitar, copiar. Dou dois exemplos: Halloween e Black Friday. Não temos nada a ver com eles, mas foram indevidamente introduzidos no nosso calendário. E comemorados com desusado fervor.
O Halloween ou Dia das Bruxas, é uma tradicional festa norte-americana, que acontece no dia 31 de outubro, quando as crianças se fantasiam de monstros e saem à procura de doces. Normalmente, os adultos também aderem às comemorações e a decoração atinge jardins e residências.
Acredita-se que esse festejo tenha surgido de comemorações realizadas pelos celtas em homenagem aos mortos. Denominava-se, então, Samhain, data em que a separação entre o mundo dos vivos e do mortos deixava de existir. Hoje, é uma celebrações mais populares da cultura norte-americana e começa a ganhar força no Brasil. O que o que nós, brasileiros, temos a ver com isso, ninguém sabe ou explica, mas está todo mundo pintando a cara de caveira e expondo-se ao ridículo.
Quanto ao Black Friday, como o nome diz, significa “sexta-feira negra”. A expressão e o evento também surgiram nos Estados Unidos – o nosso tradicional exemplo e principal exportador de manias – no século XIX. Trata-se de um evento comercial, em que os preços dos produtos supostamente sofrem altos descontos. Nos EUA, a data está ligada a um dos mais importantes feriados norte-americanos: o Dia de Ação de Graças, sempre comemorado na última quinta-feira de novembro. Há quem diga que a denominação surgiu no início dos anos 90, na Filadélfia, quando a polícia local chamava de Black Friday o dia seguinte ao feriado, sempre com as ruas cheias de gente e congestionamento de veículos, já que precedia o período de compras para o Natal.
No Brasil, a tal Black Friday começou em 2010 e, salvo preciosas exceções, é uma grande enganação. Em regra, os preços são elevados na véspera e depois reduzidos a valores maiores do que os originais. Quer dizer, a prática fraudulenta é uma constante, com a maquiagem de preços e falsos descontos. E aí, como diz um lúcido amigo meu, o brasileiro corre comprar o que não precisa, com o dinheiro que não tem.
Se uma das tendências do brasileiro é copiar – definida como mimetomania, termo não dicionarizado – que, pelo menos a cópia seja proveitosa e não mero arremedo de prática externa inadequada ao Brasil.
Aliás, a bem da verdade, essa prática faz parte do colonialismo cultural ao qual o brasileiro, desgraçadamente, adora submeter-se. De repente, centro de compras virou shopping; cabelereiro, hair center; farmácia, drugstore, cafeteria, coffe shop; hotel, resort; casa de calçados, shoe shop, comida rápida, fast food; e entrega, delivery. É mais chique, menos provinciano e mais imbecil. O português não sensibiliza, não atrai a freguesia. Mas, em alguns casos, para se descobrir o que a loja comercializa, há que se indagar do estabelecimento.
E lá vamos nós, ladeira abaixo.
Do enviado especial
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou nesta quarta-feira (4), com 34 votos favoráveis e seis contrários em sessão plenária, o Projeto de Lei que modifica as normas de licenciamento ambiental no estado. A proposta, criticada por enfraquecer a proteção ambiental, foi tratada como prioridade pelo governo Ratinho Junior (PSD).
Do Goela de Ouro
Leandro Moura, ex-presidente da Celepar, e João Luiz Guimarães, ex-diretor , estão em busca de espaço na equipe de Eduardo Pimentel. ICI e Agência de Inovação na mira.
O comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Cássio Araújo de Freitas, disse que o policial que jogou um rapaz de cima de um viaduto, sem sofrer ameaças ou coisa parecida, cometeu um erro emocional. Tal justificativa merece que o governador Tarcísico de Freitas também cometa tal tipo de erro e demita o coronel, já que o secretário de segurança pública é imexível.
Do comentarista esportivo
Piada pronta é a contratação do atacante Alef Manga pelo Avaí, de Santa Catarina, cujo patrocinador master é a PixBet. Confira: Continue lendo
Foto e texto de Beto Mallmann
Tava sentado no banco da bancada do boteco. 17 horas. Fui tomar uma cervejinha pra quebrar o meio da semana e assistir um clássico do futebol mundial, Liverpool x Real Madrid. Já é final de expediente para alguns. Subindo a ladeira vem um aflito e pede uma dose. Bebe de uma talagada. Conversa com o dono e relembra os velhos tempos. Pede uma batata recheada, especialidade da casa. Logo chega outro, esse vem descendo a ladeira. Pede a dose tão esperada, diz que é pra acalmar porque o dia foi violento. Brinda com o parceiro e o dono do bar, mas só bebe depois de dar o primeiro gole pro santo. Os garçons conhecem todos que vão chegando. Sabem a cerveja, a dose que bebem e petisco preferido. A grande maioria que está aqui tem seus cabelos brancos – to me incluindo nessa. Do nada chega um rapaz mais novo, traz um cavaquinho. Senta numa mesa e pede uma cerveja e um lanche. Enquanto não chega, ele pega o instrumento e começa a tocar. Surpreende com Trem Azul, um sucesso dos anos 70, do sensacional disco Clube da Esquina. Lembro dos meus tempos de faculdade, quando entrei no começo dos anos 80. Muita utopia e ingenuidade e vontade de mudar o mundo junto. Boteco é assim. Cabe todo mundo. Cabem muitas histórias. E me vem o saudosismo de lugares e momentos que estão ficando raros. O boteco é uma resistência. O melhor lugar para se frequentar.
Pedi um rabo de galo e fechei a conta.
Assim veio:
O curitibano Rogério Portugal Bacellar, presidente da Confederação Nacional de Notários e Registradores (CNR) e da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR), as duas principais entidades de classe do setor de cartórios, recebeu na quarta-feira, 27, o título de Cidadão Honorário de Brasília. Foi a quinta homenagem no ano pelo trabalho realizado em defesa da categoria e pela modernização dos serviços à população, incluindo diversas iniciativas voltadas a desafogar o Judiciário. Somente em 2024, Bacellar recebeu outras quatro homenagens pelos trabalhos no setor. Continue lendo