14:08A defesa de Rosângela Moro

Nota oficial da assessoria da deputada federal Rosângela Moro

A transferência do domicílio eleitoral é um direito de todo cidadão brasileiro. A Deputada Federal Rosangela Moro (União-SP), apesar de ter efetivado a transferência do seu domicílio eleitoral para o Paraná, onde se encontra o seu marido e sua família, continuará a representar o estado de São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu escritório de representação aberto na capital paulista e a agenda nas demais cidades do estado.

13:56Nas entranhas do monstro

por José Maria Correia

Lutar nas entranhas do monstro é enfrentar de dentro a discriminação institucional.

Uma corporação antiga, como as outras, onde para os negros só havia espaço entre os subalternos.

E também não havia na, década de 70 , uma única delegada ou mulher ocupando chefias,

Essa foi a instituição em que ingressei por concurso em 1972.

E neste mais de meio século vi transformar e evoluir no quebrar de paradigmas.

As correntes de aprisionamentos eram culturais, mas muito sólidas.

E as convenções as mais retrogradas.

Mas foram os movimentos trazidos pelo sangue novo que produziram essas transformações.

Aqui repercutiram os protestos dos irmãos negros que ressoavam em todo o mundo, como o do ídolo do esporte e campeão mundial de boxe Cassius Clay , o Muhammad Ali.

E os assassinatos do reverendo Martin Luther King e de Malcom X.

Os protestos da geração de 68 e as barricadas em Paris que abalaram os pilares desses anacronismos.

E também a lenta agonia do regime militar que sufocava a liberdade de expressão, proibia sindicatos e exercia a censura nos cinemas, na literatura, no teatro e na imprensa.

De minha muita humilde parte tive meus exemplos e referências.

Aqui em casa , a mãe mesmo.

Professora do estado lutando pela vida, desde adolescente na remota Quatiguá.

O avô indigenista e antropólogo na proteção dos indígenas e contraindo todas as doenças tropicais nas matas e nas florestas.

E a esposa e companheira de uma vida , também professora e lutando com as dificuldades dos salários baixos e das escolas de periferia sem estrutura.

Intelectualmente foi a Biblioteca Pública que me apresentou a filósofa Simone de Beauvoir, onde aprendi sobre a igualdade de gênero em “ O Segundo Sexo “, a mais atemporal das obras sobre a condição feminina em um mundo construído para homens e pelos homens.

Não só ela , mas também Clara Campoamor, Frida Kahlo, Anita Garibaldi, Pagu, Angela Davis . Françoise Sagan, Dolores Ibarruri , Rosa de Luxemburgo e Olga Benário.

Mulheres que desde Chiquinha Gonzaga e antes dela lutaram pelo sufrágio universal , pelo fim do fascismo e por uma visão holística da sociedade e do universo feminino com igualdade.

E ainda na geração de 68 , a mais contestadora do estabilishment conservador e reacionário, os palcos de Bibi Ferreira , Leila Diniz, Domingos de Oliveira, Dina Sfat, Beth Mendes, Ítala Nandi, Clarice Lispector, Gal Costa, Maria Bethânia , Rita Lee e toda uma legião de artistas , escritoras , compositoras e intérpretes que fizeram soar as trombetas de Jericó nas derrubadas das muralhas.

E neste Dia Internacional das Mulheres é que vejo o quanto já avançamos em termos de participação institucional e quanto ainda teremos que avançar até que tenhamos mulheres nas chefias das instituições e das representações classistas. Continue lendo

11:05JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

O lucro da Petrobras caiu. Isso é bem melhor para o governo do que quando quem subia muito era o lucro dos diretores que depois caíram nas garras da Lava Jato.

10:12Caminho para cassação?

A procuradoria eleitoral de São Paulo foi acionada contra Rosângela Moro, acusada de “brincar com a legislação eleitoral e zombar do eleitorado”. A jornalista Mônica Bergamo revela que a empresária Roberta Luchsinger, filiada ao PT e responsável pela implosão da filiação de de Sergio Moro em São Paulo por conta de uma uma notícia-crime, agora tenta abrir caminho para a cassação de Rosangela por ela retornar, em pleno exercício do mandato, ao domicílio eleitoral paranaense.

9:58Compromisso pessoal

Do Analista dos Planaltos

A volta de Rosângela Moro ao domicílio eleitoral do Paraná, depois de ter ido a São Paulo, com o marido, Sergio, revela mais uma vez a faceta daqueles políticos que têm compromisso com eles mesmos – e vão atrás de onde for melhor para se eleger. O casal queria São Paulo. Foi e se dividiu. Para ela, que se elegeu deputada federal, agora é melhor voltar, mesmo porque, se der tudo errado, vai continuar no parlamento. O povo que a elegeu no estado vizinho? Quem se importa? Compromisso mesmo é conseguir mais uma vez um cargo a qualquer preço.

8:21O dia dela

O Gaiato da Boca achou perfeita a revelação de que a deputada Rosângela volta para Curitiba a fim de disputar eleições. Disse que faltou apenas um slogan para a situação: “Hoje é dia da mulher do Moro!”

8:03O nome dela é Rosângela!

A deputada federal Rosângela Moro transferiu o título para Curitiba. Se confirmada a informação, coloca mais um capítulo na incrível trajetória política do casal que forma com o senador Sergio Moro. Os dois saíram de Curitiba para seguir carreira política. Foram para São Paulo. Moro queria até ser candidato a presidente, mas teve de voltar a Curitiba, por ordem da Justiça. Foi eleito senador. A mulher ficou na capital paulista, também em decisão da Justiça, e foi eleita para a Câmara. Moro corre o risco de ter o mandato cassado. Rosangela teria transferido o domicílio eleitoral para a capital paranaense para disputar a vaga dele, ou seja, manter o cargo em família. Isso ou, numa jogada ainda maior, arriscar se candidatar a prefeita da cidade concorrendo pelo União Brasil, que já tem um nome forte em campanha, o deputado estadual Ney Leprevost. Pode ser tudo. O pode ser nada, improvável, é que ela teria voltado apenas por achar que aqui é um doce lar eleitoral.

18:12O meu time 

por Mário Montanha Teixeira Filho

O Clube Atlético Paranaense (CAP) completará cem anos no dia 26 de março. Acompanho-o desde menino, e sobrevive em mim o nome simples da paixão, sem o entusiasmo afetado dos que ressuscitaram o Club Athetico da origem – prefiro desse jeito, reduzido de estrangeirismos. Para registro pessoal da data, escalo o time da minha vida, com titulares, reservas e algumas referências breves.    

  1. O rigor histórico diria que Caju, a Majestade do Arco, é nome incontestável. Sei disso e respeito a lenda. Caju se fez o goleiro eterno, embora eu nunca o tenha visto jogar. Nem precisaria. Foi o melhor, e deve ser mantido no panteão dos heróis, intocável, deus rubro-negro a guiar nossos passos. Para o meu modesto time, coloco Altevir, camisa 1, sob as traves. O Altevir que eu vi, enlameado, encharcado, a contemplar a imensidão do campo debaixo das traves do seu cotidiano, um homem bom a defender as nossas cores. Pertence-lhe o recorde de partidas sem levar gols. Foram impressionantes 1066 minutos – ou doze jogos – em que a bola não conseguiu ultrapassar a linha guardada por ele. Altevir é símbolo de um tempo difícil – os pesados, tenebrosos e frios anos 1970 –, de alegrias efêmeras e sonhos que pareciam distantes. Altevir sou eu, menino a lutar contra forças ocultas e poderosas, a enxergar raios de sol num horizonte inalcançável. Eu e a minha utopia. 

Para a reserva do ídolo, nomeio Roberto Costa, cujas defesas impossíveis acompanhei já na fase adulta, no começo dos anos 1980. Roberto foi a segurança de um time que atacava muito. Um time campeão depois de longo tempo de espera e fracassos. Dou-lhe a camisa 12.  

  1. Djalma Santos, o meu camisa 2, foi o maior de todos. Por obra e graça de Jofre Cabral e Silva, um dos nossos primeiros campeões do mundo vestiu o fardamento vermelho e preto que povoou meus sonhos de criança, e que lhe caiu tão bem. Um fardamento que não existe mais, como não existe a simplicidade que se espalhava pelos gramados. Eu vi o melhor lateral direita do mundo vestir a camisa do meu time, dedicar-se a ele, amá-lo com sinceridade e decretar a sua aposentadoria aos 41 anos de idade. Eu e os meus olhos cheios de encanto. Eu também vi, com orgulho enorme, o capitão que pela primeira vez levantou a taça Jules Rimet, o gigante Hideraldo Luis Bellini, exibir a sua enorme categoria em jogos disputados na velha Baixada. Bellini, como não poderia deixar de ser, é o meu camisa 3.

A dupla campeã do mundo faz parte das minhas recordações de 1968, dos meus primeiros nove anos de vida. “Para mim, Djalma Santos e Bellini eram jogadores nascidos e criados na Baixada – até então, nada mais do que um muro vermelho e preto que eu via todos os dias no caminho da antiga escola. Algum tempo depois, eu descobri que a Copa do Mundo não era a extensão do lugar onde fazíamos as refeições. E que a dupla que eu tanto amava tinha vestido a camisa da seleção em 1958 e 1962. Os meus ídolos conquistaram o bicampeonato mundial. Mas isso não importava. Acima de tudo, eram dois atleticanos”.    Continue lendo