7:32Xandão, Bambam e a Democracia

Do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na aula do início letivo da Faculdade de Direito da USP, onde se formou:

“Esses três pilares [imprensa, eleições e Judiciário] resistiram no mundo todo, mas foram abalados. Nós não podemos nos enganar, não podemos baixar a guarda, não podemos dar uma de Bambam contra Popó —que durou 36 segundos. Nós temos que ficar alertas e fortalecer a democracia, fortalecer as instituições”,

15:50Não assusta!

Um ministro do STF disse à coluna da jornalista Mônica Bergamo que “Bolsonaro nunca assustou o Supremo, nem mesmo quando estava no poder, comandava as Forças armadas, tinha amplo apoio entre os militares e mobilizava até mais gente para ir às urnas”. Então, tá.

15:15Vai dar zebra, esquerda?

Do advogado Roberto Bertholdo sobre a manifestação de ontem na Paulisto em texto publicado no X:

  •  Achar que o ato de Bolsonaro, ontem na Paulista, não vai influenciar no ambiente político que envolve o governo é agir como avestruz. 
  • Então, o que aconteceu ontem não muda a vida do Bolsonaro,  mas sinaliza que a instabilidade e a divisão que a extrema direita logrou implantar no Brasil continua muito viva e esse ambiente atrapalha demais o governo, o seu funcionamento e o dia a dia das pessoas.
  • A direita mostrou mais uma vez que é muito mais organizada que a esquerda, com mais capacidade de mobilização que os campos progressistas.
  • Além disso, continuaa ditando a pauta dos assuntos da mídia.
  • Não reconhecer que a dinâmica política está sendo pilotada por eles, que a classe média é muito majoritariamente de direita e que uma parcela importante de classes mais pobres também está apoiando esses malucos, é o primeiro passo para permitir que eles retornem.
  •  Além disso, eles tem maior domínio no manejo das midias sociais e a esquerda ainda não encontrou a linguagem correta para comover ou inspirar sonhos nessas modernas ferramentas.
  • O modelo de comunicação da direita é curto e raso. O nosso modelo é mais elaborado e portanto, mais longo e mais difícil de ser compreendido.
  • Nessa área, tirando o Lula, que é um craque, todos estão fazendo um pouco errado.
  • Ou a esquerda tira a cabeça para fora e deixa de se comportar como avestruz, ou vai dar zebra.

12:29Filho de Putin

Título do artigo do senador Sergio Moro na Gazeta do Povo: “Lula, filho de Putin”. Para quem ouviu o presidente do Brasil dizer há tempo que não iria sossegar enquanto não conseguisse “foder” com ele, até que foi uma resposta educada.

12:13JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

A palavra resiliente voltou com tudo depois da manifestação de ontem na avenida Paulista. Os bolsonaristas divulgam o que seria o correto, ou seja, a capacidade de voltar à sua forma original depois de enfrentar e superar adversidades. Os petistas juram que os adversários voltaram ao estado anormal.

11:07O que é uma Ditadura

por Cláudio Henrique de Castro

Entre 501 a 202 a.C. foram nomeados 85 ditadores em Roma. A principal função da ditadura era militar. Apenas um ditador era nomeado por decreto do Senado romano.

A ditadura no mundo romano representou a legalização da tirania por um instrumento superior à República em momentos de perigo, para proteger a ordem existente. O tirano não tinha limites para impor a normalidade da República. Sua função era transitória e todas as magistraturas ficavam suspensas pelo seu poder.

Passaram-se os séculos e no Brasil as Forças Armadas, a partir do século XIX, em vários episódios históricos, foram protagonistas de golpes e tentativas da tomada de poder do Estado.

Os períodos recentes de malfeitos foram: a ditadura de 1964-85 e o golpe parlamentar de Temer de 2016 que se prolongou até 2022. Na passagem de bastão de Temer para Bolsonaro as eleições foram garantidas pela prisão do candidato que poderia derrotar o então militar reformado, eleito em 2018, e a repentina mudança na jurisprudência do STF.

Essas histórias ainda não foram contadas adequadamente, nem a de 1964-85 nem os seis anos de 2016-22.

Duas obras analisam esse período recente: “Os Onze” e “O Tribunal”, de Felipe Recondo e Luiz Weber, uma radiografia da atuação pendular do STF.

A possibilidade de os poderes serem totalmente engolidos pelo Poder Executivo veio com a estratégia esfarrapada de questionar as urnas eletrônicas. Iriam sucumbir o Congresso, o Supremo e a Constituição.

Dentre outros discursos, atos e tentativas frustradas, o ataque ao STF foi no sentido de isolá-lo institucionalmente dos outros poderes e da população. Um derretimento constante por meio de discursos hostis e desabonadores por parte do Poder Executivo.

Agora, na marcha inevitável da prisão de golpistas, tem-se a resistência de um Congresso Nacional e de alguns governadores com parcela composta por apoiadores daquela proposta de ditadura, eleitos na esteira das emendas secretas e com o apoio neopentecostal messiânico que se instalou na política.

Duas posturas foram preponderantes nesse caminho: a da omissão às investidas antidemocráticas e a do apoio ora velado, ora explícito, pelos partidos a esse movimento ditatorial.

O retrato dessa era de suspiros e pretensões autoritárias é a leitura da biografia de Adriano da Nóbrega, o chefe do Escritório do Crime no Rio de Janeiro. 

No livro Decaído, o autor, Sérgio Ramalho, dá uma ideia de como as milícias cresceram e sua íntima ligação com setores da política brasileira.

De um matuto que vivia na miséria, Adriano, no crepúsculo da sua vida, faturava 800 mil reais por mês, uma quantia digna de um CEO, com valores auferidos com a exploração de atividades ilegais: caça-níqueis, assassinatos a soldo, construção de prédios ilegais e da cobrança de taxas de proteção.

Antes do assassinato de Marielle Franco, três políticos foram executados em circunstância análogas, o mesmo modus operandi do Escritório do Crime.

Defendido de forma veemente pelo ex-presidente da República e seus filhos numerais, à medida que os malfeitos de Adriano foram sendo divulgados, a mesma verve foi no sentido contrário, a de negar a amizade com o criminoso.

As semelhanças entre Adriano da Nóbrega e Cláudio Guerra, um ativo e destacado policial da ditadura militar (1964-1985), são muito grandes: grampos ilegais, ligações com o jogo do bicho, milícias, matadores de aluguel e os narcos, mas o principal; o fascínio pelo assassinato de inocentes e dos opositores políticos.

As ditaduras são assim.

10:45Onze milhões e uma pancada

Do correspondente esportivo

Inventaram agora o “Fight Music Show”. Luta-livre perto da enganação é arte pura. No sábado, com transmissão da Globo, o ex-boxeador Popó “enfrentou” o ex-BBB Bambam. Deu-lhe uma pancada aos 36 segundos do primeiro assalto e faturou R$ 5 milhões. O nocauteado ganhou mais: R$ 6 milhões. Isso porque falou muita caca para promover o evento e fez acordo com os patrocinadores. Querem mais?

10:29Hoje é dia de pagar IPTU em Matinhos

Do enviado especial

Hoje vence a primeira parcela do IPTU da Prefeitura de Matinhos. Tem muita gente pensando se vale a pena pagar ou não o imposto. Ontem uma chuva fez com que carros fossem levados pela água entre a avenida principal de Caiobá e a segunda rua que corta o balneário. Casas foram alagadas e tudo o que de pior que pode acontecer num município onde não há limpeza de bueiros mas tem show no final de semana e praia ampliada.