9:57Ministério Público denuncia atual diretor do BRDE

Do enviado especial

A 9ª Vara Federal de Curitiba recebeu uma denúncia do procurador federal Joel Bogo, de Umuarama, que envolve Heraldo Alves das Neves, ex-diretor administrativo e financeiro da Fomento Paraná e atual diretor administrativo do BRDE. O resumo da acusação está no primeiro tópico do documento enviado em meados de setembro (ler abaixo). Heraldo deverá explicar o fato ocorrido há dez anos. Cabe à Justiça aceitar ou não a denúncia. A conferir.

Em data que não se pode precisar, mas em dezembro de 2014, no Estado
do Paraná, Município de Curitiba/PR, HERALDO ALVES DAS NEVES,
valendo-se, à época dos fatos, de seu cargo de Diretor Administrativo e
Financeiro na AGÊNCIA DE FOMENTO DO PARANÁ S.A., com
vontade livre e consciente, efetuou escrituração contábil em desacordo
com a regulamentação vigente, em relação ao contrato de empréstimo
concedido à empresa Agro Industrial Parati Ltda., atual AVERAMA
ALIMENTOS S.A (CNPJ n.º 01.827.177/0001-29), mediante a elaboração
de demonstrações financeiras e contábeis que não refletiam a real situação
econômico-financeira envolvendo as partes, induzindo ou mantendo em
erro investidores, o FUNDO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO –
FDE e o BANCO CENTRAL DO BRAS.

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8:35Distanciamento

Do Goela de Ouro

As famílias Moro e Francischini estão cada vez mais distantes da de Leprevost. Entre outros motivos porque o candidato a prefeito do União já olha Cristina Graeml, do PMB,  pelo retrovisor.

8:17Pesquisa indica que Silvio Barros deverá ser eleito no primeiro turno em Maringá

A Paraná Pesquisas divulgou hoje o levantamento feito para a disputa da prefeitura de Maringá. Com 66,7% dos votos, o candidato Silvio Barros (PP) deverá ser eleito no primeiro turno. Atrás aparecem Edsonm Scabora (PSD), com 22,8%, Humberto Henrique (PT) com 7,5%, Evandro Oliveira (PSDB) 2% e Pastor José Santos (MOB) com 1%. Foram ouvidos 710 eleitores nos dias 26 a 29 de setembro. A margem de erro é 3,8 pontos percentuais. O registro no Tribunal Superior Eleitoral tem o n.º PR-03428/2024.

Confira: Maringá_Set24 – Mídia

7:54Quem tem?

Pode ser tudo e pode ser nada, mas desde a divulgação da última pesquisa, a pergunta que se faz nos ambientes nervosos das campanhas é: “Quem tem medo de Cristina Graeml?”

7:23JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico 

Nas 103 maiores cidades do país, os candidatos apoiados por Jair Bolsonaro dão uma sova nos do Lula. O problema maior é que ainda não inventaram uma vacina contra isso.

7:02No debate, o clima pesou nos bastidores

Do enviado especial

Se houve civilidade e educação entre os candidatos à prefeitura de Curitiba no debate da Rictv na sexta-feira, nos bastidores da emissora foi diferente. Entre os convidados que ficaram numa sala, o clima descontraído não durou o primeiro bloco. Com ironias, risadinhas e observações sarcásticas, parte da equipe de um dos candidatos se portou como torcedores de futebol ao avaliar os posicionamentos dos concorrentes. Felizmente não houve discussões, mas o clima ficou pesado até o fim do debate. Tanto que assessores dos outros candidatos chegaram a mudar de lugar para não ouvir as gracinhas de quem estava na primeira fila.

6:47Recuperação zero

Na Veja, do ministro Benjamin Zymler, do TCU, responsável pelos processos das multa administrativas de pessoas e empresas investigadas pela Lava-Jato:

A grande verdade é que, no mundo real, o resultado de todo nosso esforço na Lava-Jato é o seguinte: são 12,8 bilhões de reais de condenação, zero de recuperação de crédito. Nada foi recuperado. Em termos de precisão absoluta, é zero. Sendo mais sincero ainda, a perspectiva de recuperação dos créditos tende a zero também.

6:27A minúscula arte de bloquear

por Giovana Madalosso, na FSP

Antes de fazer isso com seu chefe, certifique-se de que você é irrelevante o bastante para isso

Sou do tempo em que o verbo bloquear ainda não existia. Quer dizer, até existia, mas só lembrávamos dele quando um caminhão tombava na estrada e ficávamos horas esperando a polícia rodoviária tirá-lo do caminho.

Hoje percebo que, às vezes, a capacidade de bloquear fazia falta. Não era possível fazer isso no telefone. Nem na caixa de correio, que vivia atulhada de folhetos de propaganda. E muito menos na porta de casa —quem dera eu pudesse bloquear um vizinho chatíssimo que aparecia todo domingo na nossa soleira.

Se as redes sociais nos consomem, ao menos nos oferecem uma contrapartida: o discreto prazer de bloquear, que pode se expressar de diversas formas.

Das mais frequentes, o bloqueio romântico acontece justamente quando o romance acabou. Se o dedo apela para esta vingança é porque o amor (ou a possibilidade de uma boa trepada) já ruiu –embora um ou outro casal adore bloquear e desbloquear, bloquear e desbloquear, na esperança de que este vigoroso estímulo digital reavive a chama.

Outro bloqueio clássico é o ideológico. Praticado à exaustão no Brasil em 2022, segue excitando os dedos indicadores esquerdo e direito. Confesso que pratico bastante, provavelmente a modalidade de bloqueio que mais pratico, e me faz um bem danado, como ir a um spa, fazer um detox ou tomar um laxante.

Primo irmão do bloqueio ideológico, o estético também é altamente recomendável em casos de 1. frases motivacionais sobre o pôr do sol. 2. pombas voando com desejos de bom dia. 3. versos de Clarice que Clarice jamais escreveria. 4. fotos de família sempre feliz, em estado de maníaco de margarina. 5. correntes de qualquer tipo.

É nessas horas que você descobre de quem gosta, por quem nutre alguma simpatia. Há pessoas que mandam ou exibem alguns dos itens acima e eu chego até a achar engraçadinho. Há outras cuja imagem enviada nem carregou e já estou bloqueando.

Um pouco marxista, um pouco leninista, o bloqueio de classe serve para nos livrar dos intragáveis que não se constrangem em só circular pela área VIP da humanidade: sempre em piscinas de hotéis, sempre com drinques nas mãos, sempre com roupas caras que eles nunca repetem, são como náufragos cegos de um paraíso que jamais existiu.

Um dos mais saborosos bloqueios, o profissional exige altíssima discrição. Antes de bloquear seu chefe e outros indigestos colegas, certifique-se de que você é irrelevante o bastante para que seu gesto não seja notado —a irrelevância nunca foi tão saborosa.

Um bloqueio que não demanda cuidado, afinal, nunca será percebido, é o de celebridades. Elas nunca imaginarão que foram colocadas para fora da sua festinha, e deriva dessa porta fechada o grande prazer: nem a Vogue teria coragem de fazer o que o seu dedo indicador fez.

Infelizmente, ainda não inventaram o autobloqueio. Tem horas que estou de saco cheio de mim mesma, das minhas postagens literárias, do meu sorriso almoçando com amigos, da personagem bem-sucedida que criei para ofuscar a minha versão vulnerável, nervosa, cheia de manias.

Nessas horas, deleto o aplicativo. E então percebo que bloquear, por mais prazeroso que seja, não passa de mais uma demanda desnecessária que o Cavalo de Troia da tecnologia nos trouxe.

18:42Jornalismo

por Gabriel Garcia Marques

Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.