10:44Barbosa indeferido

Da Folha de Londrina

Por unanimidade, os desembargadores do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do
Paraná) negaram, nesta quarta-feira (2), o recurso do ex-prefeito Barbosa Neto
(PDT) contra o indeferimento da sua candidatura à Prefeitura de Londrina,
ocorrido no dia 5 de setembro por decisão da juíza Camila Tereza Gutzlaff
Cardoso, da 42ª ZE (Zona Eleitoral). A campanha do candidato segue e ele terá
seu nome na urna eletrônica no dia 6 de outubro. Cabe recurso ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral),

10:05Prontos para a próxima

Do Analista dos Planaltos

Se o plano A de alguns candidatos de ir para o segundo turno nesta eleição não der certo, o B já está garantido para 2026, com os slogans de campanha:

  • Ducci mais Goura agora é Federal e Estadual
  • Agora é Ney estadual
  • Requião e Requião Filho: Federal e Estadual falam, fazem e sustentam
  • Luizão deputado federal é reeleição
  • Maria Victória a mulher na Assembleia, e  Ricardo Barros no Senado.
  • Cristina Graeml, a senadora da direita
  • Rosângela Moro a federal do Paraná

E segue o baile onde muitos serão chamados e todos os escolhidos nas eleições proporcionais. Isso é política e privilégio de quem tem mandato ou apoios importantes.

9:34Cid Moreira, adeus

Do G1

Morre Cid Moreira

Jornalista, locutor e apresentador estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia.

Morreu nesta quinta-feira (3) o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreiraum dos rostos mais icônicos da televisão brasileira, aos 97 anos. Ele estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia.

Segundo o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes.

Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927 — ele completou 97 anos na última sexta-feira (27).

O jornalista iniciou a carreira no rádio em 1944, depois de ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.

Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que, entre 1951 e 1956, começou a ter suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio.

9:09NELSON PADRELLA

VOLTANDO PARA CASA

Um dia teria que acabar, não é mesmo? Só que ali em Barcelona, catando o ouro dos dias, a gente nem pensava que uma hora teríamos que voar para casa. Mas, voltaríamos gordos de vida nova, de conhecer cidades e vilas, templos, avenidas, ruazinhas, casas que nos pareciam tão estranhas, de conhecer horizontes, de achar tudo maravilhoso.
Às vezes, dava vontade de dizer “eu não mereço isso”. Merece, sim.Todos merecemos viver na alegria, todos merecemos ser felizes. Estávamos apenas dando um presente para nossa criança interior.

8:26Retrato do artista quando brega

por Carlos Castelo

“Hoje eu levantei da cama, tomei meu café
Dei um beijo nas criança, eu coisei com a muié
Tudo isso foi de graça, irmão
As coisas boas são de graça, irmão
A vida é de boa, não preciso de muito pra ser feliz, não
Só preciso de um dinheiro pra comprar um mé
O leitin das criança e o Modess da muié
O resto é só fé, só fé, só fé
O resto é só fé, só fé, só fé
Só preciso de um dinheiro pra comprar um mé
O leitin das criança e o Modess da muié
O resto é só fé, só fé, só fé
O resto é só fé, só fé, só fé”

(‘Só fé,  por Grelo) 

Ao adentrarmos o universo poético da canção “Só Fé,” do cantor e compositor Grelo, somos confrontados com o paradoxo entre o trivial e o transcendente. A partir da aparente banalidade do protagonista, que narra sua rotina de forma quase monótona, emerge um tecido intertextual que nos remete não apenas ao desespero modernista de T.S. Eliot, mas também às contribuições de Ezra Pound, James Joyce, Marcel Proust, Umberto Eco e Rita Cadillac.

O início da canção, com seu “levantei da cama, tomei meu café,” é um eco dos devaneios de Leopold Bloom em Ulysses, de Joyce. Aqui, o narrador, como Bloom, se encontra em um espaço de trânsito entre a mundanidade e o questionamento existencial. Ambos, o homem comum da canção e o herói joyceano, revelam-se como sujeitos fragmentados, cuja narrativa pessoal se constrói a partir de gestos banais e desconexos. O beijo nas crianças e o “coisar com a muié” funcionam como atos automáticos, um tipo de stream of consciousness que, como em Joyce, oculta camadas profundas de alienação e desespero.

Ezra Pound, com sua busca incessante pela condensação poética e pelo significado lacônico, poderia ver no refrão “Só fé, só fé, só fé” um exemplo de melopeia imagista. O mantra repetido não apenas ressoa com o vazio espiritual, mas funciona como uma tentativa quase desesperada de encontrar ordem em um universo fragmentado. Continue lendo

7:46O último debate

Hoje tem debate na RPC. É o último e encerra o período da propaganda eleitoral, que não é gratuita, no rádio e televisão, neste primeiro turno. Com oito candidatos, dificilmente vai pegar fogo, mesmo se sabendo que o líder das pesquisas, Eduardo Pimentel (PSD), vai receber flechadas incendiárias dos principais concorrentes (Ducci, Leprevost, Requião), por conta da denúncia que explodiu anteontem sobre a coação a funcionários da prefeitura para colaborar com dinheiro para a campanha. O candidato, a prefeitura, o partido dele negam tudo – mas o MP investiga. Essa parte do debate, como dizia o chapa Carneiro Neto nas transmissões de jogos de futebol, “é disso que o povo gosta”. Se vai influenciar na decisão de eleitores, talvez as pesquisas que serão despejadas até o dia da eleição revelem. No momento o que de fato é interrogação entre os candidatos é se a disputa termina domingo ou vai para o segundo turno. Isso é política! A conferir.

7:28JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Com a exibição do apoio de um time de políticos de outras paisagens que conhecem Curitiba tanto quanto os eleitores sabem como é subir de joelhos as escadas da Penha, no Rio de Janeiro, fica comprovado que a capital província era, província é, província será.

7:10Atlético Paranaense suspende contrato com a Esportes da Sorte

Ontem à noite o Atlético Paranaense anunciou que suspendeu o contrato de patrocínio com a “Esportes da Sorte”, casa de apostas não liberada pelo Ministério da Fazenda para operar no Brasil. Em nota oficial (ler abaixo), o clube pediu a “imediata suspensão da execução e exposição da sua marca junto ao Club, com base em prerrogativa contratual e legal”. A Esportes da Sorte patrocina também o Corinthians e o Bahia. Continue lendo

6:30A maldição das apostas

por Célio Heitor Guimarães

É uma desgraçada tradição brasileira: o governo, quando age, age mal e tarde demais. No caso das apostas online, recorro à escrita de Juca Kfouri, transcrita aqui mesmo no Zé Beto: 

Michel Temer abriu as portas para a jogatina em dezembro de 2018, Jair Bolsonaro permitiu a festa sem limites durante quatro longos anos e quando o governo Lula, seis anos depois, a regulamentou, para entrar em vigor em janeiro de 2025, era tarde: o Brasil já tinha virado um imenso cassino, a banca regurgitava sem saber onde lavaria tanto ervanário e havia no ar muito mais que aviões de carreira”.

Mais:.

“Enquanto comunicadores, atletas, ex-atletas e treinadores colaboravam, por mera ganância, para enganar sem o menor constrangimento seus ingênuos e ignorantes fãs, o brasileiro apostava o que não tinha em busca da prosperidade fácil.”

E aí a Folha de S.Paulo revelou que “em agosto, os beneficiários do Bolsa Família (…) gastaram R$ 3 bilhões em bets via Pix, segundo uma análise feita pelo Banco Central”.

Voltemos ao Juca:

“Dos 20 milhões de beneficiários [do Bolsa Família], 5 milhões fizeram apostas no mês passado [em agosto]. Na mediana, o valor gasto por pessoa foi de R$ 100. Desse total de apostadores, 70% são chefes de família, ou seja, quem de fato recebe o dinheiro transferido pelo governo”.

Aí o governo de Luiz Inácio levou um susto: “Estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro, fazendo aposta” – proclamou Lula, emendando: “É um problema que vamos ter que regular, senão daqui a pouco vamos ter cassino funcionando da cozinha de cada casa”.

Daqui a pouco, companheiro?! Os cassinos já estão funcionando a todo vapor.

E o ministro do Esporte tem o desplante de dizer que é preciso separar o joio do trigo, “pois existe o jogo bom e o jogo ruim”.

Com a devida vênia, excelência. O jogo, sobretudo as avassaladoras apostas online, é sempre ruim. Bom só para a banca.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve mais consciência ao afirmar que os jogos viraram um problema social grave. Mas não foi capaz de sugerir a proibição da deplorável prática. Agora, ameaça cancelar 600 sites de apostas. Por ora, foram apenas cento e poucos. Há, porém, cerca de 2.000 em ação. 

Aliás, os partidos da base aliada de Luiz Inácio votaram em peso a favor da regulamentação das apostas online. Agora, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann tem o descaramento de confessar que “subestimamos os efeitos nocivos e devastadores sobre o que isso causa à população brasileira”. E faz um mea culpa público: “É como se a gente tivesse aberto as portas do inferno, não tínhamos noção do que isso poderia causar”.

Ah, é, excelência?! Tarde piaste. Mas ainda há tempo de corrigir a desgraça, impedindo que ela prossiga e se amplie. Basta que o companheiro-presidente, em vez de regularizar a tragédia, vete-a, proibindo, inclusive, a publicidade e a propagação do vício. 

A propósito, a dependência de jogos de azar já é a terceira maior do mundo, superada apenas pelos vícios do tabaco e do álcool, e o Brasil já ultrapassou a Grã-Bretanha, sendo o país onde mais se joga no mundo. 

Quer dizer, no entendimento do pesquisador Edilson Braga, do ambulatório de jogos do Hospital das Clínicas de São Paulo, “estamos sentados em uma bomba-relógio”. 

Argumenta o especialista que, uma vez instalada a dependência, “pouco importa se o jogador vai ganhar ou perder” (…), “é a fissura pelo jogo, por apostar”. Aí, não existe mais controle.

Edson Braga avalia que o vício em apostas é um mal que já se instalou na sociedade, e que a regulamentação somente reduziria os danos. E sustenta que a propaganda dos bets deveria ser banida, pois, em um piscar de olhos, todo o patrimônio de vida de uma pessoa vai embora.

Isso pouco importa aos promotores das apostas. Hoje, como se sabe, a promoção dos tais bets domina os estádios, os clubes, as camisas do atletas e até as emissoras de rádio e TVs, encarregadas das transmissões esportivas.

É um inferno, como bem diz a presidente do PT, absolutamente sem controle.

Tanto é que cassinos de Las Vegas já estão abrindo bets no Brasil, de olho no jogo presencial. E as redes Globo e SBT procuram brechas na regulação para também entrar no mercado.

Ainda uma vez, Juca Kfouri: 

“Quem tem olhos para ver cansou de avisar que a jogatina inundaria o Brasil, que resultados de jogos seriam manipulados, que os espertalhões de sempre ganhariam rios de dinheiro e que aquilo que o governo arrecadaria com impostos seria gasto no atendimento aos viciados”.