9:42Guia Masoch de TV

por Carlos Castelo

Um cardápio televisivo para masoquistas que vai fazer você questionar suas escolhas de vida.

O Retorno do Pato Bobo

Quem nunca sonhou em ver um ex-assassino de aluguel aposentado sendo forçado a voltar ao trabalho para salvar uma adolescente estereotipada? Bom, se você não sonhou, sentimos em informar que acabam de lançar Pato Bobo (Dizzy Duck), o homem que largou a vida de crimes para cuidar de plantas e fazer suco verde, mas que agora precisa salvar a filha da vizinha de um sequestro em Newark. Porque, claro, é isso que ex-matadores fazem nas horas vagas. O suspense é de matar. De tédio. O verdadeiro mistério nele é porque alguém achou que um roteiro assim precisava ser filmado. Assista se você acha que a definição de entretenimento é uma perseguição de carros intercalada com monólogos existenciais sobre como ninguém respeita os aposentados.

TV Senado, 16 anos.

Hotel da Lama

Se você gosta de séries sobre lugares luxuosos onde nada de bom acontece, Hotel da Lama é a melhor pedida da semana. A trama se passa em um hotel de cinco estrelas que também é o ponto de encontro de todos os traficantes da América Latina. E, como sempre, o protagonista é o gerente do hotel, que, ao que tudo indica, não sabe que está rodeado de criminosos. Sem dúvida, parece uma excelente maneira de perder o emprego. E o seu tempo. A única vantagem é ver como conseguiram criar um enredo tão vazio, recheado de glamour barato e diálogos que fazem novelas mexicanas parecerem romances de Dostoiévski. Se você gosta de misturar Narcos com decoração de interiores, esse show é para você.

Poltrona 7, 12 anos.

O Clube da Caverna: Um Passeio de 43 mil anos

Seis humanos na Idade da Pedra. Uma terra nova e misteriosa. E um monstro (claro, é essencial ter um monstro). O Clube da Caverna nos transporta para um tempo em que as pessoas faziam fogo com pedras e a comunicação era mais sofisticada do que os diálogos desse filme. Em linhas gerais, temos personagens andando de um lado para o outro, grunhindo às vezes, enquanto algo assustador se esconde nas sombras. Se isso lhe parece emocionante, você deve ser o tipo que chora assistindo A Lontra Travessa. Dica: deixe a TV ligada no plano de fundo enquanto faxina a casa. O impacto será o mesmo.

Geography Channel, 18 anos.

Grito da Juventude

Grito da Juventude nos apresenta Carol, uma jovem de 76 anos que decide que está na hora de explorar sua liberdade sexual. O problema: ela logo se torna alvo de fofocas na vizinhança e ganha um apelido nada elogioso (não daremos spoiler). A solução: Carol organiza uma greve de sexo no pequeno vilarejo de Nova York. Se você ama enredos que confundem protesto com desconexão da realidade, esse filme é para você.

TV Câmara, livre

Debates Após A Ceia Continue lendo

9:04NELSON PADRELLA

Chega época de eleição, fico na dúvida da escolha do nome. Então, faço o seguinte. Jogo um tijolo pra cima. Se cair na minha cabeça não compareço à votação. Fico no hospital resolvendo palavras cruzadas.

9:03Primeira página

As primeiras páginas das edições  impressas dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de S.Paulo estampam hoje propagandas de candidatos. O Gaiato da Boca Maldita foi a uma banca em Curitiba para ver se havia algo parecido na capital dos paranaenses – não achou nem jornal.

8:51Dr. Zureta

  • Pergunta do dia: Requião já decidiu em quem vai votar?
  • Até onde o furacão Cristina vai influenciar no clima até então ameno das eleições de Curitiba?

8:06Brasil, o país da anistia

por Renato Terra, na FSP

Rescaldos da Pátria Mãe Gentil

O coração da máquina pública brasileira é generoso. De um modo ou de outro, sempre encontra um jeitinho para perdoar toda sorte de atrocidades.

Lá pela primeira metade do século 20, o brilhante Barão de Itararé já trazia o resumo definitivo: “Anistia é um ato pelo qual os governos resolvem perdoar generosamente as injustiças e os crimes que eles mesmos cometeram”.

O Barão viu de perto a consolidação da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937. Vargas fechou o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e Filinto Müller montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

Ele também viu de perto o golpe de 1964. Os militares fecharam o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e a ditadura montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

Ao longo das décadas, os ditadores tiveram lugar cativo no coração da máquina pública brasileira. Getúlio voltou à Presidência nos braços do povo. Filinto Müller foi eleito senador. A anistia “ampla, geral e irrestrita” absolveu os ditadores militares. Quem foi preso nessa história? O Barão.

De lá pra cá, Fernando Collor foi massacrado por denúncias de corrupção, sofreu impeachment. Anistiado democraticamente pelo Supremo em 1994, elegeu-se senador.

No coração da máquina pública brasileira sempre cabe mais um. Couberam os anões do Orçamento, os vampiros, os sanguessugas.

A Lava Jato foi desmantelada a ponto de soar delirante a hipótese de que houve corrupção no governo Lula, nas empreiteiras e na Petrobras. Duas pessoas presas pela operação estão em posições opostas na polarização brasileira: Lula e Valdemar da Costa Neto.

O desmantelamento da Lava Jato foi justificado por uma arapuca jurídica à margem da lei criada por servidores com intenções políticas. Resultado: a operação conseguiu a proeza de anistiar investigados e investigadores.

Nada mais natural que Jair Bolsonaro costurar sua absolvição apoiando Ricardo Nunes, um candidato mais ligado ao coração da máquina pública brasileira do que ao próprio bolsonarismo.

Afinal, como dizia o Barão: “Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados”

7:46Pedido contra pesquisa

Depois de conseguir na Justiça Eleitoral a retirada do ar de matérias e postagens do Jornal Plural, a campanha de Eduardo Pimentel pediu a suspensão da publicação da pesquisa da Quaest (ex-Ibope). Os motivos alegados são legais. A conferir.

7:39Debate ?

E o debate de ontem à noite na RPC ? Não houve debate, mas sim, em resumo, um ataque agressivo da maioria dos candidatos contra Eduardo Pimentel (PSD), líder das pesquisas, utilizando como munição principal a denúncia de coação a doze servidores públicos de uma repartição da prefeitura de Curitiba para que colaborassem financeiramente com a campanha do vice-prefeito. Ele deu a resposta burocrática distribuída no dia da publicação da reportagem do site Metrópoles, ou seja, que a culpa era do funcionário que foi demitido imediatamente. Todos os candidatos aproveitaram o tempo que tinham disponíveis para repetir o que prometeram nas propagandas de rádio e televisão, com exceção de Roberto Requião (Mobiliza) e Cristina Graeml (PMB), que não tinham este espaço, por isso, em certo momento, agradeceram a emissora pelo convite. Mas foram estes dois os mais contundentes nos ataques a Pimentel. Tanto que a jornalista Cristina, de tão ansiosa para “bater” no seu vizinho na disposição do cenário, atropelou as regras combinadas e na primeira pergunta que deveria responder sobre outro assunto, mirou em Pimentel para disparar sua treinada e contundente metralhadora. Requião foi repetitivo em afirmar que está tudo errado, que a prefeitura é mancomunada com empresas, etc, um velho discurso conhecido. Luciano Ducci (PSB), Ney Leprevost (União) e Luizão Goulart (Republicanos) também atacaram, mas de forma mais comedida. Maria Victoria (PP) e Andrea Caldas (PSOL) foram as mais equilibradas, com cutucadas pontuais. No resumo do programa também ganhou relevância o fato de a maioria dos candidatos ressaltar uma série dos problemas da cidade, obviamente com a exceção de Pimentel. Foram tantos que um forasteiro que chegasse ontem à capital e assistisse o debate poderia nem desfazer a mala e voltar para a origem. Portanto, não houve vencedor no enfrentamento. As pesquisas que devem ser publicadas até amanhã dificilmente vão refletir o que se viu e ouviu nos estúdios da RPC. No domingo, sim, as urnas eletrônicas darão a resposta correta.

17:19O boné de M

Amigo do blog está em São Paulo e ao circular pela famosa rua 25 de março constatou a popularidade do candidato Pablo Marçal, aquele. Disse que o boné com a letra M, igual ao que ele usa, vende mais do que chuchu em fim de feira. Na pesquisa DataFolha de hoje o maluco empatou tecnicamente com o prefeito Ricardo Nunes e Guilherme Boulos.

16:24Justiça acata pedido e tira do ar matérias do Plural sobre a denúncia de coação

A Justiça Eleitoral acatou um pedido da coligação Curitiba Amor e Inovação, de Eduardo Pimentel, e determinou a retirada do ar de matérias do Plural Jornal. Elas tratavam da denúncia sobre a coação de servidores da prefeitura para colaborar com dinheiro para a campanha, sob risco de demissão. Segundo um dos integrantes do comando da campanha do candidato do PSD, o pedido foi “só para os textos mal intencionados e com desinformação”.

15:53Quem não tiver pecado que atire o primeiro frango

De um velho conhecedor das artes e manhas da política paranaense:

Ao almoçar no Restaurante Madalosso, viu no mural ao lado do café as fotografias de todos os banquetes galináceos realizados nos imensos salões lotados há mais de quarenta anos em todas as campanhas da situação ou da oposição.

Invariavelmente as primeiras filas de mesas e cadeiras sempre foram reservadas para os patrocinadores e cargos comissionados dos diversos governos .

E no palco os candidatos e seus apoiadores.

Portanto, não se trata de normalizar o pedido veemente para que comissionados adquiram convites para fazer caixa de campanha.

Mas é do jogo da política.

O que não se pode de forma alguma é impor a compra de convites sob ameaça ou sugestão de perda do cargo.

Nesse aspecto a prefeitura agiu bem – e o demitido foi o desastrado superintendente que fez um gol contra para a campanha.

Mas a verdade é que outros candidatos também usaram do mesmo expediente, que agora condenam, em outras eleições, quando foram secretários ou prefeitos de Curitiba ou de outros municípios.

Está lá no mural de fotografias,