Fotos de Walter Firmo
10:37Provocação
Tão provocador quanto sinal de tráfego amarelo. (Millôr)
10:33Os milhões em pauta
Do enviado especial
O processo em que o conselheiro Mauricio Requião pede ressarcimento pelos anos em que ficou afastado do TC volta à pauta do plenário virtual a partir da próxima segunda-feira. Isso se não houver manifestação da Justiça que impeça a reanálise do processo, em função da ação popular recentemente proposta.
10:25JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
O jornal Los Angeles Times vai utilizar a Inteligência Artificial para aferir o grau de imparcialidade de cada artigo publicado. Vai conseguir 100% quando analisar um espaço em branco porque o autor morreu.
10:19SPONHOLZ
9:46Inédito! Fabio Camargo suspende votação da prestação de contas de Ratinho Junior no TC
Do enviado especial
Um inédito pedido de vista impediu a votação das contas do governador Ratinho Junior, relativas a 2023, no início da noite de ontem, pelo Tribunal de Contas. Depois de declarados os votos favoráveis por cinco conselheiros, Fabio Camargo pediu vista afirmando ter dúvidas sobre a forma como os recursos da venda da Copel foram inseridos na prestação de contas. Isso depois de um debate que levou mais de quatro horas, considerando a leitura de um longo relatório feito pelo conselheiro Ivan Bonilha. Agora o processo volta a ser debatido na próxima quarta-feira, na última sessão do ano do TCE.
9:41Mistério… Dalton Trevisan era atleticano?
O repórter André Pugliesi busca informações que confirmem ou não se o escritor Dalton Trevisan era torcedor do Atlético Paranaense. Defender o clube como atleta está provado, com foto e tudo, como escreveu aqui o jornalista Marcos Barrero, que foi editor da Placar, revista onde, em publicação especial, há o registro de que em um dos livros do Vampiro há a citação “o tremular das bandeiras rubro-negras”. Pode ser tudo, pode ser nada. A verdade é que Trevisan não era coxa-branca e até brigou com o Coritiba, inimigo dos atleticanos, por causa do barulho em dias de jogos no Couto Pereira, perto de sua casa – o que já é uma pista. Pugliesi e Sandro Moser, outro craque do jornalismo, vasculham todas as informações e indícios da possível preferência futebolística do escritor que morreu segunda-feira passada. Eles são os titulares da “Baixada”, excelente newsletter sobre o Atlético Paranaense, uma publicação independente e excelente. Quem tiver alguma informação ou pistas a respeito, é só enviar para o email [email protected]
9:14CIRCULA NA INTERNET
– O que você faz da vida?
– Complico.
9:00PARA NUNCA ESQUECER MESTRE AMBRÓSIO E FUÁ NA CASA DE CABRAL
8:28Pesquisa aponta que Lula e Haddad seriam imbatíveis no segundo turno em 2026
Pesquisa Quaest informa que o presidente Lula venceria um possível segundo turno da eleição presidencial de 2026 contra todos os possíveis candidatos apresentados. O ministro Fernando Haddad também, caso Lula não concorra. Essa possibilidade, aliás, é defendida por 52% dos entrevistados. Em tempo: mesmo inelegível, Jair Bolsonaro também fez parte do levantamento em um cenário, contra o atual presidente. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, perderia de Lula por 52 a 26; contra Bolsonaro, o petista ganharia de 51 a 35.
8:16Sem lesão
Ao ler que Roberto Kalil, médico do presidente, disse que “Lula não teve nenhuma lesão cerebral, não tem nenhum risco cerebral”, o Gaiato da Boca Maldita ficou otimista: “Agora vai!”
8:13DR. ZURETA
Do gabinete do governador do Paraná soltaram fogos de artifício. Foi logo que saiu a decisão da inelegibilidade do Caiado.
8:10Embolização
O presidente Lula deu ordem para que os médicos avisassem ontem mesmo sobre a embolização que se submeteria hoje cedo. Fez isso para evitar que pensassem que está morrendo. O termo do procedimento que, simplificado, é um cateterismo para evitar futuros sangramentos no cérebro, chega à ninguenzada como algo parecido com embolar, o que não deixa de ser verdade diante da maré de notícias que pipocam no noticiário como o aumento da taxa selic, a chantagem dos parlamentares para que as emendas sejam liberadas em troca da votação do pacote de cortes de gastos, etc.
7:35A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Foto de Lina Faria
7:10Quem tem medo de vampiro?
por Carlos Castelo
O casarão do Vampiro de Curitiba se erguia no Alto da Glória. As janelas fechadas e o portão aberto me atraíram. Era meu sonho conhecer o dono da casa. Passei pelo jardim e empurrei a porta destrancada.
O interior exalava um silêncio estridente. No centro da sala, uma cadeira de balanço. As cortinas filtravam a luz, projetando sombras nas paredes.
– Entre – veio a voz rouca.
O Vampiro de Curitiba, se encostava numa estante repleta de livros. Seus olhos penetrantes dominavam o ambiente. Ele me avaliava com a mesma intensidade que revisava suas palavras.
– Não esperava visitas – disse ele.
Eu gaguejei, sem justificar minha intromissão. Ele ergueu a mão.
– Não importa. O tempo se esgota. Quem é você?
– Sou um cronista. Queria conhecê-lo, mestre.
Ele respondeu, irônico:
– Cronistas escrevem para preencher o vazio das horas. Eu escrevo para esculpir o silêncio.
As palavras me atingiram como as presas de Drácula. Ele apontou para um sofá coberto de papéis.
– Sente-se.
Falou-me de seus pesadelos: leitores invisíveis arrancavam pedaços de sua carne durante o sono. Descreveu uma Curitiba onde as ruas se reorganizavam à noite, onde pessoas sumiam nas esquinas, levadas por murmúrios que não se ouviam.
As sombras nas paredes se estenderam em formas humanas. A cadeira de balanço não parava de se mover.
– Elas chegaram – sussurrou, a voz entrecortada.
– Quem?
– As palavras que não escrevi. Elas me perseguem.
O Vampiro pegou um caderno preto da pilha ao lado da estante e me entregou.
— As palavras que não escrevi. Elas me perseguem.
O caderno, encardido e sem título, pesava em minhas mãos. Ao abri-lo, vi a mesma frase repetida em todas as páginas, em letras diminutas: “Não leia isso em voz alta.”
Antes que pudesse perguntar o que significava, o Vampiro começou a se desvanecer, como uma sombra tragada pela luz.
— Escreva! — foi sua última palavra, ecoando pelas paredes do casarão.
Fiquei imóvel por minutos, antes de sair. Mas algo do casarão veio comigo. As sombras. As palavras. O caderno.
Em casa, tentei usá-lo. Sempre que apagava ou reescrevia qualquer esboço, a frase “Não leia isso em voz alta” ressurgia. Nas madrugadas, o som de uma cadeira de balanço ainda ecoa pelo apartamento — embora eu não tenha uma cadeira de balanço.
O caderno continua comigo. E sempre que o abro, as páginas estão em branco.
(Publicado no Estadão)
7:01A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Fotos de Daniel Castellano
6:45Os supersalários
por Célio Heitor Guimarães
Como no poema de Carlos Drummond de Andrade, o projeto de ajuste fiscal do governo federal tem uma pedra no caminho – e de grande dimensão e difícil remoção: a limitação dos supersalários no setor público – aqueles que excedem o teto do funcionalismo. É justa, necessária e poderia gerar uma economia de 5 bilhões por ano ao erário. No entanto, atingindo quem atinge, Luiz Inácio terá enorme dificuldade de consolidá-la.
O teto salarial para agentes públicos é atualmente R$ 44 mil mensais, correspondente ao vencimento de ministro do Supremo Tribunal Federal. Está na Constituição Federal. E todos os que recebem dos cofres públicos estão sujeitos ao limite. Todos vírgula. Há casos, em determinadas carreiras, que o pagamento acessório de auxílios e outros ressarcimentos, chamados “penduricalhos”, elevam os ganhos para além do limite constitucional – o que é ou deveria ser coibido.
Entre esses privilegiados constam membros da magistratura e do Ministério Público, que, através de manobras em causa própria, “legislam” ou “encontram” brechas na legislação para atender interesses pessoais. E, assim, além da vantagem de sessenta dias de férias anuais (mais os recessos de final de ano), acrescentam aos estipêndios todo tipo de auxílio, como moradia, alimentação, saúde, transporte, mudança, vale-livro, ressarcimento de férias não gozadas, abono permanência etc. e tal. Servidores menos graduados podem até fazer jus a alguns desses benefícios, mas tudo é submetido ao teto salarial. No caso dos homens da toga, isso não acontece, posto considerarem tais valores “verbas indenizatórias”, isentas de impostos ou limites. E assim, em certas ocasiões, os ganhos mensais chegam a mais de R$ 100 mil mensais.
Cogita-se agora – alguns tribunais já a concretizaram – a volta dos adicionais por tempo de serviço, que foram incorporados aos salários quando os vencimentos da magistratura e do Ministério Público viraram subsídios.
E o que dizem os Tribunais de Contas? Nada. Não por acaso, soube-se que ali, através de subterfúgios semelhantes, alguns ministros ou conselheiros chegam a receber mais de R$ 300 mil!
Por isso, Lula tem poucas chances de atingir os seus legítimos interesses contra os supersalários. Prova é que, assim que as pretendidas medidas vieram a público, representantes do Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública entraram em ação para barrar, em conjunto, a limitação dos penduricalhos. Irmanados, iniciaram articulações no Congresso Nacional para derrubar o dispositivo da PEC que fecha brechas para a concessão de supersalários. Incomoda essas carreiras o artigo que prevê a necessidade de uma lei complementar para autorizar pagamento “de caráter indenizatório” acima do teto das remunerações do setor público. Como consequência, presidentes de seis Tribunais Regionais Federais e outras entidades acenam com o risco de aposentarias em massa.
A pressão, aliás, é monstruosa, reunindo, além dos presidentes dos TRF, representantes do Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça Militar, do Colégio de Presidentes dos Tribunais Eleitorais do Brasil, do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho, da Associação dos Magistrados do Brasil, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Associação dos Juízes Federais, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, Associação Nacional dos Procuradores da República, Associação do Ministério Público Militar, Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios. Um poderio corporativo avassalador!
A justificativa para tanto esforço chega a ser simplória. Segundo o presidente da AMB, “Nosso objetivo é assegurar a manutenção da valorização que conquistamos nos últimos anos”. Então, tá.
Na verdade, o atual texto da Constituição já veda acúmulos salariais e penduricalhos, ao instituir no art. 37, inciso XI, que “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal…” e vai por aí adiante.
Mas, como tem gente interpretando-o com esperteza, o companheiro-presidente poderia restaurar o texto original da CF de 1988, qual seja: “a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como limites máximos e no âmbito dos respectivos Poderes, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, por membros do Congresso Nacional, Ministros de Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus correspondentes nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, e, nos Municípios, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito”.
O segredo estaria naquele “a qualquer título” que grifei e que alguém sorrateiramente eliminou do atual texto constitucional.
16:35JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
O Botafogo levou uma sapatada de 3 a 0 do Pachuca na Copa Intercontinental. No Qatar o time brasileiro não viu a cor da bola e, pior, esqueceu que o nome da equipe mexicana rima com machuca.
16:19A VIDA COMO ELA É
Fotos de Ralf G. Stade
16:03Amentalio, curta-metragem sobre aborto espontâneo, está disponível no Youtube
Assim veio:
Amentalio: curta-metragem premiado já está disponível online
Público pode assistir ao filme da curitibana Fernanda Vilela gratuitamente no YouTube
Na noite de quinta-feira passada (05), em Curitiba, a produtora, escritora e atriz curitibana Fernanda Vilela recebeu cerca de 180 convidados durante o evento de lançamento nacional do curta-metragem “Amentalio”. Produzido e filmado em Los Angeles, nos Estados Unidos, o filme retrata a realidade do aborto espontâneo e todo o luto que envolve a perda prematura de um filho durante o processo de gestação.
Durante a apresentação de “Amentalio”, Fernanda falou sobre a escolha do tema. “O aborto espontâneo ainda é um tema considerado um grande tabu. Quis contar essa história por dois motivos principais: primeiro, para que mulheres que já vivenciaram o aborto espontâneo se sintam acolhidas, menos sozinhas, e saibam que sua dor não é invisível. Além disso, que percebam que seus sentimentos são compartilhados por muitas outras mulheres. Apesar de ser uma experiência individual, as emoções decorrentes desse evento são, na maioria das vezes, universais. Meu maior desejo é que este curta sirva como um abraço e uma rede de apoio para essas mulheres. Depois, para que amigos e familiares de alguém que passou por essa experiência possam compreender melhor o luto enfrentado pelas mães em um momento tão delicado”, afirma Fernanda. Continue lendo