Foto de Mario Testino
10:55Sem abalo
Os 50 anos de Itaipu serão homenageados na Câmara dos Deputados em Brasília. Como diria o saudoso Helio Teixeira, que foi superintendente de Comunicação da hidrelétrica: “Mas a barragem continua firme e sem abalo nenhum”.
10:36Psicanálise
Faço análise há trinta anos e a única frase inteligente que já ouvi do meu analista é a de que preciso de tratamento. (Woody Allen)
10:19Fumaça no ar
Do enviado especial
Ontem o bairro Cascatinha foi coberto por uma densa fumaça expelida por uma chaminé de uma enorme fábrica ali existente. Os bombeiros foram chamados. Descobriu-se que a limpeza de uma caldeira provocou o fumaça depois do entupimento de uma chaminé e do entupimento da chaminé que resultou que a fumaça saísse de uma vez só. Quem mora na região, entretanto, diz que a poluição “sem entupimento” é constante e, de quebra, pergunta o que faz uma indústria daquele tamanho dentro de Curitiba, numa área residencial e perto de lindos parques.
10:00PARA NÃO ESQUECER
9:50Dividir para somar
O Gaiato da Boca Maldita só queria entender: se Paulo Martins (PL) é unha e carne e assessor especial de Ratinho Junior, como iria disputar a eleição para prefeito de Curitiba contra o candidato escolhido do governador? Aí ele pensou e cravou seguro: “Por enquanto é para dividir os outros, depois é só para somar ao preferido!”
9:43JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
Se o campeonato brasileiro de futebol for suspenso por causa das enchentes, as dezenas de casas de apostas vão partir para a disputa entre candidatos a prefeito nas capitais do país apresentada pelos institutos de pesquisas. Pensando bem, também é um jogo.
9:21É hoje!
por José Maria Correia
Peço permissão para convidar as e os ilustres colegas , amigos e amigas para os atos de comemoração dos 56 anos da histórica Tomada da Reitoria da UFPR pelos acadêmicos.
Foi uma ação de rebeldia e insurgência que impediu a implantação do ensino pago em todas as universidades federais do Brasil.
1968.
Eu estive na Comissão de Frente dos atos , ainda estudante universitário.
Permanecemos no local sob forte cerco e presença da PM e do batalhão de choque que sempre reprimia com muita violência, até que o então governador Paulo Pimentel à pedido dos estudantes determinasse a saída da PM e permitisse nossa retirada pacífica e tranquila .
A pressão contundente fez com que o ensino gratuito permanecesse e milhares ou milhões de estudantes sem possibilidade de pagar mensalidades pudessem se formar em todo o país como médicos, advogados, professores , dentistas , engenheiros , enfim em todas as áreas das ciências e das profissões de níveis técnicos e superiores.
Fui escolhido pela Comissão Organizadora para falar amanhã na Faculdade de Direito em saudação aos corajosos advogados que defenderam gratuitamente os estudantes militantes e perseguidos pelas causas da democracia nas arbitrárias auditorias militares.
Somente dois se encontram vivos .
Vamos lançar um livro de memórias históricas de sessenta ex alunos que participaram dos atos, ex presos políticos e anistiados de condenações ideológicas como por apenas participar de um Congresso Estudantil da UNE , entidade que estava posta na ilegalidade.
Como um dos autores enalteci em meu texto os trabalhos da geração que pertenço da Polícia Civil na abertura dos arquivos secretos da DOPS no Paraná, o que fiz quando estive DG e , pela primeira vez no continente americano , de norte até o sul e com grande repercussão humanitária permitindo que famílias soubessem os trágicos destinos de seus entes queridos desaparecidos
9:07Requião é que mobiliza
No Centro Cívico a boa aparição de Roberto Requião na pesquisa, mesmo sob a sigla do Mobiliza, era esperado porque ele tem um público muito fiel. Alguns acham que chegará aos 20%, ou seja, ele mobiliza mesmo um partido nanico.
8:55Nova pesquisa indica Eduardo Pimentel nas cabeças
A TV Band divulgou pesquisa encomendada à Paraná Pesquisas hoje no telejornal da manhã. Nos quatro cenários da estimulada o candidato do PSD, Eduardo Pimentel, aparece na frente e Luciano Ducci em segundo (na espontânea também). Na disputa onde entram Ducci, Ney Leprevost, Requião, Beto Richa e Paulo Martins, ele ficou com 22,9% contra 13,1%, 12,8%, 11%, 8,1% e 6,5% respectivamente. A margem de erro é de 3,5 pontos Foram ouvidos 800 eleitores de 08 a 13 de maio. O registro no TSE é PR01291/2024.
Confira: Curitiba_Mai24 – Mídia
8:40A VIDA COMO ELA É
No quintal da Dona Zefa – Foto de Ricardo Silva
8:26ticiana vasconcelos silva
O vento cala a memória
E eu o sinto como a um amigo
Que saiu sorrindo
Após sua vingança
Como uma lembrança
A buscar o medo
Como uma criança
Que guarda segredos
De uma manhã febril
Em que se viu
O reflexo de sua sombra
No espelho
E o vento me diz:
“Você é a corda
Que enlaça o meu beijo
Você é a bossa
De um bolero sem tempero
Você é o fio
Que costura o meu sossego
Você é um navio
Que ouve o meu primeiro
Sinal perante o sol e vê o meu amor
Por ti, por todos
Por cada um que presenciou
A luz de uma aurora boreal
Na terra do amor final
O seu como o meu
O nosso olhar sob véus
O céu a esperar este encontro”
E eu percebi
Que meu corpo já era triste
Pela partida do vento
Que me deu alento
Que me deu alimento
Que é a matéria de que sou feita
Um sopro no escuro
E o mundo terminou
7:59Lobo
O lobo é o homem do lobo. (Millôr)
7:55A VIDA COMO ELA É
Foto de Ralf G. Stade
7:47As verbas da tragédia e o quinquênio
Enquanto as reuniões se sucedem em Brasília para se definir como ajudar o Rio Grande do Sul, imerso em sua maior tragédia ambiental, a chuva não para de cair, os rios e lagoas batem recordes dos níveis de inundação e os sobreviventes ficam ainda mais apavorados, as discussões nos salões da capital federal envolvem o quanto de verba é possível repassar e também como a tragédia pode afetar ou não a imagem dos governantes. Nessa hora nunca é demais lembrar que nas entranhas dos poderes há um projeto para garantir um penduricalho de R$ 42 bilhões para o chamado quinquênio da turma da capa preta e correlatos. Se não fosse a gritaria inicial, seria enfiado goela abaixo da ninguenzada, gaúchos inclusive.
7:29Desgraça pouca…
Desgraça pouca é bobagem, diz o ditado. Enquanto o povo gaúcho demonstra a força para sobrevivência nesta catástrofe que parece não ter fim, em Brasília há quem pensa em desvincular a aposentadoria do salário mínimo. O caminho seria modificar a Constituição, que é clara ao estabelecer que “nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo”. A revelação feita por Rômulo Saraiva, na FSP, coloca o holofote na fonte desta ideia: Simone Tibet. Obviamente uma maluquice dessa não passaria no Congresso, mas no Brasil tudo é possível. A conferir.
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7:13A VIDA COMO ELA É
Foto de Roberto José da Silva
7:05Autoritarismo não é resposta às fake news
por Joel Pinheiro da Fonseca, na FSP
Recriar confiança básica é mais importante que refutar fake news
O Estado não faz nada, é incompetente no pouco que faz e até mesmo sabota os esforços da iniciativa privada. Segundo levantamento do professor da USP Pablo Ortellado, 31% dos conteúdos compartilhados sobre as enchentes no RS na rede social X tentam descredibilizar o poder público. Em muitos, há informações falsas ou exageradas, como a de que o governo teria negado ajuda do Uruguai, que caminhões com donativos estão sendo barrados por falta de nota fiscal ou mesmo que toda a tragédia foi planejada.
Num momento de crise, com nervos à flor da pele, sociedade polarizada e smartphones nas mãos de todos, é quase inevitável que muito conteúdo falso e/ou com forte teor político venha à tona. Misturam-se aí várias motivações: busca por fama ou dinheiro, oportunismo político e até mesmo equívoco sincero na intenção de ajudar. A questão é como reagir a ele.
A reação da Secom do governo federal até agora tem sido o confronto direto. Em primeiro lugar na Justiça, segundo ofício enviado ao ministro da Justiça para tomar medidas legais contra diversos perfis. É uma peça de indisfarçável autoritarismo. Dentre os conteúdos que levaram a Secom a recorrer à Justiça está a opinião veiculada por uma influenciadora de que “o Estado não estaria fazendo nada, mas apenas a sociedade civil”.
É óbvio que essa opinião é totalmente sem base —e que ela parte de certos interesses políticos—, mas ela é isto: uma opinião, e não a asserção de um fato concreto que não ocorreu e que pode enganar as pessoas. Imagine a distopia de milhares de cidadãos sendo processados —multados e quiçá presos— por escrever textos ou gravar áudios com exageros e críticas injustas ao governo. A boa notícia é que, além de ditatorial, isso seria impossível. A não ser que optemos por um controle das redes de nível chinês (que inclui banir aplicativos estrangeiros), o governo não tem como lidar com o volume de conteúdo gerado.
Numa coisa estou de pleno acordo com o ofício da Secom: “É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises”. Mas essas ações têm que ser pensadas com inteligência, para não tornarem o problema ainda maior.
Olhamos muito para o lado da oferta —quem veicula as tais fake news e conteúdo polarizante—, e pouco para o da demanda: quem consome e compartilha. O post é compartilhado na medida em que entrega o que o público quer, ou seja, confirma seus desejos e vieses. E hoje, parte expressiva da sociedade olha com desconfiança tudo o que venha das instituições estabelecidas, vistas como corruptas e incompetentes.
Reconstruir uma confiança básica é muito mais importante do que refutar uma ou outra fake news que circula graças à desconfiança. E isso significa baixar a sensação de que metade da população (no Sul, muito mais) é vista como inimiga pelo governo. Falar com prontidão, simplicidade e transparência pode ser melhor que acusar e processar.
Surgiu a denúncia de que o governo rejeitou a ajuda do Uruguai? Em vez de sair acusando de fake news —que foi o que o governo fez— por que não explicar a realidade toda de maneira aberta? O Uruguai ofereceu um avião, que foi rejeitado pelas dificuldades técnicas de trazê-lo, e um helicóptero, que foi aceito e já estava em operação. Baixar a temperatura em vez de partir para o combate. E, claro, estar sempre comunicando e contando sua história de “união e reconstrução”. Imagens de funcionários públicos e voluntários trabalhando lado a lado fazem um bem maior do que ficar discutindo qual lado é melhor.
6:56A VIDA COMO ELA É
Foto de José Suassuna
6:53Ruídos no ar
por Nilson Monteiro
Sou inocente ou exigente (ou equivocado) demais ao estranhar jornalistas da RPC comemorando ontem a chegada de uma nova plataforma (não sei se esse é o nome), “Radar”? Adaptada ao aplicativo do jornalismo da emissora, ela permite que o telespectador transmita, ao vivo, munido de um celular, áudio e imagem, fatos que interessem à edição do Jornalismo. Atualmente, aliás, repórteres já trabalham usando o celular para áudio e imagem… Tenho a impressão de que os cinegrafistas já podem procurar emprego.
Com a novidade de hoje, importada de Israel, anunciada quatro ou cinco vezes efusivamente pelos apresentadores do “Jornal do Meio-Dia” como uma forma de interação com os telespectadores, acho (ou seria ranhetice minha) que repórteres também podem preparar o couro. Ando meio desconfiado de tudo. Vou enumerar alguns exemplos que dão “suporte” à minha chatice.
1. Há alguns anos, a proprietária do mesmo grupo, perguntou o que eu achava da adoção do modelo de Navarra para seu jornal. O culto a esse tipo de “jornalismo” começava a se espalhar por alguns países. Eu respondi que para os patrões não saberia dizer o resultado da contratação dessa empresa de consultoria, mas que para os profissionais de imprensa que lá trabalhavam, ganhadores de um vagão de prêmios, inclusive internacionais, eu antevia pesadas sombras em futuro próximo. Nem sei se o modelo foi todo implantado, mas pouco tempo depois, todos saberiam o fim das dúvidas e do próprio jornal.
2. Décadas atrás, encontrei o Luiz Fernando Levy e lhe perguntei como os proprietários de jornais estavam encarando a ascensão da Internet, cujas ondas já nos batiam na bunda e poderiam representar para os patrões um duro concorrente no mercado e para os jornalistas, o olho da rua. Ele foi brincalhão: “Isso vai demorar muito tempo, muito tempo, fique frio”. Não demorou tanto, parece que os patrões não estavam preparados e, pouco tempo depois, não só a previsão do Levy naufragaria como a Gazeta Mercantil, de só uma facada, cortou 150 jornalistas. E, uma titica de tempo à frente, aquele que era o maior de Economia da América Latina, assim como vários outros jornais, fechou as portas;
3. Os profissionais de Esporte, especialmente de futebol, coçaram o bolso e muitos perderam o emprego, há bem pouco tempo, quando alguns passaram a transmitir e comentar os eventos direto… “do estúdio”, em jogada aliada à avalanche de contratação de ex-atletas de várias modalidades, substituindo jornalistas, especialmente em TV, rádio etc.; Continue lendo