Quando a pobreza é grande a esmola desconfia. (Millôr)
7:08A Petrobras e o que sempre muda
A Petrobras trocou de presidente. Agora será uma mulher, Magda Chambriard. Nos últimos três anos, dos governos Bolsonaro e Lula, a maior empresa do Brasil já teve seis presidentes. Os contribuintes que encostam o carro nos postos de gasolina, contudo, já viram muito mais mudanças – e sempre pra cima: a dos preços.
6:56JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
Lula nomeou Paulo Pimenta, atual chefe da Secretaria de Comunicação do governo, como ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul. E ainda tem gente que não acredita que o presidente está preocupado com a própria imagem.
6:45A VIDA COMO ELA É
Foto de Lineu Filho
6:39As chuvas que vêm de cima e as trovoadas que vêm por baixo
por Mauricio Gomm Santos *
As imagens que vêm do Rio Grande do Sul são muito fortes e profundas. A dimensão da
tragédia é incomensurável. Não se trata de um, dois, tampouco dez municípios. São centenas que se encontram debaixo d’água, inclusive na capital que carrega o nome de Porto Alegre. Os gaúchos são mesmo alegres, divertidos e esbanjam gírias com a sabedoria e criatividade que lhes é peculiar. Aliás, certa vez, recebi do advogado e dileto amigo, André Jobim Azevedo, o livro “Dicionário Gaudério”, de autoria coletiva e cheio de expressões idiomáticas com muito humor. Mas, este está machucado. Quiseram os fenômenos da natureza, criar uma “sinergia” devastadoramente ampla castigando os gaúchos de forma jamais vista. Um furacão Katrina multiplicado por 10 ou mais. Apesar de estar participando de correntes de doações de diversas formas, inclusive internacional, é difícil imaginar a extensão de tamanha desolação de tanta gente ao mesmo tempo. Como lidar com prioridades quando, de repente, tudo é prioridade? A primeira delas, por certo, é de salvar vidas o máximo possível. Em paralelo, o retorno, oxalá breve em todas as regiões afetadas, dos serviços básicos de estrutura viária, luz e água; esta, paradoxalmente em falta, embora visível por todos os lados. E ainda lidar com os incalculáveis danos financeiros (e emocionais) nas residências, comércio, indústria, agricultura e pecuária. E para complicar, dentre as prioridades, ainda se vê a necessidade de deslocamento de efetivo policial para tentar dar mínima conta dos crimes de ocasião, vitimando, ainda mais, aqueles que tiveram de sair de suas casas para proteger o bem maior. Uma equação de abissal dificuldade de processar para quem já está na lona. O debate sobre o porquê do Estado, há décadas, não ter se preparado minimamente melhor; do porquê não ter colocado a engenharia para enfrentar as vazões dos rios que alimentam o Guaíba; do porquê não ter sido implementadas obras de melhor e maior contenção de águas em Porto Alegre e de outros tantos municípios e do porquê da saída da Lagoa dos Patos ao mar parecer tão estreita é legítimo e precisa ser enfrentado. Aliás, são vários os questionamentos às autoridades de ontem, hoje e do amanhã.
Quando a água baixar e a comoção nacional passar, ainda restará um longo e difícil caminho
com enormes desafios diários em inúmeras frentes; muitos deles, enfrentados por voluntários, cujas famílias também perderam muito ou tudo. O Brasil continuará a ver imagens de bravura, insistência, resiliência e impotência que muito comovem. E aqui surge outro problema: o das chuvas nas redes sociais com suas trovoadas ácidas, diretas e pontiagudas contra esta ou aquela autoridade e/ou contra esta ou aquela instituição. Sabemos todos que existem depoimentos necessários, apropriados e recomendáveis nas redes sociais, sobretudo em um momento como esse. Mas, da mesma forma que aparecem os saqueadores físicos, infelizmente aparecem os oportunistas digitais. E na fragilidade coletiva, sabem estes que quanto mais ódio e raiva produzem, mais revolta geram e mais virais ficam os vídeos. Não há Estado que consiga dar conta da extensão e profundidade de tanta destruição no tempo almejado e legitimamente necessitado por todos. Mas, como se não bastassem as chuvas que vêm de cima, vêm, por baixo, as trovoadas das redes sociais, nutridas de aparente logicidade, alerta e boa intenção, mas que podem esconder outros objetivos. Como uma fênix, o povo gaúcho vai renascer, mas precisará de muito tempo e auxílio. E nesta espinhosa jornada, devemos refletir se, ao recebermos e compartilharmos trovoadas digitais com bombásticas “revelações”, acompanhadas do recado de que “precisam ser compartilhadas antes que sejam bloqueadas”, se estaremos mesmo ajudando (pode ser) ou contribuindo para outra indesejável inundação, alimentando mais dor e revolta no lugar de alívio, apoio e energia.
*Mauricio Gomm Santos é advogado
6:36A VIDA COMO ELA É
O Dedo de Deus – Foto de Roberto José da Silva
16:57MATÉRIA DE POESIA
de Manoel de Barros
Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para poesia
O homem que possui um pente
e uma árvore serve para poesia
Terreno de 10 x 20, sujo de mato — os que
nele gorjeiam: detritos semoventes, latas
servem para poesia
Um chevrolé gosmento
Coleção de besouros abstêmios
O bule de Braque sem boca
são bons para poesia
As coisas que não levam a nada
têm grande importância
Cada coisa ordinária é um elemento de estima
Cada coisa sem préstimo tem seu lugar
na poesia ou na geral
16:23Dilma e o bilhão de dólares do Brics para o RS
O Banco dos Brics, formado por cinco países emergentes e presidido por Dilma Rousseff, vai destinar US$ 1,115 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para financiar obras de reconstrução do Rio Grande do Sul. Alguém aí vai fazer piada da ex-presidente do Brasil?
16:03PARA JAMAIS ESQUECER THELONIUS MONK E DON’T BLAME ME
15:58A indicada
A especulação sobre a ida de Fernanda Dallagnol para a diretoria jurídica da Fomento morreu na casca. A indicada é a advogada Louise da Costa e Silva Garnica.
15:20Chabu na Fomento
Do Goela de Ouro
Deu chabu a Indicação do Valdemar Bernardo Jorge para presidir a Fomento Paraná. Motivo: não passa nos critérios do Banco Central pois foi presidente estadual do Partido Republicano.
15:02Drogas, cassinos e vapes
Enquanto isso, hoje, na TV Senado:
“Querem liberar drogas, cassinos, vapes. Não é por aí que o Brasil vai crescer” (Oriovisto Guimarães).
14:54SPONHOLZ
11:43Paraná envia maquinário para desobstruir rodovias do RS
Da Agência Estadual de Notícias
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Logística e do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), enviou nesta terça-feira (14) 28 equipamentos pesados e 31 profissionais para auxiliar o Rio Grande do Sul a liberar rodovias interditadas devido às enchentes. A previsão de chegada dos equipamentos ao município de Bento Gonçalves, no alto da Serra Gaúcha, é na quarta-feira (15).
11:40Pancadaria e recuerdo
A pancadaria já começou nas propagandas de partidos. Alguém lembrou então que em 2012 o então candidato a prefefito Ratinho Junior resolveu adotar essa estratégia no segundo turno, ao contrário do que fez no primeiro, onde era paz e amor. Deu chabu – perdeu para Gustavo Fruet.
11:21Lembrança de Temer
Na Boca Maldita a do dia é o que pode ter gerado no núcleo no comando da campanha de Eduardo Pimentel depois do resultado da pesquisa de hoje. Foi lembrada a frase de Michel Temer, aquela do “mantenha isso aí”, mas com o complemento: “e daí pra bem mais”.
11:07PARA NÃO ESQUECER
Foto de Mario Testino
10:55Sem abalo
Os 50 anos de Itaipu serão homenageados na Câmara dos Deputados em Brasília. Como diria o saudoso Helio Teixeira, que foi superintendente de Comunicação da hidrelétrica: “Mas a barragem continua firme e sem abalo nenhum”.
10:36Psicanálise
Faço análise há trinta anos e a única frase inteligente que já ouvi do meu analista é a de que preciso de tratamento. (Woody Allen)
10:19Fumaça no ar
Do enviado especial
Ontem o bairro Cascatinha foi coberto por uma densa fumaça expelida por uma chaminé de uma enorme fábrica ali existente. Os bombeiros foram chamados. Descobriu-se que a limpeza de uma caldeira provocou o fumaça depois do entupimento de uma chaminé e do entupimento da chaminé que resultou que a fumaça saísse de uma vez só. Quem mora na região, entretanto, diz que a poluição “sem entupimento” é constante e, de quebra, pergunta o que faz uma indústria daquele tamanho dentro de Curitiba, numa área residencial e perto de lindos parques.