14:33Bombeiros e costura

Do Analista dos Planaltos

Não é segredo que o prefeito Rafael Greca não assina embaixo do nome de Paulo Martins para ser o vice de Eduardo Pimentel – ele quer Marilza Dias. Paulo é o mais cotado, mas sabe que não tem perfil para ser vice porque é de opinião firme e isso causa ruído. Cresce uma articulação dos bombeiros para uma costura alternativa e sem risco de trombada interna. Tem gente apostando em Jasson Goulart que, se eleito Republicanos, teria o compromisso de ir para o PL no ano que vem. Assim, agradaria a todos. O jornalista teria o compromisso de ajudar Paulo Martins em 26. Com perfil de quem apresentou programa popular na tv, ajudaria a conseguir votos na base popular para Paulo Martins.

10:06A escolha

Ao ver as duas propagandas de Beto Richa no horário nobre de ontem da RPC, resultado de decisão judicial, o Gaiato da Boca Maldita foi cruel: “A Globo daqui fez uma escolha ótima para o candidato”.

10:00Por cima, mas distante

Por cima da carne seca, o senador Sergio Moro por enquanto só recebe sinais de quem quer seu apoio para a eleição municipal. Provavelmente porque dentro do União Brasil, que tem Ney Leprevost como candidato, falta um entendimento entre as partes. Isso é política!

9:06Balão de R$20 mil

Da Agência Estadual de Notícias

PCPR prende quatro por soltura de balões que chegavam a custar mais de R$ 20 mil

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu quatro pessoas em flagrante ligadas a um grupo criminoso envolvido em incêndios e soltura de balões. As capturas aconteceram durante uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (1º), em Curitiba. Durante a ação ainda foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Um dos balões apreendidos estava sendo produzido há 4 anos ao custo de mais de R$ 20 mil.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/PCPR-prende-quatro-por-soltura-de-baloes-que-chegavam-custar-mais-de-R-20-mil

9:02Ex-líder de Bolsonaro no governo Lula?

De Leandro Mazzini, na coluna Esplanada

Quando o cenário não vai bem, Lula da Silva sabe, demora a agir para preservar amigos e não perder laços. Não será diferente no fim do ano. A articulação política está travada. Haverá trocas no Palácio e na Câmara dos Deputados. É certo que, perto de sua porta, haverá um ministro não-petista. Os nomes à mesa são do PSD do poderoso Gilberto Kassab e até do Progressista – ainda bolsonarista, mas de portas abertas para um diálogo.

Do Maringá News

PS – O ex-líder de Bolsonaro e atual secretário de Ratinho Junior encontrou-se este ano ao menos duas vezes com Lula, sendo uma no Palácio da Alvorada. Alguém tem dúvidas sobre qual pepista pode virar ministro de Lula e ao mesmo tempo trazer Bolsonaro para a campanha do irmão mais velho do PP?

7:52Ao lado, mas nem tanto

Num evento do PL no sábado, Paulo Martins, assessor do governador Ratinho Junior, tinha ao seu lado Eduardo Pimentel, candidato a prefeito. Como a especulação sobre o vice da chapa tem mais espaço que muita pré-campanha, cravaram que a dupla estava formada. Pode ser tudo, pode ser nada, mas Pimentel garante que não há nada definido e que estava ali porque quer o PL inteiro ao seu lado na coligação. Isso deverá estar definido no retorno das férias do governador.

 

7:13O conceito histórico de Estado moderno não pegou na América Latina

por Luiz Felipe Pondé, na FSP

A globalização do capital do crime é muito mais ágil do que a do capital legítimo

Saudade do corrupto honesto. Bastava-lhe um punhado de dinheiro e uma gostosa. Hoje, a corrupção é sistêmica, profissional, tem marketing e governança. Logo haverá um MBA.

O Brasil está à deriva. Uma jangada ao sabor das tempestades. Dominado pelos salamaleques de autoridades promíscuas. Antes se tratasse de sexo, mas não, trata-se de simples falta de vergonha na cara regada a muito “blábláblá”.

As pautas humanistas, elas em si importantes, quando transformadas em foco das instituições públicas, tornam-se justificativas para a pura inação regada a festas e eventos. Inação diante da principal ameaça à democracia —tema da moda—, do cadafalso dos brasileiros no cotidiano, do desespero com as instituições judiciais: o crime organizado.

O Estado está atravessado pelas acomodações ao crime organizado. O mercado também acomoda-se às 
demandas dos “novos players” —o capital criminoso.

Claro que esse é um drama mundial. A globalização do capital do crime é muito mais ágil do que a do capital legítimo —não vou entrar no debate sobre essa legitimidade aqui, porque cada vez mais será difícil a separação entre dinheiro limpo e dinheiro
sujo no mercado mundial.

Sobre isso, aliás, o filósofo britânico John Gray, autor do excelente “Cachorros de Palha”, já disse que sua principal objeção ao mercado da biotecnologia regada a inteligência artificial é que um dos seus patrocinadores “premium” será o crime organizado. Argumento elegante que desvia o foco da crítica do comum debate ético para a incomum consciência de que o mundo, como sempre, capitula —para além dos seus eventos festivos, cada vez mais parecidos com a Disney— diante da violência organizada de cada época.

conceito histórico de Estado moderno, nascido lentamente na Europa depois de guerras religiosas devastadoras, não pegou na América Latina, com possíveis exceções nalguns países, por algum tempo.

A principal ameaça à democracia no Brasil é o narcotráfico, “player” na vida institucional do país, de lavagem de dinheiro no mercado a incursões sólidas e sustentadas nos agentes públicos de vários graus.

Fala-se muito da incursão das redes e plataformas na soberania do Estado brasileiro, com palavras pomposas, mas, na verdade, quem está destruindo a soberania do Estado brasileiro é o narcotráfico.

Todo mundo sabe disso, inclusive os bonitinhos que fumam um baseado. Fume um baseado, mas não pose de santa Teresinha, mesmo com as bênçãos dos cardeais do STF. O país está à beira de uma guerra civil silenciosa, mata-se gente a rodo, mais do que numa guerra, e tudo que o brilhante presidente faz é posar de papa dos oprimidos.

Mas a promiscuidade do Estado brasileiro não está limitada à participação nos negócios do crime organizado.

O comportamento promíscuo junto a empresários poderosos, suas festas, eventos patrocinados, viagens caras ao exterior para discutir um país ingovernável, onde se morre de fome, onde bandidos matam gente honesta —claro, existe os bonitinhos que acham que bandidos são vítimas sociais—, onde você não pode falar no celular na rua, onde quando você para no trânsito você espera algo pior do que o trânsito em si.

A política sempre se deu bem com a patifaria, o crime, a promiscuidade, porque todos eles transitam pelo poder.

Nas últimas décadas, a corrupção aqui atingiu um nível tal que o paciente parece terminal. O problema é que uma sociedade terminal implica um processo terrível de dissolução.

Afora simpatias ideológicas, oportunismos diversos, vaidades ciclópicas, a confiança nas autoridades do Estado recua. Mas elas continuam brincando de príncipes nos seus castelos financiados sabe-se lá por quem —além, claro, dos nossos impostos pagos para nada.

O problema da erosão da soberania do Estado é que ele precisa, cada vez mais, se tornar violento e autoritário, cercando quem ele considera um risco, para manter a soberania. Perde em legitimidade, mas ganha em aniquilar a liberdade de pensamento. Resumindo a ópera: pune-se o cidadão comum, mas se negocia —o próprio Poder Judiciário— 
com os bandidos de estimação.