Foto de Irving Penn
11:11Oceanos de plástico
por Claudio Henrique de Castro
De janeiro a julho deste ano de 2024, cerca de 5,5 milhões de toneladas de plástico poluíram os mares do planeta (dn.pt).
O mundo consome um milhão de sacos plásticos por minuto.
Estima-se que por ano morrem cerca de 100.000 mamíferos marinhos pela poluição desse material, segundo a World Wide Fund for Nature – WWF.
Esse modelo de consumo está inviabilizando a vida nos mares e na Terra.
A previsão é de que em 30 anos o peso dos plásticos nos mares vai ultrapassar o volume das criaturas que habitam os oceanos.
Os sacos plásticos foram inventados em 1959 e, em poucas décadas, tornarem-se um problema planetário cuja produção é de 430 milhões de toneladas por ano.
Cerca de 36% são utilizados na produção de embalagens e 85% acabam em aterros sanitários (unep.org.pt).
A ideia de responsabilizar os produtores pela coleta dos rejeitos das embalagens combina-se com o procedimento do desconto na aquisição posterior do mesmo produto ou semelhante. Assim o consumidor compraria um produto envolto em plástico e depois do consumo o devolveria, com um desconto nas próximas aquisições ou mesmo com créditos em dinheiro, como por exemplo, as garrafas pet.
A mera cobrança das embalagens, por exemplo nos supermercados e lojas do comércio, causaria um impacto profundo na redução desta poluição, mas isso não se cogita em nosso país.
Uma economia circular obrigaria o recolhimento e a reciclagem obrigatórias.
O impacto destas medidas legais geraria a substituição da atual economia poluidora por uma economia circular que criaria, no mundo, cerca de 700 mil postos de trabalho até 2040.
Em resumo, temos que resolver o consumo desenfreado dos plásticos, que duram centenas de anos, mas que são usados por apenas alguns minutos.
Estabelecer regras econômicas para dar um fim nesse ciclo poluidor é tarefa dos governos globais (unep.org.es).
10:29SOLDA (Alceu Dispor)
10:24JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
Quando a cotação do dólar chegar a dez reais, Lula vai culpar o descontrole da economia americana e lembrar que, quando eles espirram, nós pegamos pneumonia.
9:36leminski
A vida não imita a arte. Imita um programa ruim de televisão.
9:30A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Foto de José Suassuna
9:23Ti-ti-ti e outra dimensão
Ontem, numa roda de jornalistas rodados, alguém perguntou se alguma eleição anterior para prefeito de Curitiba tinha causado tanto ti-ti-ti como essa de agora, antes mesmo de se oficializar os nomes dos candidatos. Um sábio da mesa matou a charada: “Todo o falatório só acontece entre nós mesmos, porque o povão está em outra dimensão, tratando de sobreviver”.
9:16Aero do mal
Da coluna de Leandro Mazzini, no jornal O Sul
Há duas semanas, a Coluna cantou a bola de que a facção PCC já possui dois jatinhos e helicóptero para transportar drogas – e até para emprestar a políticos. A operação Terra Fértil, que apreendeu um avião Phenom 300 ontem no Aeroporto de Congonhas, foi só o começo do cerco. A facção entrou tanto na política, discretamente, que é um ex-deputado federal quem toca uma frota e empresta aeronaves a políticos amigos.
9:04PARA NUNCA ESQUECER JACINTO SILVA E COCO SINCOPADO
8:45Dr. Zureta
Ficou tanto tempo de namoro que casou com a sogra.
8:41Pés na vaga
Se Paulo Martins confirmar a exoneração do cargo de assessor especial de Ratinho Junior, como informou o blog Politicamente, ele está com os dois pés fincados na vaga de vice na chapa de Eduardo Pimentel. A conferir.
8:20A VIDA COMO ELA É
Em Curitiba – Foto de Lina Faria
8:13O perigo da Hepatite A
Para se cuidar. Semana passada mais 13 casos de hepatite A foram registrados em Curitiba, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Neste ano já são 366 os casos do surto. 220 pessoas foram internadas e cinco mortes registradas. No mesmo período no ano passado houve apenas 5 diagnósticos. A maioria dos diagnósticos ocorreu em homens de 20 a 39 anos. As relações sexuais são a principal forma de contágio. “Nossa principal orientação é adotar hábitos preventivos, principalmente a higiene das mãos, genitália e região anal antes e depois de práticas sexuais”, informou ao jornal O Globo o diretor do Centro Municipal de Epidemiologia de Curitiba, Alcides Oliveira.
7:59Ser
Ser já é o princípio do não-ser. (Millôr)
7:48O nome
Os caciques do União Brasil se reuniram ontem e definiram os nomes dos candidatos a prefeito que terão em 14 capitais. Curitiba está na lista e o nome de Ney Leprevost referendado. Pode ser tudo.
7:39A VIDA COMO ELA É
Foto de Roberto José da Silva
7:26O juiz celebridade precisa acabar
por Wilson Gomes, na FSP
Se não compreender esse fato, em breve não terá moral para fazer o seu papel
Sou de uma geração que, ao alcançar a idade do discernimento moral e do entendimento do mundo, achou-se sob uma ditadura militar. Uma geração que não apenas viveu boa parte da vida sob um regime ditatorial, mas cujos pais haviam experimentado duas ditaduras.
Um jovem dos anos 1980 nem sequer conseguia discernir se o país vivia sob um regime democrático frequentemente interrompido por longas ditaduras ou se saltava de ditadura em ditadura com breves intervalos democráticos. Daí o assombro de quase ver a história se repetir em 2023, quando bolsonarismo achou que já era tempo demais de recreio democrático e saiu num domingo de sol para dar um golpe como quem sai para um passeio no parque.
Para a minha geração, portanto, é impossível não reconhecer o fato de o STF ter se demonstrado uma instituição capaz de enfrentar com firmeza os arroubos ditatoriais do pretendente a tirano. Não se trata apenas da reação dura e sem hesitação à intentona de 8 de janeiro. Refiro-me, sobretudo, aos quatro longos anos em que Bolsonaro e o bolsonarismo testaram os limites da democracia, capturaram instituições, sondaram a tolerância da imprensa e, enfim, procuraram brechas na defesa do STF.
A cada investida, um rechaço, e a cada rechaço, um discurso histriônico, um vídeo histérico, uma profusão de ameaças explícitas e nominais. Não é à toa que o juiz Alexandre de Moraes estava “no caderninho” dos que precisavam ser removidos à força do caminho.
Além disso, é impossível não admirar os tantos avanços progressistas que um STF predominantemente esclarecido e convictamente democrático foi capaz de garantir em seus julgamentos na última década.
Por isso, vejo com desconforto juízes da Corte se esforçarem para jogar fora o patrimônio de admiração e apreço republicanos conquistado ao longo dos anos e consolidado quando a instituição se atreveu a ser o osso duro de roer em que o bolsonarismo autocrático findou por quebrar os dentes.
O fato é que há muito tempo juízes da Corte se comportam como se fossem imprescindíveis intelectuais públicos, influenciadores ou celebridades da mídia.
A propensão a pontificar sobre polêmicas públicas, a compulsão por ter que “meter opinião” nas questões disputadas e nas controvérsias em aberto na sociedade, a semidivina convicção de que cada juiz carrega em seus ombros o destino político do país e que, portanto, conduzirá a nação para a felicidade a golpe de pareceres ou de declarações é definitivamente constrangedora.
A democracia e a imagem do Judiciário ficariam bem melhores se juízes do STF não fossem “arroz de festa” da “palpitologia” nacional que inunda o jornalismo e os ambientes digitais.
Não sei se realmente acham que o país precisa realmente desse serviço de babá política ou se é apenas ego, mas o fato é que há outras pessoas para fazer isso. Aliás, o que não falta ao país são intelectuais e pretendentes a isso, influenciadores e celebridades.
Ultimamente, com os festivais ultramarinos da inteligência nacional, membros da Corte passaram também a prestar os inestimáveis serviços de promoção de “think tank activities”. No último desses festivais, conforme a Folha, 160 autoridades do governo, do Congresso e do Judiciário tiraram uns dias em Lisboa para, com a devida distância, entender o país. Isso faz sentido?
Um juiz do STF lapida o seu lugar na história, inclusive na história intelectual do país, sendo juiz. Segurar a autocracia pelos chifres quando nada mais parece capaz de fazê-lo, escrever pareceres e súmulas dignas de antologia sobre questões em disputa, manter uma postura republicana quando o país enlouquece politicamente.
É preciso mais do que isso para entrar na história? Tem cabimento ser ainda celebridade e fornecedor fácil de aspas para o jornalismo, torrar a grana pública em diárias e passagens nababescas, desnecessárias para o exercício do seu ofício, frequentar a elite da política e da grana em convescotes, tertúlias e festinhas VIP, ou arvorar-se como grandes intelectuais brasileiros na sua hercúlea tarefa de dirigir a mente nacional?
Republicano é um juiz da Suprema Corte brilhar no exercício do seu múnus e desaparecer na vida cotidiana do país, recoberto por modéstia e neutralidade, deixando a política ao povo e aos políticos, e os papéis de intelectual público, influenciador, celebridade e agitador cultural a quem fizer disso o seu ofício. Se os nossos juízes não compreenderem esse fato, em breve não terão moral nem mesmo para fazer o papel que lhes cabe, e pelo qual tanto os apreciamos.
16:21A VIDA COMO ELA É
Pico Paraná – Foto de Lineu Filho
16:15Rondó da Liberdade
de Carlos Marighela
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre…
O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo,
e pode mesmo existir quando não se é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver de mais livre
em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
15:30Dr. Zureta
Ficou calado durante toda a reunião e ganhou elogios de todos pela excelente participação.