10:09Primeiro lugar

Como a pesquisa ainda não foi liberada, o Gaiato da Boca Maldita tem certeza que, se perguntados, os candidatos todos vão dizer: “Só sei que estou em primeiro lugar”.

9:39490 hectares da Mata Atlântica devastados

Da Agência Estadual de Notícias

O Instituto Água e Terra (IAT) intensificou a fiscalização contra o desmatamento ilegal na porção central do Paraná, umas das áreas mais visadas do Estado. Relatório divulgado nesta quinta-feira (4) pelo órgão ambiental revelou a supressão sem autorização de uma área de 489,7 hectares de Mata Atlântica em seis municípios da região. A operação ocorreu entre os dias 23 e 30 de junho e resultou na emissão de 237 Autos de Infração Ambiental (AIA) e aplicação de R$ 6.980.000,00 em multas.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/IAT-intensifica-fiscalizacao-contra-desmatamento-ilegal-na-regiao-Central-do-Estado

9:23JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

A definição do vice de Eduardo Pimentel só acontece no retorno das férias na Flórida do governador Ratinho Junior. Problema é se ele trouxer o Pateta para a vaga.

8:10O time de Fachinello

Do enviado especial

Em tempos de lançamentos de pré-candidaturas nos quatro cantos da cidade, uma chamou a atenção nesta semana. O vereador e presidente da Câmara de Curitiba Marcelo Fachinello não só reuniu um coro enorme de apoiadores à sua reeleição como recebeu apoio de um time da pesada na política da capital. Estiveram junto com ele o vice-prefeito Eduardo Pimentel; o Secretário de Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur; e o deputado estadual mais votado do Paraná, Alexandre Curi. A conferir em outubro.

7:52Sem pesquisa

Hoje não tem divulgação de pesquisa sobre a corrida eleitoral para prefeito de Curitiba. A juíza Giani Maria Moreschi, da 175ª Zona Eleitoral atendeu ao pedido feito pelo PDT. O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas e contratado pela TV Band do Paraná. As informações são de Karlos Kohlbach, titular do blog Politicamente.

7:36Código de Ética do STF: a sociedade desenha

por Conrado Hübner Mendes, na FSP

Um gesto em sua defesa, não ataque; pois supomos sua honestidade, não desonestidade

proposta de Código de Ética do STF está em fase de elaboração coletiva. A esfera pública, nos últimos dias, deu caras e bocas à sua exposição de motivos:

Fórum em Lisboa começa com jeito de Gilmarpalooza.” “Jantar com políticos e ministro do STF abriu ‘programação paralela'”. “Gilmarpalooza alterou calendário do Supremo e afetou julgamento do porte de maconha.” “Gilmarpalooza antecipa fim de semestre no STF.” “Barroso descumpre lei para ir ao exterior e chama sessão após alerta do UOL.”

“Conheça o Gilmarpalooza, evento com Jucá, Joesley, Lira e ministros de Lula.” “Esquenta do Gilmarpalooza tem políticos em cobertura do dono da Riachuelo.” “A lista inclui os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS; Marcos Molina, fundador do frigorífico Marfrig; Bruno Ferrari, CEO do Grupo Oncoclínicas; Rubens Ometto, da Cosan; e o banqueiro André Esteves, do BTG”.

“Quatro dos cinco membros do colegiado da CVM, inclusive seu presidente, estão em Lisboa”. “No Gilmarpalooza, mesa de debates reúne presidente da CVM e empresário que ele condenou.”

“Diretor-geral da PF vai a Gilmarpalooza bancado por alvo de inquérito suspenso por Gilmar.” “Happy Hour do Gilmarpalooza oferecido pelo BTG tem presidente do STF e candidatos a sucessor de Lira.” “Evento de Gilmar Mendes em Lisboa reúne representantes de 12 empresas com processos no STF.” “Advogados disputam autoridades em Lisboa.”

“Gilmarpalooza: a vitória dos interesses.”

“Dino defende Gilmarpalooza, diz que evento não poderia ser no Brasil e que críticas são esdrúxulas.” Dino pondera: “Por que fazer esse fórum em Lisboa? Porque talvez no Brasil fosse impossível”.

“Gilmarpalooza: viagens de autoridades e servidores já custaram R$ 1,3 milhão em dinheiro público.” “Gilmar diz que não sabe se é alto o custo de R$ 1,3 milhão”.

repórter português pergunta: “Quando é que o STF se encontrou com esses outros atores sociais citados, como indígenas, sindicalistas ou ativistas?” O ministro responde: “A toda a hora, a toda a hora. (…) Normalmente, no intervalo das quatro às cinco horas, ministros abrem para audiência”.

O repórter insiste: “Mas não vê diferença entre esses encontros e estes, abertos nos auditórios, mas depois com bastante informalidade porque se seguem jantares e coquetéis entre juízes, empresários e políticos?” Rebate o ministro: “Não vejo. Não vejo nenhuma conversa que tenha qualquer impropriedade.” E avisa que o STF já pode funcionar da Europa: “Se tiver de despachar algum processo, também o faço à distância.”

Indígenas são barrados no STF e relatam racismo; corte reconhece ‘erro de procedimento pontual’.”

“Quem pode questionar o Gilmarpalooza?” “Um apelo à ‘virtude da parcimônia’ no STF.” “Espanta a recalcitrância de alguns ministros em reavaliar comportamentos antirrepublicanos e ignorar críticas de boa-fé”. “Fachin cobra compostura no Judiciário“.

O professor Oscar Vilhena, atento à “Supremocracia desafiada”, sugere uma receita: “contenção das prerrogativas individuais dos ministros”; “fortalecer a colegialidade”; “regras de conduta voltadas a fortalecer sua imparcialidade.”

Perguntado sobre a conveniência de um Código de Ética, ministro contesta: “Não, acho que não há mínima necessidade, porque ministros do Supremo já se pautam pela conduta ética que a Constituição determina.” Não precisariam de código porque são honestos. Logo, um código serviria para desonestos.

Ministros, deixem de desviar do assunto. Este é um apelo em sua defesa, não um ataque; um pacto de confiança, não de desconfiança; porque supomos sua honestidade, não desonestidade; sua boa-fé, não má-fé; sua coragem e responsabilidade, não covardia. Mesmo quando nos forçam a pensar o contrário.

A promiscuidade é munição para extremistas em busca de um novo 8 de janeiro. Código de Ética e conduta ética são munições de defesa do tribunal.

A nós preocupa mais a instituição que seus projetos individuais. A ideia não suspeita de vossas excelências. Desperta suspeita a sua infantil resistência à ideia.

Código de Ética é uma conversa de adultos.

7:23A taxação do vento

por Carlos Castelo

Imagine um futuro em que as vacas fazem fila nos bancos para pagar seus impostos. “Dona Mimosa, por favor, apresente sua carteira de identidade e o comprovante de residência do estábulo,” orienta a caixa, digitando bovinamente no computador. Pois é, isso logo será a nova realidade dinamarquesa, onde as flatulências dos animais passaram de inconveniente rural à taxação federal.

Os rebanhos escandinavos, sem dúvida, devem estar em polvorosa. Calcule se fossem falantes, como os personagens do livro “Revolução dos bichos”. Sem dúvida, um porco, representante dos animais de fazenda, estaria resmungando:

“Primeiro nos fizeram produzir mais carne, e agora querem controlar o que comemos e soltamos no ar?”

Sim, bacorinho, chegou a era do imposto sobre as ventosidades. Nada mais justo, afinal, suínos, bovinos e ovinos não podem sair por aí emitindo metano como se estivessem numa queima de fogos na virada do ano em Copacabana.

Nessa nova Dinamarca eco-friendly, até o mais rosado dos porquinhos será cobrado pelos sua falta de modos. Pensem só no terror dos fazendeiros ao contabilizar as finanças no final do mês: “Milho, ração, frutas, legumes e… 40 euros pelos arrotos do Rabicó!”

A situação fica ainda mais curiosa quando se pensa no aumento progressivo da taxa. Se hoje é 40 euros por cada animal, em 2035 o valor subirá para 100 euros. É quase como se o governo estivesse dizendo: “Se não conseguimos lhes convencer a reduzir a emissão de gases agora, vamos fazê-los pagar tanto que vão acabar tendo que arrolhar seus animais.”

Os pobres fazendeiros da Dinamarca de amanhã talvez até passem a oferecer cursos de etiqueta para as criações. “Branquinha, querida, lembre-se de mastigar 32 vezes antes de engolir, senão a coisa vai feder pra gente.”

As grandes empresas de suplementos alimentares, é claro, já sentiram o fedor do dinheiro com a nova onda. Logo promoverão rações nas feiras agropecuárias com a promessa: “Zero gases, zero taxas!” E os anúncios serão completamente inusitados: “Cansado de pagar caro pelos traques de seu boi? Experimente nosso suplemento antigás “No-Paid” e economize já.”

A internet também ficará lotada de vídeos com gastroeconomistas ensinando como administrar o campo da nova era. Já dá até para ver o nome dos canais: “Fatos e Flatos”, “Ecoflatos no Ar”, “Agro Sem Pum”.

E os políticos? Bem, parlamentar, como todos sabem, consegue lucrar até com vento. Certamente, se tornarão os heróis que salvaram o planeta Terra, enquanto observam os cofres se enchendo com o dinheiro do recente imposto-pum.

Essa, nem “Revolução dos Bichos”, previu: uma batalha fiscal intestina cujo centro é o intestino dos rebanhos. Chupa, George Orwell!

(Publicado no Estadão)

7:08A volta da jogatina avança

por Célio Heitor Guimarães

O assunto fingia dormir no Congresso Nacional. A chamada “Bancada do Jogo”, no entanto, sempre esteve viva e alerta, à espera do momento oportuno para voltar à ativa. Parece ser agora.

Por 14 votos contra 12 – como vimos no texto de Elio Gaspari publicado aqui no Zé Beto –, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos, do jogo de bicho, de bingos e outros tipos de jogos de azar neste Brasil varonil, sempre aberto a arapucas mil. Como já passou pela Câmara, basta que o plenário de senadores o acate para que o projeto vá à sanção de Lula.

Luiz Inácio foi o autor da medida que proibiu o funcionamento de bingos, caça-níqueis e outras apostas no país. Agora, porém, já anunciou que, se o projeto chegar-lhe às mãos, não terá dúvida em sancioná-lo. 

As facções criminosas estão exultantes. Já controlam boa parte das atividades nas grandes (e também pequenas) cidades, como o tráfico de drogas, tráfico de armas, mercado de apostas, prestação de serviços, postos de gasolina, aluguel de moradias…

Num país em que o crime organizado avança a olhos vistos, com a incompetência e/ou omissão das ditas autoridades públicas, o restabelecimento oficial da jogatina é – como diz Elio Gaspari – no mínimo “uma temeridade”.

Justificá-lo em nome do turismo e do recolhimento de impostos é um argumento falacioso e cínico, tanto quanto o de que, mesmo sendo ilegal, o jogo existe – escreve Elio, concluindo, com absoluta razão: “Até agora, todas as brechas abertas para o jogo resultaram em expansão do crime”. Tivessem razão os defensores da liberação do jogatina, melhor seria legalizar o tráfico de drogas, cuja demanda seria muitíssimo maior e geraria muito mais recursos.

Pessoalmente, como já disse e repeti aqui, sou contra qualquer tipo de jogo ou de aposta. Pelos efeitos e dependência que causam. 

A minha ojeriza pelo jogo não resulta de nenhum drama pessoal. Jamais perdi um tostão em jogos de azar. Seja na loteria ou na sena oficializada. Razão: nunca joguei. E estou plenamente feliz por não formar no batalhão dos infelizes que todas as semanas aguardam a grande vitória que nunca virá.

De todo modo, a oposição ao jogo, de minha parte, não tem conotação moral ou religiosa. Conheço muito bem os perversos efeitos da jogatina. Sou capaz de recitá-los de cor. Da simples inimizade entre amigos fraternos ao corpo de um suicida estendido no chão, passando pela ganância, pelo desespero e pela loucura. 

Sei de uma tradicional família curitibana, cujos membros eram obrigados a buscar a matriarca nas madrugadas dos bingos de então e, certo dia, os filhos receberam uma conta que os obrigou a desfazerem-se de seus carros para quitar a dívida da mãe. Tenho também amigos que perderam, em uma mesa de pôquer, tudo o que haviam conseguido amealhar em uma vida inteira de trabalho. Outro perdeu o apartamento em que vivia com a família em uma única rodada de cartas. 

Mas não é uma questão de puritanismo. Ainda que seja sabido que, por trás do jogo, esconde-se o crime organizado, a lavagem de dinheiro, a sonegação e a exploração de incautos, para dizer o mínimo. 

Escuta aqui, ó companheiro presidente. Em vez de ficar dando ouvido aos oportunistas que o cercam, aos trambiqueiros e aos exploradores da ignorância popular, ouça quem sabe das coisas. O Ministério Público, por exemplo. Ou as associações de jogadores compulsivos. Elas existem em todo o país. Ficará, então, sabendo, se ainda não sabe, que o jogo não é uma questão moral, mas eminentemente social.