12:00Três denunciados

Do Goela de Ouro

Três funcionários comissionados de um mesmo gabinete de deputado estadual foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por falsidade ideológica/nepotismo. Quem assina a denúncia é a promotora Maria Natalina Nogueira de Magalhães Santarosa.

11:54Só uma certeza

Na Assembleia Legislativa do Paraná só há uma unanimidade para a eleição da mesa diretora que acontece antes de outubro: o presidente será o deputado Alexandre Curi. Quanto aos cargos importantes, ou seja, a primeira vice-presidência, primeira e segunda secretarias, só em agosto é que os nomes começam a clarear.

10:27A pesquisa detalhada

Do Analista dos Planaltos

A nova pesquisa Band/Paraná Pesquisas, divulgada sexta-feira à noite, permite várias interpretações. A primeira delas é que, apesar da liderança aparentemente confortável de Eduardo Pimentel, nada está decidido.

De início, o que chama a atenção é que, no primeiro cenário, o candidato do PSD tem 24,1% contra a soma de 61,5% dos demais candidatos (Luciano Ducci, 14,9%; Ney Leprevost, 13,6%; Roberto Requião, 12,4%; Beto Richa, 10,1%; e Maria Victória 4,4%, além de outros candidatos com índices menores, que juntos alcançam 6,1%).

A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, o que significa dizer que os quatro candidatos imediatamente abaixo de Eduardo Pimentel estão tecnicamente empatados em segundo lugar – de Ducci (14,9%) a Richa (10,1%).

Entre eleitores de 16 a 24 anos, o empate é quase geral. São quatro em primeiro lugar: Pimentel (17%), Richa (12,5%), Requião (12,5%) e Ney (11,4%).

Entre eleitores com ensino fundamental, o empate envolve cinco candidatos: Ducci (19,3%), Pimentel (16,4%), Ney (16,4%), Requião (16,4%) e Richa (14,6%).

No cenário 2, sem a candidata Maria Victória e entre eleitores de 16 e 24 anos, Pimentel (18,2%) empata tecnicamente com Richa (15,9%), Ney (12,5%) e Requião (12,5%).

E no cenário 3, sem o candidato Ney Leprevost e entre eleitores de 16 e 24 anos, Richa aparece em primeiro, com 19,3%, empatado tecnicamente com Pimentel (17,0%) e Requião (12,5%).

Com toda essa diversidade de números, a única certeza é que todos estão no páreo. Afinal, a campanha eleitoral ainda nem começou.

(Fonte: Band/Paraná Pesquisas, registrada no TSE sob número PR-04643/2024, realizada entres os dias 29/6 e 03/07, com 800 eleitores, margem de erro de 3,5 p.p.)

10:11Marteladas

Um sábio do Centro Cívico acha que Ciro Nogueira erra no diagnóstico sobre a eleição presidencial de 2026 em relação à direita brasileira. “Aqui é outro mundo. Quanto mais radical for o extremismo, mais adeptos a direita ganha. Se o Tarcísio sempre der uma pancada de martelo daquele jeito de quebrar a mesa, mais corações vai ganhar”.

10:05Lição para o futuro

De Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, ao analisar o resultado das eleições na França e pensar no que pode acontecer com a direita no Brasil:

“Se agirmos com radicalismo e soberba, vamos perder em 2026”.

 

9:57JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Candidato a prefeito de Curitiba não fala, mas sonha mesmo é faturar a eleição da melhor maneira possível, ou seja, antes do dia de se apertar os botões da urnas eletrônicas. Como? Por W.O.

8:38O perfil do eleitor de cada pré-candidato a prefeito de Curitiba

Do blog Paraná Político, de Vanderlei Rebelo

Analisamos o perfil típico do segmento do eleitorado em que cada um dos principais pré-candidatos a prefeito de Curitiba tem seu melhor desempenho, segundo o detalhamento da Paraná Pesquisas divulgada na sexta-feira.

Eduardo Pimentel (PSD): Homem com diploma de ensino superior e idade acima de 45 anos

Luciano Ducci (PSB): Homem com ensino fundamental e idade entre 35 e 44 anos

Ney Leprevost (UB): Mulher com ensino fundamental e idade entre 45 e 59 anos

Beto Richa (PSDB): Mulher com ensino médio e idade entre 16 e 24 anos

Roberto Requião (Mobiliza): Homem/Mulher com ensino fundamental e idade entre 45 e 59 anos

Maria Victória (PP): Mulher com ensino médio e idade entre 16 e 24 anos

Cristina Graeml (PMB): Mulher com ensino superior e idade entre 25 e 34 anos

Tirar conclusões a partir destes dados é função da marquetagem política. Mas uma informação salta à vista: o eleitorado tipicamente vinculado ao status quo é aquele identificado com Eduardo Pimentel. Ao menos é este o público de mais alta renda, tem diploma universitário e mais de 40 anos.

8:23Esquerda, direita e Olimpíadas

O Gaiato da Boca Maldita também vibrou com a vitória da esquerda na eleição da França. Se esbaldou com o choro dos radicais de direita de lá e daqui. Depois, ao tomar um cafezinho assistindo tudo quanto é propaganda na Globo, não se conteve: “Quando começam as Olimpíadas de Paris? É o que interessa.”

7:50As pensões dos ex

Quinze estados pagam pensão a ex-governadores ou às viúvas destes. O levantamento foi feito pela CNN. Somando tudo, os governos estaduais gastam R$ 12,2 milhões por ano com o pagamento normalmente amparado por leis locais. No Paraná a ex-governadora Cida Borghetti apelou recentemente ao STF para ter garantida a aposentadoria vitalícia recebida por ex-governadores do estado.

7:41Fim de férias, começo de tudo

A eleição para a prefeitura de Curitiba começa a tomar contornos definitivos a partir da próxima segunda-feira. É o que diz um veterano sábio da política dos bastidores do Centro Cívico. O motivo? O governador Ratinho Junior retorna dos EUA onde foi passar férias com a família. A conferir.

7:28Minhas sessões de terapia no hipermercado

por Giovana Madalosso, na FSP

Logo trocarei todos os selos que acumulei com minha angústia por um jogo de panelas

Toda quarta à tarde é a mesma coisa. Entro no meu carro às 15h50 e dirijo duas quadras até o hipermercado do bairro. Eu poderia ir a pé mas isso não atenderia a minha necessidade. Depois de passar pela cancela, faço o contrário do que qualquer cliente faria: procuro a vaga mais distante da porta de entrada. Tiro o cinto de segurança e fico esperando pela ligação.

Tudo começou na pandemia, quando passei a fazer minhas sessões de terapia online. Depois que o isolamento social acabou, por questões geográficas, tive que continuar nesse formato. Durante um tempo, tentei fazer as sessões dentro de casa, mas às vezes era interrompida pela minha filha chorando —filha, quem está pagando para chorar agora sou eu! Ou pela diarista que interrompia minhas divagações dizendo que acabou o sabão em pó. Sem falar no meu companheiro, que eu temia estar me ouvindo com um copo grudado à parede —claro que ele não fazia isso, e é justamente por essas e outras que preciso fazer terapia.

Tentei fazer as sessões na garagem do prédio, mas o sinal oscilava muito. Fui para uma vaga de rua. Quase fui assaltada durante a sessão, tendo que arrancar o carro no meio da conversa. E assim fui avançando bairro afora, até parar no local descrito no começo desta crônica.

Na primeira sessão, despertei a desconfiança do vigia do hipermercado. Obviamente, esperava que, após estacionar, eu descesse do carro. Como ele não parava de me observar, resolvi inventar uma desculpa. Abri o vidro e menti que estava esperando pelo meu marido para fazer as compras. Depois continuei a sessão. Acho que o vigia viu quando, num determinado momento, comecei a falar mais alto, a me exaltar. Deve ter pensado que eu brigava com meu marido por ele ter me dado o cano no romântico programa de adquirir papel higiênico a dois.

A partir desse dia, nunca mais me fitou com insistência, nem me importunou. Me vendo conversar, rir e chorar dentro do carro, deve imaginar que, depois que levei aquele cano do meu marido, arrumei um amante online com quem, por motivos insondáveis, converso todas as quartas-feiras.

Livre dos olhares de desconfiança, passei a desfrutar da atmosfera de desolamento inspiradora que o local oferece. Há algo de comovente nos splashes de oferta desesperados por atenção. Nos consumidores que passam com compras massivas, como se estivessem em direção a um bunker no apocalipse. Nos carrinhos que às vezes se movimentam sozinhos, dando ao cenário um quê fantasmagórico. Sem falar naquela aura algo deprimente que, a despeito dos letreiros alegres e também por causa deles, cerca toda meca de consumo.

Ao fim da sessão, quando preciso validar o tíquete, entro para comprar alguma coisa. Já percebi que as compras dizem muito sobre a sessão que fiz. Saí com o carrinho abarrotado no dia que descobri que deveria cuidar mais de mim mesma, me dar mais prazeres. Comprei uma caixa de lenços —que já fui abrindo antes de chegar ao caixa— quando percebi o quanto ainda tenho dificuldade para amar. Comprei uma garrafa de vinho no dia em que cogitamos minha possível alta, depois de anos de análise.

A alta acabou não acontecendo. Já virei cliente cadastrada no programa fidelidade. E logo trocarei todos os selos que acumulei com minha angústia por um jogo de panelas antiaderentes.