Um sábio que conhece um pouco da alma do eleitor curitibano diz que os candidatos à prefeitura de Curitiba devem pensar muito antes de apertarem a mesma tecla dos defeitos da cidade para tentar ganhar votos. Outros que acham que o paraíso é aqui e se mostram bonzinhos demais, também. No passado não muito distante Ratinho Junior foi ao segundo turno e se transformou no primeiro padrão. Anos antes, o falecido Luciano Pizzato se enquadrava no segundo. Ambos ficaram chupando dedo.
7:40A VIDA COMO ELA É
Foto de Zeca Corrêa Leite
7:30O ex-juiz e a jurisprudência
Do correspondente em Brasília
A única certeza sobre o julgamento do senador Sérgio Moro é que a sentença vai impactar todos os políticos brasileiros e não apenas os que estão de olho na vaga. O TSE criará jurisprudência sobre o que pode ou não pode no período de pré-campanha. Se houver uma condenação, a régua vai ficar alta e muita candidatura pode enroscar nela. Cria-se um novo ringue para a disputa eleitoral. Se o TSE absolver Moro, e deixar tudo como está, fica bom para todo mundo.
7:28Verdade
A verdade não é só mais incrível do que a ficção como é muito mais difícil de inventar. (Millôr)
7:26Musk na Amazônia
Elon Musk, aquele, logo vai ter a Amazônia na tela do seu computador. E vai ganhar mais dinheiro. Quem vai pagar é o Exército Brasileiro. Loucura? Não. A licitação que o Comando Militar da Amazônia abriu para aquisição de internet via satélite tem exigências que só a Starlink, do bilionário, atende. O valor do contrato é de R$ 5 milhões, um cafezinho para o rapaz, mas, como como sempre se diz, a Amazônia é grande – e ali tem.
7:16A VIDA COMO ELA É
Foto de Ricardo Silva
7:09Valente Caramelo
por Muniz Sodré
A reação do senso comum ao perigo inclui sempre os animais
Ainda corre mundo, comovendo, a foto de Caramelo quatro dias equilibrado no telhado de uma construção submersa em Canoas, na calamidade gaúcha. No Vale do Taquari, uma mãe agarrou-se a seu bebê num telhado durante o mesmo tempo. Mas a imagem do animal, valente resiliência, circula como símbolo do desespero assim como do afeto em meio à catástrofe.
A reação do senso comum ao perigo inclui sempre os animais. Há bases materiais e emocionais: mais de 60% das famílias brasileiras possuem pets. Cada vez mais se recorre a cães e cavalos para terapias psicológicas de idosos e crianças excepcionais. No âmbito dos jovens, pertence ao folclore roqueiro dos anos 1970 a imagem do gótico Alice Cooper vestido apenas por sua jiboia de estimação.
É que todo animal, além da emoção doméstica, provoca pensamento. Primeiro porque resiste, mais do que o ser humano, ao artificialismo tornado padrão de referência para qualquer forma de existência. Cada um tende a ser apreciado por seu ajustamento aos costumes do capital, disso escapa o animal. Na China, apesar de Xi Jinping e todo o racionalismo doutrinário, o culto taoísta exalta a incorporação do macaco rei pelo devoto, que então comunga com formas suprassensíveis de pensar. Na Índia, os bovinos permanecem sacralizados.
Dias atrás, na rede, um visitante de zoológico atraía a atenção de um gorila, imitando gestos de macaco. Quando terminou, o símio aplaudiu. Surpreendente, mas compreensível, porque a proximidade cada vez maior entre humanos e animais, embora consiga manter a diferença, diminui a radicalidade da distinção. No culto de si exacerbado pelas máquinas, em que tanto a solidão quanto a presença do outro parece insuportável, animal é fetiche de alteridade: nem gente, nem coisa, um ser vivo confortável. O cão, filosofa uma tabuleta de loja de pets, já nasce amando o dono.
Calígula fez do cavalo Incitatus senador romano. Caramelo não destoaria em Brasília, mas prevalece como imagem forte do gaúcho nos pampas, a mesma da crônica nativista das peleias entre maragatos, chimangos e pica-paus, sempre a cavalo com suas lâminas. O que pouco ou nada se diz é que a destreza com montaria, lanças e boleadeiras era apanágio dos haussás, heróis da Revolução Farroupilha no Batalhão dos Lanceiros, composto de escravos.
O pano de fundo dos brasões tradicionalistas gaúchos é afro, 20% da população é negra. Na dignidade da reconstrução, há de se ressignificar o racismo contra “pelos duros” e peles escuras como um contrassenso. No telhado, a tenacidade evocativa de resiliência da memória, uma ironia objetiva do antirracismo, “desmonta filáucias de altos brasões esboroados entre moscas defuntórias” (Drummond, “Os dois vigários”). Caramelo, tchê, é civilidade.
*Publicado na Folha de S.Paulo
18:41MIRAN
18:30JAMIL SNEGE
Já inspecionei a proa,
amarrei a carga,
desatei a vela.
O vento sopra forte e
enfuna meu coração de alegria.
Agora é contigo, Senhor.
Toma o leme e risca
o rumo do meu barco – não
penses que irei por
este mar sozinho.
18:25Os Bolsonaro na tragédia
Carlos e Eduardo Bolsonaro foram ao Rio Grande do Sul. Não falta mais nada para o triste espetáculo da exploração política da tragédia que atravessa aquele estado.
11:01PARA NUNCA ESQUECER
Brasileiros – Foto de Jean Manzon
10:57JORNAL DO CÍNICO
Do Filósofo do Centro Cínico
Eduardo Leite vê tentativa de Lula criar um governo paralelo no Rio Grande do Sul. Ao saber disso, o presidente quis saber quem era o reclamão.
10:50NELSON PADRELLA
Dar é um ato de amor.
10:42Só em agosto, mas não
O Gaiato da Boca Maldita acha que tudo é propaganda eleitoral, mas respira aliviado porque aquela que toma conta dos meios de comunicação só começa mesmo no dia 16 de agosto de 2024, no dia seguinte ao fim do prazo para o registro de candidaturas. Como não perde o humor corrosivo, ataca: “Como é o mês do cachorro louco, bom saber se todos os candidatos que agora se dizem pré estarão inteiros até lá”.
10:09SPONHOLZ
10:03Ainda a estátua de Sicupuria
A estátua de Sicupira na praça Afonso Botelho, em frente ao estádio do Atlético Paranaense, foi uma iniciativa da prefeitura de Curitiba. A informação faltou na legenda da foto aqui publicada e, falha maior, o nome do escultor da belíssima obra: Rafael Sartori .
9:55Enquanto isso, em Farol…
Sid Sauer, no blog Boca Santa, revela que no município de Farol a Câmara dos Vereadores decidiu que o salário do prefeito salta dos R$ 15 mil para R$ 25 mil, os secretários receberão R$ 7,9 mil e eles, os vereadores, R$ 5,5 mil (o presidente vai embolsar R$ 6,4 mil). É muito? É pouco? Farol tem 3 mil habitantes, segundo o censo de 2022. Em relação ao de 2010, diminuiu 12,47%.
9:09PARA JAMAIS ESQUECER JORGE BENJOR, MANO BROWN E UMBABARAUMA
9:02Melhor do mundo
por Tostão
Cresce no Brasil e em todo o planeta o desejo de que Vinicius Junior seja eleito pela Fifa o melhor do mundo no ano. Quando Vinicius passou a ser um guerreiro, símbolo da luta contra o racismo no futebol, havia o temor de que a responsabilidade e os desafios prejudicassem as suas atuações. Ocorreu o contrário. Ele se agigantou, percebeu que, quanto melhor jogasse, sua luta teria mais respostas positivas.
Vinicius Junior desperta em uma pequena minoria o ódio e o sentimento racista, por não suportarem a glória e alegria de um negro. É o racismo cultural, absurdamente presente há várias gerações.
Os grandes craques, em todas as atividades, são os que unem o enorme talento com a gana, a perseverança, a ambição de fazer cada vez melhor, de ultrapassar os limites, de ir além. Por outro lado, quanto mais alguém brilha, mais aumenta a pressão para ser campeão e o grande destaque. Alguns não suportam a pressão, diminuem a qualidade ou desistem por algum tempo para cuidar da saúde mental, como vimos com grandes atletas, especialmente nos esportes individuais.
Ainda é cedo para saber quem será o melhor do mundo deste ano, já que teremos ainda a final da Liga dos Campeões, além de jogos pela Eurocopa, pela Copa América e pelos campeonatos nacionais. Desde Kaká, em 2007, o Brasil não tem um craque eleito pela Fifa. Esse tempo coincide com as eliminações do Brasil nas últimas quatro Copas do Mundo.
Com a ausência de Neymar, Vinicius é, neste momento, o único grande protagonista mundial da seleção. O Brasil tem muitos excelentes jogadores em todas as posições, porém os fenômenos são decisivos para as conquistas de uma Copa do Mundo. Quem sabe Neymar volte a jogar como nos seus melhores momentos e, junto com Vinicius, entrosado com ele, encante o mundo.
*Publicado na Folha de S.Paulo
8:43A VIDA COMO ELA É
Foto de Roberto José da Silva