9:55Entusiasmo, mas falta avisar

Quatro pré-candidatos a presidente da Repúblicas estavam em Nova York na Semana do Brasil: Tarcisio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Junior. Depois de vender o peixe para os graúdos da matriz (Copel, Ideb, etc.), o paranaense, segundo consta, voltou mais entusiasmado com o projeto nacional que não esconde de ninguém. Agora só falta avisar o Lula.

9:33A cidade nos armazéns

Assim veio:

Livro mergulha na história e arquitetura dos antigos armazéns de Curitiba

De autoria da arquiteta Cleusa de Castro e do jornalista Sandro Moser, publicação será lançada dia 21 de maio na Mercearia Fantinato

O universo dos antigos armazéns de secos e molhados da cidade de Curitiba é o tema do livro “Os Armazéns na Cidade, a Cidade nos Armazéns”. Com lançamento no próximo dia 21 de maio (terça-feira), na Mercearia Fantinato, a publicação revela o retrato vivo de uma época na qual a arquitetura desses espaços se entrelaça de maneira intrínseca com as histórias, tradições e o cotidiano das pessoas.

Organizado pela arquiteta Thais Glowacki, o livro tem como autores a arquiteta e professora Cleusa de Castro e o jornalista Sandro Moser, com fotografias de Gilson Camargo. A obra é dividida em duas partes: na primeira, Os Armazéns na Cidade, Cleusa faz uma análise dos armazéns remanescentes em Curitiba, examinando suas características arquitetônicas únicas com foco no patrimônio material. “O livro permite sensibilizar um público mais amplo para a importância da preservação do patrimônio cultural que consolida a representação da história e da cultura de um lugar. E propõe ainda um esgarçamento dos limites definidores do que pode ser considerado patrimônio, apresentando os Antigos Armazéns de Secos e Molhados, que são edifícios de caráter arquitetônico não erudito e esteticamente não tão interessantes, como relevantes do ponto de vista dos significados que carregam na história e cultura de um lugar”, explica Cleusa. Continue lendo

9:12Os Rockefeller aqui

Do Goela de Ouro

Na Semana do Brasil em Nova York uma janela abriu para que o grupo da poderosa Família Rockefeller desembarque no Paraná para implantar uma fábrica de componente na área da computação.

8:41Onírico

por Mário Montanha Teixeira Filho

Tenho sonhado bastante, ou me recordado, talvez com frequência maior do que antes, dos sonhos que povoam minha cabeça. São temas repetidos, em que dois extremos se alternam numa espécie de conflito: de um lado, a sensação de fuga, a tentativa de afastar um peso que insiste em me perseguir; de outro, a recuperação de mim mesmo, do que fui e do que sou. Não creio que haja nada de surpreendente nisso, mas apenas a proliferação, agora com mais intensidade, de imagens que não chegam a ser estranhas.  

É comum, nesses sonhos, encontrar-me em situações inusitadas, postas além do meu controle e da minha capacidade de reação. Às vezes estou dentro de aviões que seguem rumos desconhecidos e perigosos, que percorrem, antes da decolagem, estradas e ruas que parecem não ter fim. Ou que pousam repentinamente, oferecendo o alívio e a segurança desejados nos momentos de tensão. Outras vezes me vejo perdido em mares e rios, mergulhado em ambiente hostil, embora eu siga mansamente o percurso que me é dado, não sem uma boa dose de angústia, esquecido de que não sei nadar.    

Mais recentemente, tive um sonho de desabafo. Surpreendi-me esmagado por uma multidão, enquanto libertava palavras duras sobre mim, sobre o que sinto, o que desejo e o que não desejo. Gritei, aliviando a grande quantidade de sentimentos adormecidos na minha cabeça. Transbordado o pote da amargura, fiquei parado no centro de num espaço grande e vazio, que não conheço, observando os raios finos de luz que caíam sobre mim. Não sabia o que fazer. E não fiz nada.

Em seguida, uma profusão de imagens tomou conta da minha cabeça. Eram muitas pessoas, amigos da infância e da juventude, e cenas banais: consertar um objeto, encontrar um endereço, caminhar pela cidade. Fazíamos tudo isso juntos, mas eu tinha comigo um brinquedo antigo, e queria deixá-lo para avaliação de um restaurador. Só que todos os movimentos do grupo me levavam para destinos contrários à minha vontade. Fiquei com o brinquedo em meus braços, em silêncio.

Tem sido assim. No conflito entre o sonho e o real, estou sempre parado, coadjuvante de histórias que a minha passividade ajuda a conceber – as dúvidas de sempre, o não-agir.

8:33Em fogo lento

Do correspondente em Brasília

Há gente do  PT que até torce para que o senador Sergio Moro não tenha o mandato cassado como Deltan Dallagnol, ou seja, no vapt-vupt do TSE – e que se livre da punição. Assim, continuaria sendo fritado em fogo lento pela própria atuação apagada no Congresso para, depois, levar uma invertida no Conselho Nacional de Justiça e ir sumindo do mapa. Isso é política!

7:42NELSON PADRELLA

Hoje, a fome é uma realidade no Rio Grande do Sul, Estado que já registra elevado número de pessoas mortas e animais mortos pela enchente. O país se une para ajudar as vítimas da tragédia. Toda ajuda é bem vinda. Nâo posso esquecer de todo aquele alimento despejado na rua, num passado muito recente. A vida tem maneiras muito duras para nos dar lições.

7:37No fundo, poucos se importam com a mudança climática

por Joel Pinheiro da Fonseca

Insuficiência de investimentos é geral e agenda também parece distante de grandes debates de política econômica

“Estudos alertaram, mas o governo também vive outras agendas”, respondeu Eduardo Leite quando indagado sobre a falta de investimentos para o combate de enchentes no Rio Grande do Sul, cuja necessidade já era apontada por estudos. A sinceridade brutal que ele mostrou ali cobra seu preço, mas seria verdadeira em diversos estados brasileiros. Estamos mal adaptados à mudança climática.

No discurso, ela é prioridade para variados lados do espectro ideológico. A real divisão atual entre liberais e a esquerda é se o Estado, ao incorporar essa agenda ambiental, tem que fazer escolhas e priorizar o que é mais importante ou se pode simplesmente gastar mais sem nenhum limite a cada nova necessidade que se apresenta. Mas isso é uma discussão teórica.

Na prática a coisa é bem diferente. A insuficiência de investimentos é geral. Bahia e Minas em 2021 e 2022, Pernambuco em 2023, Rio Grande do Sul em 2024. Isso vale tanto para investimentos que mitiguem o impacto de eventos climáticos extremos quanto para tecnologias que deixem de contribuir com (ou até revertam) os processos destrutivos que tornam esses eventos cada vez mais frequentes.

Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa e com passagem pelo governo federal, narrou, em sua conta no X, como o Programa Brasil 2040 —que previu o aumento de chuvas no Sul e propunha adaptações às mudanças climáticas no governo Dilma— foi simplesmente cortado em 2015, entre outros motivos por apontar a burrice de projetos como Belo Monte. Parece que pouca coisa mudou. O novo PAC do governo Lula destina 1,5% do seu R$ 1 trilhão à prevenção de desastres.

A agenda ambiental mais ampla também parece alheia às grandes discussões de política econômica, que passam pelo estímulo à compra de automóvel e pelo subsídio da Petrobras ao preço da gasolina. A boa notícia é que temos, depois de longa sabotagem (do governo Dilma até Bolsonaro) um Ministério do Meio Ambiente comprometido com a redução do desmatamento na Amazônia. Se o resto do governo não cooperar, contudo, será insuficiente.

A real cara da emergência climática não são os eventos apocalípticos de Hollywood que destroem o mundo inteiro de uma vez. É a frequência cada vez maior de enchentes que alagam cidades, secas que destroem plantações, incêndios florestais que se prolongam, desertificação de solos, picos de calor e frio que prejudicam a saúde etc. A vida humana não será extinta, mas ficará gradualmente mais cara, mais precária e mais brutal, especialmente para quem vive na base da pirâmide social e não tem como se proteger.

É quase inacreditável que esse tema não tenha mais centralidade no Brasil. Temos em nosso território 60% da selva amazônica, a maior biodiversidade do mundo, o maior volume de água doce do mundo. Nosso agro depende diretamente do clima e do regime de chuvas que essas condições propiciam. Nossa matriz elétrica é relativamente limpa, e só de manter as florestas de pé já ajudamos o esforço global.

O Brasil, sozinho, não tem como combater as mudanças climáticas. Por isso deveria tomar o protagonismo no tema e deixar de se perder em ruídos sobre guerras com as quais não estamos envolvidos (e nas quais temos ficado do lado errado). Se o mundo pagar o que deve pelo esforço brasileiro de preservar nossa Amazônia, poderemos inclusive investir mais na adaptação para desastres futuros.

Enquanto isso, aqui dentro, liberais, desenvolvimentistas, esquerdistas, direitistas, deveriam todos se unir em torno de um novo consenso de que a agenda ambiental é não só uma prioridade global como uma oportunidade para o Brasil.

*Publicado na Folha de S.Paulo

16:37O peso dos evangélicos

por Vanderlei Rebelo no blog Paraná Político

Evangélicos terão peso considerável nas eleições de Curitiba

Pelo menos três dos principais pré-candidatos à prefeitura de Curitiba participaram no último sábado (18) da Marcha para Jesus, que teve a presença de milhares de pessoas (avaliações extraoficiais falam em 60 mil), apesar das chuvas fortes por quase todo o dia.

Estiveram no evento promovido por igrejas protestantes o deputado federal Beto Richa (PSDB), o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) e o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Os três são católicos, mas todos eles cultivam uma relação de proximidade com as igrejas evangélicas e pentecostais em geral.

Richa já participou de inúmeras edições da Marcha ao longo de seus mandatos como prefeito de Curitiba e governador. Ney Leprevost não só foi à marcha como, em rede social, cutucou Pimentel ao dizer que ele foi embora quando começou a chover.

Não há pesquisas recentes sobre o número de evangélicos em Curitiba. No censo do IBGE de 2010 eles representavam 24% da população, mas é muito evidente que essa percentagem cresceu nos últimos anos. Um levantamento já indicou que 70% dos mais de mil templos religiosos da cidade são evangélicos ou assemelhados.

O forte engajamento político das lideranças evangélicas – e também de demais denominações – levou à eleição de vários de seus representantes à Câmara dos Deputados, Senado, assembleias estaduais e câmaras de vereadores. Na Câmara, a Frente Parlamentar Evangélica, criada em 2003, é constituída por mais de 170 deputados, 15 deles paranaenses.

A maioria dos evangélicos é apontada como fortemente bolsonarista e hostil às propostas ou postulados de esquerda – embora haja uma pequena minoria de pastores ligados ao PT. A inevitável correlação entre bolsonarismo, conservadorismo e avanço dos evangélicos em Curitiba – e no Paraná como um todo – reforça a visão de um eleitorado que se inclina abertamente para a direita.

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16:19JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

PM e PF apreenderam quatro toneladas de maconha em Guaíra e Altônia. Enquanto isso tá parada a discussão no Congresso e no STF sobre se o chibabeiro pode ou não portar a diamba – e qual a quantidade que pode fumar.

16:03Compliance, agora na Câmara de Curitiba

Foi aprovado nesta segunda-feira (20), em segundo turno, na Câmara Municipal de Curitiba, a criação do Programa de Integridade e Conformidade da Casa. É o que chamam de Compliance. Para quem quiser detalhes, segue o que veio do Legislativo:

A hora e a vez do compliance do Legislativo

Foi aprovado nesta segunda-feira (20), em segundo turno, na Câmara de Curitiba, a criação do Programa de Integridade e Conformidade da Casa. O objetivo é estabelecer de uma vez por todas uma política de compliance no Legislativo, visando ampliar a cultura de transparência no serviço público e criar mecanismos ágeis de combate à corrupção.

E mais do que um projeto, esse realmente irá sair do papel. Primeiro porque diferente dos outros órgãos públicos que já adotaram medidas semelhantes, a Câmara de Curitiba prevê a criação de um Conselho Superior de Integridade e Conformidade com autonomia para fiscalizar o cumprimento do programa e garantir a sua efetividade. Continue lendo