10:43Um título do Deltan

Do ombudsman

Taí um título de artigo que mexe com os hormônios. É de Deltan Dallagnol, na Gazetona, numa semana onde o ministro Dias Toffoli deu mais uma tacada, Marcelo Odebrecht aprovou e, de quebra, José Dirceu apareceu com asas de um anjo que um dia foi injustiçado. O título: “A operação no STF é a Lava Corruptos”.

10:19A palavra

A palavra da vez é exarcebada. Quem falou foi o senador Sergio Moro, provavelmente por estar entusiasmado com a manutenção do mandato. Pode se dar um desconto, mas que exacerbou, ah, ele exacerbou sim!

7:32A grande rede

Muito antes de o nome de Ratinho Junior começar a se firmar na lista dos pré-candidatos à sucessão de Lula, já havia pesquisador escarafunchando as emissoras e retransmissoras de rádio do país sob o comando do pai dele, o apresentador Carlos Roberto Massa. A quem interessar possa, o número passa de uma centena e meia – e com o andar da carruagem, até 2026 pode chegar em torno das duzentas. É coisa! É negócio! É política! É campanha!

7:26O silêncio do orador

por Carlos Castelo

Dizem que o bom das viagens são os sobressaltos. Sem eles, de fato, uma crônica como esta nem teria por que ser escrita.

Quando eu estava com uns 17 anos, viajei com a família naquelas famosas excursões “Europa Maravilhosa de Ônibus”. A essência do deslocamento revelava o espírito prático do meu pai. Para ele, tínhamos 30 dias para visitar um determinado número de cidades, e suas atrações turísticas. Então, deveríamos executar o cronograma da maneira mais rápida e eficiente possível.

Num dia normal em Paris, por exemplo, teríamos que acordar às seis da manhã, comer croissants, entrar no ônibus, ver a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Notre Dame, andar pelo maior número de pontes sobre o Sena, navegar de bateau mouche, almoçar num bistrô, passar a tarde no Museu do Louvre (ver rapidamente a Mona Lisa) e jantar no La Coupole.

É natural que, antes de sairmos de Lisboa, já estávamos num estado físico deplorável. Em total oposição aos animadíssimos colegas de assentos, a maioria deles dos estados de Pernambuco e Alagoas.

Como eram todos conhecidos, a bagunça no interior do busão era notável. Porém, o que acabou ficando na minha memória foi um senhor, dos seus 75 anos, o ex-senador Medeiros.

Nos percursos mais longos, ele se levantava, ia até à frente do carro onde havia um microfone, e discursava num estilo entre Cícero e Odorico Paraguaçu.

Inclusive, foi na Alemanha, cruzando a Floresta Negra, graças a ele, que se deu o grande sobressalto de nosso périplo. O senador se postou na dianteira e iniciou uma fala mais ou menos assim:

«Imaginem, meus amigos, a Floresta Negra, com seus pinheiros altos e sombrios, onde cada árvore parece guardar um segredo.

Agora, pintem essa floresta com as cores vibrantes do Nordeste: o verde escuro se torna o verde dos coqueiros, o silêncio é substituído pelo forró que ecoa entre os galhos. As trilhas da Floresta Negra, antes retas e previsíveis, agora serpenteiam como as dunas de areia, e os lobos, ah, os lobos trocam uivos por ‘oxentes’ e ‘eitas’. E as bruxas da Floresta Negra? Transformam-se em rainhas das matas, que em vez de poções, oferecem um bom prato de baião-de-dois. Porque, no fim, tanto na Floresta Negra quanto no Nordeste, o que importa não são as diferenças, mas a capacidade de encantar e surpreender! E digo mais…» 

Só que não disse mais nada. Foi ficando cada vez mais pálido, transparente. Em seguida, deu algumas pancadinhas na pança, e ordenou ao motorista, em forte sotaque alagoano:

«Meu bichinho, stop the bus, I need to poop!»

Já foi descendo as escadas, baixando as calças, e entrando no pinheiral para se aliviar.

Permaneceu agachado, em evacuação ininterrupta, por uns bons dez minutos. Das janelinhas, todos gritavam frases nada animadoras para um ex-senador da República.

Para completar, chega o Porsche da Bundespolizei. E os tiras vão até o político naquele momento delicadíssimo. O resultado da obradeira, em local público, foi uma multa de muitos marcos alemães, fora o incidente que acabou se tornando chacota internacional.

A partir dali, não se ouviu mais palavra do orador. Sua voz tinha ficado na Floresta Negra.

(Publicado no O Dia)

6:47Cabeças erguidas

por Vilmar Farias

Semana passada, dei carona a um amigo. Ele entrou no carro e comentou que os itens de controle são os mesmos do painel do carro que acabara de comprar.

Aproveitei a deixa e perguntei se ele sabia como desligar o rádio, pois cada vez que o carro é ligado, toca as notícias. 

Equipado com central multimídia, há muito deixou a simplificação do rádio como acima me expressei. Foi o tempo e com ele o meu fusca ano 71, placa-4397. O primeiro fusca (e o último) a gente não esquece.

Ligo o carro e as notícias logo se manifestam sem qualquer comando. Eu dedilhando a tela multimídia, para desligar. Desligo, finalmente, mas sempre sem saber o dispositivo do silêncio. O importante é o sentimento de alívio, pois o carro continua rodando.

Eurico, o amigo da carona, tendo prestado atenção às minhas observações analógicas, olhou, tocou no painel e perguntou: “O celular está pareado?” R emendou: “Pois você pode ter na tela o Waze-GPS”. 

Respondi-lhe que nasci em Curitiba e os dez por cento das ruas utilizadas por mim eu conhecia muito bem. Minha capacidade de ir e vir estava preservada. Em seguida, ele argumentou sobre a utilidade numa viagem. Concordei e, nos dez minutos da carona, ele pareou o celular ao carro. Agora, tenho GPS, e continuo dando partida no carro, que, simultaneamente, continua ligando o rádio com as últimas notícias.

Pronto, aplicativos todos integrados. Celular, carro, devidamente pareados.

Agora, de dentro do carro, num comando de voz, posso fazer e receber ligações, mensagens, comprar, consultar a previsão do tempo, e vários outros aplicativos, tudo, ao tempo em que estou rodando pelos caminhos de menos tráfego indicados pelo GPS, e quem sabe ainda possa cochilar nas paradas do sinal vermelho.

O mundo sem o celular se tornou impossível. Será?

Célio Heitor Guimarães, colunista deste blog, cujos textos fazem parte de minhas leituras desde os tempos do jornal O Estado do Paraná, não possui celular. Família e amigos vêm insistindo para que ele se renda às facilidades de um smartphone. Mas tem resistido.

Célio insiste que neste clube ele está bem acompanhado. E cita, por exemplo, o colunista Ruy Castro.

A propósito, em sua coluna do dia 17, Ruy escreveu: “Assim como Woody Allen, Luís Fernando Veríssimo e, dizem, Caetano Veloso, não possuo celular. Continuo com um telefone fixo, para o qual poucos ligam e que menos ainda atendem…”

O Célio está em boa companhia, longe da sensação de solidão passada pelos transeuntes de cabeças baixas e um celular na mão.

Vou concluir este pensamento com um toque de esperança, e para isso valho-me do final da coluna de Ruy Castro. Aconteceu na casa dele. 

Com o colapso no celular de Heloísa, sua mulher, e a urgência de fazer certas comunicações, o telefone fixo viveu sua redenção. Foi convocado e cumpriu a função para a qual o inventaram: permitir que seres humanos ouvissem a voz um do outro.

Está aí. Na vida, enquanto nos reconhecermos pelo olhar, pela voz, não nos faltará empatia da percepção de que nosso bem estar depende de uma sociedade estruturada pelo bem estar de todos. Que a tecnologia venha para servir, e para isso precisamos de cabeças erguidas.

15:42Era uma vez os jornais impressos

Lembram dos jornais impressos? Em reportagem do Metrópoles sobre o empréstimo de R$ 142 milhões feito pelo Estadão, os números da circulação dos maiores da mídia impressa do país… Os dados são do Instituto Verificador de Comunicação (IVC):

O jornal paulista da família Mesquita lidera a circulação com uma média de 58 mil exemplares por dia em 2023. O Globo aparece em segundo, com 56 mil; o Diário Gaúcho soma 45 mil; e a Folha de S. Paulo, 44 mil exemplares por dia. Já Correio Braziliense, do Distrito Federal, tem média diária de 8,5 mil exemplares diários.

15:19Campanha do Estado chega a 13,2 mil toneladas de doações enviadas ao Rio Grande do Sul

Pela causa, da Agência Estadual de Notícias

A campanha de arrecadação de donativos organizada pelo Gabinete da Primeira-Dama e a Defesa Civil do Paraná em prol do Rio Grande do Sul alcançou a marca de 13,2 mil toneladas. Toda essa ajuda humanitária foi organizada com o apoio de voluntários e servidores do Estado e foi enviada ao estado gaúcho em 557 caminhões. Esse volume foi reunido nas sedes do Corpo de Bombeiros e demais instituições do Estado que participaram da campanha entre os dias 02 e 22 de maio.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Campanha-do-Estado-chega-132-mil-toneladas-de-doacoes-enviadas-ao-Rio-Grande-do-Sul

14:57Mobiliza?

Por enquanto o Mobiliza, partido de Roberto Requião, está sendo chamado de imobiliza na Boca Maldita. O tri-governador, senador e prefeito não merece isso.

14:55JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Ainda não se sabe se Zé Dirceu, agora leve, livre e solto, vai participar da campanha para que o filho, Zeca, seja o candidato do PT à prefeitura de Curitiba, afinal, pai é pai.

14:42O TC retifica e vai alterar datas do concurso

Considerando a coincidência de datas com o Concurso Público Nacional Unificado, promovido pelo governo federal e em respeito aos candidatos, o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) vai alterar a data de seu certame, inicialmente previsto para os dias 17 e 18 de agosto. A nova data deverá ser anunciada nos próximos dias.