Do Filósofo do Centro Cínico
Ratinho filho começou a aparecer bem na chamada mídia nacional – e o Ratinho pai nem começou a falar. Ou seria melhor ele ficar quieto?
Do Filósofo do Centro Cínico
Ratinho filho começou a aparecer bem na chamada mídia nacional – e o Ratinho pai nem começou a falar. Ou seria melhor ele ficar quieto?
Que frio! Alguém poderia me cobrir de dinheiro?
Foto de Roberto José da Silva
A reação do sindicato dos professores contra o projeto de lei do governo sobre a privatização do gerenciamento de 200 escolas da rede pública resultou na aprovação, em assembleia realizada ontem, na determinação de uma greve por tempo indeterminado a partir de 3 de junho. O slogan do movimento é forte: “Não venda minha escola”
De Carlos Castelo
Ontem assisti ao filme Guerra Civil. Não gostei. A premissa é até boa, tem verossimilhança uma guerra de secessão ocorrer nos Estados Unidos novamente. Ainda mais com tanta polarização. Mas a minha sensação é de que faltou algo ao longa. Parece ter certos buracos dramatúrgicos, as personagens são planas, estereotipadas. E a aristotélica transformação do herói – no caso heroínas, as duas fotojornalistas – fica tão pouco sutil que só faltou o roteirista entrar em cena e dizer: «Viram? Aqui aconteceu a virada delas». A fotografia também não agradou. Achei clara, solar demais para um filme de conflito bélico. Não darei spoiler, mas a cena final só não dá vergonha alheia porque virou uma espécie de humor nonsense não-planejado.
Foto de Ralf G. Stade
Se o homem não fosse destinado a viver acima de suas possibilidades, de que serviria o céu, tão alto? (Millôr)
O governador Ratinho Junior está com o pé no acelerador para se firmar como pré-candidato a presidente da República em 2026. Neste fim de semana em que aparece na capa da revista Veja ao lado de outros postulantes, hoje vai ao ar na BandNews TV e na TV Band sendo entrevistado por um time de jornalistas em rede nacional às 20h e 23h30 respectivamente no ‘Canal Livre’. Falou de tudo, mas a economia ganhou destaque. “O Paraná tem a melhor situação financeira do Brasil, cresceu 7.8%. Hoje nós temos uma dívida negativa. Eu tenho condição de pagar toda a dívida do Paraná nos próximos 30 anos e ainda sobrar dinheiro no caixa”, garantiu. Virou manchete na página da internet da emissora. Segue um resumão dos principais assuntos abordados. Para quem estiver interessado em ler e depois assistir o desempenho dele na tela, basta clicar:
A temperatura despenca no Sul do país e o noticiário sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, que continua embaixo d’água, começa a esfriar nos noticiários. Quando tudo secar e sobrarem os escombros, virarão notas de pé de página, como se dizia no passado nem tão distante.
Não sou melhor que uma pedra, uma folha, a madeira de uma ponte, o pó das estradas. Sou apenas mais frágil, Senhor, pisa-me com carinho.
Foto de Ralph Gibson
Do texto de Mario Sergio Conti na FSP
Carências materiais não são compensadas por alívios imaginários
…A religião helênica está mortinha da silva. Isso permite um vaticínio a este oráculo paulistano: um dia, Meca, o Muro das Lamentações, o Vaticano –e, aqui, o Santuário de Aparecida e o Templo de Salomão, no Brás– só atrairão admiradores do engenho humano, e não crentes no além.
Duvida? Pois vá à Escandinávia. É a região do globo, rezam as pesquisas e estatísticas, mais próspera, igualitária e feliz. Nela se concentra a maior taxa de ateus. Os que não creem em deus são 72% dos noruegueses, 80% dos dinamarqueses e 85% dos suecos.
Não há relação comprovada entre ateísmo e bem-estar social. Mas dá o que pensar o fato de que, no último Censo, só 8% dos brasileiros tenham dito não ter religião. São 15,4 milhões de pessoas; bem mais que os espíritas (1,4 milhão) e os adeptos do candomblé e da umbanda (588 mil).
Para os 92% religiosos, os 8% descrentes são uma minoria má e perversa. Expressiva em números absolutos, ela é pacífica e passiva. Aceita de cabeça baixa que as instituições e meios de comunicação, a cultura e as artes os discriminem e façam propaganda de crendices continuamente.
Em teoria, o Estado é laico desde 1891, quando a classe proprietária e seus tentáculos armados –Exército, Marinha e polícias– impuseram a primeira Constituição republicana à massa de agregados e ex-escravos. Na prática, a separação entre religiões e Estado é uma farsa.
A Constituição atual anuncia já no preâmbulo que foi feita “sob a proteção de Deus”. Entra-se no plenário do STF e se topa com a imagem de um homem exangue, sangrando em troncos transversais. A mesma figura de mau gosto adorna o gabinete do presidente da República. É um abuso.
Informo ao amigo que fui vitima de uma bala perdida. Mexendo nos meus guardados encontrei esse petisco na caixa de naftalinas e resolvi degustá-la. Me passei mal. Acho que degustei foi uma naftalina. Nunca mais tiro os óculos quando for chupar balas perdidas.
E se este mundo for o inferno de outro planeta? (Aldous Huxley)
Foto de Roberto José da Silva
Do enviado especial
Silvio Barros lançou oficialmente sua pré-candidatura a prefeito de Maringá. Ele já exerceu o cargo por dois mandatos. O coordenador da campanha será seu irmão Ricardo Barros, que também já foi prefeito da cidade, ministro, deputado estadual e federal e atualmente é secretário de estado (Maria Victoria, a filha, é deputada estadual, e Cida Borghetti foi deputada e governadora). O pai deles, Silvio Magalhães Barros, foi prefeito. Isso é política!
O general da reserva Hamilton Mourão, atual senador pelo Rio Grande do Sul, ex-vice presidente da República na gestão de Jair Bolsonaro, foi cobrado por estar ausente na tragédia do estado que o elegeu. Disse que sua função não é essa, mas sim estar em Brasília, e que tem 70 anos. O ser humano é ou não é inviável?
A esperança de quem pretende concorrer ao governo do Paraná em 2026 é que a atuação do senador Sergio Moro no Congresso continue como estava até antes da longa novela que poderia lhe cassar o mandato, ou seja, mais que apagada. Também há a confiança de que do jeito que a roda da história está girando, até lá a Lava Jato será vista como algo que poderia dar certo, mas desviou na mão de seus condutores e acabou como um conta-gotas. Pode ser tudo. Pode ser nada. Isso é política!