tudo dito,
nada feito,
fito e deito

Do Filósofo do Centro Cínico

As traquitanas internéticas têm dessas coisas: na sessão virtual sobre o Parceiro da Escola os milhares de manifestantes que entraram na Assembleia hoje só terão direito aos sete votos da bancada da oposição.

No quintal da Dona Zefa – Foto de Ricardo Silva

Na Assembleia Legislativa acaba de ser comunicado que haverá uma sessão remota às 17 horas para votação do assunto que deu no que deu até agora, ou seja, o projeto de lei do Parceiro da Escola. Segundo o regimento, as sessões virtuais estão previstas desde a pandemia.

Não se espantem se ainda hoje aparecer um projeto substitutivo ao apresentado pelo governo do Estado para o Parceiro da Escola – para tentar acalmar os nervos de gregos e baianos e ninguém sair perdendo muito. Quem articulou, falou com governo e deputados? Só as iniciais: Luis Claudio Romanelli.

O deputado estadual Renato Freitas (PT) aproveitou a invasão dos manifestantes ao prédio da Assembleia Legislativa, sentou na cadeira da presidência da Casa e comandou a massa. Enquanto isso sua assessoria informava que 20 mil pessoas se reuniram antes de forçar e atravessar o portão principal do Legislativo para “exigir a retirada do projeto que privatiza as escolas estaduais”. É assim que não funciona.

A sessão da Assembleia Legislativa foi aberta e imediatamente suspensa pelo presidente Ademar Traiano. Os manifestantes contra o projeto do governo do Parceiro da Escola lotam as galerias. Não houve confrontos. Segue o baile.

Nenhuma quantidade de evidência irá persuadir um idiota. (Mark Twain)

Pouco antes da hora do almoço um gozador ao ver manifestantes reunidos na frente da Alep disse que ali estava reunida toda a esquerda de Curitiba. Depois da invasão deve ter mudado de ideia.

Do enviado especial

Os manifestantes contra o projeto de lei do governo que cria o Parceiro da Escola forçaram e entraram na Assembleia Legislativa há pouco. Previa-se cinco mil professores e os portões foram fechados às 11h. Ouviu-se dois barulhos de bomba na frente no prédio e vidros quebrados. A sessão ainda não começou e não se sabe se isso vai acontecer.

Cada um de nós carrega um potencial de santas humilhações hereditárias. (Nelson Rodrigues)

Do Goela de Ouro

Qualquer tentativa de confronto entre forças policiais e os manifestantes do lado dos professores neste início de semana na Assembleia está fadada ao fracasso. A ordem na PM é só olhar, proteger, ms sem revidar. Quem sabe das coisas diz que se os mestres quiserem invadir o Legislativo… podem invadir – vão ficar com o ônus.

Do Analista dos Planaltos

Ao transferir a gestão escolar para um parceiro privado o governo Ratinho Junior confessa a ineficiência da máquina que ele próprio administra. Aí um amigo do blog pergunta o que será do Instituto Fundepar, criado em 1962 e atualmente regido pelo decreto 6.972/17, que enumera as seguintes atribuições:
– a execução de programas e ações no âmbito da Rede Estadual de Ensino;
– a administração da rede física escolar, em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação;
– a promoção da elaboração e da implementação do plano de obras da área educacional e manutenção dos estabelecimentos da rede estadual de educação básica, em conjunto com a entidade estadual responsável pelas obras públicas de edificações e de acordo com as diretrizes técnicas ditadas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística;
– a vistoria, em conjunto com as demais unidades afins, das obras, ampliações, readequações e reformas em estabelecimentos de ensino integrantes da rede estadual, visando à entrega da edificação à comunidade escolar devidamente equipada;
– a gestão da rede física de estabelecimentos de ensino da Rede Estadual de Ensino, propondo medidas que visem otimizar o uso de seus espaços, em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação;
– a realização, diretamente ou por contratos, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres, estudos de fixação de padrões para o seu mobiliário e equipamentos;
– o suporte técnico para o fortalecimento da gestão escolar;

Do Goela de Ouro

O projeto para gerenciamento de 200 escolas da rede pública será aprovado amanhã na Alep. Espera-se uma plateia numerosa de professores  contrários, mesmo com a greve proibida pela Justiça que também negou ação dos deputados da oposição para suspender o projeto. E segue o baile.

Adepto do cinema catástrofe, o Gaiato da Boca Maldita se pergunta se o projeto de lei Parceiro da Escola fosse extensivo aos dois mil colégios o furdunço que ia dar.

Só passei por uma crise etária, a dos 50 anos, e foi bem grave. Mas eu tinha apenas 17 anos. (Millôr)