15:31Sou algoz de racistas

Do Vini Jr, após a condenação de três espanhóis:

“Não sou vítima do racismo, sou algoz de racistas.
Muitos pediram para que eu ignorasse, outros tantos disseram que minha luta era em vão e que eu deveria apenas “jogar futebol”. Mas, como sempre disse, não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas. Essa primeira condenação penal da história da Espanha não é por mim. É por todos os pretos. Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras. Caso contrário, estarei aqui para cobrar. Obrigado a La Liga e ao Real Madrid por ajudarem nessa condenação histórica. Vem mais por aí…

15:24Motivo

de Cecília Meireles

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

15:06Era apenas um tango

A turma do 08 de janeiro que se mandou para a Argentina quando o calo apertou tem como desculpa o fato de ter ido dançar um tango na sede dos Três Poderes em Brasília – e não deu certo. Aí foi para Buenos Aires, apoiar Millei, mas quer voltar porque nossa bagunça pode resultar em ficar livre, leve e solto.

11:00Queimaram o arroz

por Leandro Mazzini, em o Sul

O deputado federal Zucco (PL-RS) já reuniu 100 assinaturas até ontem para abrir a CPI do Arroz. E a Comissão, se vingar, tem suspeita de sobra para investigar. Duas empresas criadas em 2023 por um ex-assessor de Neri Geller, o recém-nomeado Secretário de Políticas Agrícolas do MAPA, abocanharam 44% do produto a ser comprado no leilão pelo Governo e vão embolsar mais de R$ 580 milhões. O ex-assessor é Robson de Almeida França, que trabalhou com Geller quando foi deputado. Geller já foi chamado a Brasília para se explicar. Ele jura aos ministros palacianos que não tem ligação com o negócio. A 3ª empresa, que vai faturar R$ 730 milhões, intermediará a compra do cereal por… lojinha de venda de pão de queijo em Macapá. O TCU e a PF têm caminhões de sobra para carregar essa $afra numa viagem só.

10:52Beto entra em campo

Beto Richa entra em campo hoje no horário de propaganda política do PSDB. Está bem nas pesquisas da disputa para a prefeitura, mas o que vai apresentar com o trabalho do marqueteiro Marcelo Cattani precisa ter a força de diminuir muito a rejeição ao seu nome – construída a ferro e fogo. Ele sempre defendeu sua inocência nos vários casos. Recentemente isso foi carimbado pelo STF. O eleitor vai julgar se, para ele, toda a trajetória política avaliza e lhe dá crédito de limpeza total para a nova disputa.

8:37Samba do militante doido

por Lygia Maria

Misturar guerra em Gaza com educação no Paraná serve apenas a delírios ideológicos, não à realidade dos cidadãos

A militância política atualmente lembra aquele cliente no bufê por quilo que coloca sushi e feijoada no prato. Como o cartaz de uma manifestante durante protestos nos EUA: “Climate justice means free Palestine”. O que o efeito estufa tem a ver com a opressão em Gaza? Talvez o cara do bufê consiga explicar.

No Brasil não é diferente. Afinal, somos o país da bricolagem, da pizza de estrogonofe, do vira-lata caramelo e do carnaval, nosso amálgama máximo. Como o satírico “Samba do crioulo doido”, composto por Stanislaw Ponte Preta em 1966, no qual Chica da Silva obriga a Princesa Leopoldina a se casar com Tiradentes, que vira D. Pedro Segundo e faz amizade com José de Anchieta.

“O que o genocídio na Palestina tem a ver com o ataque à educação no Paraná? Absolutamente tudo”, proferiu um deputado do PT no contexto da aprovação de um projeto que transfere a administração de escolas estaduais a empresas privadas.

A oposição é salutar na democracia. Pelo confronto de ideias e fatos, é possível escolher políticas mais eficientes em prol dos contribuintes.

Mas discursos disparatados apenas minam o debate público para o proselitismo ideológico. Quem discorda do projeto deve demonstrar por que ele é prejudicial.

Em primeiro lugar, não se trata de privatização, mas de Parceria Público-Privada (PPP), mecanismo que vigora em outros setores, como saúde e infraestrutura. As empresas serão responsáveis pela gestão administrativa, não pelo currículo escolar.

Ademais, o programa tem aspectos similares aos das escolas charter americanas, que foram analisadas pela Universidade Stanford. Segundo o estudo, divulgado em 2023, alunos das charter apresentaram desempenho um pouco acima daqueles de escolas públicas tradicionais, ainda mais acentuado em estudantes negros, hispânicos e de baixa renda.

Não se quer dizer que escolas com PPP sejam panaceia, mas que merecem debate sensato. O samba do militante doido serve a delírios ideológicos, não à realidade dos cidadãos.

*Publicado na FSP