14:55Damares no Nuvem do Coco

Assim veio:

Senadora Damares Alves lança campanha “Mulher, Tome Partido!”, neste  mês de junho, no Paraná 

A senadora e secretária nacional do Movimento Mulheres Republicanas, Damares Alves  (Republicanos-DF), estará no Nuvem de Coco, em Curitiba, no próximo dia 22 (sábado), às  15h, para I Encontro Mulheres Republicanas do Paraná e lançamento da campanha de filiação  “Mulher, Tome Partido!”.  

“Já percorremos todas as regiões, incentivando mulheres a tomarem partido por suas  cidades, seus estados, suas famílias, pelo Brasil, que é um país conservador. Este é um novo  momento para o Republicanos e nós estamos focadas em ampliar, ainda mais, a participação  da mulher conservadora no cenário político”, destacou Damares, que foi ministra da Mulher,  da Família e dos Direitos Humanos, de 2019 até 2022.   Continue lendo

11:27leminski

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

9:35JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Se Ratinho Junior vai para os States enquanto a paisagem das pré-campanhas municipais está pegando fogo, isso quer dizer que a que ele banca em Curitiba está sossegada – e a montanha russa da Disneylandia não vai tê-lo como passageiro, só pra garantir.

9:25A PM e a equoterapia

Da Agência Estadual de Notícias

Terapia com cavalos da PMPR colabora na qualidade de vida de pessoas com deficiência

A equoterapia é uma prática com cavalos oferecida gratuitamente há mais de 30 anos pela Polícia Militar do Paraná (PMPR), que ajuda física e psicologicamente no tratamento de diversas síndromes e deficiências.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Terapia-com-cavalos-da-PMPR-colabora-na-qualidade-de-vida-de-pessoas-com-deficiencia

9:12Com foto e tudo

Depois de impor Luciano Ducci (PSB) como candidato a prefeito de Curitiba e escantear Zeca Dirceu, que brigava para ser o representante do PT na disputa, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, foi ao aniversário do filho de Zé Dirceu e disse, além de tirar foto ao lado do companheiro, segundo registro do Estadão:

– Eu não tenho crise com o Zeca nem o vetei. No PT a gente toma decisões coletivas à luz de uma estratégia política. Queremos consolidar um campo político progressista pensando também na eleição presidencial de 2026. Se queremos o apoio dos outros partidos, nós também temos de dar apoio. Não podemos ficar isolados.”

6:54O concurso

por Carlos Castelo

Ao regressar do treino de cross-fit, o literato Josimar Nut Ella finalmente encontrou tempo para verter no seu notebook o texto destinado ao concurso nacional de minicontos. A sugestão provinha de seu editor: tecer uma narrativa que englobasse todos os grupos minoritários, incorporando a multidiversidade no enredo. As probabilidades de alcançar o prêmio e ser entrevistado pela Quatro Cinco Um seriam amplificadas ao máximo se seguisse o conselho. Quiçá, após a vitória, fosse convidado para uma mesa na FLIP?

Nut Ella inalou seu vape, exalando a fumaça aromatizada, e redigiu o seguinte:

«Em um movimentado parque de São Paulo, um grupo improvável de pessoas foi atraído pelo aroma irresistível de pães veganos recém-saídos do forno. No mesmo quiosque estavam Seu Honório, um ancião obeso com um brilho profundo nos olhos; Fabiano, um gay com talento para a poesia; Roberta, mulher transgênero de coração tão cálido quanto seu sorriso; Mendes, um homem negro que amava a música; Ana, uma senhora que se locomove em cadeira de rodas, de inteligência aguda e entusiasmo pela vida; Onofre, um rapaz pobre com uma riqueza de sonhos; Maria, uma imigrante com a mochila repleta de esperanças; Pedro, um refugiado que busca consolo em uma terra estranha; Zeco, uma criança de rua com uma resiliência que desmente sua tenra idade; Clara, uma mulher forte que exala força e graça; Ivo, um morador das ruas da cidade; Ykara, uma indígena de profunda conexão com a terra; Iara, uma praticante de candomblé que canaliza a sabedoria ancestral de seus antepassados; Sofia, uma mulher queer que desafia as normas sociais; Alex, um indivíduo assexual que abraça seu eu autêntico; e Luna, uma pessoa intersexual que questiona os limites do gênero.»

Depois de outra tragada no e-cigarette, o autor prosseguiu para o desfecho de seu miniconto:

«Enquanto saboreavam os pães, as conversas fluíam. Nesse cadinho de identidades, todas as diferenças se dissipavam. Não eram mais apenas um ancião obeso, um gay, uma mulher transgênero, um negro, uma mulher com deficiência, uma pessoa de baixa renda, um imigrante, um refugiado, uma criança de rua, uma mulher, uma pessoa em situação de rua, um indígena, uma candomblecista, uma pessoa queer, uma pessoa assexual ou uma pessoa intersexual. Eram, de fato, uma tapeçaria tecida com diversos fios, cada um acrescentando suas características exclusivas. Quando o sol começou a se pôr, lançando sombras sobre o parque, o grupo improvável se despediu, os corações aquecidos pela conexão recém-descoberta.»

Ao colocar o ponto final, Josemir Nut Ella releu o material e fez uma primeira revisão. Em seguida, enviou-o para seu mailing de blogueiros amigos. Era importante obter a opinião desses influenciadores literários. Vai que se esquecera de alguma minoria; o concurso nacional de minicontos e a FLIP, de maneira alguma, dessa vez poderiam ser comprometidos. Cautela e pão vegano nunca fizeram mal a ninguém.

(Publicado no O Dia)

6:41O Brasil precisa fazer jus a Chico Buarque

por Renato Terra, na FSP

Uma leitura de ‘Futuros Amantes’

Não se afobe, não

Que nada é pra já

O amor não tem pressa

Ele pode esperar em silêncio

Num fundo de armário

Na posta-restante

Milênios, milênios no ar

Na sequência de “Futuros Amantes“, Chico Buarque imagina um futuro distante. Passados milhares de anos, o Rio de Janeiro se tornará uma cidade submersa. Novas palavras, códigos, gestos, hábitos, rotinas formarão uma nova civilização.

Mas o que importa aqui é o que vem depois. Cartas, poemas, mentiras, retratos, vestígios, ecos de antigas palavras são capazes de tocar os amantes do futuro. E o próprio tempo vai parar pra ouvir.

Não sei se duraremos milênios e milênios. Com a iminência das mudanças climáticas, o Rio deve virar uma cidade submersa antes disso. Talvez não seja necessário esperar tanto.

Num Rio não muito distante, milicianos virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas. Pastores ficarão com as almas, desvãos.

Uma civilização não muito distante vai aplaudir torturadores, chacinas policiais e vai se regozijar com a condenação de mulheres por crimes cometidos por homens estupradores.

Ecos de likes, reels, Tiktoks, postagens anestesiarão as palavras. Zumbis vagarão ansiosos com os olhos nas telas. Presos num presente extremo, onde tudo é importante. E, claro, nada é importante.

Esse futuro nos distancia da delicadeza e da profundidade de uma canção de Chico Buarque. Da retidão, da insubordinação e da elegância da personalidade de Chico Buarque. Das nuances, das sugestões e da beleza. Uma distopia cada vez mais distante da utopia.

Mas Chico é sabido. Deixou vestígios maiores que o tempo. São bonitas, não importa, são bonitas as canções. Sua música é a civilização. O Brasil é que precisa, quem sabe então, fazer jus a Chico Buarque.

Não se afobe, não

Que nada é pra já

Amores serão sempre amáveis

Futuros amantes, quiçá

Se amarão sem saber

Com a canção que o Chico

Deixou pra vocês

16:29Temperatura

Do correspondente em Brasília

O PSDB nacional vai medir a temperatura da ebulição que o partido fez em Curitiba no horário político. Para quem estava zerado na capital, é muita coisa.