Do Filósofo do Centro Cínico
Se alguém perguntar sobre Eduardo Requião para o candidato Roberto Requião ele pode dizer que é apenas um irmão distante.
Do Filósofo do Centro Cínico
Se alguém perguntar sobre Eduardo Requião para o candidato Roberto Requião ele pode dizer que é apenas um irmão distante.
Brasil – o mais antigo país do futuro em todo o mundo. (Millôr)
O que disse Roberto Requião, pré-candidato a prefeito de Curitiba pelo Mobiliza: “Você não quer saber mais de governos que trabalham com negociatas, com picaretagem e corrupção”. Então, tá.
Em Antonina (PR) – Foto de José Suassuna
por Antonio Prata, na FSP
Para além do consultório, atuava como uma espécie de médico do velho oeste, sempre disponível para quem quer que fosse
De boas intenções o inferno está cheio. De inteligência a Terra também. Zuckerberg é inteligente. Putin, muitíssimo. Duas bestas. A inteligência não é uma virtude. Virtude é saber usá-la pra viver uma vida plena, verdadeira, “sem tempos mortos”, como desejou Simone de Beauvoir e desejando o mesmo para os outros. Acho que o nome disso é sabedoria.
A pessoa mais sábia que eu conheci chamava-se Antonio Carlos Cesarino. Era o pai do Dinho, meu melhor amigo dos 14 aos 20, meu irmão pra vida toda. Durante a adolescência tive o privilégio de conviver com o Dinho, a queridíssima Ana, sua mãe, com as encantadoras Julia e Gabriela, suas irmãs, e, claro, com o Cesarino.
Comecei admirando a sabedoria do Cesarino na forma com que ele tratava o corpo (ou a mente?). Era um cara parrudo, fazia exercício, até uns 70 ainda corria. Mas também tomava suas cachaças e fumava um cigarro ou outro no fim de semana. Fumar socialmente é, para mim, o suprassumo do autocontrole. Coisa de mestre zen.
Cesarino era médico, psiquiatra, psicanalista, foi analisando do Lacan, introdutor do psicodrama no Brasil, atuante na luta antimanicomial.
Dizem que na ditadura, trabalhando no HC, ajudou mais de um preso político, baleado ou torturado, a escapar pela janela. Décadas depois, numa escala (e escalada) menos heroica, mas não menos importante, ajudou muita gente alquebrada pelos tiros ou torturas da vida a encontrar saídas através do seu divã.
Para além do consultório, Cesarino atuava como uma espécie de médico do velho oeste, sempre disponível para receber quem quer que fosse para conversar, orientar, indicar outros profissionais.
Uma dessas conversas foi decisiva na minha vida. Eu tinha uns 17 anos. Meu pai havia cismado que minhas atitudes típicas de adolescente eram inequívocos sinais de um adulto incompetente, incompleto, um caso perdido. Perdido, não, pois para ele havia uma última esperança: que eu pegasse exército e “me tornasse homem”. (Hoje o perdoo, entendendo que surtos reacionários são típicos da “envelhescência”, termo que ele mesmo cunhou, numa crônica pro Estadão).
Fui, angustiado, conversar com o Cesarino, acreditando mais no que meu pai dizia do que no que a minha parca autoestima de 17 conseguia sustentar. Comecei a falar de forma confusa que “eu estava perdido”, “sem rumo”, não estava “dando certo”. Cesarino, num generoso ceticismo, pediu um dado mais concreto. Revelei, envergonhado, uma das principais acusações que recaíam sobre mim, prova definitiva da minha inadequação à vida em sociedade: eu acordava tarde.
“Eu tenho uma hipótese de porque você acorda tarde”. Encarei-o aflito, esperando que toda aquela bagagem vinda de Hipócrates a Freud, de Lacan à USP, dos orixás à Sorbonne revelasse uma “depressão”, “síndrome do pânico”, “sociopatia” ou coisa pior. Então, com um sorriso sério que não debochava do meu sofrimento nem o recebia como bem-vindo na sala, sugeriu: “aposto que você acorda tarde porque dorme tarde, acertei?”.
O céu escuro se abriu sobre Perdizes e um feixe de luz entrou pelo telhado. Eu não era um caso perdido. Eu não estava fadado ao fracasso. Eu acordava tarde porque eu dormia tarde! (Parece óbvio — e é. Nenhum sofrimento é muito original, visto de fora. Mas pra ajudar quem tá dentro, só um sábio, feito o Cesarino).
Nem sempre faz sol sobre o meu telhado, mas tenho dois filhos, trabalho, pago as contas, corro e tomo as minhas cachaças. Continuo acordando tarde, verdade, mas hoje com menos culpa, depois da longa jornada para a qual, faz três décadas, o Cesarino me despertou.
Quando menino, nascido
serra acima, o que
mais eu desejava era o mar.
Eu queria apenas o mar
a mais nada – para nele
desfraldar meus
sonhos marinheiros.
Fui crescendo e ampliando
meus desejos.
Uma casa junto ao mar,
um barco a motor, festas,
empregados, piscina.
Obtive tudo isso, Senhor.
Mas aí então o mar dentro de
mim já havia secado
No Centro Cívico tem gente apostando convicto que o número de candidatos a prefeito de Curitiba vai diminuir até a data das convenções partidárias. A conferir.
Até quando continuaremos a ser comandados por pessoas que nem chegam a ser burras? (Millôr)
Em Curitiba – Foto de Lina Faria
O apresentador Jasson Goulart, ex RPC e RIC apresenta um comercial do governo do Paraná. Ele é candidato a vereador em Curitiba pelo Republicanos e pode ser a solucionática para a vaga de vice na chapa de Eduardo Pimentel, como aqui já foi revelado pois tudo ficaria na paz entre os partidos pretendentes. A conferir.
A campanha para as eleições municipais vai concorrer com todos os campeonatos de futebol daqui e principalmente de acolá, com Eurocopa e Copa América. A bola ganha sem fazer esforço.
Hoje Roberto Requião confirma a pré-candidatura a prefeito de Curitiba pelo Mobiliza. Na verdade, se fosse possível, ele nem precisaria de partido porque, mesmo octogenário, faz um barulho danado e fala como se tivesse a certeza absoluta de tudo, mesmo apostando na democracia venezuelana.
Foto de Roberto José da Silva e arte de Ricardo Silva
por Marina Izidro, na FSP
Para os anfitriões, torneio é ensaio para Copa do Mundo de 2026
Estou a 11 mil metros de altitude —quando olho o mapa, em cima da Groenlândia, para ser mais precisa.
Começo a escrever esta coluna no voo entre Londres e Los Angeles, a caminho da cobertura da Copa América.
Ao chegar, 11 horas depois e ainda atordoada pela diferença de oito horas de fuso, tento achar alguma referência ao torneio na cidade. Não há nada no aeroporto ou nas ruas, nem um cartaz que seja. A recepcionista do meu hotel se anima quando digo que estou aqui para cobrir o campeonato de “soccer.” Mas, quando pergunto se as pessoas estão empolgadas com a competição, ela sorri e diz: “Ah, aqui a gente acompanha mais a NFL, né… O nosso ‘football’. Mas, ontem, matriculei minha filha na escolinha de futebol!”
No dia seguinte, circulei um pouco pela cidade e também não vi nada promovendo a Copa América, nem um outdoor ao longo das muitas avenidas. Acho até compreensível –Los Angeles é enorme, cosmopolita, um lugar onde outras modalidades são muito mais populares.
Ligo a televisão à noite e a diversidade de canais dedicados ao esporte impressiona. Na NBC, a seletiva da equipe americana de natação para os Jogos de Paris passava ao vivo, em horário nobre, com repórter e comentarista à beira da piscina entrevistando atletas como Katie Ledecky, sete medalhas de ouro olímpicas. A ESPN mostrava a WNBA, liga de basquete feminino. Trocando de canais, vi NFL, X-Games… e até um campeonato de vôlei de praia universitário era exibido na televisão.
Só que, no futebol, a poderosa seleção feminina, tetracampeã mundial, passa por uma entressafra e caiu de 1º para 5º lugar no ranking da Fifa depois do péssimo desempenho na Copa do Mundo no ano passado, eliminada nas oitavas de final.
A masculina é a 11ª do planeta, não tem nenhum título relevante e a melhor colocação em uma Copa do Mundo foi um terceiro lugar –em 1930.
Por isso, a federação de futebol dos Estados Unidos sabe que precisa aproveitar os grandes eventos que o país vai receber nos próximos anos. Além da Copa América, que vai até 14 de julho, sediará um Mundial de Clubes com 32 equipes, em 2025; a Copa do Mundo, em 2026, com México e Canadá; os Jogos Olímpicos, em Los Angeles, em 2028.
São oportunidades para atrair receitas e patrocínio. E, claro, esses megaeventos deixam o mercado norte-americano ainda mais atraente para investidores. Ter rostos como Lionel Messi e David Beckham promovendo o esporte e a MLS –liga profissional masculina– ajuda, e muito.
A Copa América já é um ensaio para o Mundial. É disputada em 14 estádios espalhados pelo país, a maioria com capacidade acima de 60 mil lugares. A arena onde o Brasil estreia contra a Costa Rica será o local da primeira partida dos Estados Unidos na Copa de 2026 e da cerimônia de abertura olímpica em 2028.
O torneio também deve ajudar a definir, junto com a Eurocopa, quem tem mais chances de levar o prêmio de melhor jogador do mundo –Vinicius Júnior é o candidato do momento.
A Argentina é vista como favorita ao título, e logo depois vem o Brasil. Estou curiosa para ver a recepção da torcida e acho que, nesse sentido, a Copa América pode ser um termômetro do que esperar nos próximos anos. A partida de estreia, a vitória da Argentina sobre o Canadá por 2 a 0, teve mais de 70 mil espectadores em Atlanta.
Eu nunca duvido dos americanos. Eles amam e investem no esporte e, além disso, sabem como poucos como transformá-lo em um belo entretenimento.
Brasil! Quadrilha o ano inteiro! (José Simão)
Não sou melhor que uma pedra, uma folha, a madeira de uma ponte, o pó das estradas. Sou apenas mais frágil, Senhor, pisa-me com carinho.
Um sentimental é alguém que quer ter o luxo de uma emoção, sem ser obrigado a pagar por ela. (Oscar Wilde)
Assim veio:
Senadora Damares Alves lança campanha “Mulher, Tome Partido!”, neste mês de junho, no Paraná
A senadora e secretária nacional do Movimento Mulheres Republicanas, Damares Alves (Republicanos-DF), estará no Nuvem de Coco, em Curitiba, no próximo dia 22 (sábado), às 15h, para I Encontro Mulheres Republicanas do Paraná e lançamento da campanha de filiação “Mulher, Tome Partido!”.
“Já percorremos todas as regiões, incentivando mulheres a tomarem partido por suas cidades, seus estados, suas famílias, pelo Brasil, que é um país conservador. Este é um novo momento para o Republicanos e nós estamos focadas em ampliar, ainda mais, a participação da mulher conservadora no cenário político”, destacou Damares, que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de 2019 até 2022. Continue lendo