15:46Advogado é condenado a 11 anos de prisão

Do portal da Banda B

Advogado é condenado a 11 anos de prisão em processo que investiga desvios de indenizações de pescadores em Paranaguá

Outras treze pessoas foram condenadas no processo

O advogado C.D.J. e outras treze pessoas foram condenadas no processo que investiga desvios de indenizações de pescadores em Paranaguá, no Litoral do Paraná. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. A sentença desta sexta-feira (5) foi proferida pelo juiz Leonardo Marcelo Mounic Lago, da 1ª Vara Criminal da cidade litorânea.

Segundo as investigações, o juiz aposentado Hélio Tsutomu Arabori e o cartorário Ciro Antônio Taques, o servidor público Arival Tramontin Ferreira Júnior e o advogado Marcos Gustavo Anderson eram os mentores da quadrilha acusada de se apropriar de indenizações pagas pela Petrobras a pescadores após dois desastres ambientais na cidade entre 2001 e 2004. O advogado C.D.J. representava o grupo e, segundo, o Ministério Público do Paraná tinha conhecimento dos esquemas milionários de corrupção, por isso foi incluído no processo.

 

10:26O general de Foz e o apoio de Bolsonaro

Do enviado especial

Na segunda quinzena de julho a temperatura da disputa pela prefeitura de Foz do Iguaçu vai aumentar. Está previsto o lançamento oficial da candidatura do general Silva e Luna, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, quem trabalha com o ex-diretor geral da Itaipu garante que o governador Ratinho Junior garantiu apoio. Em tempo: Foz é uma das cidades mais bolsonaristas do Paraná.

 

9:37O dinheiro do desastre ecológico da Petrobras

Da Agência Estadual de Notícias

Estado vai executar novos projetos ambientais com recursos da indenização da Petrobras

A Justiça Federal vai começar a liberar nos próximos dias parte dos recursos da Petrobras referente à indenização do Estado pelo acidente ambiental causado pela empresa no Rio Iguaçu, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, em julho de 2000. A audiência de conciliação entre Governo do Estado, Ministério Público do Paraná e Ministério Público Federal, com mediação do Poder Judiciário, ocorreu nesta quinta-feira (04), na sede da Justiça Federal, na Capital. Ficou estabelecida a execução imediata de seis projetos, três em Araucária e outros três na bacia do Alto Iguaçu, em Contenda, Lapa e Porto Amazonas.

https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Estado-vai-executar-projetos-ambientais-com-recursos-da-indenizacao-da-Petrobras

8:29JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Se a pesquisa da semana foi suspensa, sem problemas. Outra está sendo feita e deve ser divulgada na próxima terça-feira. Os nomes serão os mesmos, as posições não muito diferentes – e só os números mudam um pouco. É o que basta para sorrisos e ranger dos dentes, até que outra seja realizada. E assim vai até outubro.

8:06Moro na defesa de Bolsonaro

O senador Sergio Moro defende o ex-presidente Jair Bolsonaro que foi indiciado por peculato pela Polícia Federal no caso das joias. Aproveita e compara este caso com o de Lula, preso pela Lava Jato:

Lula não foi indiciado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares.

O que ele não escreveu no X é que o cerco a Bolsonaro, em cujo governo atuou como ministro da Justiça, é lento, gradual e vai terminar numa cela.

7:31Jogo da seleção ou jogo do tigrinho

por Renato Terra, na FSP

Façam as suas apostas sobre o que interessa mais aos jovens hoje em dia

Imagine um monólogo de Joe Biden sobre as especificidades nas tabelas de emolumentos em cada cidade dos Estados Unidos. Imagine uma semana dedicada exclusivamente a atender ligações de telemarketing. Ou ainda imagine atravessar a via Dutra inteira por meio de cambalhotas.

Nenhuma das hipóteses levantadas acima parece ser mais tediosa do que assistir a um jogo inteiro da seleção brasileira de futebol masculino.

As hipóteses são muitas.

É óbvio que não temos mais Romários, Ronaldos, Rivaldos, Adrianos, Sócrates, Rivelinos, Garrinchas. O mais dolorido é que nem sequer temos Cafus.

Antes do jogo contra o Paraguai, os maiores jornais do país precisaram apresentar um dos atacantes titulares para o torcedor. “Quem é Savinho? Novidade no Brasil contra o Paraguai tem acerto com o City de Guardiola”, dizia título do Globo. Ou seja, o torcedor precisaria de validação do City e do Guardiola para ser apresentado ao atacante da seleção.

É óbvio que não temos mais um padrão de jogo que encanta o mundo. O que é mais dolorido é que nem sequer temos um padrão. E aqui não vai uma deferência à cultura europeia, mas uma saudação ao padrão de jogo de uma Colômbia e de uma Argentina.

É óbvio que não temos mais jogadores profundamente identificados com times brasileiros. O que é mais dolorido é que essa identificação nem sequer existe em muitos casos.

A CBF tem um peso gigantesco na construção desse desinteresse pela seleção. Igualmente tedioso é lembrar as décadas de denúncias de corrupção, a sucessão de cartolas que parecem saídos de um episódio de “Vale o Escrito”, além da completa falta de compreensão das potencialidades culturais, sociais e criativas da seleção brasileira.

Uma confederação tão alinhada com o espírito jovem que teve a ousadia de proibir um jogador de pintar o cabelo de rosa. Mas que não proibiu a escalação de um jogador denunciado por envolvimento com apostas.

É nesse cenário de desencanto que os sites de apostas se multiplicam, conferindo novos sentidos aos jogos.

Os memes sobre a ilha de Paquetá em festa a cada cartão amarelo ou pênalti perdido viralizam mais do que uma grande jogada da seleção.

As pupilas aceleradas estão mais interessadas no jogo do tigrinho do que nos jogos da seleção brasileira.

17:51A crônica

por Ivan Lessa

Crônica, do grego chrónos, tempo, cronicar, feito Tácito, relatar o tempo ou tempos.

Por que nós, brasileiros, fizemos do gênero especialidade da casa – feito muqueca de peixe ou tutu à mineira?

Eu, pela parte que me cabe – e é pouquíssima a parte que me cabe -, eu tenho minhas teoriazinhas.

Primeiro lugar, porque nós trabalhamos bem com poucas armas, isto é, Euclides da Cunha à parte, nosso fôlego literário é curto.

Não há nenhum demérito nisso.

Se a América Latina fornece caudalosos escritores, como Vargas Llosa, Roa Bastos e Alejo Carpentier, nós, por outro lado, somos excelentes no pinga-pinga do conto: o próprio Machado de Assis, Lima Barreto, Alcântara Machado, Dalton Trevisan, Clarice Lispector, Rubem Fonseca.

Segundo lugar, porque nós temos consciência da extraordinária violência com que o tempo vai levando as coisas e as gentes, daí a necessidade de registrar, de alguma forma, o que se passou e passa no âmbito pessoal e intransferível.

Terceiro lugar, em consequência disso que acabei de falar: somos muito pessoais, vemos e vivemos muito a nossa vida e a celebramos quase que no próprio instante em que ela se passa.

A crônica é a nossa autobustificação, por assim dizer.

Ou, em termos da realidade atual: é a nossa autonomeação para assessor disso ou secretário daquilo outro.

E em quarto e último lugar: dinheiro.

Não há motivo nenhum para se ficar encabulado.

Quem não escreve por dinheiro não é digno da profissão.

Um romance vende cinco mil exemplares e o autor, com alguma sorte, pega o equivalente a uns tantos salários mínimos.

Se dividirmos tempo gasto no trabalho e na vida de estante do livro, vai dar nisso mesmo: salário mínimo.

O cronista, por outro lado, mesmo mal pago – e quando é bom não é esse o caso -, tem uns cobres garantidos no fim do mês, se o empregador for bom pagador.

Conseqüentemente: aí está, viva e atuante, a crônica do cronista brasileiro.

Pouco importa que o cronista ou a cronista limite-se a relatar seu encontro no bar ou sua ida ao cabeleireiro.

Tanto faz que seja elitista ou literariamente limitador.

E daí que tenha menos profundidade que mergulhadores mais audazes como Milan Kundera e Marion Zimmer Bradley?

A crônica vai registrando, o cronista vai falando sozinho diante de todo mundo.