10:48Sobre o pobre futebol sul-americano que era dos pobres

“O que aconteceu com o futebol? Com o futebol, que é propriedade popular essencialmente… Por que? Os pobres têm muita pouca capacidade de acesso à felicidade porque não dispõem de dinheiro para comprar felicidade. O futebol, como é gratuito, é de origem popular. Esse futebol, que era uma das poucas coisas que os mais pobres mantinham, já não tem mais, porque aos 17 anos Endricks vão, o “winger de Palmeiras” (Estevão)… que lástima que eu tenha que dizer hoje algo que só vai me trazer críticas”.

de Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, um dia antes de eliminar o Brasil da Copa América

10:17Meu encanto pelo litoral

por José Maria Correia

Ontem estive na maravilhosa Paranaguá, terra dos meus ascendentes Correias.

Célula Mater do Paraná,

Chegamos há quase cinco séculos nos primeiros barcos, lá por 1540 vindos de Santos , Cananeia e Peruíbe , terras do Correia Velho.

Lá estavam somente os pacíficos índios Carijós em suas ilhas, na Cotinga e na magnífica baía que tanto encantou portugueses e espanhóis e os que vieram depois, desde os tempos de Saint Hilaire.

Italianos, árabes , japoneses e emigrantes da Europa e de países africanos também.

Lá ficava eu com meu pai , alto funcionário da Bolsa de Café de Paranaguá, isso antes que a terrível “ geada negra “ destruísse em 1975 toda a cafeicultura, o nosso Ouro Verde

E foi um pouco do que tive oportunidade de falar para os candidatos a vereadores e vereadoras de todo o litoral em uma reunião suprapartidária com mais de trezentas pessoas.

Contei da minha experiência para os candidatos e como fui o mais votado edil de Curitiba entre os novos e o segundo geral em 1982.

Concorrendo em uma vaga de desistência faltando apenas dois meses para as eleições em uma grande mobilização de servidores públicos .

E disse o que se pode fazer de importante em um mandato, como quando criei a Guarda Municipal.

Havia muita resistência da PM e das corporações militares, entretanto hoje a Guarda já supera o número de policiais nas ruas.

E sem elas não há mais segurança possível.

1.500 em Curitiba, 350 guardas em Paranaguá, 400 em Araucária e uma centena em Matinhos, também criada por mim.

Todas com modernas centrais de vigilância , viaturas e câmeras de monitoramento.

E assim pelo Brasil todo.

Na próxima etapa com a PEC constitucional se transformarão em polícias municipais e cidadãs para melhor servir e proteger com treinamento, respeito e integração com as comunidades.

Paranaguá é um museu aberto e onde se respira história, infelizmente mal conservado em seu patrimônio de quase quinhentos anos que foi muito agredido e vandalizado.

Mas emociona ainda mais falar do nosso Porto criado por Dom Pedro II , da antiga Santa Casa, a velha Câmara, e os casarões da Rua da Praia, e o forte histórico da Ilha do Mel construído para resistir aos piratas e aos invasores.

E a sinuosidade da ferrovia com sua estação restaurada e o trecho da Serra do Mar considerado um dos mais ousados e difíceis do mundo todo transpondo abismos.

Tragicamente foi nela que fuzilaram e executaram o Barão do Serro Azul , hoje um dos heróis da Pátria .

Foi em 1894 no quilômetro 65 no trecho do Pico do Diabo.

Morto por defender Curitiba de ser saqueada pelos Maragatos e que havia sido abandonada por Vicente Machado.

Discorro também sobre a histórica Estrada da Graciosa, também obra de Dom Pedro, um monarca intelectual que foi convidado para ser rei até nos Estados Unidos e que foi deposto por uma quartelada para morrer no exílio em um humilde hotel em Paris.

Muito brevemente falei do olhar amoroso e diferenciado do PMDB e de outros partidos e líderes para o litoral.

Tudo de forma plural e ampla , como deve ser. Continue lendo

7:22Sinto falta na história do futebol brasileiro de três investigações profundas

por Tostão, na FSP

Uma delas é sobre a existência de dona Lúcia, torcedora de palavras afetivas e de solidariedade após os 7 a 1

Na segunda-feira, dia 8 de julho, os 7 a 1 completarão dez anos. Assim como não podemos esquecer a nefasta ditadura de 1964 para não repeti-la, temos de lembrar os 7 a 1 para corrigir os erros.

Em 2010, Mano Menezes era o técnico da seleção brasileira e fazia bom trabalho. Em 2012, José Maria Marin assumiu o comando da CBF no lugar de Ricardo Teixeira. Anos depois, Marin foi preso por corrupção, e aconteceria o mesmo com Ricardo Teixeira se ele saísse do país.

Mano Menezes foi despedido. Felipão foi contratado como treinador, e Parreira, como diretor técnico. Penso que as mudanças foram mais por motivos políticos e comerciais. Os investidores e parceiros da CBF queriam uma comissão técnica com mais prestígio, campeões do mundo, para inflamar o público e diminuir o desanimo que havia com a seleção após os fracassos nos Mundiais de 2006 e 2010. Além disso, havia muitos protestos nas ruas contra os problemas sociais e a corrupção, que poderiam se estender à seleção e à realização da Copa do Mundo no Brasil.

conquista da Copa das Confederações um ano antes do Mundial, com uma vitória marcante sobre a Espanha, campeã do mundo, na final, foi uma ilusão, uma atuação heroica. Não dá para ser herói duas vezes seguidas.

Na Copa de 2014, Felipão, que teve uma carreira muito mais de sucessos do que de fracassos, repetiu tudo o que tinha feito na Copa das Confederações, só que contra adversários mais fortes, além de escalar vários jogadores que não estavam na mesma forma de um ano antes.

Nos 7 a 1, Felipão colocou vários atacantes e deixou Fernandinho sozinho no meio-campo contra muitos meio-campistas brilhantes da Alemanha. Eles comandaram o jogo, envolveram o time brasileiro, e o primeiro tempo terminou 5 a 0. Os torcedores brasileiros choravam no Mineirão.

Depois da partida, Felipão disse que foi um apagão. No dia seguinte, o diretor técnico Parreira leu uma mensagem de uma torcedora, dona Lúcia, com palavras afetivas e de solidariedade à seleção, um pedido para que as pessoas não fossem tão duras nas críticas.

Os 7 a 1 trouxeram benefícios, mas o futebol brasileiro continua refém de várias condutas ultrapassadas. Além dos gramados ruins, do péssimo calendário, dos tumultos durante as partidas e de vários outros problemas fora de campo, durante o jogo existem ainda muitos espaços entre os setores, muitas bolas longas da defesa para o ataque, muita pressa para chegar ao gol e pouca valorização do meio-campo.

Na derrota do Atlético-MG para o Flamengo, o time jogava com inúmeros atacantes e apenas Otávio no meio-campo. Na derrota do Cruzeiro para o Criciúma, o time jogava bem, tinha boas chances para virar o placar, quando o jovem treinador Seabra, que faz ótimo trabalho, trocou vários jogadores. O time ficou confuso e perdeu a chance de ganhar. Essa ansiedade de mudar é frequente nos treinadores, pressionados para vencer e para fazer substituições sempre que o time está perdendo. Nem sempre elas são necessárias.

As coisas precisam ser ditas. Sinto falta na história do futebol brasileiro de três investigações profundas, esclarecedoras. A primeira sobre quais foram os detalhes das conversações em Brasília entre o ditador Médici e membros da então CBD, que resultaram na demissão do treinador João Saldanha antes da Copa de 1970. A segunda sobre o que ocorreu com Ronaldo na véspera da final do Mundial de 1998, se ele teve uma convulsão ou um distúrbio emocional. Se foi uma convulsão, nunca poderia ter entrado em campo. A terceira é se dona Lúcia existiu.

BRASIL ELIMINADO

Brasil e Uruguai fizeram um jogo feio, ruim, equilibrado, de muitas faltas, marcação, trombadas, sem nenhum brilho. As poucas chances de gols foram por erros do adversário. Os dois times não conseguiam trocar três passes seguidos. O Brasil, mesmo jogando uns 20 minutos com um jogador a mais não criou oportunidades de marcar. As inúmeras substituições feitas por Dorival Júnior bagunçaram mais o ataque. Nos pênaltis o Brasil foi eliminado. É mais um fracasso do futebol brasileiro.

16:19Risca o rumo do meu barco

de Jamil Snege

Já inspecionei a proa,
amarrei a carga,
desatei a vela.
O vento sopra forte e
enfuna meu coração de alegria.
Agora é contigo, Senhor.
Toma o leme e risca
o rumo do meu barco – não
penses que irei por
este mar sozinho.

16:03A rejeição

Os índices de rejeição da pesquisa da Band divulgada ontem apontam Eduardo Pimentel e Maria Victoria com os menores, ou seja 12,6%. O de maior índice continua sendo, Beto Richa, que aparece com 49%, seguido de Roberto Requião, com 37,6%; Luciano Ducci, com 17,4% e Ney Leprevost, com 13,8%.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o nº PR-04643/2024 para o cargo de Prefeito. Fonte de Dados: Gênero, faixa etária e grau de instrução: TSE – Junho 2024; nível econômico: IBGE – Censo 2010.

8:04Enquanto isso, em Balneário Camboriú…

Jair Bolsonaro e Javier Milei se encontram neste final de semana em Balneário Camboriú na quinta edição do Cpac Brasil. São as estrelas do evento que reúne a turma da pesada da direita na América do Sul que vai levantar a bandeira da anistia ao ex-presidente brasileiro. Então, tá.