Shelley Duvall morava em Houston, Texas, preparava-se para o casamento, quando, numa festa que deu em homenagem ao noivo, conheceu algumas pessoas da equipe de Robert Altman, que naquele momento filmava “Voar É com os Pássaros”, de 1970.
Altman impressionou-se com ela e, de imediato, lhe pediu para fazer um teste de câmera. Ela relutou. Teria de ir a Los Angeles, ela, que nunca havia até então saído do Texas. No fim, topou, pensou que talvez fosse, de fato, uma atriz.
Altman lhe deu um dos principais papeis do filme e o resto é o que se sabe. Casou-se com Bernard Sampson, ficou quatro anos com o primeiro marido. Mas sua vida mudou: ela tornou-se uma das mais importantes atrizes da geração que transformaria Hollywood naquela década de 1970.
Seu rosto tem a particularidade de torná-la reconhecível tão logo a vemos —longo, magro, com olhos grandes e expressivos. Mas não é só isso que a torna especial. Não segundo Altman, pelo menos. Para ele, Shelley era capaz de explorar “todos os lados do pêndulo: charmosa, boba, sofisticada, patética e até mesmo bonita”.
Com efeito, trabalhando com Altman (o que fez continuamente) ou não, Shelley Duvall foi capaz de compor personagens distantes umas das outras. Com isso, chegou a ganhar um prêmio de melhor atriz em Cannes por “Três Mulheres”, de Altman, em 1977.