8:41Vermelho e azul

O apagão causado por falha no sistema da Microsoft não vai fazer desaparecer o saldo negativo na conta dos brasileiros. A tela azul nos computadores que ficaram sem acesso é o máximo que a empresa pode oferecer.

8:24JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

No ano que vem vai haver nova licitação do transporte coletivo em Curitiba. Quem domina a área há seis décadas deveria dar dicas sobre que candidatos são os mais cotados a assumir a prefeitura e o comando da disputa. Não por nada, mas só por uma questão de aposta com resultado garantido.

7:53Coisas velhas 

Por Mário Montanha Teixeira Filho 

A conta chega para quem trabalha, canto esquecido na solidão da noite, protesto aflito que se espalha a denunciar as marcas de um açoite. 

São tantas luzes, sombras esquecidas, o movimento (in)tenso da cidade, corpos na chuva, casas aquecidas e a marca fria da desigualdade. 

O sol desponta na manhã vazia, raios vermelhos acenam para o dia que não promete nada além de sorte, 

um jogo estranho que nunca termina, como a preguiça de quem segue a sina do caminho que conduz à morte.

7:43Começou!

Os partidos começaram a marcar as datas das convenções para a oficialização dos candidatos a prefeito e vereadores. A do PP, de Maria Vitoria, será no dia 03 de agosto no Palácio Garibaldi. A da Federação PSDB-Cidadania, de Beto Richa, no dia 05 na sede do PSDB no Alto da Glória.

7:22Oferta exclusiva

por Carlos Castelo 

Um homem está com a filha de três anos numa padaria. Tomam café da manhã. A garotinha brinca com uma boneca Peppa Pig. Senta-se à mesa um senhor um pouco mais velho, pede um chocolate quente, e ocorre o seguinte diálogo:

– Quando você me falou ao celular sobre o problema mecânico, resolvi vir pessoalmente.

– Ah, que bom, estou bem preocupado.

 – O que houve o carro?

– Olha, quando tirei da sua loja, estava tudo beleza. Rodei um pouco, fui ao escritório na manhã seguinte, ele parecia bom. Só que, na parte da tarde, o motor começou a falhar. Achei que era a gasolina…

– Ih, combustível adulterado é problema, hein?

– É mesmo, mas não faz sair fogo pelo escapamento, né?

– Humm, soltou fogo, é?

– Fogo não, labareda.

– Rapaz, e aí?

– Pulei pra fora, de extintor na mão. A questão é que já tinha tomado a traseira toda. Como estava com a menina, a tirei de dentro e saímos correndo.

– Largaram o automóvel incendiando?

– Tinha outro jeito?

– Complicado…

– Mas a minha pergunta é a seguinte: sua loja me vendeu o veículo dizendo que era um seminovo revisado, garantido. Então, diante do acontecido, vão me devolver o valor, dar outro, o que farão?

– Veja bem…Primeiro, lamento muito o acontecido. Mas, como sabe, a garantia cobre apenas defeitos de fabricação e não interferências externas, tipo combustível adulterado e…

– Mas não era combustível adulterado! Era o carro que me venderam! O fogo saiu do nada?

– Calma, eu compreendo. Olha só, nós sempre prezamos pela satisfação do cliente. Então, pensei em uma solução criativa para não deixar você na mão.

– E qual seria?

– Em vez de um carro novo, que tal uma oferta exclusiva?

– Oferta exclusiva? O que quer dizer com isso?

– Eu explico. Nós temos um trator antigo no fundo da loja, está parado há um bom tempo. Eu poderia disponibilizá-lo para você, até chegarmos a um acordo melhor.

– Um trator? Não é possível! Como vou levar minha filha para a escola num trator?

– Ora, é um meio de transporte forte, confiável. E, no trânsito violento de hoje em dia…

A filha, calada até aquele instante, se manifesta:

– Papai, trator é legaaaal!

– É, filha, é… mas isso não resolve nossa situação.

– Se isso ainda não for o suficiente, o meu sócio pode se vestir de palhaço e levar a menina ao colégio durante um tempo, que tal?

A garotinha começa a gritar, animadíssima:

– Trator! Palhaço! Trator! Palhaço!

Quando a polícia chega à padaria, encontra o dono da loja de automóveis caído sobre a mesa, meio pão com manteiga na chapa, e uma boneca Peppa Pig. 

 (Publicado no O Dia)

7:15O machismo de Lula

por Mariliz Pereira Jorge, na FSP

É do presidente a responsabilidade de se comunicar bem, não do público ler nas entrelinhas o que ele quer dizer

Quando eu vi o furdunço nas redes por causa de uma fala de Lula, pensei na hora, de novo? Toda semana é uma declaração machista, uma referência machista, uma “brincadeira” machista. Ao assistir ao trecho que causou tamanha reação, fica claro que faltou interpretação de texto do público e bom senso do presidente.

Primeiro, o que ele disse: “Hoje eu fiquei sabendo de uma notícia triste. Tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de um jogo de futebol aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu. Mas eu não fico nervoso quando perde, eu lamento profundamente”. O que ele quis dizer: “se o cara é corintiano, tudo bem (ficar chateado), como eu, mas não fico nervoso quando perde”. Foi isso, mais nada.

Isso não quer dizer que Lula não seja machista, há vários exemplos que mostram o contrário, mas nesse o caso, o grande problema é o de querer fazer “piada” sobre um assunto sério, comer palavras e deixar o raciocínio truncado. É do presidente a responsabilidade de se comunicar bem, não do público ler nas entrelinhas o que ele quer dizer.

Lula coleciona falas machistas, ainda que nem de perto eu perceba nele o desprezo que Bolsonaro sentia pelas mulheres. No caso do inelegível, o sentimento era de falta de respeito, de colocar o gênero feminino numa escala inferior à dos homens. Foi assim ao tratar, por exemplo, a própria filha como uma fraquejada, ao negar a importância de políticas públicas de valorização da mulher, de ataques ao feminismo e a jornalistas. Misoginia em seu estado mais bruto.

O machismo de Lula é estrutural. Por mais que esteja rodeado de mulheres, seja casado com uma ativista, faça gestos que mostrem admiração e respeito, é um homem do seu tempo, um sujeito talhado numa sociedade machista, com uma profunda dificuldade em renovar suas referências e a forma de se expressar quando fala para mulheres e sobre mulheres. Então, cada vez que abre a boca, é um festival de gafes, de falas preconceituosas, de machismo, e suas declarações serão cobradas e julgadas. Um líder no século 21 precisa acompanhar as mudanças na velocidade em que elas se impõem. Não tem desculpa.

Recentemente, Lula não gostou do paralelo entre ele e Joe Biden, em relação à idade. A candidatura do democrata tem sido contestada depois do desastre do debate com Donald Trump, no qual demonstrou dificuldade em organizar raciocínios, concluir falas, além da visível falta de vigor físico.

Para responder aos críticos, Lula disse para uma plateia, em Diadema, que “tem tesão de 20” e que “Janja é testemunha ocular”. A fala foi a seguinte: “…quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja. Ela é testemunha ocular. Quando eu falo que eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, eu estou falando com o conhecimento de causa”. Só faltou dizer que é imbrochável. Na época da campanha, em 2022, ele já veio com esse papo de que apesar de ter 76 anos de idade, está com “tesão de 20”. Uma analogia para mostrar sua vontade política de transformar o país. Agora, de novo. Não dá.

Lula conseguiu mostrar que as críticas a sua idade talvez façam sentido. A fala é machista, típica de gente desconectada do presente. De um tempo em que os homens tinham orgulho em provar sua virilidade, de relacioná-la à competência, à capacidade profissional, mesmo que às custas do constrangimento de suas mulheres. Bolsonaro adorava fazer isso. Num evento em novembro de 2021, por exemplo, deu bom dia aos presentes, menos à Michelle, que tinha recebido um bom dia “especial”. Grosseiro, constrangedor, machista.

Em março, Lula disse que uma mulher com formação profissional não depende do pai para comprar calcinha e batom. Não dá. Mulheres são chefes de metade das famílias brasileiras, responsáveis pelo seu sustento, botam comida dentro de casa, fazem a economia girar. O presidente tenta enaltecer a importância da independência financeira feminina e fala em calcinha e batom?

No começo de julho, na entrega de moradias populares, o presidente quis elogiar um dos beneficiados que tinha 10 filhos e estava casado com a mesma mulher há 28 anos. O detalhe é que a menina tinha 12 quando se casou. O casamento infantil é um problema social grave no país, não dá para o presidente romantizar esse tipo de relação, mesmo que tenha acontecido no passado. Não dá.

Lula se coloca como apoiador das causas feministas. Mas suas falas não conversam com os valores defendidos pelo feminismo. Há outro problema além das falas, as ações. Não dá para se colocar como aliado das mulheres e ter um ministério majoritariamente masculino. Não dá para ter a chance de nomear mulheres para o STF e escolher dois homens. Não dá para se mostrar indignado com a violência contra mulher, quando os indicativos são aterrorizantes, e tentar fazer piada de botequim, sem que as pessoas nem entendam o que ele quer dizer. Não dá para querer mostrar que ainda tem saúde para governar bancando o macho garanhão, deixando a mulher constrangida na plateia e o eleitorado feminino achando que ele não passa de um velho babão.

Se Lula não aprende com a realidade, que seja com um media training. Ou isso ou que não reclame de ser comparado ao antecessor.

16:59Jornalista profissão coragem

por José Maria Correia

Hoje pensava no que escrever para minha querida amiga, a jornalista Deborah que faz aniversário.

Como merece tanto e a estima é enorme, não é tarefa simples.

Nem me preocupava ser original .

Queria apenas externar o sentimento do amor fraterno que nós seus amigos cultivamos.

Fiquei em silêncio e refletindo viajei no tempo, como se existisse a máquina do cientista professor Papanatas das histórias infantis em quadrinhos do personagem Brucutu criado por Vincent Hamlim.

Minha primeira reminiscência do desejo que sempre me habitou , a de voltar ao passado.

É o que faço então , e como alternativa possível em minhas memórias, “ o único paraíso de onde nunca poderemos ser expulsos”.

E lá encontro nas décadas de lutas pela democracia e o estado de direito a jovem jornalista Deborah Yankelivich .

Circulando nas redações dos jornais, sempre hiperativa e agitada em busca de notícias.

E com uma rapidez nos teclados como se fosse uma exímia pianista.

E dessas teclas é que nasciam seus textos incomuns, desafiadores e corajosos.

Corajosa porque vivíamos ainda em uma época de ativismos ameaçadores de extremistas e de conflitos entre lados partidários.

Como hoje.

E foi nesse torvelinho de enfrentamentos que nos encontramos muitas vezes.

Cada um em sua tribuna e com seus textos e formas de expressão.

Eu em alguns mandatos e ela me incentivando e apoiando sempre .

Assim como meu irmão e maior incentivador Zé Beto.

Viemos caminhando e aqui no Paraná tivemos alegrias de grandes vitórias e conquistas e amargamos algumas tristezas e perdas.

Exatamente assim, -“ A Vida Como Ela É” título das colunas do mestre Nélson Rodrigues , reacionário na política e revolucionário nos costumes.

Um paradoxo e um gênio.

E foi nessa emotiva viagem pela memória onde vi a Deborah nos palanques das grandes campanhas como a das Diretas Já , nos movimentos pelo repúdio ao racismo e pelo respeito às minorias que cheguei aos dias atuais.

De menina ainda a vejo, mas agora mulher madura, mãe e avó dedicada. Continue lendo

15:42Na internet, um grupo de 30 mil ‘historiadores’ da Serra do Mar

Há um grupo interessante na internet. É o “Histórias da Serra do Mar” que informa ter 30 mil “historiadores”. “Esta é uma comunidade com o objetivo de preservar e relembrar as histórias, lendas e aventuras que ocorreram atualmente ou antigamente em nossa belíssima Serra do Mar. Assim como apresentar aos participantes informações confiáveis e de qualidade”, explicam. Aos interessados, acessar https://www.facebook.com/share/p/FF64bBXY5uccLCSE/?mibextid=xfxF2i

15:03A primeira peça

Da deputada estadual Maria Victoria (PP) no primeiro vídeo com a assinatura do marqueteiro Pablo Nobel e da agência PLTK: “Sou pré-candidata a primeira prefeita da história de Curitiba! Quero cuidar das mães, das famílias, de todos. Nossa cidade é boa, mas vai ser melhor quando for boa pra todo mundo!”

11:25As cataratas do governador

Do enviado especial

Sobre o futuro museu em Foz do Iguaçu, o governador Ratinho Junior falou o seguinte: “Arrisco dizer que o Museu George Pompidou em Foz do Iguaçu é quase que a mesma importância que uma cataratas tem hoje para o Paraná e para o Brasil”. Então, tá!