12:47JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Nas próximas duas semanas acontecerão acordos e desacordos nos bastidores das campanhas para prefeito de Curitiba. Para o povão que elege não vai mudar nada. Os principais titulares serão os mesmos que estão aí mostrando a cara sem inteligência artificial.

10:29Seminário vai discutir o planejamento na Região Metropolitana

Da assessoria da Alep

A Assembleia Legislativa do Paraná vai receber na próxima semana um importante debate sobre o desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O Seminário Metropolitano de Planejamento, será realizado entre os dias 23 e 25 de julho com o objetivo de apresentar e discutir os produtos de diagnósticos elaborados no âmbito do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). Os painéis de discussão serão promovidos pela Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP). O evento, proposto pelo primeiro secretário da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), ocorre no Plenário da Assembleia a partir das 9 horas.

Durante os três dias de Seminário serão promovidos seis painéis de debate. No dia 23 (terça-feira), será discutido o Desenvolvimento Econômico e Social da Região Metropolitana. No dia seguinte os temas são Mobilidade Metropolitana e Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Por fim, na quinta-feira (25), será debatido Habitação de Interesse Social e o Planejamento Territorial e Uso do Solo.  Continue lendo

7:47Pedido?

A manchete é essa da Folha de S.Paulo/UOL : “Luciano Ducci diz em sabatina que quer ser o candidato de Lula à Prefeitura de Curitiba”. Parece um pedido, mas estranho, porque desde que o PT concordou em apoiá-lo, causando uma briga interna, obviamente Lula assinou embaixo e vai pedir votos ao “socialista”. Isso é política!

7:33Sustos e signos para o futuro

por Mario Sergio Conti, na FSP

O punho fechado de Trump, roubado da esquerda, augura dias de luta

A reinterpretação contínua do passado faz com que ele seja tão incerto quanto o futuro. O passado e o futuro dependem daquilo que as pessoas do presente podem ver. E o que elas veem é com frequência um signo, uma imagem do que desejam para o futuro.

Foi o que se deu com Tiradentes. Não há imagens dele na época em que foi para a forca e esquartejado. Elas foram criadas mais de um século depois, por maus pintores que buscavam dar fundamento histórico à República recém-proclamada.

Como queriam que a República perdurasse, pintaram signos que mostram Tiradentes como seu mártir. Só há pouco se sublinhou que ele não pregou o fim da escravidão; teria sido proprietário de escravos. A percepção do racismo na espoliação atual leva o alferes a ser visto de outro modo.

As cenas da tentativa de assassinato de Trump ilustram o processo de passagem da imagem ao signo, que estabelece um sentido para o futuro. O processo desta vez durou minutos.

Mostrada ao vivo na televisão, a cena fundadora é tumultuada. O líder republicano leva a mão à orelha e se joga no chão. Há estampidos, sustos, alvoroço, pânico, algaravia.

Editada, completada com registros de celulares e interpretada, ela adquire clareza. Trump está com sangue na orelha; procura seu sapato; gesticula; exorta a massa e é empurrado para um camburão.

Vê-se o essencial do episódio, mas o mistério permanece. Sabe-se quem atirou, mas não seus motivos. Ignora-se se como e por que o Serviço Secreto falhou. Não se tem noção das forças sociais que estariam, ou não, por trás do ataque.

Tudo isso foi maná para as teorias conspiratórias que logo vicejaram. Como na facada em Bolsonaro, as imagens em movimento se prestaram a especulações várias, parte delas embasadas em posições políticas prévias, que, desdenhando dos fatos, forçaram conclusões.

Nos Estados Unidos, o predecessor das imagens que atiçam conjecturas foi o filme de Abraham Zapruder, feito em novembro de 1963.

Com 26 segundos, ele mostra a cabeça de John Kennedy explodindo e a primeira-dama, Jacqueline, catando seus miolos na limusine presidencial.

Sessenta anos depois, tudo o mais sobre a morte de Kennedy está em disputa —se Lee Oswald concebeu a emboscada sozinho, ou se foi orientado por castristas, exilados cubanos ou pelo “deep state” americano. Se o matador foi apenas Oswald, era como Adélio, lunático?

O filme de Zapruder não vai além do registro. No caso de Trump, um ícone se cristalizou de imediato. Ele não está nas imagens da televisão, e sim na fotografia de Evan Vucci. Ela fixou a postura que aponta para o futuro.

Estampada na capa da revista Time, a foto exibe Trump com o braço estendido e o punho fechado. Apesar dos filetes de sangue no rosto, ele não se faz de vítima. Protegido pela bandeira americana, triunfa sobre a morte.

A foto serve de contraponto para a capa de outra revista, a Economist, que mostra um andador com o emblema americano. “Não é com isso que se governa um país”, diz a manchete.

A figura oculta da ilustração é Biden, o capenga. Fosse ele a tomar tiros, ficaria como no debate com Trump: de boca aberta, aparvalhado, sem entender patavina.

O elemento que dá o caráter de signo à foto de Evan Vucci é o punho fechado de Trump. A origem do gesto é controversa, e há quem recue até a Mesopotâmia para entendê-lo. Mas, nos anos 1930, ele apareceu em duas situações revolucionárias, nas quais foi usado contra a extrema direita.

Na guerra civil espanhola, simbolizou a união dos republicanos na luta contra os fascistas de Franco. Na Alemanha, era o cumprimento de socialistas e comunistas, que o opunham à saudação entre os nazistas —o braço e a mão direita estendidos— e a reverência deles ao Führer: heil Hitler!

Trump se apropriou de uma marca da esquerda para eletrizar seus seguidores. Sem que sua voz fosse captada pelos microfones, a leitura labial atesta que repetiu três vezes um grito de guerra: “lutem!”. Será a luta de reacionários contra a democracia, os pobres, os imigrantes, a liberdade.

O republicano não foi o único a recorrer à oratória guerreira. Biden encerrou seu discurso solene sobre o atentado, na Casa Branca, com a frase “que Deus proteja nossas tropas”.

Podem ser as tropas militares que impõem a ordem americana ao mundo. Mas podem ser também as tropas do partido de Biden, exortadas a travar uma guerra santa contra seu rival na eleição de novembro. O punho de um e a frase do outro não auguram dias de paz.

7:21Adeus a um irmão

por Célio Heitor Guimarães

Há pessoas que passam por esta vida sem deixar rastros. Essas não tem a menor importância. Outras marcam a sua passagem com trabalho e luta. Essas são importantes. Um terceiro grupo, menos numeroso, chegou aqui para semear ideias, desenvolvê-las e fazer o mundo girar. São os idealistas, que transformam sonhos em realidade. Esses são essenciais. Luiz Renato Ribas Silva, que nos deixou nessa sexta-feira 19/07, era um deles. Carregou desde sempre a chama de realizador e não foi fácil acompanhar a sua marcha. Sei o que estou dizendo porque sou testemunha ocular da história e fui seu companheiro em várias jornadas inesquecíveis. O Paraná e o Brasil perderam um pioneiro; eu, perdi um grande amigo, quase-irmão.

Como jornalista, Luiz Renato Ribas sabia escrever. E, como editor de publicações, fez história na imprensa paranaense. Viu a televisão do Paraná nascer, participou da sua história, pintou e bordou diante e por trás das câmaras. Apresentou à sociedade curitibana a novidade chamada videocassete e fundou uma das primeiras locadoras de vídeos, depois DVDs, do Brasil. Era formado em Direito e foi funcionário da Receita Federal.

Na verdade, Luiz Renato Ribas era um predestinado, sempre à frente dos acontecimentos. Nasceu virado para a Lua, como se dizia, e tinha os olhos permanentemente voltados para o horizonte. Agora, haverá de revolucionar o céu. Preparai-vos, São Pedro!       

Nascido em Ponta Grossa, nos idos de 1933, Ribas deveria ter sido Xavier da Silva, mas acabou sendo Ribas Silva. E isso só soube aos 18 anos, quando alistou-se no serviço militar. Passou a adolescência na capital paulista, mas completou os estudos, graduou-se como oficial de reserva no antigo CPOR e iniciou a sua trajetória de vida em Curitiba, a partir de 1951.

Logo depois, Luiz Renato conheceu Regina, integrante de outra tradicional família paranaense – os Pinheiro Machado –, que viria a ser a sua companheira de vida e porto seguro para as suas aventuras.

Outra paixão de Ribas foram os cavalinhos. Nos anos 50/60, foi o mais famoso locutor de turfe da cidade. Fazia a transmissão dos pequenos e grandes prêmios, primeiro pela Rádio Marumby, depois, pela Guairacá e, em seguida, pela Colombo do Paraná. Paralelamente, co-editava o “Turfista Semanal”, folheto/revista de grande sucesso no Jóquei Clube, e respondia pela página de turfe do jornal “Diário do Paraná”, do qual foi um dos fundadores.

Aí, Ribas criou, com Rubens Hoffmann, “TV Programas”, revistinha de leitura obrigatória em Curitiba e parte do Paraná e de Santa Catarina dos anos 60/70. “TV Programas”, que nascera como um folheto, com a programação dos canais de televisão de Curitiba, acabou sendo considerada a melhor publicação do gênero no Brasil. A tiragem semanal ultrapassou os 25 mil exemplares. Uma façanha jamais repetida na imprensa paranaense.

No campo editorial, Ribas criou, na sequência, “Direta”, a primeira publicação semanal especializada em propaganda e publicidade do Brasil, que geraria o álbum “História da Publicidade e da Comunicação do Paraná, o primeiro e único até agora, narrando a evolução histórica da comunicação e da propaganda em nosso Estado. Seguiram-se “Bem Bolado”, informativo pioneiro dedicado aos apostadores da loteria esportiva; “Guiatur”, o primeiro guia turístico/gastronômico semanal de Curitiba e do Paraná; “Programas”, com as atrações e a programação artístico-cultural da cidade; e “Curitiba Shopping”, o primeiro jornal de serviços e ofertas de compras da Capital.

Durante algum tempo, Luiz Renato Ribas andou se dedicando às artes gráficas. Criou a Digital Fotogravura e se tornou o primeiro a fornecer fotoletras, fotolitos e textos compostos eletronicamente para o mercado paranaense.

Em 1980, quando se começou a falar em vídeos caseiros, o tal de “home video”, eis que Ribas surge com o Tape Clube (depois, Vídeo 1), a primeira associação de fãs e cultores do futuro e avassalador entretenimento. No Brasil de então nem se fabricava videocassetes e os poucos aparelhos aqui existentes eram importados, sem condições de reproduzir fitas nacionais. Luiz Renato deu um jeito nisso. Incentivou a indústria nacional e acabou liderando campanha nacional contra a pirataria. Na época, fizemos juntos o primeiro (e único) “Guia de Filmes em Vídeo” editado no Paraná.

No início do novo milênio, Ribas prenunciou o fim das locadoras de DVDs e blue-rays. Transformou a sua Vídeo 1 em Cine Vídeo 1. Dotou-o de um extraordinário acervo cinematográfico e de memória paranaense e o ofereceu não apenas ao público cinéfilo, mas também a alunos, professores e pesquisadores. Com um simples toque de teclado, os interessados passaram a ter à disposição filmes de todos os gêneros, produzidos em todos os cantos do mundo, em quinze idiomas diferentes. Com outro toque, tinham acesso a entrevistas, palestras, aulas e conferências de personalidades da vida paranaense e nacional, além de a documentários sobre os mais variados temas. Parte do material foi arrecadada de entidades públicas e privadas, onde se achava solenemente esquecida. Parte foi produzida pela equipe do denominado Instituto Cultural Cine Vídeo 1, e depois serviu de base para o projeto Memórias Paraná, com o depoimento de expressivas figuras da vida paranaense.  

Assim foi, e assim sempre será, onde estiver, Luiz Renato Ribas Silva, um homem à frente do seu tempo. Segue em paz, irmão!

 

 

 

 

 

16:40Bola murcha

Engole 15 comprimidos por dia. Às vezes precisa de mais meio – S.O.S., segundo o psiquiatra, quando parece que até a realidade paralela descamba para aumentar asa dores no peito e no abdome. Agora dorme bem na beirada da cama, como se pudesse transformar o espaço até o chão num precipício de filmes onde os veículos sempre explodem lá embaixo. O que acontece, perguntam? Se ele soubesse acharia um jeito de procurar o motivo para cortar a garganta da coisa bem no gogó, como num filme de Lynch, aquele que a estrada não tem fim. Também deu pra dizer que está atravessando o purgatório e quer sair logo porque sente que os dentes estão para cair. Alguém disse que é encosto. Sim, suas costas doem quando na cadeira giratória do bunker onde se esconde. Nunca mais pisou fora do portão. Não há graça em nada. Está sem o brilho da vida e só lembra o que o pai dizia: com a bola murcha. Quando a bomba vai surgir e encher direitinho? Aí podem chutar à vontade, mas só se eu deixar.

15:36Um pacote só?

A convenção do PSD de Eduardo Pimentel acontece no dia 03 de agosto, ou seja, no mesmo dia do que a do PP de Maria Victoria. As duas podem se transformar num pacote só? Tem gente que sonha com isso, mas pode ser tudo e pode ser nada.

15:30Eleição pra vice

Os vices dos candidatos a prefeito ganharam tanta importância que o Gaiato da Boca Maldita sugere uma eleição à parte com eles. O vencedor seria ungido com o prefeito eleito, não importando com quem estivesse fazendo dupla. “Seria uma prova de maturidade da democracia”, carimba o Gaiato.

15:04Luiz Renato Ribas, adeus

por Ayrton Baptista Junior, da rádio CBN

Morre o jornalista Luiz Renato Ribas, criador do projeto Memórias Paraná e da 1ª locadora de filmes do estado

Morreu nesta sexta-feira (19), aos 91 anos, em Curitiba, o jornalista Luiz Renato Ribas Silva, criador da primeira locadora de filmes do Paraná, a Vídeo 1, fundada em 1980, e responsável pelo projeto Memórias Paraná, que reúne, desde 2005, depoimentos de diversas personalidades do estado. Ribas, de 91 anos, estava internado há um mês no Hospital Vita, com várias complicações, como anemia e trombose pulmonar. Viúvo, ele deixa dois filhos.

Apaixonado por turfe, Ribas começou a carreira nos anos 1950 narrando corridas de cavalo pelas rádios Colombo, Guairacá e Marumby e escrevendo sobre o tema nos jornais O Dia, A Tarde e Diário do Paraná e também para a Revista do Turfe. Em 1993, implantou um serviço de apostas via satélite, a agência Cavalus.

Em 1961, apenas um ano após a chegada da televisão ao Paraná, Ribas e Célio Heitor Guimarães criaram a TV Programas, uma revista semanal que destacava as atrações dos primeiros canais de televisão de Curitiba: a TV Paranaense e a TV Paraná. Em 2016, os dois fundadores da revista lançaram um livro que conta a história da publicação: A Pequena Notável – A História da Televisão do Paraná Está Aqui,

O velório de Luiz Renato Ribas Silva acontece no Cemitério Parque Iguaçu, mesmo local do sepultamento que está marcado para este sábado (20), às 16h.