8:06História do poste ilumina o agora

por Sérgio Rodrigues, na FSP

De Pitta a Aras, metáfora está fincada no vocabulário politico nacional

No dia 18 de agosto de 1996, a Folha publicou uma entrevista com o publicitário Duda Mendonça que merece constar nos anais das metáforas expressivas do vocabulário político brasileiro.

Assinada por Marcos Augusto Gonçalves, a entrevista tratava da ascensão de um nome até recentemente menor na política paulistana: o de Celso Pitta, então candidato favorito a prefeito – e eleito poucos meses depois.

Ex-secretário de Planejamento de Paulo Maluf, que o lançara como seu sucessor, Pitta tinha a fama de ser uma invenção política do seu guru, um desses sujeitos sem brilho próprio que entram no jogo como títeres, testas de ferro de alguém mais poderoso, de quem se esmeram em cumprir as ordens.

Um poste, pois é. Pobre Pitta. A fama de “poste do Maluf” grudou nele de tal forma que parece seguro afirmar que ninguém fez mais pela consagração dessa metáfora no vocabulário político nacional, ainda que a expressão viesse de algum passado indefinido, como parece ser o caso.

“Muitos diziam que o prefeito seria incapaz de transferir votos”, perguntou a Folha a Mendonça. “Você e o Maluf estão conseguindo eleger um poste?” O entrevistado, em seu papel, respondeu que aquilo era besteira e que a população, nada boba, não votava em qualquer um: “Depende da gestão”.

Ficou nisso, como era natural que ficasse. Pelo menos desde a promulgação da atual Constituição, oito anos antes, o Brasil vivia num regime democrático pleno depois de mais de duas décadas de ditadura militar. Não passava pela cabeça de ninguém tentar calar quem o chamasse de poste. O jogo era aquele mesmo.

Dilma Rousseff e Fernando Haddad, a quem o epíteto pouco mimoso foi aplicado neste século, também devem ter ficado chateados com a fama de serem “invenções” de Lula, mas não judicializaram suas mágoas.

O que terá mudado? Penso nisso ao ler a notícia, publicada na terça (23) por Mônica Bergamo, de que o ex-procurador-geral da República Augusto Aras ainda sente as dores do tuíte, publicado na divulgação de uma coluna deste jornal, em que Conrado Hübner Mendes o chamou de “poste-geral da República”.

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7:43Os vices dos mais fortes

A convenção municipal do União Brasil, que vai referendar o nome do deputado estadual Ney Leprevost como candidato a prefeito de Curitiba, será na próxima quarta-feira (31). Na segunda (29) o partido promete anunciar o nome de quem será o vice na chapa. A deputada federal Rosângela Moro é o nome mais provável. Se confirmada, entra na lista dos vices escolhidos para reforçar as mais fortes candidaturas, depois de um longo período de negociações. Ontem, como aqui foi publicado, o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) foi convencido no Palácio Iguaçu a ser o vice de Eduardo Pimentel (PSD). Poucas horas antes, também depois de idas e vindas, o deputado estadual Goura (PTB) confirmou sua dupla com Luciano Ducci (PSB) na frente de partidos de esquerda que tem o PT na liderança. Agora falta saber quem vai acompanhar os ex-governadores Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (Mobiliza). Isso é política!

 

7:12John Mayall, adeus

Do G1

John Mayall, ícone do blues britânico, morre aos 90 anos nos EUA

Como líder da banda The Bluesbreakers, ele desenvolveu um estilo sofisticado e foi figura influence de subestilo progressivo do blues. Causa da morte não foi informada.

John Mayall, pioneiro do blues britânico dos anos 60 e figura influente na cena rock, morreu nos Estados Unidos aos 90 anos, anunciou sua família.

Segundo publicação nas redes sociais do músico, ele morreu na segunda-feira (22) em sua casa, no estado americano da Califórnia, mas a causa não foi mencionada.

“Os problemas de saúde que forçaram John a encerrar a carreira levaram um dos maiores viajantes do mundo a descansar em paz”, disse o comunicado.

Nascido em 1933 em Macclesfield, perto de Manchester, Mayall chegou a Londres em 1963. Formado em Belas Artes, decidiu abandonar o trabalho como designer gráfico para se dedicar ao blues, estilo com raízes na população negra dos Estados Unidos.

No início dos anos 60, ele e os Bluesbreakers se tornaram referência do gênero no Reino Unido. Foi ao lado do grupo que Eric Clapton se desenvolveu como guitarrista de blues.

John Mayall foi “um grande pioneiro do blues britânico”, disse o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, em suas redes sociais. Mayall deixou seis filhos, sete netos e quatro bisnetos.

6:58Uma vida bem vivida

por Célio Heitor Guimarães

O prematuro falecimento de Luiz Renato Ribas Silva entristeceu-me profundamente. Prematuro?! Aos noventinha?! Sim, porque uma cigana havia garantido que ele chegaria aos 103. Erou por treze. Já não se faz mais ciganas como antigamente…

Fomos companheiros de aventuras editoriais a vida inteira. Desde quando ele me convocou, no início dos anos 60 do século passado, para ajudá-lo a fazer “TV-Programas”, a revistinha de circulação dirigida, com a programação das televisoras locais, que atingiu os 25 mil exemplares por semana, sem atrasar um dia sequer na casa do telespectador. O publicitário paulista Wilson Thomaz chegou a considerá-la a melhor publicação do gênero no Brasil!

Na esteira de “TV-Programas” vieram “Guiatur”, “Directa”, “Bem Bolado”, “Programas” e “Curitiba Shopping”, além das edições especiais de “Quem é Quem na TV”, o primeiro e único anuário da televisão paranaense, e da também pioneira e única “História da Propaganda no Paraná”. Juntos fizemos ainda o primeiro e único “Guia de Filmes em Vídeo” do Paraná. 

Luiz Renato era um dínamo repleto de ideias. Tinha o pioneirismo no sangue. Assim foi com a Digital Fotogravura, a primeira empresa a fornecer fotoletras, fotolitos e fotocomposições para o mercado paranaense. E, mais tarde, com o Tape Clube (depois, Vídeo 1), a primeira locadora de vídeos (depois, DVDs) de Curitiba. 

Também partiu dele a iniciativa de reunir um extraordinário acervo cinematográfico da memória paranaense, com os depoimentos de personalidades das mais diversas atividades do Estado, o denominado projeto Memórias Paraná.

Rubem Alves definia a vida como a metáfora de uma vela. Luiz Renato Ribas Silva encaixava-se na definição: foi uma vela que se consumiu iluminando. Viveu até os 90 anos e, ao deixar esta vida, não teve do que se queixar. Ele soube viver e a vida foi generosa com ele: plantou árvores, teve filhos, netos e bisneto, escreveu livros, teve amigos e colecionou realizações.

Quer dizer: Luiz Renato Ribas não morreu. Pessoas como ele não morrem jamais. A vida pode mudar de patamar, mas continuará existindo nas realizações que fez e nos descendentes e amigos que deixou.

É ainda de Rubem Alves a afirmação de que “cada poema se inclina para a última palavra e cada canção se prolonga na direção do seu silêncio”. Última “palavra que continua a reverberar todas aquelas que a antecederam; silêncio onde ressoam os sons que o prepararam”.

Luiz Renato Ribas Silva seguiu ao encontro de sua querida Regina e de seus saudosos pais Domingos e Antonina.

O que se pode querer mais?

16:44Confirmado: Goura vai com Ducci

O PDT vai mesmo participar da Frente Ampla Democrática (PT, PC, PCdoB e PSB) na eleição para prefeito de Curitiba. A decisão é da Executiva Nacional. Assim, o pré-candidato Luciano Ducci terá como vice o deputado estadual Goura, dupla que já tinha sido anunciada, mas não confirmada, porque Roberto Requião entrou no circuito e tentava o apoio pedetista para sua candidatura. Isso é política!

12:59Aviso

Do Goela de Ouro

Se o Ney se entregar, o Moro avisou que vai tomar o partido. O candidato seria o próprio Moro ou a esposa Rosangela Moro.

12:58Requião na pressão

Do enviado especial

O ex-governador Roberto Requião (PMN) está em contato diário e permanente com o presidente nacional do PDT, Carlos Luppi e com caciques nacionais do PT na tentativa de dar musculatura ao seu projeto de disputa da Prefeitura de Curitiba nas eleições de outubro.

Requião trabalha para ter um pedetista na vice e encorpar a chapa.

Hoje, o PDT, que realiza convenção no próximo sábado, está apalavrado com o PT e PSB para compor a chapa de Luciano Ducci (PSB).

O argumento para convencer Luppi e petistas é objetivo: ele (Requião) seria a melhor alternativa para garantir um palanque forte para Lula no Paraná em 2026.