9:01A segunda ponte como instalação artística

Ao saber que a Ponte da Integração, a segunda entre o Brasil e o Paraguai, só vai ser aberta para o trânsito no final do ano que vem, apesar de estar pronta há mais de um ano, o Gaiato da Boca Maldita enterrou a estaca: “Deveriam ter feito antes as obras no entorno dela. Agora fica aquele monumento à incompetência exposto como se fosse uma instalação artística”

8:30Ducci oficializa o comando da frente esquerdista

Ontem a convenção do PSB confirmou a chapa formada pelo deputado federal Luciano Ducci, candidato a prefeito, e o deputado estadual Goura, do PDT, como vice. A frente ampla que representam tem como partido forte o PT, do presidente Lula, que desenhou tal composição numa tentativa de chegar ao poder em Curitiba sem ficar sob os holofotes – para tentar evitar a rejeição dos eleitores que ficou clara na última eleição presidencial, quando Jair Bolsonaro atropelou Lula. Ducci acredita muito na possibilidade de se conseguir isso,  apesar de que, de esquerda, ele tem o braço e a perna. Isso não o impediu de dizer com todas as letras que quer ser o candidato do presidente Lula. Talvez para convencer a militância petista de que o trabalho deles é fundamental para se conseguir, pelo menos, chegar ao segundo turno. Se for preciso, até o boné do MST ele coloca, porque sabe que uma ala mais radical dos petistas torceu o nariz e lutou contra a composição costurada e selada por Gleisi Hoffmann, a presidente nacional do partido.

7:50O general, o governador e o ex-presidente

No convite para a convenção do PL em Foz do Iguaçu, que acontece no próximo sábado (03), o general Silva e Luna, candidato a prefeito, está entre o governador Ratinho Junior e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na pesquisa divulgada recentemente, o ex-diretor geral da Itaipu e ex-presidente da Petrobras apareceu em segundo lugar, atrás de Paulo Mac Donald (PP), que também é bolsonarista. A conferir!

7:13JORNAL DO CÍNICO

Do Filósofo do Centro Cínico

Celso Amorim, o enviado especial de Lula a Caracas, não viu nada de anormal na contagem dos votos porque só o pessoal do Maduro participou do ato cívico na eleição de ontem. Agora o governo brasileiro vai promover um encontro entre os presidentes democratas de Cuba, Nicarágua e Venezuela para provar que nestes países os governos garantem ao povo o direito de chamar urubu de meu louro – para sobreviver e agradecer aos comandantes.

6:58Regime manipula resultado novamente, levando Venezuela a ser pária internacional

por Sylvia Colombo, da FSP

Vitória de Maduro inaugura uma fase de autoritarismo ainda mais extremo no país sul-americano

Aconteceu novamente.

Desta vez, foi mais aberrante e mais escandaloso o novo anúncio de uma “vitória” eleitoral do regime comandado por Nicolás Maduro. Enquanto respeitadas sondagens independentes davam uma vitória de Edmundo González Urrútia por mais de 30 pontos percentuais, o CNE anunciou que o ditador havia ganhado mais um pleito.

As consequências de médio e longo prazo são, neste momento, incalculáveis. Aumento do fluxo de venezuelanos saindo do país, retorno dos grandes protestos ou a volta a uma apatia total. O certo é que esse resultado não significa apenas a continuidade de um regime, mas inaugura para a Venezuela uma fase de autoritarismo ainda mais extremo, ao estilo de Cuba e Nicarágua.

Porém, se olharmos os detalhes, o regime agiu como sempre tem feito, pelo menos desde 2013, quando o sucessor de Chávez se anunciou vitorioso num já polêmico embate com o opositor Henrique Capriles.

Desde o início da semana, Jorge Rodríguez, o líder da Assembleia Nacional e grande estrategista do chavismo, já dizia que o resultado do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) seria respeitado, mas com o sorriso sarcástico que sempre o caracterizou. Para meio entendedor, meia palavra basta. O resultado seria manipulado. Novamente.

No início da jornada, o chavismo esteve relativamente silencioso, deixando que a oposição se animasse, divulgando uma presença massiva aos centros de votação e um apoio emotivo a Edmundo González em seu fusca amarelo e a María Corina Machado sendo ovacionada em seus passeios em moto por Caracas.

Depois, começaram as táticas de sempre, o atraso na divulgação de números, líderes históricos do chavismo tratando a oposição como força desestabilizadora, cantando vitória antes da hora e afirmando que apenas a “revolução” traria paz e era democrática.

O resultado desta jornada foi muito parecido ao das eleições da Assembleia Nacional Constituinte, em 2017. Durante o dia, havia ficado claro que sua criação não iria ser aprovada pelas urnas. O país vinha de três meses de protestos contra o governo, e a oposição sequer participou do pleito. De modo escancarado, se podia notar que a população rejeitava a proposta.

Até que, encerrada a jornada, Maduro declarou que as urnas ficariam abertas até mais tarde, para que todos “tivessem a chance de expressar seu voto”. O tempo de prorrogação serviu para esconder e manipular a vontade popular. Ao final, Rodríguez falava de aprovação massiva ao projeto e começou uma maratona de shows comemorativos diante do palácio de Miraflores, muito antes da divulgação de resultados. Igualzinho a como ocorreu na noite deste domingo.

Ao longo da campanha eleitoral, as estratégias da ditadura foram as mesmas.

Afirmaram que respeitariam o acordo de Barbados, mas não aceitaram a candidata escolhida pela oposição em primárias, impediram uma observação eleitoral independente, perseguiram e prenderam opositores, invalidaram votos, urnas e centros inteiros de votação. O de San Antonio de Táchira, por exemplo, ficou aberto das 10am às 11am, depois fechou, com uma multidão do lado de fora gritando “queremos votar”, “queremos votar”.

Como se chegou a esse ponto?

Já se passaram 32 anos desde que o então tenente-coronel Hugo Chávez Frías (1954-2013) liderou uma tentativa de golpe de Estado contra o governo de Carlos Andrés Pérez (1922-2010). É preciso lembrar que, naquela época, a insatisfação popular crescia contra uma gestão que não soube enfrentar uma grave crise econômica e diversos escândalos de corrupção. Era latente a insatisfação popular, que foi expressada no famoso “Caracazo“, em 1989, uma rebelião que durou nove dias e terminou numa brutal repressão que levou a 276 pessoas mortas..

A Venezuela estava a ponto de uma explosão social, e o modelo bipartidista, em que a AD (Ação Democrática) e a Copei (Comité de Organización Política Electoral Independiente) dava claros sinais de não conseguir responder mais às demandas populares. Vale ressaltar que a política era exercida, então, por uma classe política elitizada, em que pouco tinha voz a população mestiça, indígena e afro-venezuelana.

Depois de abandonar a opção golpista, Chávez levou suas propostas às urnas, saindo-se vencedor em 1998, e assumindo no ano seguinte.

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15:40Elísio de Abreu, adeus

O jornalista Elísio de Abreu morreu hoje às cinco horas da manhã em Curitiba. Foi o fim de uma longa e pesada jornada que, nos últimos sete anos, teve três derrames e, por fim, o diagnóstico de Alzheimer. Elísio era um forte e muito querido com quem trabalhou com ele no GPP, onde foi editor chefe e na CNT. Ele também mostrou seu talento e profissionalismo na TV UFPR e na produtora GW. Elísio tinha 64 anos. O velório está sendo realizado na Casa dos Idosos Recanto Tarumã. Termina às 17h. O enterro será amanhã no Cemitério Boqueirão.