7:41Sem apoio

Do Goela de Ouro

O senador Sergio Moro colocou na mesa de negociação com o governador Ratinho Junior a retirada do União Brasil da disputa pela prefeitura de Curitiba se recebesse apoio para sua candidatura ao governo do Paraná em 2026. Não foi aceito e deu no que deu.

7:08Apoio de PT e Lula à farsa de Maduro é vexame histórico

por Marcos Augusto Gonçalves, na FSP

Partido e presidente adotam negacionismo e oportunismo ideológico que parecem com bolsonarismo de sinal trocado

A apressada e irresponsável nota de apoio do PT à farsa eleitoral venezuelana é um dos episódios mais vergonhosos da história do partido e da esquerda brasileira. Considerar que o resultado do pleito foi “democrático e soberano” é de um cinismo absoluto. Boa parte das lideranças do PT parece ver o que chama de “democracia burguesa” como um trampolim para regimes autocráticos como os da Venezuela, China Rússia –na falta da saudosa ditadura do proletariado.

A eleição foi uma trapaça desde o início, quando a principal candidata de oposição, María Corina Machado, viu-se impedida de concorrer. Bastaria essa decisão arbitrária para caracterizar o processo como não democrático.

O despautério que foi a manifestação petista contou, na grande moldura, com o endosso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, pelo menos como chefe de Estado do Brasil, pediu mais detalhes sobre as apurações para conceder sua bênção ao ditador. Deu, porém, declarações ensaboadas em que se esforçou para normalizar tudo e livrar a cara de Maduro.

Desde 2013, quando chegou ao poder, o sucessor de Chavez tem lançado mão de expedientes autocráticos e de casuísmos para se manter no cargo. Governa por decreto, intervém em instituições, censura a imprensa, determina prisões políticas e tortura e mata opositores, com o apoio de suas milícias.

Manobras ilegítimas também marcaram esta eleição, que deverá castigar o povo venezuelano com mais 6 anos de governo de um tiranete corrupto, mentiroso, violento e mistificador. Não fosse trágica, a imagem de Maduro em sua caricata autoproclamação poderia ser cena de uma chanchada sobre os ridículos tiranos de nossa América Latina.

O PT entra em colisão com as forças progressistas do continente e dá um abraço no bolsonarismo –trata-se, afinal, de um bolsonarismo com sinal trocado– ao chancelar um governo antidemocrático e seu processo eleitoral esdrúxulo, que veta candidaturas e impede a livre manifestação do povo. Bolsonaro adoraria ter uma nota boazinha como essa de um país com o peso do Brasil.

O fato de Maduro ser considerado de esquerda ampara a deplorável manifestação da Executiva Nacional petista, que nem sequer pediu transparência na divulgação da contagem de votos. Mas será Maduro mesmo de esquerda? Que esquerda? Mais se mostra um populista proto-fascista, num caso típico em que os extremos se tocam.

Em sua fundação, em 1980, o Partido dos Trabalhadores abrigou um amplo debate no qual uma nova esquerda democrática teve papel fundamental. Em que pese a convivência de diferentes vertentes, tratava-se em linhas gerais de um partido que nascia mantendo certa distância do stalinismo e do populismo varguista para lutar por socialismo e justiça social dentro das regras da democracia.

O PT cresceu, transformou-se em máquina eleitoral, escorregou na corrupção, mas se manteve como referência de defesa dos interesses populares num sistema político povoado por siglas oportunistas e fisiológicas. Suas posições, contudo, em diversos aspectos preservaram visões retrógradas, rígidas e esquemáticas do carcomido pensamento de esquerda de outros tempos.

O antiamericanismo é um desses traços característicos, que encontra em Celso Amorim um praticante incorrigível. Nem sempre se sabe ao certo os casos em que Lula está de acordo com o partido e aqueles em que não está ou finge não estar –ou finge estar.

No caso da Venezuela está claro que as afinidades entre Lula, seu partido e o assessor Celso Amorin são plenas. Estão todos em defesa do ditador. Um vexame histórico.

18:56Lula, o PT e os mortos na Venezuela

Lula demorou, mas falou que não tem nada de grave a anormal na reeleição de Maduro na Venezuela. O PT foi mais além ao afirmar que a eleição foi democrática e soberana. Enquanto isso, em Caracas, seis morreram nas manifestações da ninguenzada que acha que a eleição foi mutretada pelo ditador.

15:58Bronze emocionante

Emocionante a conquista da medalha de bronze olímpica pela equipe feminina de ginástica artística. Uma conquista de fazer chorar quem tem sentimento e sabe da importância da sua importância para o esporte no Brasil. A curitibana Julia Soares, de 18 anos, é a grande revelação da equipe. Rebeca Andrade, absurda em todas as participações, foi decisiva. Flávia Saraiva, Julia Soares, Lorrane Oliveira e Jade Barbosa são as outras atletas deste time que fez história ao subir ao pódio pela primeira vez neste tipo de competição.

14:00As regras do jogo

por Cláudio Henrique de Castro

A democracia é um método de formação das decisões políticas, isto é, o conjunto de regras do jogo. Para isso se realizar é necessária uma Constituição que estruture e limite os poderes.
A América Latina, é o berço do colonialismo europeu, de sucessivas ditaduras civis e militares, das leis que, historicamente, ajustam-se aos poderes de plantão, que se impõem pelas armas.
A endemia das ditaduras e os seus apoiadores financeiros seguem pulsando no continente.
O resultado disso é o baixo índice de confiança nas instituições políticas e a elevada corrupção.
Haveria um movimento pendular, de retrocesso e de avanço nas instituições democráticas, ora valorizando direitos humanos, pluralidade política e participação popular ora restringindo os espaços de democracia e, principalmente, apropriando-se das riquezas dos países.
Por isso, as ditaduras criam reduzidas faixas de milionários e amplos contingentes de miseráveis: – aprofundam-se as desigualdades e se naturalizam as barbáries.
Por outro lado, a democracia seria o contrário disso, mas governos, teoricamente democráticos, se não contidos em seus ímpetos, também caminham para o autoritarismo.
Há dois novos elementos neste jogo: a força das redes sociais e a distribuição para milhões de pessoas das mentiras em massa (fake news).
Temos como confiar em notícias recebidas pelas redes?
Há um instituto oficial ou instrumentos de checagem, em tempo real, para desmentir ou confirmar tais informações?
Em caso de distribuição para milhões de usuários, seus autores são punidos?
E as redes respondem por isso ou seguem impunes?
O poder judiciário consegue reprimir tal difusão?
Uma vez que é estabelecida a “verdade” na mente das pessoas, por meio das mentiras em massa, esse convencimento pode ser alterado para seu estado anterior?
Tudo isso, num cenário latino-americano das tradicionais alterações das regras do jogo.
Por meio de mudanças silenciosas e graduais no jogo institucional, um poder vai se sobrepondo aos outros, sempre em nome da democracia ou da solução de alguma “crise”.
Temos as expressões recentes disto no hiperpresidencialismo, no hiperlegislativo e no hiperjudiciário.
Afinal, como se estabelece e consolida-se a democracia?
Por meio do controle e do respeito das regras do jogo.

10:05Porteira fechada

Do Goela de Ouro

Uma das condições que o casal Moro colocou a Ney Leprevost para que Rosangela fosse a vice na chapa foi que, em caso de vitória, ela receba a Secretaria da Saúde com “porteira fechada”.